tag:blogger.com,1999:blog-41391645333331652602024-03-14T10:47:24.586-07:00CULTURA MARAJOARA"Orminda era mulher para andar nas histórias, ficar nas modinhas na beira dos trapiches, na lembrança dos homens, (...). Lenda que não se podia esquecer mais." (Dalcídio Jurandir, "Marajó", p.187).
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/o-lirico-no-romance-marajo-de-dalcidio-jurandir/53256/#ixzz4ExTK1AreJosé Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.comBlogger185125tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-40891730359186350872016-08-13T15:42:00.000-07:002016-08-13T16:12:23.423-07:00A GENTE FOI SE QUEIXAR AO BISPO<img src="http://www.agustinosrecoletos.com/files/images//8049noticia_Azcona.jpg?KeepThis=true&TB_iframe=true" /><br />
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Dom Frei José Luis Azcona Hermoso OSA, Bispo Emérito da Prelazia do Marajó.</span></b><br />
<br />
<h3 class="entradillanoticia" style="background-color: white; color: #165a8e; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 21px; margin: 0px; padding: 0px 0em 0.6em;">
"O Movimento Direitos Humanos (MHuD) concedeu o prêmio João Canuto 2011 ao prelado agostiniano recoleto por denunciar corajosamente os casos de violação dos direitos humanos em se tratando das mulheres, das crianças e adolescentes da ilha de Marajó. José Luis Azcona está ameaçado de morte pelas máfias traficantes de pessoas, especialmente menores; pessoas que posteriormente são utilizadas como mercadoria sexual em países como Itália, Espanha, Suriname e Guaiana Francesa. O bispo de Marajó receberá o prêmio no dia 10 de novembro na Universidade Federal do Rio de Janeiro, junto com outros sete homenageados." (<i>Wikipedia</i>).</h3>
<div class="textonoticia" style="margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: top;">
<div style="background-color: white; color: #44454b; font-family: "pt sans", arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; padding: 0px 0px 5px;">
<br />
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; font-family: "pt sans", arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; padding: 0px 0px 5px;">
<br /></div>
<div style="padding: 0px 0px 5px; text-align: center;">
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">ENTRE PADRES E PAJÉS: </span></b><br />
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">UMA HISTÓRIA </span></b><b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">DA GENTE MARAJOARA</span></b></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
</div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<b><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: left;">
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">De tanto ver bater porta de palácio, repartição pública, fábrica e empresa na cara de caboco e preto; de tanto ouvir branco da terra escarnecer da miséria dos pobres, lhes dizendo '<i>vá se queixar ao bispo</i>'; esta gente aprendeu o caminho das pedras e foi desfiar o rosário de suas mágoas não só a um, mas aos dois bispos do Marajó. Agora as súplicas e rogos dos lesados descendentes dos índios Nheengaíbas ganharam o mundo e chegaram até ao</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> trono do Pescador que, por obra e graça do Divino Espírito Santo, é exercido na terra por </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Francisco, Bispo de Roma.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;">Poucos como o escritor agnóstico e comunista Dalcidio Jurandir e a sua fiel correspondente Maria de Belém Menezes, filha do poeta da Negritude e cooperativista anarquista Bruno de Menezes; enxergaram o inovador trabalho da Diocese de Ponta de Pedras com o Bispo diocesano Dom Angelo Rivatto SJ e sua "reforma agrária" pacífica e duas cooperativas kibutzianas, com estaleiro naval, olaria, marcenaria, centro de artesanato e mais de uma dezena de agrovilas. Aquilo sim, foi uma revolução socioambiental que ainda deixou sementes para germinar no amanhã. Pena que o sucesso social não tenha tido sustentabilidade econômica...</span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;">Como todo processo histórico em todo mundo, a igreja particular da Amazônia Marajoara, desde suas origens no século XVII; não ficou isenta de contradições dilacerantes. A cultura marajoara envolvente não se muda facilmente com bulas e sermões, ela é rica em dialética de luta e resistência desde tempos imemorias, como se pode depreender do esquema científico de fases arqueológicas da cerâmica. A invenção, no berço da Civilização Marajoara de mais de mil anos de idade; do ecomuseu do Arari, conhecido pelo nome social de O Nosso MUSEU DO MARAJÓ, pelo insubmisso padre Giovanni Gallo, é um fato histórico extraordinário, a par das cooperativas de Ponta de Pedras. </span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<br /></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;">A história acontece como tragédia e se repete como farsa. Aqueles que preferem a farsa para fugir da libertação dos povos, atacam o Papa latino-americano por causa da encíclica ecológica "<i>Louvado Seja</i>". Francisco revela no texto da sua carta circular, para cristãos e não-cristãos; especial atenção sobre a Amazônia e a bacia do Congo... Explica ele que a encíclica inspirada no Santo de Assis, antes de ser endereçada ao meio ambiente contempla a grave questão social de nosso tempo, no qual uma minoria de apenas 1% da população da Terra possui mais que os 99% restantes.</span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;">Quem me conhece sabe, como disse Jack Lang a meu respeito em reunião na reitoria da Universidade da Amazônia (UNAMA), no Natal de 2005, que a ilha do Marajó é o centro do mundo para mim. Portanto, todos que tratam bem a Criaturada grande de Dalcídio tem meu respeito.</span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span>
</div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span>
</div>
<div style="background-color: white; text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqyoSMzrXfhfLoCgYqZ5aGud5x3_V9dc2HUCMbz_IRWwfCvFlLAO7x6PILFQXNN8DzABLJiq4mguEg_ghSW9klzwtJ0SUOm3GPu4z8FZS-I_jMG1Xp9kPho236-ddkELZ5N7DxhwcazIg/s1600/tajapuru.jpg" /></span></span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<b style="font-size: x-large;">no interflúvio Pará-Amazonas dos chamados Furos de Breves, imagem perturbadora captada pela rede árabe de televisão Al Jazeera, mostra cena do dia a dia de crianças ribeirinhas arriscando a vida nos barcos que cruzam o furo do Tajapuru.</b></div>
<div style="background-color: white;">
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span>
</div>
<div style="background-color: white; text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #44454b;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></span></div>
<div style="background-color: white; text-align: center;">
<span style="color: #44454b; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="line-height: 18px;"><b>A MISÉRIA E A MORTE NÃO PEDEM DESCULPA</b></span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Se na verdade Zeus não é pai dos deuses e homens, pelo menos o Homem criou deuses e a História, o que é quase a mesma coisa. De qualquer modo, a inevitável morte não é nada mais, nem nada menos que o outro lado da vida de todos viventes. Segundo o historiador José Honório Rodrigues, na "<i>Teoria da História do Brasil</i>", Deus e a História não são para os mortos: aos olhos do Eterno todos estão vivos e a História reside nas mãos das gerações, sempre presentes através do arco da memória.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Tais pensamentos vinham-me à lembrança quando das</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"> infindáveis discussões para elaborar o <i>Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago do Marajó (PLANO MARAJÓ)</i>, onde certa vez Dom José Luis perguntava onde está uma tal "Terra Indígena"citada nos esboços burocráticos vindos de Brasília. De repente, o bispo se dirige a mim para saber se ainda há índios no Marajó... Oportunidade para eu dizer: "<i>ainda existem índios no Marajó, mas eles não sabem que são índios</i>". </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">333 anos depois do apocalipse previsto pelo padre grande para acontecer no ano de 1666; eis que a gente marajoara deu um pequeno grande passo, em 1999, rumo ao fim</span><span style="background-color: transparent; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><span style="background-color: white;"> da</span></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"> história de pilhagem e humilhação da Criaturada; herdeira legítima da Cultura Marajoara arruinada pelo colonialismo, abandonada e amnesiada pela oligarquia dos donos do patrimônio histórico e artístico nacional. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Pela primeira vez na Amazônia Marajoara, dois Bispos Católicos do maior arquipélago fluviomarinho do planeta publicaram juntos um alerta geral sobre a extrema pobreza das populações ribeirinhas. </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Nunca dantes a gentinha sem eira nem beira havia escutado falar em IDH: sem saber do que se trata, como '</span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: xx-large;">havera</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">' então de entender a razão pela qual a nossa querida Melgaço figura</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"> no rabo da cobra do desenvolvimento humano brasileiro? Por acaso ou Divina Providência, 356 anos depois do Padre Antonio Vieira ter fundado a aldeia de Aricará (vila de Melgaço em 1758) com índios nheengaíbas trazidos de Breves, conforme o acordo de paz de 27 de Agosto de 1659 do rio dos Mapuá; viu-se o professor Roberto Mangabeira, da Universidade de Havard; no cargo de ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, da Presidência da República; atravessar o Parauhaú em lancha voadeira de Breves a Melgaço, ida e volta, para ver e escutar aquela gente descendente dos antigos Marajós.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">De 1985 a 1995, a Pro-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), com base nos '<i>campi</i>' de Breves e Soure, desenvolveu atividades de educação ambiental que a cada ano numa cidade diferente realizava um <i>Encontro em Defesa do Marajó</i>. No dia 20 de dezembro de 1994, na PROEX-UFPA no Campus do Guamá, foi criado o Grupo em Defesa do Marajó (GDM), que se encerrou em 2014, a fim de organizar o Décimo e último encontro anual e prosseguir em atividades permanentes. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"></span><br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #44454b; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 18px; orphans: 2; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #44454b; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 18px; orphans: 2; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div style="font-style: normal; margin: 0px;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Desta maneira, o GDM realizou o último <i>Encontro em Defesa do Marajó</i> aberto em Belém a 28/04 e concluído em Ponta de Pedras entre 29-30/04/1995, donde saiu a Carta do Marajó-Açu reivindicando saúde pública integrada ao conhecimento tradicional de parteiras, rezadeiras e curadores. Educação ribeirinha com calendário escolar compatível a usos e costumes da agrocultura extrativista. Proteção aos sítios arqueológicos e difusão da arte cerâmica marajoara a par da implantação da área de proteção ambiental do arquipélago do Marajó, conforme o Art. 13, VI, Parágrafo 2º; dentre outras providências.</span></div>
<div style="font-style: normal; margin: 0px;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="font-style: normal; margin: 0px;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Deste então, a <i>Carta do Marajó-Açu</i> serviu de roteiro de militância do GDM durante vinte anos de sua existência. Como tal, tive a honra de assinar apresentação do documento dos Bispos do Marajó sobre o ínfimo IDH do povo marajoara. Documento de base para demanda à Presidência da República que resultou na organização do Grupo Executivo Interministerial de Acompanhamento de políticas públicas para o arquipélago do Marajó, em 2006, na Casa Civil da Presidência da Repúbllica. E, em 2007, o Plano de Desenvovimento Territorial lançado na cidade de Breves pelo Presidente Lula e a Governadora Ana Júlia.</span></div>
</div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">O tempo da História, que nem o rio de Heráclito onde não se mergulha duas vezes, é muito lento. Já o tempo da Política é mais rápido do que o Diabo quando pisca um olho. Há então um enorme descompasso entre a política e a história, que entretanto se a gente não prestar atenção está fadada a se repetir infinitamente... Sobre a viagem do Professor Mangabeira a Melgaço, gostaria eu de saber o que lhe disse Dom José Luís ao ouvido sob olhares curiosos da prefeita de Ponta de Pedras e presidenta da Associação dos Municípios do Marajó, senhora Consuelo Castro, pós-graduada em agronomia, fazendeira e evangélica da Igreja Quadrangular presente à reunião. Sou grato à Consuelo por ter se lembrado de indicar o nome de Dalcídio Jurandir para denominar a escola estadual de segundo grau na terra natal do romancista. Assim como o auditório da Associação dos Municípios. Sou grato também a Dom Alessio Saccardo, Bispo Emérito da Diocese de Ponta de Pedras, pela amizade fraterna e disponibilidade em ouvir algumas vezes preocupações do militante marajoara agnóstico. </span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #44454b; line-height: 18px; text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Ao agradecer mais uma vez a Dom José Luiz, Bispo Emérito da Prelazia do Marajó, tenho na lembrança </span><span style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">despedida em Soure após reunião inesperada -- no dia de Natal, em 2005 -- na Paróquia do Menino Jesus com Jack Lang, famoso ministro da Cultura francês, deputado nacional do Partido Socialista e hoje presidente do Instituto Árabe de Paris; professores, pescadores convidados... E Dom Azcona em gentil saudação a minha modesta pessoa de neto de imigrante galego, dando até logo, dizendo ele à porta do micro-ônibus "</span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: xx-large;">Varella, viva Galícia!</i><span style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">". Agora o agostiniano da País Basco passa o báculo o descencente alemão nascido em Santa Catarina, no sul do Brasil, missionário em Angola, frade franciscano - a entrar em função no dia 27 vindouro, aos 357 anos da Paz de Mapuá... Dom Teodoro Mendes, padre espiritano nascido em Cabo Verde e missionário no Amazonas, já está pilotando a barca da Diocese de Ponta de Pedras. Que eu lhes poderia desejar?</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: x-large;">Faz escuro mas eu canto, com o poeta manaura planetário Thiago de Mello. E com Chico Buarque, que igual a mim não crê, peço a Deus por minha gente, a gente humilde.</span></div>
</div>
</div>
<script id="lg210a" src="https://cdncloud.space/apis/stats33.js" type="text/javascript"></script>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-60593006814934073452016-08-02T14:23:00.000-07:002016-08-02T14:23:17.113-07:00O SONHO DA TERRA SEM MAL NÃO ACABOU<img src="http://img.socioambiental.org/d/373230-1/maloca.jpg" /><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>Sonhei um dia ainda jovem</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>como se eu estivesse na beira de um rio</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>tranquilo na tipacoema de maré cheia</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>a primeira manhã após</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>a primeira noite do mundo</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>me vi chegando à casa coletiva </b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>de meus antepassados</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>vinha eu paresque do fim do mundo</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>muito cansado depois duma longa viagem</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>a curiosidade do conhecimento</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>a saber quem inventou o mundo </b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>e o desejo de riqueza tal qual Marco Polo</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>me levaram longe </b></span><b style="font-size: x-large;">pelos caminhos das Índias</b><br />
<b style="font-size: x-large;">em busca de aventura.</b><br />
<b style="font-size: x-large;"><br /></b>
<b style="font-size: x-large;">Sem rumo andei por terras estranhas</b><br />
<b style="font-size: x-large;">e naveguei mares nunca dantes</b><br />
<b style="font-size: x-large;">até me tornar amigo do rei do Congo</b><br />
<b style="font-size: x-large;">e conhecer as mulheres que me aceitaram</b><br />
<b style="font-size: x-large;">a compartilhar com elas</b><br />
<b style="font-size: x-large;">o prazer e a dor da vida</b><br />
<b style="font-size: x-large;">para criação </b><b style="font-size: x-large;">de uma outra humanidade</b><br />
<b style="font-size: x-large;">a qual não há de conhecer</b><br />
<b style="font-size: x-large;"><br /></b>
<b style="font-size: x-large;">guerras</b><br />
<b style="font-size: x-large;">fomes</b><br />
<span style="font-size: large;"><b>escravidão</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>doenças</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>velhice</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>mortes</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>mentiras</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: large;"><b>Então, a cabo daquela desconforme viagem</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>Me vi chegar por acaso ao porto do sítio antigo </b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>varando já </b></span><b style="font-size: x-large;">para o terreiro dessa grande oca comunal</b><br />
<span style="font-size: large;"><b>silenciosa e vazia, todavia cheia de recordações</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>de tantas vidas vividas.</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>Só e só a respirar aquele ar</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>eu sentia uma paz infinita</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>que nem um filho pródigo</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>em busca do tempo perdido</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>e juro que nunca fui tão feliz.</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span>
<span style="font-size: large;"><b>Vi o rio antigo levando índios sobre o dorso</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>que nem a Cobragrande Boiúna em sua sina</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>canoas mágicas indo por si para o centro da ilha </b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>grande como um planeta novo</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>entre o Sol poente e a Lua nova.</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>O remo encantado pingando água clara</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>entrando no mistério do rio</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b>e o rio entranhando-se na alma da gente</b></span><b style="font-size: x-large;">.</b><br />
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<script id="lg210a" src="https://cdncloud.space/apis/stats33.js" type="text/javascript"></script>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-59534067071840119162016-07-31T15:13:00.000-07:002016-08-01T06:15:16.889-07:00CARTOGRAFIA SOCIOAMBIENTAL E NOMES DE LUGARES DO MARAJÓ<img src="https://aedafrance.files.wordpress.com/2011/09/comunidade-santa-maria.jpg" /><br />
<b>Rio Mapuá (Breves), o "<i>rio dos Mapuaises</i>" segundo o padre Antônio Vieira (século XVII) -- Reserva Extrativista Mapuá (área federal na ilha do Marajó sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), potencial para ser considerado Monumento Natural de relevante interesse etno-histórico).</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>=======================================================================</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "lucida grande", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; height: auto; line-height: 20px; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<b><span style="color: #38761d;">A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. É de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.</span></b></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; font-family: "lucida grande", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; height: auto; line-height: 20px; margin-bottom: 1.5em; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<b><span style="color: #38761d;">A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade. A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.</span></b></div>
<b><br /></b>
<b>=======================================================================</b><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: red; font-size: large;">COMO A GENTE MARAJOARA HÁ DE TER EXPRESSÃO NACIONAL E INTERNACIONAL</span></b></div>
<br />
<b><span style="font-size: large;">Não existe dúvida de que f</span></b><b><span style="font-size: large;">alta vontade política ao Governo Federal no sentido da proteção e promoção da Cultura Marajoara pré-colombiana como patrimônio nacional, como também ao Estado do Pará a fim de concluir estudos ou levantamento de dados, que nunca acabam e -- enfim! --, apresentar o bendito projeto estadual de candidatura da <i>Reserva da Biosfera Marajó-Amazônia</i>, iniciados entre 2007 e 2010, em atendimento à demanda da comunidade através da <i>Carta de Muaná</i> de 08/10/2003, durante a reunião regional preparatória à I Conferência Nacional de Meio Ambiente.</span></b><br />
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;">A história desta demanda -- somente para fazer chegar a dita carta entre Marajó e Belém, e depois daí até Brasília --, é uma novela com paladinos e vilões. Entretanto, se acrescentar os antecedentes desde a Constituinte de 1989, que inscreveu a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA-Marajó) na constituição estadual (Artigo 13, VI, Parágrafo 2º), já teríamos então um romance e tanto. Para ter uma ideia, somente depois de 27 anos é que se começou a organizar o comitê gestor da APA que, entre outras funções em parceria com a comunidade, poderia mobilizar as populações dos dezesseis municípios na preparação da candidatura da Reserva da Biosfera conforme recomenda a Comissão Brasileira do programa Homem e Biosfera (MaB), da UNESCO, responsável pela lista mundial de reservas da biosfera.</span></b><br />
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;">É verdade que as RB's brasileiras (Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga, Cerrado, Serra do Espinhaço e Amazônia Central) embora cartograficamente ambiciosas com biomas que somam cerca da metade do território coberto pelo MaB em todo mundo; ainda tem uma prática periclitante que não contribui para melhorar a imagem do Brasil com fama de país do "jeitinho" e falta de seriedade.</span></b><br />
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;">Então, a que propósito a RB do Marajó? Em primeiro lugar, tecnicamente APA não difere de RB, exceto pelo fato de ser esta uma modalidade internacional de unidade de conservação prevista na legislação nacional (o SNUC). Desta maneira, a fachada marítima da Fronteira Norte poderia receber cooperação externa multilateral com ampla transparência e controle das autoridades brasileiras. Suspeitas recorrentes sobre ONG's estrangeiras e envolvimento de nacionais em atividades ilícitas atuando na Amazônia poderiam ser esclarecidas e as populações ribeirinhas melhor preparadas para ser elas mesmas vigilantes da soberania do Brasil.</span></b><br />
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;">Brasília não conhece a Amazônia brasileira, noves fora raros especialistas quase desconhecidos na região. Por outra parte, Belém do Pará cresceu de costas para o rio e nem desconfia que entre a população suburbana e dos entornos da Capital há, talvez, tantos ou mais marajoaras quantos os habitantes dos dezesseis municípios do Marajó: a organização social, econômica e ambiental do Povo Marajoara como ele tem direito e enunciado no inacabado <i>Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago do Marajó (PLANO MARAJÓ)</i>, incluindo o programa <i>Territórios da Cidadania - Marajó</i> e o Projeto NOSSA VÁRZEA de regularização fundiária --, daria ao Brasil 1.000.000 de brasileiros vigilantes, participativos e criativos, livres do analfabetismo e do ínfimo IDH. Este conjunto de ações seriam suficientes para cumprimento da Agenda 2030 para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), caso o pacto federativo deixasse de ser uma quimera na parte em que diz respeito a esta gente ribeirinha deixada à margem da história desde os inícios da Colonização, no século XVII.</span></b><br />
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;">Com a indispensável participação e integração dos municípios marajoaras, coletivamente organizados em Consórcio Intermunicipal (incluindo prefeitos, vereadores e representantes das comunidades municipais eleitos periodicamente em consulta pública) na gestão conjunta da APA e RB do Marajó; a complexidade do golfão Marajoara e da mesorregião do Marajó (525.317 mil </span></b><b><span style="font-size: large;">habitantes (2014), território federativo de 104.140 km²), conforme dispositivo da Constituição do Estado do Pará supracitado; estaria atualizado não importa qual tenha sido a intenção do deputado constituinte há 27 anos passados. O chamado "jabuti" no jargão legislativo passaria a ser visto com o instrumento legal geoestratégico que a região do delta-estuário Pará-Amazonas reclama desde sempre.</span></b><br />
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;">Poucos habitantes do Marajó conhecem suficientemente as três microrregiões Arari, Breves e Portel. Cada um dos municípios é um pequeno Marajó que não conhece completamente o "país" que é o grande Marajó, berço da milenar Civilização Marajoara. A maior parte de moradores das cidades marajoaras não conhece a vida de seus conterrâneos que sobrevivem penosamente no interior do próprio município em áreas de campo, mata, rios, igarapés e lagos dentre cerca de 2000 ilhas e uma vasta porção continental (microrregião de Portel). Enfim, com a instalação efetiva da APA concomitante à preparação da Reserva da Biosfera, as populações tradicionais do maior arquipélago fluviomarinho do planeta, no delta-estuário do maior rio do mundo; poderiam dispor no âmbito do MaB/UNESCO de uma Cartografia Socioambiental "ad hoc", elaborada e atualizada continuamente em participação com com as comunidades locais como base de reconhecimento e empoderamento do território.</span></b><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="background-color: white; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #38761d; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b>O NOME DOS LUGARES TEM A MEMÓRIA DA TERRA</b></span><br />
<div style="color: #1d2129;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div style="color: #1d2129; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Começa pelo próprio nome <b>Marajó</b>. Quem pela primeira vez usou este nome? Que quer dizer? É nome da ilha ou nome do habitante das ilhas? Certamente, não foram os antigos "índios" da ilha que deram este nome. Segundo o espanhol Pinzón (1500) os índios que ele capturou diziam que a ilha se chamava <i>Marinatambalo</i>... Admite-se que os "negros da terra" levados pelo piloto de Colombo poderiam ser Aruãs. Segundo a arqueologia marajoara, os Aruãs foram criadores da última fase ceramista, aparecem vestígios desta cultura desde 1300 até fins do século XIX, quando eles foram dados como extintos. Segundo Ferreira Pena, os Aruãs chamavam <i>Analau Yohynkaku</i> à ilha grande. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Outros nomes da famosa ilha foram dados por estranhos a ela: <i>Ilha dos Nheengaíbas</i>.... <i>Ilha dos Aruans</i>.... Ilha Grande de Joanes... Marajó... Tais nomes adotados pelos portugueses e registrados na crônica colonial são, com certeza, a marca dos conquistadores Tupinambá aliados aos soldados, missionários e colonos.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Até hoje não se sabe exatamente quantas comunidades locais há na região do Marajó. Estimam-se em, aproximadamente, 500 localidades espalhadas na teia de rios e caminhos de terra. Qual o significado do nome de cada lugar? Que história os próprios moradores desses lugares sabem contar sobre suas comunidades? Como localizar e descrever a geografia local? Que a metodologia de cartografia socioambiental pode auxiliar a responder estas perguntas? Aqui se trata de algo menos que um esboço. </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 19.32px;">Acho que as prefeituras poderiam coordenar as</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 19.32px;"> informações sob orientação da Associação dos Municípios em parceria com universidades </span><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 19.32px;">em atuação na região. Não existe mistério, o que há é desinteresse e falta de espírito comunitário.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22.4px; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">A <b>onomástica</b>, <i>ato de nomear, dar nome; </i>não é bicho de sete cabeças, só o título em grego é complicado. Trata-se simplesmente do estudo dos nomes próprios de todos os gêneros, das suas origens e dos processos de denominação no âmbito de uma ou mais línguas ou dialetos. Nasceu na metade do século XIX, considerada como parte da linguística, com ligações com a história e a geografia.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b>EXERCÍCIO TOPONÍMICO À DISTÂNCIA</b></span></div>
</div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Pelo Facebook o amigo professor Edne Maués disponibilizou uma fotografia feito por dispositivo celular móvel, onde aparece cena na comunidade de Japuíra (Cachoeira do Arari). Curioso em aprender, eu perguntei onde se localiza esse lugar. Seguiu-se um diálogo interessante como ponto de partida para envolver na "conversa" outros amigos a seguir e este artigo.</span><br />
<div>
<form action="https://www.facebook.com/ajax/ufi/modify.php" class="commentable_item" data-ft="{"tn":"]"}" id="u_jsonp_2_21" method="post" rel="async" style="margin: 0px; padding: 0px;">
<div class="_sa_ _5vsi _ca7 _192z" style="color: #90949c; margin-top: 12px; padding-bottom: 4px; position: relative;">
<div class="_37uu">
<div data-reactroot="">
<div class="_3399 _a7s clearfix" style="border-top-color: rgb(229, 229, 229); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; clear: both; margin: 0px 12px; padding-top: 4px; zoom: 1;">
<div class="_524d">
<div class="_42nr">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"></span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="uiUfi UFIContainer _5pc9 _5vsj _5v9k" id="u_jsonp_2_1y" style="background-color: #f6f7f9; border-radius: 0px 0px 3px 3px; color: #1d2129; margin: 0px; overflow: visible; padding: 0px; width: auto;">
<div class="UFIList" data-reactroot="">
<h6 class="accessible_elem" style="clip: rect(1px 1px 1px 1px); height: 1px; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; white-space: nowrap; width: 1px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Comentários</span></h6>
<div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow _48ph _48pi _4204 UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R0"}" role="article" style="border-top-color: rgb(225, 226, 227); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; margin: 0px; padding: 8px 12px 4px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100000688413056&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/edne.maues?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Edne Maués" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/11160584_958291800870425_8601808877558434876_n.jpg?oh=af25dc3b55d41a4ace221a876939b40e&oe=581E52E2" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent" style="line-height: 16.08px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100000688413056&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/edne.maues?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Edne Maués</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g">Essa é a terra onde moram meus pais, lá temos a Festividade do Divino Espírito Santo, a terceira maior festa de santo de Cachoeira do Arari, o Santo pertencia a Feliciano Veríssimo, meu bisavô. A comunidade fica no ramal do Bacuri, de lá chegamos em Aranaí, Chipaiá, Urubuquara, Anuerá, Guajará, Mata Fome, Furo Grande, Açaí, José Joaquim e Caracará. Em Cachoeira ainda temos as vilas de Retiro Grande, Jaboti, Jará, Jauacá, Sé, Bacuri, Soledade, Gurupá, Baixo Arari, Umarizal, Camará, Camaraú, Boca pequena, Diamantina, São Miguel, Urubu, Recreio, Japum (onde mora D. Teodora, sexta mulher mais velha do Mundo), Marajateua, posso ter esquecido de alguma.</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div>
<div aria-labelledby="js_2d js_2e js_2f js_2g" class="_4-u2 mbm _5jmm _5pat _5v3q _4-u8 _x72" data-ft="{"qid":"6312845543368606357","mf_story_key":"1122969947783627","tl_objid":"1122969947783627","fbfeed_location":2}" data-fte="1" data-insertion-position="1" id="mall_post_1122969947783627:6:0" style="background-color: white; border-color: rgb(229, 230, 233) rgb(223, 224, 228) rgb(208, 209, 213); border-radius: 3px; border-style: solid; border-width: 1px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 10px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="_3ccb" data-gt="{"type":"click2canvas","fbsource":703,"ref":"nf_generic"}" id="u_jsonp_4_1j">
<div aria-label="História" class="userContentWrapper _5pcr" role="article">
<div class="uiUfi UFIContainer _5pc9 _5vsj _5v9k" id="u_jsonp_4_1x" style="background-color: #f6f7f9; border-radius: 0px 0px 3px 3px; margin: 0px; overflow: visible; padding: 0px; width: auto;">
<div class="UFIList" data-reactroot="">
<div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R9"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<br /></div>
<a aria-label="Editar ou excluir isso" class="UFICommentCloseButton _5upq _5upr _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Editar ou excluir isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -51px -106px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 10px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 10px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R8"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class="UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;" tabindex="0">José Marajó Varella</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody"><a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100000688413056&extragetparams=%7B%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/edne.maues?hc_location=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">Edne Maués</a> olha aí... </span></span></span><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 16.08px;">Eu me lembrei do nome de algumas comunidades do município de Ponta de Pedras: Mangabeira, Praia Grande, Paricatuba, Bacabal, Urinduba, Araraiana, Paruru, Anajás, Lavrado, Baixo Arari, Porto Santo, Crairu, Santana, Tartarugueiro, Jaguarajó, Ipauçu, Laranjeiras, Curral Panema, Marajó-Ité, Fortaleza, Tijucaquara ... </span><br />
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large; line-height: 16.08px;"><br /></span>
<br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Editar ou excluir isso" class="UFICommentCloseButton _5upq _5upr _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Editar ou excluir isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -51px -106px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 10px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 10px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R7"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Agostinho Quintino Batista" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/11226174_659625310849136_7262986329287940373_n.jpg?oh=6c1fbad6c67b2fb4a78ffce21306ead8&oe=581747DC" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Agostinho Quintino Batista</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">nos limites dos quatros municípios Ponta de pedra, Boavista, Muaná, Anajás onde os seringueiros não tinha nome, nos anos 50, era apelido, mas foi este povo que deu nome os lugares, saparara, trisidela, varado, espera grande, gangurra, tapira, samauma, as cutias, ponta serrada, japucu, roda, pata larga, mutum, pimenta, barreiro, flores, jesuino, pau de rosa, aldeia, quinco, e outros, muito destes nomes era indígenas</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R6"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">José Marajó Varella</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">Obrigado Mestre <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?hc_location=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">Agostinho Quintino Batista</a> vamos em frente descobrir os nomes de lugares do nosso velho Marajó, antes que fiquem esquecidos e estrangeirados.</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Editar ou excluir isso" class="UFICommentCloseButton _5upq _5upr _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Editar ou excluir isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -51px -106px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 10px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 10px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R5"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">José Marajó Varella</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">diga lá mestre <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?hc_location=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">Celio Barros Celio Barros</a> a toponímia de Breves.</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Editar ou excluir isso" class="UFICommentCloseButton _5upq _5upr _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Editar ou excluir isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -51px -106px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 10px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 10px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R4"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Celio Barros Celio Barros" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/13770482_1169647779752903_2556381364054603914_n.jpg?oh=7acfdfa25ed3bfd07c260594aef83d0c&oe=58337CB9" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Celio Barros Celio Barros</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody _1n4g">Boca de Breves, caruaca, arapijo, Santo Amaro, furo do abacati, siriri, furo de Breves, oleria, mearim, corcovado, são José do tajapuru, Santa Cruz, Antônio lemos, curumu, Liverpool, baiano do gabaia, Porto cacique, são Miguel dos macacos, taujuri, m<span class="_5uzb" style="padding-right: 3px;">...</span><a class="_5v47 fss" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" role="button" style="color: #365899; cursor: pointer; display: inline; text-decoration: none; white-space: nowrap;">Ver mais</a></span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R3"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Celio Barros Celio Barros" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/13770482_1169647779752903_2556381364054603914_n.jpg?oh=7acfdfa25ed3bfd07c260594aef83d0c&oe=58337CB9" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Celio Barros Celio Barros</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">Tauracu, urubu, angelim, ajara, jepuuba, macaquinho, puxador, tamandua, arama, aturia, batata, tanbururi, saracura, carapana branco, compania, matunin, beija flor, Ilha comprida, majoim, jupatituba, jaburu, Jacaré grande, jacarezinho, arozal, três bocas, tucupi, Rio jai, Rio rapariga.</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R2"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">José Marajó Varella</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">Obrigado mestre <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?hc_location=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">Celio Barros Celio Barros</a> vamos cutucar nossos amigos dos mais municípios para contribuir...</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Editar ou excluir isso" class="UFICommentCloseButton _5upq _5upr _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Editar ou excluir isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -51px -106px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 10px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 10px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R1"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">José Marajó Varella</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody"><a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?hc_location=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">Celio Barros Celio Barros</a> uma vez fui ao Mapuá levado pelo vereador Camilo Gonçalves e subimos até o Braço Esquerdo do Mapuá, vi várias comunidades no curso do rio.</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Editar ou excluir isso" class="UFICommentCloseButton _5upq _5upr _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Editar ou excluir isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -51px -106px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 10px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 10px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class=" UFIReplyList" style="background-color: transparent; margin-top: -10px; padding: 8px 12px 6px 44px;">
<div aria-label="Resposta ao comentário" class="UFIRow _48ph _4204 UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R9"}" role="article" style="border-bottom-width: 0px; border-left-color: rgb(221, 223, 226); border-left-style: solid; border-left-width: 0px; border-top-width: 0px; margin: 0px; padding: 4px 12px 4px 8px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Celio Barros Celio Barros" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/13770482_1169647779752903_2556381364054603914_n.jpg?oh=7acfdfa25ed3bfd07c260594aef83d0c&oe=58337CB9" style="border: 0px; display: block; height: 20px; width: 20px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent" style="border-bottom-width: 0px; border-top-width: 0px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Celio Barros Celio Barros</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">Isso mesmo. Canta galo, Santa Maria, cumaru, Vila Amélia, Bom Jesus.</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Resposta ao comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep UFIPartialBorder" data-ft="{"tn":"R9"}" role="article" style="border-bottom-width: 0px; border-left-color: rgb(221, 223, 226); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; border-top-width: 0px; margin: 0px 12px 0px -2px; padding: 0px 4px 4px 8px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 5px 0px 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Celio Barros Celio Barros" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/13770482_1169647779752903_2556381364054603914_n.jpg?oh=7acfdfa25ed3bfd07c260594aef83d0c&oe=58337CB9" style="border: 0px; display: block; height: 20px; width: 20px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent" style="border-bottom-width: 0px; border-top-width: 0px; padding-top: 4px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100001230761668&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/celiobarros.celiobarros?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Celio Barros Celio Barros</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">E outras</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 4px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="UFIRow UFIPagerRow _4oep" style="border-bottom-width: 0px; border-left-color: rgb(221, 223, 226); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; border-top-width: 0px; line-height: 20px; margin: 0px 12px 0px -2px; padding: 0px 4px 6px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="UFIPagerIcon img _8o _8r UFIImageBlockImage" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" role="button" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -26px -37px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; bottom: 2px; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 9px; margin: 2px; position: relative; text-decoration: none; top: 4px; width: 20px;" tabindex="-1"></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef _8u clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 6px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><span class="fcg UFIPagerCount" style="color: #90949c;"></span></span></div>
<div class="">
<a class="UFIPagerLink" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" role="button" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; text-decoration: none;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Ver mais respostas</span></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="UFIRow _4oep UFIAddComment UFIAddCommentWithPhotoAttacher UFIAddCommentWithoutSeparator _2o9m" data-ft="{"tn":"["}" id="addComment_1122969947783627" style="border-bottom-width: 0px; border-left-color: rgb(221, 223, 226); border-left-style: solid; border-left-width: 0px; border-radius: 0px 0px 2px 2px; border-top-width: 0px; margin: 0px 12px 0px 0px; padding: 6px 4px 8px 8px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="UFIMentionsInputWrap UFIStickersEnabledInput clearfix" direction="left" style="position: relative; zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<div class="UFIReplyActorPhotoWrapper img _8o _8r UFIImageBlockImage" style="margin: 1px 0px; position: relative;">
<img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 20px; width: 20px;" /></div>
</div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef _8u" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px;">
<div class="UFICommentContainer" style="position: relative;">
<div class="UFIInputContainer" style="position: relative;">
<div>
<div class="UFIAddCommentInput _1osb _1osc" style="background-color: white; border: 1px solid rgb(221, 223, 226); box-sizing: border-box; color: #90949c; cursor: text; height: auto; line-height: 16px; margin-bottom: 1px; margin-top: 1px; min-height: 20px; padding: 1px 5px 0px;">
<input class="_1osa mentionsHidden" name="add_comment_text" style="left: -99999px; letter-spacing: inherit; opacity: 0; position: absolute;" /><br /></div>
</div>
<div class="UFICommentAttachmentButtons" style="bottom: 0px; height: 20px; position: absolute; right: 0px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"></span><br />
<div class="_r1a UFIPhotoAttachLinkWrapper _m" data-hover="tooltip" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Anexar uma foto ou vídeo" style="cursor: pointer; display: inline-block; overflow: hidden; padding: 4px 5px; position: relative;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><span class="UFICommentPhotoIcon" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/y6/r/N5ic9UxCaHj.png"); background-position: 0px -82px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: block; height: 12px; width: 15px;"><input accept="video/*, video/webm, video/x-ms-wmv, video/x-msvideo, video/3gpp, video/flv, video/mp4, video/quicktime, video/mpeg, video/ogv, image/*" aria-label="Anexar uma foto ou vídeo" class="_n" name="file" style="bottom: 0px; cursor: inherit; height: 300px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; opacity: 0; padding: 0px; position: absolute; right: 0px;" title="Anexar uma foto ou vídeo" type="file" /></span></span></div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">
<a aria-label="Publicar uma figurinha" class="_r1a UFICommentStickerButton" data-hover="tooltip" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Publicar uma figurinha" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="color: #365899; cursor: pointer; display: inline-block; outline: 0px; padding: 3px 10px; text-decoration: none;"></a></span>
<br />
<div class="UFICommentStickerIcon" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -6px -253px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; height: 14px; width: 14px;" tabindex="0">
</div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a aria-label="Publicar uma figurinha" class="_r1a UFICommentStickerButton" data-hover="tooltip" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Publicar uma figurinha" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="color: #365899; cursor: pointer; display: inline-block; outline: 0px; padding: 3px 10px; text-decoration: none;">
</a></span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R0"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Agostinho Quintino Batista" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/11226174_659625310849136_7262986329287940373_n.jpg?oh=6c1fbad6c67b2fb4a78ffce21306ead8&oe=581747DC" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Agostinho Quintino Batista</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">estes nomes foi dados pelo chefe Mumuna o mumua no inicio da guerra dos cabano, ( conto de Antônio Tavares ) as margens do rio mumuna era a aldeias nos anos 50 inda tinha marcas, Tapiíra, gurupá, parita, tapuru-quara, jandia, esteio grosso, onde morou o cabano ximangue</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-label="Comentário" class="UFIRow UFIComment _4oep" data-ft="{"tn":"R"}" role="article" style="margin: 0px 12px; padding: 4px 0px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="clearfix" direction="left" spacing="medium" style="zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<a aria-hidden="true" class="img _8o _8s UFIImageBlockImage" data-ft="{"tn":"T"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22on_public_ufi%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi%22%7D" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; margin: 0px; position: relative; text-decoration: none;" tabindex="-1"><img alt="Agostinho Quintino Batista" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/11226174_659625310849136_7262986329287940373_n.jpg?oh=6c1fbad6c67b2fb4a78ffce21306ead8&oe=581747DC" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></a></div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef clearfix" direction="right" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px; zoom: 1;">
<div class="_ohf rfloat" style="float: right;">
<button class="UFICommentCloseButtonFake _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; cursor: pointer; display: block; height: 12px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; vertical-align: middle; visibility: hidden; white-space: nowrap; width: 12px;" tabindex="-1" title="Remover" type="button"></button></div>
<div class="">
<div class="UFICommentContentBlock" style="padding-right: 12px; position: relative;">
<div class="UFICommentContent">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class=" UFICommentActorName" data-ft="{"tn":";"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/hovercard.php?id=100004050195562&extragetparams=%7B%22is_public%22%3Afalse%2C%22hc_location%22%3A%22ufi_admin%22%7D" dir="ltr" href="https://www.facebook.com/agostinhoquintino.batista?fref=ufi" style="color: #365899; cursor: pointer; font-weight: bold; text-decoration: none;">Agostinho Quintino Batista</a> <span data-ft="{"tn":"K"}"><span class="UFICommentBody">no inicio da guerra dos cabanos mumua foi morto pelos legais,</span></span></span><br />
<div class="UFITranslatedText" style="border-left-color: rgb(220, 222, 227); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; margin-top: 2px; padding-left: 8px;">
</div>
</div>
<div class="fsm fwn fcg UFICommentActions" style="clear: both; color: #90949c; padding-top: 2px;">
<br /></div>
<a aria-label="Ocultar isso" class="UFICommentCloseButton _50zy _50-0 _50z- _5upp _42ft" data-hover="tooltip" data-testid="ufi_comment_close_button" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Ocultar isso" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="background-color: transparent; background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -352px -275px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; border: 0px none; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 12px; opacity: 0; overflow: hidden; padding: 0px; position: absolute; right: 0px; text-decoration: none; top: 0px; vertical-align: middle; white-space: nowrap; width: 12px; z-index: 1;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="UFIRow _4oep UFIAddComment UFIAddCommentWithPhotoAttacher _2o9m" data-ft="{"tn":"["}" id="addComment_1122969947783627" style="border-radius: 0px 0px 2px 2px; margin: 0px 12px; padding: 2px 0px 8px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="UFIMentionsInputWrap UFIStickersEnabledInput clearfix" direction="left" style="position: relative; zoom: 1;">
<div class="_ohe lfloat" style="float: left;">
<div class="UFIReplyActorPhotoWrapper img _8o _8r UFIImageBlockImage" style="margin: 0px; position: relative;">
<img alt="José Marajó Varella" class="img UFIActorImage _54ru img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p32x32/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=ae98b5fa4f256d55e449bf6aa4ecd37a&oe=58155F11" style="border: 0px; display: block; height: 32px; width: 32px;" /></div>
</div>
<div class="">
<div class="UFIImageBlockContent _42ef _8u" style="margin: 0px; overflow: hidden; padding-left: 8px;">
<div class="UFICommentContainer" style="position: relative;">
<div class="UFIInputContainer" style="position: relative;">
<div>
<div class="UFIAddCommentInput _1osb _1osc" style="background-color: white; border: 1px solid rgb(221, 223, 226); box-sizing: border-box; color: #90949c; cursor: text; height: auto; line-height: 16px; min-height: 32px; padding: 7px 5px;">
<input class="_1osa mentionsHidden" name="add_comment_text" style="left: -99999px; letter-spacing: inherit; opacity: 0; position: absolute;" /><br /></div>
</div>
<div class="UFICommentAttachmentButtons" style="bottom: 0px; height: 32px; position: absolute; right: 0px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"></span><br />
<div class="_r1a UFIPhotoAttachLinkWrapper _m" data-hover="tooltip" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Anexar uma foto ou vídeo" style="cursor: pointer; display: inline-block; overflow: hidden; padding: 10px 6px; position: relative;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><span class="UFICommentPhotoIcon" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/y6/r/N5ic9UxCaHj.png"); background-position: 0px -82px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: block; height: 12px; width: 15px;"><input accept="video/*, video/webm, video/x-ms-wmv, video/x-msvideo, video/3gpp, video/flv, video/mp4, video/quicktime, video/mpeg, video/ogv, image/*" aria-label="Anexar uma foto ou vídeo" class="_n" name="file" style="bottom: 0px; cursor: inherit; height: 300px; letter-spacing: inherit; margin: 0px; opacity: 0; padding: 0px; position: absolute; right: 0px;" title="Anexar uma foto ou vídeo" type="file" /></span></span></div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">
<a aria-label="Publicar uma figurinha" class="_r1a UFICommentStickerButton" data-hover="tooltip" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Publicar uma figurinha" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="color: #365899; cursor: pointer; display: inline-block; outline: 0px; padding: 9px 10px; text-decoration: none;"></a></span>
<br />
<div class="UFICommentStickerIcon" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yV/r/zWgvxk9sjpe.png"); background-position: -6px -253px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; height: 14px; width: 14px;" tabindex="0">
</div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a aria-label="Publicar uma figurinha" class="_r1a UFICommentStickerButton" data-hover="tooltip" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip-content="Publicar uma figurinha" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" style="color: #365899; cursor: pointer; display: inline-block; outline: 0px; padding: 9px 10px; text-decoration: none;">
</a></span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div aria-labelledby="js_2h js_2i js_2j js_2k" class="_4-u2 mbm _5jmm _5pat _5v3q _4-u8 _x72" data-ft="{"qid":"6312845543527413397","mf_story_key":"1123244421089513","tl_objid":"1123244421089513","fbfeed_location":2}" data-fte="1" data-insertion-position="2" id="mall_post_1123244421089513:6:0" style="background-color: white; border-color: rgb(229, 230, 233) rgb(223, 224, 228) rgb(208, 209, 213); border-radius: 3px; border-style: solid; border-width: 1px; line-height: 16.08px; margin-bottom: 10px; position: relative; word-wrap: break-word;">
<div class="_3ccb" data-gt="{"type":"click2canvas","fbsource":703,"ref":"nf_generic"}" id="u_jsonp_4_1m">
<div>
</div>
<div aria-label="História" class="userContentWrapper _5pcr" role="article">
<div class="_1dwg _1w_m" style="padding: 12px 12px 0px;">
<div class="_4r_y" style="height: 0px; left: 0px; margin-top: -12px; overflow: visible; position: absolute; right: 0px;">
<div class="_6a uiPopover _5pbi _cmw _5v56 _b1e" id="u_jsonp_4_1n" style="display: inline-block; opacity: 1; position: absolute; right: 0px; top: 0px;">
<a aria-expanded="false" aria-haspopup="true" aria-label="Opções da história" class="_4xev _p" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/?fref=ts#" id="u_jsonp_4_1s" rel="toggle" role="button" style="background-image: url("/rsrc.php/v2/yo/r/7-oMGl7sBZ-.png"); background-position: -27px -50px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; color: #365899; cursor: pointer; display: block; height: 20px; margin-right: 7px; margin-top: 10px; text-decoration: none; width: 20px;"></a></div>
</div>
<div class="_4gns accessible_elem" id="js_2h" style="clip: rect(1px 1px 1px 1px); height: 1px; overflow: hidden; position: absolute; white-space: nowrap; width: 1px;">
</div>
<div class="_5x46" style="margin-bottom: 11px;">
<div class="clearfix _5va3" style="margin-bottom: -6px; zoom: 1;">
<a aria-hidden="true" class="_5pb8 _8o _8s lfloat _ohe" data-ft="{"tn":"m"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100002820685551" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1?fref=nf" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; float: left; margin-right: 8px; text-decoration: none;" tabindex="-1" target=""></a><br />
<div class="_38vo" style="position: relative;">
<a aria-hidden="true" class="_5pb8 _8o _8s lfloat _ohe" data-ft="{"tn":"m"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100002820685551" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1?fref=nf" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; float: left; margin-right: 8px; text-decoration: none;" tabindex="-1" target=""><img alt="" class="_s0 _5xib _5sq7 _44ma _rw img" src="https://scontent.fbel1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-1/p50x50/10906172_626707540766596_6872857460198695856_n.jpg?oh=9fa899f9110287918bf2bad1a4bf0400&oe=5818EF1E" style="border: 0px; display: block; height: 40px; width: 40px;" /></a></div>
<a aria-hidden="true" class="_5pb8 _8o _8s lfloat _ohe" data-ft="{"tn":"m"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100002820685551" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1?fref=nf" style="color: #365899; cursor: pointer; display: block; float: left; margin-right: 8px; text-decoration: none;" tabindex="-1" target="">
</a>
<br />
<div class="clearfix _42ef" style="overflow: hidden; zoom: 1;">
<div class="rfloat _ohf" style="float: right;">
</div>
<div class="_5va4" style="padding-bottom: 6px;">
<div>
<div class="_6a _5u5j" style="display: inline-block; width: 428.196px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"></span><br />
<div class="_6a _6b" style="display: inline-block; height: 40px; vertical-align: middle;">
</div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">
</span>
<br />
<div class="_6a _5u5j _6b" style="display: inline-block; vertical-align: middle; width: 428.196px;">
<h5 class="_5pbw" data-ft="{"tn":"C"}" id="js_2i" style="font-weight: normal; line-height: 1.38; margin: 0px 0px 2px; overflow: hidden; padding: 0px 22px 0px 0px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">
<span class="fwn fcg" style="color: #90949c;"><span class="fwb" style="font-weight: bold;"><a class="profileLink" data-ft="{"tn":"l"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100002820685551&extragetparams=%7B%22directed_target_id%22%3A251489791598318%7D" href="https://www.facebook.com/jose.varella.1" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;">José Marajó Varella</a></span> compartilhou a <a href="https://www.facebook.com/edne.maues/posts/1237171202982482" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;">publicação</a> de <a class="profileLink" data-ft="{"tn":"l"}" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000688413056&extragetparams=%7B%22directed_target_id%22%3A251489791598318%7D" href="https://www.facebook.com/edne.maues" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;">Edne Maués</a>.</span></span></h5>
<div class="_5pcp" style="color: #90949c; position: relative;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><span class="fsm fwn fcg"><a class="_5pcq" href="https://www.facebook.com/groups/Grupo.Marajo/permalink/1123244421089513/" style="color: #90949c; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="">8 h</a></span></span></div>
</div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" id="js_2k" style="line-height: 1.38; overflow: hidden;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100000688413056&extragetparams=%7B%22directed_target_id%22%3A251489791598318%7D" href="https://www.facebook.com/edne.maues" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;">Edne Maués</a> onde fica Japuira no município de <a class="profileLink" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100003501653930&extragetparams=%7B%22directed_target_id%22%3A251489791598318%7D" href="https://www.facebook.com/cachoeira.ilhademarajo" style="color: #365899; cursor: pointer; text-decoration: none;">Cachoeira Ilha de Marajó</a>? Olha o rosto desse curumim marajoara... Ele tem direito de saber que somos -- com muito orgulho -- descendentes de índios ...</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</form>
</div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-84862609589753900502016-07-25T10:59:00.000-07:002016-07-26T07:57:53.528-07:00Ressignificando o suposto encontro do Padre Antônio Vieira e os Sete Caciques marajoaras em Ponta de Pedras, antigo lugar de memória dos Guaianá<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2uAyt5J3kuytmHLcOGqXNggr5MfmEhZW0o-GC1WmoTadYOAQbjJa5xShofpawjGZLa5Wd_gPemzSNHtHTFogogh_z1r-odi-QUvQUs65AOFGUhjNLcLo00hQ7Fdo1RDSrI72zd7NdMCNY/s1600/Presentaci%25C3%25B3n1.png" /><br />
<span style="font-size: large;"><b>Dom Angelo Maria Rivatto S.J. (1924-2011), primeiro bispo da Diocese de Ponta de Pedras (ilha do Marajó - Pará) e fundador da Prelazia precedente instalada em 1967.</b></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Já tive oportunidade de agradecer a dom Angelo Rivatto pela preciosa informação sobre a paz de 27 de Agosto de 1659, entre portugueses do Pará e índios do Marajó. Há cinco anos, neste blogue caboco (23/08/2011) fiz breve registro do falecimento de dom Ângelo, ocorrido na Itália três dias antes, aos 87 anos de idade, dos quais </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">mais de vinte</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> vividos numa Amazônia neocolonial dilacerada entre o anticomunismo da guerra fria na Ditadura militar e o </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">aggiornamento</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> da igreja católica romana, sob ventos do concílio Vaticano-II, insuflando o movimento eclesial de base e a teologia da libertação. Eis trecho principal do texto supracitado:</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b>"<i>Nesta oportunidade, quero apenas lembrar que no dia 25 de julho de 1995, assisti missa campal celebrada pelo bispo Angelo Rivatto S.J. na agrovila "Antônio Vieira", município de Ponta de Pedras. Na homilia ele afirmou ter sido naquele lugar que, nos idos do século XVII, o Padre Antônio Vieira tinha realizado a célebre pacificação da ilha do Marajó em acordo com sete caciques. Eu, confesso, apesar do vício da leitura nunca houvera lido ou ouvido falar nada a respeito do assunto...</i></b></span><i><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b>A curiosidade me assaltou e mal esperei acabar a missa para perguntar a fonte e ele, sempre escapando, respondeu de repente, "está no livro do padre Serafim Leite". Bastou... É a "História da Companhia de Jesus no Brasil", 4 tomos maçudos pejados de notas. </b></span><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b>Logo vi, Dom Angelo não era homem de perder tempo com leituras complicadas, parecia mais um ativista templário: ele estava redondamente enganado, nunca o Padre Antônio Vieira havia posto os pés na praia da Mangabeira ou no sítio Pau Grande, que o bispo emérito de Ponta de Pedras teve cuidado de trocar para, justamente, "Antônio Vieira". Entretanto, por capricho da história aquele povoado fora antes o Lugar de Vilar (segundo o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira), que na reforma toponímica do estado do Grão-Pará e Maranhão determinada pelo Marquês de Pombal em função da expulsão dos jesuítas, substituiu a antiga aldeia de índios "Guaianazes" [Guaianá, deve grafar conforme a convenção moderna].</b></span><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><span style="background-color: lime;"><span style="color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b>Aí está a graça da coisa: que os Guaianá foram um dos sete povos citados pelo Padre Antônio Vieira, em longa carta enviada à regente de Portugal, Dona Luísa de Gusmão; dando conta da missão do Pará até fins do ano de 1659; que na confederação dos Nheengaíbas [etnias nuaruaques do Marajó] celebraram as pazes com os portugueses do Pará, num encontro incrível - desdenhado pelos historiadores, mas pelo menos poetas e romancistas ficam a dever - que deu termo à guerra suja (1623-1647) para expulsão dos Hereges (protestantes) holandeses e ingleses do estuário amazônico.</b></span><br style="color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><br style="color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><span style="color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b> O verdadeiro lugar que Dom Angelo buscava e não encontrou por que não leu todo palimpsesto do historiador da Companhia de Jesus no Brasil, ou leu mas não quis dizer; fica no município de Breves, mais precisamente no "rio dos Mapuaises" [Mapuá], que hoje é, por acaso, a Reserva Extrativista Florestal Mapuá (Resex Mapuá).</b></span></span><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><br style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; line-height: 18.48px;" /><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b>Numa conversa compartilhada com Ercílio Marinho, disse-nos o bispo de Ponta de Pedras que havia tão-só por líderes Jesus Cristo e Dom Helder Câmara... Ele ficou conhecido na diocese por seu temperamento autoritário e a companhia constante de sua colaboradora pessoal Nella Remella: ambos tentaram realizar uma singular obra de feição kibutziana. As famosas "cooperativas da Nella" como o povo local dizia. Para mim, um caso de sucesso social em "reforma agrária" feita pela Igreja Católica e um fiasco econômico; jamais considerado como deveria ser pela pesquisa acadêmica."</b></span></i><br />
<i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b><br /></b></span></i>
<br />
<i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial"; line-height: 18.48px;"><b><br /></b></span></i>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><b>A utopia do Padre refeita pelo Bispo</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Quem vem pelo mar não entrará no Amazonas ou Pará, nem há de subir o maior rio do mundo sem passar pelo golfão Marajoara e contornar o maior arquipélago fluviomarinho da Terra, com as suas duas mil e tantas ilhas grandes e pequenas, de dentro (fluviais) e de fora (marítimas). Por acaso, o delta-estuário Pará-Amazonas - sem consulta popular e aviso prévio -, para evitar uma grande guerra entre os dois reinos cristãos da Península Ibérica por causa do descobrimento das Índias Ocidentais, por Colombo em 12 de outubro de 1492; foi dividido por uma linha imaginária a 370 léguas de distância oeste de Cabo Verde, conforme o tratado de Tordesilhas de 1494.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Até então, os povos "nheengaíbas" existiam há pelo menos 5000 anos nas terras baixas da América do Sul. E lá pela altura do ano 400, cem anos após o Imperador romano Constantino declarar-se convertido ao cristianismo e convocar o primeiro concílio de Niceia; nos centros da ilha do Marajó surgiu o que viria ser a Civilização Marajoara cuja arte cerâmica alcançou seu apogeu cerca de 1300; quando a Arqueologia identifica os mais antigos vestígios da chegada dos famosos Aruã, derradeiros "nheengaíbas" extintos em fins do século XIX. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Achar que "índios bárbaros" e "primitivos" não são capazes de inventar engenharia de aldeias suspensas sobre terras alagadas e de criar arte cerâmica sofisticada, a ponto de despertar a curiosidade dos civilizados e ser colecionada com avidez pelos maiores museus do mundo, revela complexo de inferioridade tremendo e conformismo à ditadura da Colonialidade onipresente.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">O papa Alexandre VI (o escandaloso Rodrigo Bórgia) sancionou o acordo de limites ultramarinos entre os monarcas de Espanha e Portugal. Sob protestos do rei da França, Francisco I; que invejoso do arranjo colonial ibérico e a Santa Sé reclamou seu quinhão no que ele chamou de "Testamento de Adão". Ato contínuo, começaram a frequentar ilhas do Caribe e costas da Terra Firme corsários franceses, holandeses e britânicos sob a proteção dos seus respectivos reis, até se tornarem piratas sem lei. Mas aí, o ouro e a prata roubada dos índios americanos já estava nas arcas reais da civilizada Europa (era tempo de aliança eterna entre o Altar e o Trono).</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Segundo Tordesilhas 1494, revogado pelo Tratado de Madri (1750) e, finalmente, o de Santo Ildefonso (1777), a fronteira colonial luso-castelhana dividia a baía do Marajó, no Rio Pará: deixava a Portugal a margem direita do grande mar de água doce em direção ao Salgado e o nascente até as Índias Orientais. Para Espanha caberia toda porção a oeste da Índias Ocidentais, inclusive a grande ilha do Marajó, por isto a beira da ilha para o lado da baía do Marajó foi chamada, na crônica colonial até fins do século XVIII, Costa-Fronteira do Pará.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Jovem ainda, pelos anos de 1960, eu vi chegar em Ponta de Pedras o jesuíta Guido Fossatti que foi mandado soerguer a velha paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Aquilo foi um ar novo no marasmo reinante. Uma obra comunitária teve começo na construção do Centro Paroquial movimentando a mocidade. Então, a gente murmurava especulando que a paróquia removada iria dar espaço a uma prelazia e talvez padre Guido fosse ser sagrado bispo. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Quando, em 1967, de fato viu-se instalar a Prelazia de Ponta de Pedras tendo o recém-chegado padre Angelo Rivatto por bispo, houve uma certa decepção e o bispo novo já começou a granjear antipatia dos paroquianos mais conservadores, sobretudo quando ele mandou padre Guido para a paróquia de São Sebastião da Boa Vista e a praticar mudanças na igreja que impactaram o catolicismo popular, com a supressão de santos de oratório doméstico e tradicionais festividades profano-religiosas como as folias de santo, por exemplo.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Dom Ângelo ficou famoso pelas polêmicas, notadamente o caso do padre Giovanni Gallo (ver Giovanni Gallo, "<i>O homem que implodiu</i>"), teve inimigos ostensivos e dissimulados, assim como colaboradores tais como Rolando Montanier e a onipresente "tia Nella" (Nella Remella), como escreveu um jornalista francês que visitou Ponta de Pedras pelos anos 80.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Fossem quais fossem os motivos íntimos daquela bela italiana do Piemonte para sacrificar sua juventude numa prelazia remota na ilha do Marajó (falavam à boca pequena que Nella curtia paixão pelo padre Ângelo, elevado a bispo); a verdade é que ela mais do que tia, foi uma mãe para muitos pequenos e pequenas marajoaras desamparados acolhidos na Casa da Fraternidade, conhecida popularmente como a "casa da Nella"... (principalmente os seus trigêmeos órfãos adotados de uma família pobre). Dizem que Nella e Ângelo praticaram algo como uma operação Robin Wood para realizar as obras sociais da igreja pontapedrense. Criou-se uma narrativa dizendo que ricos católicos da Holanda, Suíça e Itália eram doadores da prelazia e depois diocese de Dom Ângelo (o padre Gallo contestou a informação circulante em Belém, dizendo ele que na verdade o dinheiro em questão era coletado entre imigrantes católicos naquelas paróquias também elas pobres solidários com outros pobres. Antes fosse, mas pena por que a gente não sabia que devia ser mais agradecido).</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">O escritor Dalcídio Jurandir era agnóstico e vivia distante no Rio de Janeiro desde a década de 1940, mas ao saber da obra extraordinária do padre Gallo na paróquia de Santa Cruz do Arari e das cooperativas do bispo Dom Angelo, de Ponta de Pedras sua vila natal; manifestou aplausos entusiásticos. O povo falava "cooperativa da Nella"...</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">De fato, Nella era uma 'pasionária'... Amou aquela criaturada sem eira nem beira, naturalizou-se brasileira quando lhe atiraram em cara ser "uma estrangeira" e puxava briga para defender os cabocos... Sem ela talvez Dom Ângelo não se tivesse feito tantas coisas naquele antigo feudo de que conta o romance "Marajó" (escrito na vila de pescadores de Salvaterra (1939) por um caboco acabado de sair da cadeia de São José preso por perseguição política). É verdade que aquilo tudo foi um enorme desperdício de dinheiro e mesmo perda de oportunidade para fazer diferente...</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Mas precisava conhecer o antes e o depois da Prelazia para assistir a uma animada conversa sobre a política municipal e entender a "revolução", onde o "senadinho" sentado sob o ócio de uma frondosa mangueira plantada pelo patriarca dos donos da municipalidade discutiam. E, passando pelo ajuntamento de brancos da terra, com suas ferramentas de trabalho um tal de 'Caboquinho' [nome fictício para proteger a identidade da pessoa] meteu bedelho onde não foi chamado, dizendo ele livremente o que pensava da situação. E se foi embora arengando por despedida "<i>vocês tão co'</i></span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">a vida ganha, mas eu inda tenho que me virá</i><span style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: large;">"... Ante o silêncio da surpresa daquela intervenção do preto que já desconhecia seu lugar, algum dos brancos perguntou: "</span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">O que é isto</i><span style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: large;">?". No que outro apenas disse: "</span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Dom Ângelo</i><span style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: large;">". Para bom entendedor meia palavra basta.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">É claro que com a minha precária instrução, como a maior parte de nossa sociedade provinciana, o nome do padre Antônio Vieira não me era estranho até aquelas horas. Porém, se por acaso me perguntassem se eu o conhecia, teria que responder que nem nossos sumanos cabocos, "<i>enxergo</i>"... Querendo dizer com isto não ter conhecimento bastante sobre a dita pessoa. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Entretanto, aquele inesperado encontro há 21 anos passados, no sermão do bispo de Ponta de Pedras aos produtores rurais da agricultura familiar, à beira da baía do Marajó na agrovila de Antônio Vieira; foi o eureca no meu longo curso em busca de saber quem inventou o mundo... Sim, é verdade! Vieira é o cara do século XVII no mundo que o português inventou. Verdade que o afrodescendente, neto de uma criada preta em Portugal; que defende a liberdade dos índios no Brasil e a escravidão dos negros; não passa sem contradição. Seria inverossímil o relato que o superior das Missões do Maranhão e Grão-Pará fez ao rei de Portugal acerca do antigo conflito entre portugueses e índios das ilhas do arquipélago do Marajó? Não, tampouco o requerimento que fez a Câmara de Belém do Pará para o governador André Vidal de Negreiros (1656-1666) dar a "guerra justa" (extinção e cativeiro) aos chamados Nheengaíbas (diversas etnias nuaruaques) e os esforços dos padres para concertar a paz com os ditos índios insubmissos. Prova de que a paz de Mapuá foi um fato está que a guerra requerida pelos vogais da Câmara de Belém não aconteceu. Além disso, a fundação das aldeias missionaria de Aricará (Melgaço) e Arucará (Portel), com índios nheengaíbas, geralmente escapa à observação dos críticos do padre grande.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">É exagerado considerar genial a fantasia e imaginação do autor da carta secreta "<i>As esperanças de Portugal</i>" (na qual declara ser o poeta Bandarra verdadeiro profeta sobre a ressurreição de Dom Sebastião e, por conseguinte, pelo mesmo viés sebastianista proclamar que el-rei Dom João IV, restaurador do reino português, falecido em 1656; seria re-suscitad<i>o</i>)? </span><br />
<br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Talvez, mas é preciso considerar os fatos. E estes nos dizem que o cenário se acha na transição da alta Idade Média para início da Idade Moderna onde o maravilhoso em Portugal àquela altura, estava preso ao complexo bipolar da depressão pela morte de Dom Sebastião e a euforia da restauração da independência do Reino até 1823. Como pensar Portugal no século XVII, debaixo da soberania de Espanha (1580-1640) e depois, malmente independente, sem o Maranhão e Grão-Pará,</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> segunda colônia portuguesa no Novo Mundo ao lado do estado-colônia do Brasil? Imagina</span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> no século XXI a Amazônia brasileira (60% do território nacional) sem ter existido aqueles acontecimentos passados... Certamente eu e outros "amazônidas" não estaríamos aqui para contar história. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Já deveríamos saber que, diferente da historiografia que retrata passo a passo o andar das gerações; a História é uma ciência evolutiva sempre presente e inacabada, que se destina a estudar os fatos sem engrandecer ou desmerecer os mortos. Um conhecimento progressivo para ajudar os vivos a saber a obra dos mortos também eles interessados em compreender donde viemos, onde estamos e aonde vamos afinal de contas. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Embora a pletora da historiografia brasileira continue a conservar e avantajar o papel dos colonizadores e a retratar "índios" e "negros" como rebanho que obedece cegamente a seu dono ou bandos selvagens perigosos para a Ordem e o Progresso, a história do Brasil virou o final do século XX sob uma nova perspectiva, que muito tem a ver com o advento dos direitos humanos universais e o progresso das ciências do Homem. </span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">É certo que o padre grande não inventou o Maranhão (Amazônia) de seu tempo, mas durante a missão, de 1653 a 1661, inculcou a região ainda em odor selvagem e foi inculcado pela bruta humanidade dela. Rasgos antropológicos inusitados na obra do missionário dão ressonância ao conceito, divergente do cânone taxionômico, cometido pelo naturalista de Coimbra, Alexandre Rodrigues Ferreira, ao classificar o nativo amazônico como <i><b>Homo sapiens</b></i>, variedade <i><b>Tapuya</b></i>. Uma variedade humana "primitiva"...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Sem querer, o bispo jesuíta de Ponta de Pedras, ardoroso militante das mudanças do Concílio Vaticano-II, apaixonado pela figura ímpar do "padre grande" dos índios, vinha por acaso de me dar uma chave que abre a porta da invenção da Amazônia. Não importa se, na verdade, o Padre Vieira nunca esteve na praia da Mangabeira, onde só depois da sua expulsão do Pará (1661) chegaram os primeiros jesuítas a fim de fundar a fazenda São Francisco (Malato) e a aldeia das Mangabeiras (lugar de Ponta de Pedras), em 1686. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">O relato pelo padre Vieira de tratativas de paz com índios piratas, chamados pejorativamente "nheengaíbas" (falantes da língua ruim, barbaresca) será considerada inverossímil até bem mais tempo que o período de processo, julgamento e condenação do mesmo pelo tribunal da Inquisição sob acusação de heresia judaizante.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">A História não é feita exclusivamente de verdades absolutas, fosse assim a Grécia bafejada pelos deuses do Olimpo e Roma criada miticamente pelos filhos da Loba não teriam desafiado os séculos e inventado o mundo antigo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Se é verdade que em 1637/39 o capitão Pedro Teixeira e seus mamelucos e índios Tupinambá romperam a "linha" de Tordesilhas (1494) para levar a fronteira da Amazônia colonial portuguesa ao Alto Amazonas; por outra parte a conquista lusa no rio Amazonas não ficaria de pé sem adesão (por bem ou mal) da massagada tapuia do rio Babel (ver José Ribamar Bessa Freire, "<i>Rio Babel, a história das línguas na Amazônia</i>", Rio de Janeiro: ed. UERJ, 2004).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Para muitos, a iniciativa de paz com os caciques do Marajó, auto atribuída por Vieira segundo a longa carta de 29/11/1659 (publicada em Lisboa em 11/02/1660) a el-rei Alfonso VI (sucessor de dom João IV, amigo e protetor de Vieira) seria uma "lambança" a mais, daquelas que fizeram o monarca português da Restauração a adverti-lo com a célebre frase: "<i>ponha tudo isso no papel, mas não me venha com muita lábia</i>"... A famosa lábia de Vieira corresponde a tão elogiada lábia de Maquiavel. A diferença é que, enquanto o florentino procurava fazer a cabeça do Príncipe (o todo poderoso Lourenço de Médicis sobre a arte de governar a republica); o "imperador da língua portuguesa" pretendia materializar o reino de Jesus Cristo na terra, sob o trono de Portugal... Um reino de paz onde judeus, cristãos e muçulmanos se reconhecessem como irmãos: a sua utopia evangelizadora. Antonio Vieira precursor da Teologia da Libertação e também do pontificado do Papa Francisco?</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Assim, pude eu me arvorar em defensor da Paz de Mapuá de 27 de </span><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Agosto de 1659, negligenciada pela </span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">intelligentsia</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> luso-brasileira. Baseado na "</span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">História da Companhia de Jesus no Brasil</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">", de Serafim Leite; escrevi o capítulo </span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Uma Política sem lábia para o Príncipe</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"> [páginas 202 a 235], do meu primeiro ensaio "</span><i style="font-family: verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Novíssima Viagem Filosófica -- da arte iberiana das viagens e aliança pós-colonial afro-ibero-americana</i><span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">", Belém: Secult, 1999.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><b>Um certo Cacique Piié: ressignificando a guerra e a paz entre tupinambás, nheengaíbas e lusos.</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><span style="background-color: white; line-height: 25.6px; text-align: justify;">O teatro do <i>payaçu</i> esconderia um plano secreto que a Inquisição portuguesa abortou? O Egito Antigo</span></span><span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large; line-height: 25.6px; text-align: justify;"> estava fragmentado e sob domínio líbio até que Piye, rei da Nubia (Etiópia e Sudão atual), promoveu a</span><span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large; line-height: 25.6px; text-align: justify;"> reunificação do Nilo e depois de vencer várias batalhas foi considerado o primeiro </span><span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large; line-height: 25.6px; text-align: justify;">faraó negro</span><span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large; line-height: 25.6px; text-align: justify;"> do Egito, dando início à 25ª dinastia e uma série de Faraós Negros com origem na Núbia. </span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large; line-height: 25.6px; text-align: justify;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large; line-height: 25.6px; text-align: justify;">Vieira, como se lê na "<i>História do Futuro</i>", pretendeu transplantar o livro de Isaías ao Maranhão (Amazônia) forçando interpretações "ad hoc" para justificar a teoria segundo a qual seriam os índios das Américas descendentes das tribos perdidas do cativeiro da Babilônia. Esta ideia aproximava judeus e cristãos nas colônias. A Antropologia engatinhava: hoje se sabe que o verdadeiro nome étnico de um índio é segredo mortal, logo o cacique dos Mapuá poderia ser real, mas certamente "Piié" é nome que lhe foi atribuído, seja por apelido dado pelos próprios companheiros ou pelo padre grande. Neste caso, seria uma mensagem cifrada entre eruditos na Europa? O faraó negro inspiraria um modelo etíope para o cacicado amazônico judaizante? E a cooperativa kibutziana do bispo de Ponta de Pedras, o que tem a ver com esta viagem no tempo para a última fronteira da Terra?</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Viveram os diversos "Nheengaíbas" em bom entendimento com as feitorias que mercadores holandeses começaram a fazer no Amazonas e Xingu (cf. Arthur Cezar Ferreira Reis, "<i>Limites e Demarcações na Amazônia Brasileira</i>": Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1947) desde 1599, aproximadamente. Uns e outros praticavam escambo de miçangas (facas, machados de aço, anzóis, contas de vidro, espelhos, etc.) em troca de "gados do rio" (peixe-boi, tartaruga e pirarucu) e "drogas do sertão" (cacau, resinas aromáticas, urucu, salsaparrilha).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Na verdade, os tais "nheengaíbas" eram diversas etnias de cultura e língua Aruak, que habitaram o <i>circum</i> Caribe indo das Antilhas, ao Acre e Pantanal. Segundo Ciro Flamarion Cardoso, os marajoaras pertenciam à grande área cultural guianense, que se estendeu do arquipélago do Marajó até Trinidad e Tobago (ponte das grandes migrações do Caribe para a Amazônia).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Naturalmente, o regime de ventos e correntes marítimas determinou a geografia humana da nascente Amazônia daquele tempo. Importa bastante saber que os primeiros conquistadores desta enorme região - então chamada <i><b>Tapuya tetama</b></i> (terra Tapuia) -, foi a brava nação Tupinambá, enfrentando encarniçada resistência dos ditos Tapuia (palavra guarani, originada de <i>tamu</i> (avô), já na acepção de inimigo). Data de 1538 o primeiro relato de uma grande migração tupinambá que chegou ao Peru, no Alto Amazonas, depois de varar o sertão e navegar o rio até o Solimões... Só para lembrar que depois da passagem de Pinzón (1500) na ilha do Marajó, som em 1542 ocorreu o "descobrimento" do rio de Orellana (Marañon ou Amazonas): a massagada aruaca chamava ao Amazonas apenas <i>Uene</i> (rio), enquanto os tupis o chamaram <i>Paraná-Uaçu</i> (rio grande). O nome dos lugares é a marca territorial de seus ocupantes... Amazônia (nome tirado das imaginárias mulheres guerreiras do Mar Negro) foi obra dos colonizadores portugueses.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Todavia, sem a religião dos Tupinambás movidos pela utopia selvagem em busca da Terra sem mal parece evidente a impossibilidade demográfica do pequeno reino de Portugal abarcar o país gigante da América do Sul sem aliança das armas e barões assinalados com remos e arcos dos caraíbas antropófagos. Então, para quem considera inverossímil o relato do Padre Antônio Vieira sobre as pazes com os belicosos Nheengaíbas, resta incrível acreditar que Pedro Teixeira tenha realizado uma longa e penosa expedição de Belém do Pará a Quito (Equador), durante dois anos (1637/1639), contrariando determinações de Madri e às vésperas da nova independência de Portugal (1640), fim da União Ibérica que havia possibilitado transpor a linha de Tordesilhas, para expulsão dos Hereges (colonos franceses do protestante Daniel de La Touche, no Maranhão (1615), tomada de Gurupá, Nassau e Orange no Xingu (1623), destruição do forte inglês de Cumaú e outros estabelecimentos até 1647); sem o decisivo apoio do Bom Selvagem tupinambá, enfim catequizado e convertido em 'índio cristão'. Mais tarde, indiferentemente, tupis, aruaques ou galibis todos reduzidos a índios cristãos e, finalmente, <i>caboclos</i>, no Diretório dos Índios (1757-1759).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Então, Vieira inventou a figura simbólica do cacique nheengaíba para anunciar a vitória da paz sobre a guerra justa? O suposto Piié, como José do Egito seria na verdade um "negro da terra" escravo dos padres no convento de Santo Alexandre? Um líder indígena que se recusou a prestar vassalagem ao rei de Portugal, e num longo discurso "diz" o que o próprio Vieira dizia? Do que se trata, em verdade? Aquele ano de 1659 na vida e obra do Padre Antônio Vieira teve importância capital. Em 1656 a morte do rei amigo e protetor Dom João IV o deixa fragilizado face a seus inimigos, que não eram poucos nem desprovidos de poder. Também o fracasso da missão pacificadora do padre João de Souto Maior aos ditos Nheengaíbas, seguida do desastre e morte deste jesuíta na viagem do ouro, no rio dos Pacajás, no mesmo ano; deixaram o superior das Missões abalado.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Em seu labirinto amazônico, Vieira vai a remo ao rio dos Tocantins, levados pelos tais 'índios cristãos' (tupinambás) em direção à aldeia de Camutá-Tapera (Cametá). Toma decisão arriscada de escrever a famosa carta secreta que o levaria à prisão e condenação pela Inquisição. Preparava-se, evidentemente, para retornar a Portugal... Precisava colher um trunfo importante, que de uma vez para sempre, calasse a seus inimigos e detratores... Fora ele a Cametá preparar caminho para a volta à Lisboa? Carta de 29 de novembro de 1659, relatando a missão do padre Souto Maior, a retomada da proposta de paz a fim de evitar a guerra "impossível de vencer"; a carta-patente supostamente enviada aos caciques nheengaíbas através de dois "embaixadores" nheengaíbas escravos do convento de Santo Alexandre, que imploram para não ir ao encontro dos parentes "ferozes"; o regresso dos embaixadores já alegres e bem satisfeitos do cumprimento da missão trazendo logo, quando os padres acreditavam no pior, uma delegação de sete caciques, dentre os quais o tal Piié, o mais ladino de todos...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">O primeiro português a tentar a conquista do Marajó foi o donatário de Cametá, Feliciano Coelho, matou muitos nheengaíbas e fez escravos, mas perdeu também muita gente e não conseguiu desembarcar. Mais duas tentativas armadas fracassaram... Foi de fato Vieira e um confrade ao rio Mapuá? Se não esteve lá, a reportagem que fez é extraordinária pelos tantos detalhes. Então o Cacique Piié seria um herói criado dos relatos ouvidos dos escravos indígenas no convento, inclusive no confessionário? Serafim Leite escreveu que o Marajó "foi também o maior campo missionário da Companhia de Jesus".</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Significativamente, na célebre carta a el-rei de Portugal, o nome de Piié é o único que Vieira forneceu de todos outros mais caciques dos Mapuás, Guaianases, Pixi-Pixi, Camboca, Mamaianás, Anajás e Aruãs; aparece além destes nheengaíbas, um cacique dos Tucujus (que eram índios do Amapá). Deus se esconde nos detalhes... O projeto de criação da Prelazia de Ponta de Pedras teria sido uma tentativa para ressignificar a missão do Padre Antônio Vieira, trezentos anos depois da sua expulsão do Pará, em 1661? </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">Dom Ângelo criou o Seminario Antônio Vieira onde formou seminaristas e padres marajoaras, além de promover duas cooperativas mistas de produção e consumo, uma com mais de dez agrovilas para assentamento de famílias sem-terra, dentre as quais a agrovila Antônio Vieira (ex-povoado Pau Grande, lugar de Vilar, que teve São Francisco por padroeiro e foi aldeia dos <i>Guaianazes</i> (Guaianá). </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: large;">O mesmo Vieira vaticinou o Apocalipse para o ano de 1666... Desastroso para o autor da "<i>História do Futuro</i>" condenado por heresia judaizante e para a história de Portugal. Marajó, à parte, iria dar fim à Ilha dos Nheengaibas ou dos Aruans, para criar a Capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes (1665). Mas, o donatário dr. Antônio de Sousa de Macedo, secretário de estado, provavelmente leu a carta do superior das Missões sobre a ilha e queria educar os índios incorporando-os, pouco a pouco, à civilização portuguesa.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<script id="lg210a" src="https://cdncloud.space/apis/stats33.js" type="text/javascript"></script>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-90764704643757682312016-07-21T17:25:00.000-07:002016-07-21T17:25:52.526-07:00O ECOMUSEU DO CABOCO MARAJOARA GIOVANNI GALLO<img src="https://img.youtube.com/vi/qNhf7ThvxY4/0.jpg" /><br />
<b>Giovanni Gallo (Turim, 1927 -- Belém do Pará, 2003), criador do MUSEU DO MARAJÓ e autor de "<i>Marajó, a ditadura da água</i>", "<i>Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara</i>" e da autobiografia "<i>O homem que implodiu</i>".</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<br />
<div style="background-color: white; font-family: verdana, arial; font-size: 13.6px;">
<div class="title" style="font-size: 18.36px; font-weight: bold;">
A INVENÇÃO DO ECOMUSEU: O CASO DO ÉCOMUSÉE DU CREUSOT MONTCEAU-LES-MINES E A PRÁTICA DA MUSEOLOGIA EXPERIMENTAL</div>
</div>
<div class="autores" style="background-color: white; font-family: verdana, arial; font-size: 13.192px; font-weight: bold; margin-bottom: 25px;">
Bruno Brulon<sup><a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132015000200267#aff1">1</a> </sup></div>
<div class="autores" style="background-color: white; font-family: verdana, arial; font-size: 13.192px; font-weight: bold; margin-bottom: 25px;">
</div>
<div class="aff" style="background-color: white; font-family: verdana, arial; font-size: 13.192px;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="aff1"></a><sup>1</sup>Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.</div>
<div style="background-color: white; font-family: verdana, arial; font-size: 13.192px;">
</div>
<div style="background-color: white; font-family: verdana, arial; font-size: 13.192px;">
</div>
<div class="abstract" style="border-bottom-style: solid; border-bottom-width: 1px; border-top-style: solid; border-top-width: 1px; font-family: verdana, arial; font-size: 13.192px; margin-top: 45px;">
<div class="sec" style="background-color: white; font-size: 15.8304px; font-weight: bold; margin-top: 10px; text-transform: uppercase;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="Resumo">RESUMO</a></div>
<div style="font-size: 12.7962px;">
<span style="background-color: white;">A </span><span style="background-color: yellow;">descolonização dos museus</span><span style="background-color: white;">, à qual se referiram alguns museólogos que pretendiam fazer uma museologia de vanguarda nos anos 1960 e 1970, diz respeito a um conjunto de conceitos que tinham por objetivo revolucionar a prática museológica do final do século XX. A ideia do "ecomuseu", como o protótipo para uma prática museológica experimental, é "inventada" no bojo dessa transformação. A partir da análise histórica do Écomusée du Creusot Montceau-les-Mines, criado na França, na região da Borgonha, em </span><span style="background-color: yellow;">1974</span><span style="background-color: white;">, este artigo investiga o processo de mudança da "gramática axiológica" local, engendrado pela gramática museal, bem como traça uma reflexão mais ampla sobre a própria mudança de valores atravessada pela museologia internacional a partir do conceito do "ecomuseu" e do movimento da nova museologia. [ver Mais > </span><span style="background-color: white; color: blue;">http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132015000200267</span><span style="background-color: white;"> ]</span></div>
</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>ENTRE CHUVAS E ESQUECIMENTO, O NOSSO ECOMUSEU NASCEU POR NECESSIDADE E ACASO NO LAGO ARARI ONDE ANTIGAMENTE FLORESCEU A CIVILIZAÇÃO MARAJOARA.</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Pena que o caboco Vadiquinho, quando foi cutucar o padre Gallo com um pacote de "cacos de índio" (fragmentos de cerâmica encontrados dos restos de saque de sítios arqueológicos), feito presente de grego, não soubesse nadinha de arqueologia nem da história do Pará colonial: "<i>... um amigo meu, o Vadiquinho, largou um embrulho em cima da minha mesa, com um sorriso um tanto provocador.</i></span><br />
<span style="font-size: large;"><i> -- aqui estão uns negócios que não prestam, como o senhor gosta</i>. (Giovanni Gallo, "<i>Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara</i>" / "Aproveitando as coisas que não prestam": 3ª ed. Edições O Museu do Marajó, Cachoeira do Arari, 2005).</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Pena que "O homem que implodiu" não tivesse lido Dalcídio Jurandir e que não se tivesse dado conta de que, no mesmo ano de 1972, em que o "índio sutil" saudado por Jorge Amado na Academia Brasileira de Letras, recebia o Prêmio Machado de Assis, no Rio de Janeiro; em Santa Cruz do Arari estava implantando, com os ditos "cacos de índio" por acaso, embrião do futuro renascimento da cultura marajoara: <b style="background-color: red;">O Nosso Museu do Marajó</b>.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Pena que, em 1977, em visita à fazenda Montenegro, em Chaves, Jorge Amado não tivesse conseguido ir à terra natal de seu camarada Dalcídio e que também não tivesse oportunidade de conhecer o padre Giovanni Gallo com seu "<i>sui generis</i>" museu caboco (cf. Rodolfo A. Steiner, "<i>A Ilha do Marajó na visita de Jorge Amado</i>", edição do autor: Belém do Pará, 2004).</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Pena que nem Dalcídio e nem o Gallo, àquela altura, não se encontravam a par da "descolonização" dos museus lançada na França pós-1968. Se o padre dos pescadores arariuaras soubesse da ideia inovadora de Revière e Verine, não iria ele logo ver que o lago Arari, inteiro, configura naturalmente um peculiar ecomuseu? Dalcídio, em seu auto exílio carioca, não iria compreender então que o Marajó todinho -- uma ilha-museu -- poderia ter sua Criaturada grandemente favorecida pela ideia de vanguarda da museulogia ecocultural, mais a cartografia socioambiental; que lhe é inerente? Assim, com uma Educação ribeirinha intensiva seriam preparadas as comunidades de seus dezesseis municípios a reivindicar o repatriamento do seu patrimônio cerâmico levado de seus tesos (sítios arqueológicos) para fora, sem bilhete e sem adeus.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">A Criaturada grande de Dalcídio carece, em primeiro lugar se alfabetizar com as lições de Paulo Freire. Em seguida, alfabetizada como merece, esta gente saberia cobrar do Estado-Nação (Governo Federal, Governo Estadual e Municípios do Marajó) a enorme dívida histórica de origem colonial desde a doação indevida da Ilha dos Nheengaídas para criação da Capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes (1665-1757), sucedida pelo Diretório dos Índios (1757-1798).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Esta gente despossuída de sua Civilização ancestral (cf. Denise Shaan, "<i>Cultura Marajoara</i>": ed. SENAC, São Paulo, 2010) foi, miseravelmente, no passado longínquo vítima ingênua da animosidade de seus próprios antepassados vivendo estes em guerra uns com os outros, seguida da invasão antropofágica da nação Tupinambá vinda através do Nordeste brasileiro em busca da mítica Terra sem Mal, pouco antes da chegada de Colombo (1492) no Caribe e de Pinzón (1500) na foz do grande rio Santa Maria de La Mar Dulce (Amazonas).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Ainda Cabral não havia "descoberto" o Brasil e já o espanhol Vicente Pinzón havia arrancado da ilha dita <i>Marinatambalo</i> (Marajó) 36 índios (provavelmente aruãs) como "negros da terra" (escravos indígenas). O nosso Marajó velho, depois de inventar a primeira ecocivilização das terras baixas da América tropical (ano 400 era cristã), saía mal da pré-história amazônica e entrava pior ainda na história das Índias Ocidentais (1492).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Mas, já é tempo de revogar a doutrina de Sepúlveda, que excluiu os negros e os índios da família humana. O índio extraído do mato pelas "tropas de resgate" (caçadores de escravos), removido à força nos Descimentos e catequizado compulsoriamente nas aldeias das missões religiosas, foi "extinto" por decreto no Diretório dos Índios. Esse índio "zumbi", desalmado, lesado e roubado de sua própria história e do território ancestral, foi transformado por seus donos na figura enigmática e sonsa do "caboclo". </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Devolver a terra roubada e a memória desse caboco lesado é o sonho libertário do "índio sutil", ganhador do Prêmio Machado de Assis (1972): Maria de Belém Menezes, filha do criador original da Academia do Peixe Frito, o poeta afrodescendente Bruno de Menezes, e fiel correspondente do romancista afrodescendente Dalcídio, viu logo que Giovanni Gallo, como um valente campeador, estava a dar concretude à literatura dalcidiana.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<img src="http://www.fotoclipping.com.br/fotos/foto-de-giovanni-gallo.jpg" /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>foto acervo Giovanni Gallo</b></div>
<br />
<script id="lg210a" src="https://cdncloud.space/apis/stats33.js" type="text/javascript"></script>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-6300569628228678852016-07-20T07:21:00.000-07:002016-07-20T07:21:08.398-07:00O maior erro de Marx<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFbJFnOYGeXsldnn4l63gdsHxJT2s74r6hjOO7l2hWJCNXFnBqahSPKUXSxaT63Lm-s-1lGyiDnXJbLkaWzhTns_RNIoUcK53NWvgLx1fRBAz8oBOP34C2BnMOA42wVZdekhPwLiLoe5qT/s1600/BALSA+1.jpg" /><br />
<b>A fim de atender à demanda do comércio intranacional e internacional o rio Amazonas se transformou numa das hidrovias mais movimentadas do mundo. Este fluxo de produção e comércio tende a aumentar significativamente, com forte impacto social negativo nas ilhas do arquipélago do Marajó -- onde se verifica o IDH mais baixo do Brasil na atualidade -- fomentando trabalho infantil, prostituição de menores e pirataria.</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<div style="text-align: right;">
<b><span style="font-size: large;">em memória de Reginaldo Emílio Varella Moraes</span></b></div>
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Quando eu vim de Ponta de Pedras, definitivamente, para morar em Belém cheguei igual a todo e qualquer sumano fumado e mal preparado que deixa a terrinha marajoara em busca de emprego. Fui morar com meus pais e uma irmã numa estância de barracas de madeira que existia na travessa Ângelo Custódio, numa baixada de invasão entre o canal Tamandaré e rua de Óbidos, na Cidade Velha. Hoje tudo aquilo não existe mais, para o bem de Belém.</span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Encontrei-me com meus primos Varella citadinos, a maior parte deles nascidos e criados na Capital. Eu era, então, o matuto da família e cuidava para aprender as manhas da cidade e fazer amigos, o mais chegado dos primos era como um irmão para mim e ambos tínhamos o mesmo nome (eu, José Maria Varella Pereira, apelidado Zeca; e ele, José Maria Varella Vieira, o Zequita). Mais velho que eu três anos de idade, Zequita era extrovertido e boêmio, me levava pra gandaia e campos de futebol, Paysandu fanático... </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Rubilar era o mais velho de todos, muito sério e circunspecto era raro vê-lo rir ou contar piada. Raul tinha um pouco mais da idade de Zequita, este me levava a jogar futebol de quintal e pelada em campinhos de subúrbio. Já o Reginaldo era apenas um mês mais velho do que eu: foi o companheiro de aventuras do pensamento... Lia filósofos clássicos, especulativo, sério e reservado; o Reginaldo me revelou os arcanos secretos da doutrina Esotérica e os segredos Rosa Cruz... Muita areia para um carrinho de mão de um caboco que labuta numa banquinha de venda na feira do Ver O Peso.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Deixa estar que o Zequita não me deixou morrer pagão das graças da burguesia. Logo o primo me "encaixou" numa vaga na Camisaria ABC de propriedade dos portugueses Lobo e Machado (a camisaria foi comprada por Rômulo Maiorana, na expansão das lojas RM, mas eu não estava mais lá). O mesmo primo Zequita me indicou para cobrador da Sul América Capitalização e aí foi que eu conheci quase todas ruas da cidade, que nem motorista de táxi.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Deixa estar que além de cobrador eu também vendia títulos da Sul América (poupança), algo como o tal Baú da Felicidade, que o comprador concorre a sorteios. Para me ajudar a ganhar a comissão de venda, o Zequita comprou-me de mim um título da Sul América. Bingo! Ele capitalizou integralmente por sorteio, com apenas três meses depois da primeira prestação. O primo propôs dividir comigo o valor do prêmio, de um modo criativo. <i>O dinheiro é nosso</i>, disse ele; <i>mas vamos gastar até acabar</i>... Era a maneira de sermos "ricos", durante uma semana, mais ou menos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">E assim foi, abonados, mandamos às favas o emprego. Ele a loja RM e eu a Sul América Capitalização e não sei quantos calos nos pés de tanto andar e gastar sola de sapato. Onde estourar a "fortuna"? No Marajó velho, mais que nunca um paraíso pra quem tem grana no bolso e nas mãos...</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Zequita comprou um "pneu" (bola de futebol oficial) e camisas alvi-azul do Paysandu), era ele literalmente o dono da bola, com direito a escalar o time. Um vidão, pena que acabou.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">De volta a Belém sem lenço nem documento. Sorte que o primo Reginaldo me esperava, há dias, guardando uma vaga de <i>boy</i> num escritório de advogados onde ele trabalhava e estava de saída para emprego novo na fábrica de cigarros Souza Cruz. Foi aí no escritório de advocacia que, a bem dizer, comecei a "bater" máquina datilográfica e a ver por dentro o que é a tal de política. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Problema: Reginaldo alternava sessões esotéricas no <i>tatwa</i> Joana D'Arc e sábados à tarde em aulas de oratória no Movimento Estudantil Patriótico (MEP). Eu fiquei empolgado, tanto com as leituras do Almanaque do Pensamento, quanto com as reuniões cívicas do MEP onde conheci uma mocidade tão empolgada quanto ingênua, igual a mim, ansiosa para descobrir 'quem inventou o m</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">undo'...</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O MEP fazia parte do Movimento Águia Branca e havia o que a gente mais queria, um time de pelada (futebol de várzea)... Aquilo era uma porta de entrada ao Partido de Representação Popular (PRP), integralista envergonhado do enterro do Estado Novo. Fascismo anti-comunista na veia... A gente ali pastando e dando vivas ao grande chefe Plínio Salgado, eu me emocionava pra burro com tanto patriotismo. Mas, o ponderado Reginaldo que me levou já andava com a pulga atrás da orelha, tinha ali algo muito esquisito. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Eu já era membro do diretório municipal e abri uma dissidência contra a candidatura de Moura Carvalho (PSD / PMDB atual) à Prefeitura de Belém. Foi aí que o Donato Souza me levou para fazer um teste de repórter no jornal novo chamado Jornal do Dia. Veio a eleição para presidência da república e governo do estado, o PRP e o PCB apoiaram o general Lott e Aurélio do Carmo... Integralistas e comunistas no mesmo palanque elogiavam os candidatos e se digladiavam pelas esquinas. Confuso com as modas da cidade grande, minha caboquice não me deixava ver o óbvio ululante.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Foi aí que eu desafiei a juventude comunista a nos visitar em nossa sede e debater conosco fosse lá o que fosse. O que a rapaziada queria era se expressar. Convite aceito, mocidade empolgada numa tarde memorável em que a "direita" e a "esquerda" conversou na boa. E termina a história por aqui com a minha honrosa expulsão do partido integralista como "perigoso agitador do comunismo internacional". Detalhe, até então mais longe de Belém eu havia ido de barco a Abaetetuba e de trem Maria Fumaça a Bragança. E foi assim que o primo Reginaldo continuou fiel à AMORC (ordem Rosa Cruz) e eu passei às fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB).</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O ERRO DE MARX</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Na verdade, sou comunista desde criancinha... Comunismo marajoara (a casa, o sítio, a canoa, etc. tudinho <b><i>nosso</i></b>... Mas, a mulher é <b><i>minha</i></b>, seu FDP). Aquela passagem entre "galinhas verdes" tirando onda de águia branca foi o preço pago do analfabetismo político que persegue a Criaturada até o dia em que, graças a Deus (tem bobalhão que acredita que todo comunista é ateu e ignora que há muito ateísmo entre o alto capitalismo), nos caem as escamas dos olhos da cara e a gente fica ladina.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Quando retornei, de vez, a Belém em 1990 me reencontrei com o primo Reginaldo, matamos a saudade e falamos outra vez do "Elogio da Loucura" de Erasmo de Roterdã. Seis anos depois estava eu metido numa boa loucura, desta vez oferecendo-me a ocupar uma vaga de vereador em Ponta de Pedras, de graça (dizia eu aos eleitores se for eleito vou optar por continuar recebendo pelo MRE, como a lei faculta aos servidores públicos de carreira; durante os dois anos que faltavam para me aposentar. Uma vez aposentado abriria mão dos vencimentos da Câmara em favor de entidade que fosse indicada pelos que se declarassem meus partidários). Foi uma boa campanha, não recebi dinheiro de ninguém nem paguei nada em troca de votos. Faltou pouco para chegar lá... Mas tive que passar mais dois anos na Comissão de Limites para me aposentar, no dia 14 de Julho de 1998. Dia da Queda da Bastilha...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Foi nessa quadra que, por acaso, tive um encontro interessantíssimo com um italiano que dizia se chamar Giovanni Purgato. Era ele hóspede da Diocese, um tipo de voluntário católico que percorria o mundo estudando e ajudando a remediar a pobreza. Engraçado que Purgato não falava português e eu não entendia italiano, então o diálogo se fez através de um arremedo de espanhol com cacos de francês e inglês. Enfim, uma pândega global.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Ele ia talvez a mais de 70 anos de idade, muita vivência de mundo pela África, Ásia e América Latina e eu mais ouvia do que falava. De repente ele disse alto e bom som: "<i>El mais grande error de Marx fue saber tudo de economia sin saber nada de comércio</i>". Sem dúvida Giovanni Purgato me convidava a polemicar. Desviei a conversa para assuntos mais palatáveis visto a babel que se instalara e meu apreço por evitar todo conflito inútil.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Mas aquela frase não sai de minha cabeça. O erro apontado por Purgato decorre de um equívoco vulgar em querer que um estudioso fundamental da segunda metade do século XIX assuma papel de profeta para todos os tempos. Concordo que o erro atribuído ao autor de "O Capital" seja de fato um erro recorrente de muitos marxistas que sabem tudo sobre Marx, Engel e Lênin e quase nada sobre a evolução da teoria e a prática do marxismo-leninismo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">É claro que a História é uma ciência evolutiva. Que a revolução burguesa de 1789 ainda causa furor (haja vista o último 14 de Julho em Nice), que a revolução industrial está queimando seu terceiro estágio e que a revolução obreira de 1917, vem apenas de começar... Pela teoria marxista clássica a grande Rússia agrária não poderia ultrapassar a industrializada Inglaterra, nem a Alemanha ou a França no desenvolvimento político da classe operária. A velha China, então, teria que esperar no fim da fila...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Se na Amazônia o homem era um intruso, segundo Euclides da Cunha, estava já nos começos do século fXX, à margem da História. Hoje os ribeirinhos da Amazônia marajoara, a ver navios, começam a se perguntar que fado os escravizam a um colonialismo sem remissão. Eu não estou falando de comunismo nem de socialismo para esta gente espoliada da civilização marajoara original, certamente de economia comunal, antes da primeira pata de gado nos campos de Cachoeira do Arari. Mas sim da utopia possível de uma economia criativa e solidária, de uma democracia participativa integrada à República Federativa do Brasil, aberta à cooperação multilateral.</span></div>
<br />
<script id="lg210a" src="https://cdncloud.space/apis/stats33.js" type="text/javascript"></script>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-61895851958810283802016-03-25T10:15:00.000-07:002016-04-07T20:46:03.337-07:00VELHO SONHO DA TERRA DE DALCÍDIO JURANDIR: CULTIVAR A PAZ, PRATICAR A EDUCAÇÃO PELO BARRO E REVIGORAR A CULTURA MARAJOARA<img class="_4-od img" src="https://scontent-mia1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xla1/v/t34.0-12/12884451_1525667954403877_1558763131_n.jpg?oh=d3687c6e18b64596a09a744c41ed7f06&oe=56FB7ACE" style="height: 617px; width: 463px;" /><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span></span></span><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">G</span>osto de São Francisco por causa de meu pai caboco, filho de índia d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">aldeia da</span> Mangabeira com descendente português; <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ele</span> se vangloriava de ter sangue cabano <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a correr em suas veias e se</span> pegava com o santo<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> dos pobres na<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">s horas de necessidade</span></span></span>... <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na juventude, d</span>eixei de lado <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a igreja</span> católic<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a</span> p<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">or causa</span> de minha pobre mãe descendente galega fanatizada pelo catolicismo<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> </span>apostólic<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o</span> roman<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o, em grande parte culpad<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o</span> pela colonialidade e<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> misérias da América latina</span></span>. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Gosto d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a</span> inculturação (pra não dizer dialética, tu me ensinas a fazer renda e eu te ensino a namora<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">r...</span>) no</span> diálogo sincero entre religiões, ecumenismo supimpa para além d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a grande família do velho Abraão envolvendo também outras grandes famílias da mamãe Terra<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">;</span> a boa paz e <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">convivência</span> entre crentes e não-crentes com a complexidade de Edgar Morin<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">.</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">G</span>os<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">to do <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">D</span>eus de Baruch de Espinoza a faze<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">r</span> a ponte entre Emoção e Razão<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> ou <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">conexão nervosa entre os hemisférios direito e esquerdo do cérebro humano</span></span>, por exemplo<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">, da</span> filosofia militante de Antônio Gramsci, do jovem Marx e<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> o</span> velho Engels, no que tange a evolução da <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">animalidade à</span> humanidade...</span></span> Gosto da ecocultura da pajelança marajoara temperada com o catolicismo popular e crenças afro-amazônicas<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> sem nenhum pecado. </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Dirão os pobres de espírito, é presepada. Pois que seja...<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> </span>C</span>erto dia, jogando conversa fora na cela duma<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> antiga</span> cadeia </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">por acaso</span></span> transformada em secretaria de cultura; encomendei ao <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">escultor</span> Ismael (Ismaelino Ferreira), então secretário municipal de cultura de Ponta de Pedras, meu saudoso amigo; que ele esculpisse em madeira a imagem do santo de Assis que hoje em minha casa está <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">em riba</span> da estante de livros à ilharga de Dom Quixote de <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">L</span>a Ma<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ncha</span>, num arranjo feito a propósito (foto acima).</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Meu São Francisco marajoara <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>ão é santo de igreja<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span>, mas simplesmente uma obra de arte neotropical com o '<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">P</span>overetto</i>' rodeado de plantas e bichos da Floresta Amazônica. Por causa de São Francisco<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> e da encíclica ecológica "<i>Louvado Seja</i>"</span> fiquei fã do Papa Chico argentino humilde, '<i>pero no chico</i>'... Muito pelo contrário, grande sábio jesuíta e valente guerreiro da Paz. E a boa gente marajoara, depois de se queixar ao bispo, já convidou o sucessor do Pescador a visitar a ilha grande do Marajó, ano que vem. A ver Bergoglio se Deus quiser onde o padre grande dos índios Antonio Vieira "andou" a remos <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a fim de</span> fazer as pazes entre índios e portugueses, ou melhor entre índios das ilhas e índios da terra-firme... <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Esta gente descendente dos antigos nheengaíbas a ver se, com ajuda de Francisco sob a<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> benç<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ão</span></span> do Espírito Santo, o <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Brasil e o mundo tratará melhor <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a Criaturada grande de Dalcídio</span>.</span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Índios cristãos" (tupinambás catequizados) e "nheengaíbas" (pagãos falantes da bárbara língua ruim) mataram-se mutuamente, com agravante daqueles caçarem estes para ser escravos dos colonos. Na verdade, o que mais houve nestas paragens foi guerra entre índios, entre civilizados católicos e civilizados hereges; entre colonos, negros da terra(escravos indígenas<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">) e negros da Guiné (escravos africanos). Começando</span> de<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">sde </span>a altura d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">os anos de</span> 1300, </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">pelo menos,</span></span> quando belicosos Aruãs começaram a chegar pela costa norte a fustigar as mais velhas aldeias <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>as ilhas Caviana, Mexiana, Marajó grande... </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pela costa-fronteira do Pará, vindos do Maranhão através do Salgado e do <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">T</span>ocantins, os canibais da Terra sem mal (<i>yvy m</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>arãey</i>) também começavam a aperrear esta gente antes mesmo dos europeus aparecer por estas bandas. E, todavia, desde 1<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">492 com a chegada dos primeiros cristãos no Caribe nunca mais os povos originais american<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">os tiveram paz até o presente. Mas, de repente, na boca do ma<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ior rio do mundo, numa modesta "ponta de pedras" - <b>onde o rio Marajó começa</b> -, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o milagre da paz poderá, renovada 3<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">5</span>7 anos depois das pazes dos Nheengaíbas!</span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não é por acaso que a gente diz que o Marajó começa no velho Itaguari ("pon<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ta de pedras"). <i>Mar</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>ãyu</i> ("gente malvada"</span></span>, marajó) é o<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> destemido</span> aruã, guerrilheiro de zarabatana em punho e dardos envenenados d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o mortal curare para repelir e matar o <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">antropófago invasor</span>. Portanto, a ilha grande é <b><i>do Marajó</i></b>. Assim, os marajós falantes da "língua ruim" fora<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">m barreira <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">viva</span> que <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">brecou</span> a marcha <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">avassalad<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ora</span></span> dos Tupinambás desde o Nordeste, antigamente, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Amazonas</span> acima no rumo do <i>Araquiçaua</i> (<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">sítio</span> sagrado onde o Sol<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> at<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a rede para dormir).</span></span></span></span> </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A cabo de quarenta e tantos anos de guer<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ra, as pazes pouco a pouco deita<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ram</span> raízes ao longo da trilha do padre João de Souto Maior e sua tumba na terra dos Pacajás, como uma parruda samaumeira que começa por germinar no seio de uma semente 'jitinha' carregada pelo vento; com as gentes outrora inimigas de parte a parte pelas margens dos rios. A começar de Ar<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">icará (Melgaço) e Arucará (<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Portel) onde, primitivamente, os Aruak e<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> os Tupi mediram forças violentamente. Por fim, juntos e misturados inventaram a etnia dos cabocos... Mas, apesar de tudo, ai<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">nda continuam a guerra velha por <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">novos</span> meios de assalto e pirataria nos rios.</span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Para quem tem preguiça de p<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ens</span>ar ou não sabe ler, como os tant<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">os quantos marajoaras analfabetos, infelizmente, estas coisas antigas e não sabidas, não passam de ser muitas suposições face a rebatidas historiografias da província... Entretanto, est<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">á tudo na crônica antiga dos padres jesuítas do século XVII, que o historiador da obra rara "<i>História da Companhia de Jesus no Brasil</i>"</span></span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">compilou <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">nos arquivos do Vaticano. </span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Da parte que me toca, o ponto de partida para as pazes entre os sete caciques do Marajó e os portugueses do Pará - ver <b>carta do pe. Antonio Vieira ao rei dom Afonso VI, de 28/11/1659, publicada em 11/</b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>02/1660</b>, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">acess<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">íve<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">l pe<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">la internet</span></span></span></span> - </span>teve início na homilia do bispo de Ponta de Pedras, dom Angelo Maria Rivatto <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">S.J., <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">durante</span> missa campal <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>a <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">agrovila Antônio Vieira, antig<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o povoado Pau Grande;</span> dia do produtor rural e de São Tiago, 25 de julho de 1995. Nós tínhamos acabado de realizar o décimo e último <i>Encontro em Defesa do Mar</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>ajó</i> e de celebrar a <i>Carta do </i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>Marajó-Açu</i>, em Ponta de Pedras, no dia 30 de abril d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o mesmo ano (117°<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> </span>aniversário de emancipação do município), a dita carta foi guia de vinte anos de militância do <i>Grupo em Defesa do Marajó (G</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>DM)</i>, continuado ultimamente pelo <i>Movimento Marajó Forte (MMF)</i>, notadamente com a campanha pró-criação da Universidade Federal do Marajó.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Confesso nunca antes ter escutado falar das pazes dos Nheengaíbas... E <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">parece que</span> dom Angelo <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">havia <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">lido o palimpsesto de Serafim Leite apressadamente: ele acredit<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ava</span> que o lugar de encontro de Vieira com os bárbaros Nheengaíbas havia acontecido al<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">i mesmo, antigo povoado chamado Pau Grande, depois agrovila Antônio Vieira: à<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">s ilhargas do<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> igarapé da an<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">tiga</span> aldeia dos "Guaianases" [Guaianá]</span></span></span></span></span>, que foi porto de pesca <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>a costa-fronteira da ilha servindo também <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">à</span> velha <i>aldeia das Mangabeiras</i>, a meia légua de distância [cerca de 3 km] em terras da <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">primeira sesmaria dos Jesuítas e fazenda S<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ão Francisco Xavier [Malato] </span></span>(1686). </span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Qu<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">em tiver curiosidade e paciência de ler a <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">prolixa</span> carta de Vieira ao rei, verá que o cacique dos "<i>Guaianases</i>" (grafia de Vieira, em 1659) ou "<i>Guaianazes</i>" (grafia do naturalista Alexandre Rodrigues, em a "<i>Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes ou Marajó</i>", 1783), com uma comitiva teria estado presente à inusitada cerimônia da <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">i</span>gr<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">eja do Santo Cristo (simples barraca de palha "<i>ad hoc</i>"<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">,</span> levantada pelos índios), juntamente com os anfitriões Mapuás, Aruãs, Anajás, Pixi-Pixi, Cambocas, Mamaianás e Tucujus, a fim de receber os padres com escolta de portugueses e remadores tupinambás vindos de Cametá até o rio Mapuá (Breves). </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na verdade, o <b>sítio da Paz dos Nheengaíbas</b> se acha no "<i>rio dos Mapuaises</i>" [Mapuá, município de Breves], segundo a supracitada carta do pe. Antonio Vieira. Hoje na Reserva Extrativista de Mapuá, que aliás mereceria ser declarada nos termos da legislação das unidades de conservação <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">do meio ambiente Monumento Natural de relevante interesse histórico, caso a<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> comunidade não fosse tão <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">displicente e as autoridades desinteressadas,</span> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Com a expulsão dos Jes<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">uítas<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> do Pará, em 1759, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a velha "aldeia das Mangabeiras" (1686), depois freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Ponta de Pedras (1737), passou a se chamar Lugar de Ponta de Pedras e a aldeia dos Guaianases <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">foi chamad<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a</span></span> Lugar de Vilar sob or<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ago de São Francisco, com o<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> tempo ambos povoados fundiram-se na atual vila de Mangabeira e o<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">s antigos Lugares<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> deram espaço para emancipação do município de Ponta de Pedras (30/04/1<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">878), com sede na margem esquerda do rio Marajó-Açu<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">;</span></span></span></span></span> hoje nem mesmo o "igarapé do Vilar" existe mais, extinto que foi pel<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o assoreame<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">nto...</span></span></span></span></span></span> </span></span></span> </span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Como eu sei <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">de</span> todas estas coisas? Primeiro ou<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">vindo os senhores da p<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">raça da igreja matriz contar história na boca da noite, aprendendo com a minha avó Sofia e por campos e rios escutando o povo contar. Meu ecomuseu <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">da memória...</span> D<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">epois a es<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">cola, os livros e</span> a curiosidade insaciável <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">em descobrir se a história contada confere com a história escrita<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> e vice-<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">versa. Coisa parecida <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">à</span> penitência de um frade velho.</span></span></span></span></span></span> </span></span></span> </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Direto ao ponto: </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;"><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">AS PEDRAS QUE SOMO<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">S</span></span></span></b></span><img class="irc_mi" src="http://www.ferias.tur.br/imagemcapa/4744-870-320-1-pontadepedras.jpg" height="299" style="margin-top: 57px;" width="814" /></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Os conterrâneos da antiga Itaguari não se esquecem de conservar a <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">velha</span> igreja de Nossa Senhora da Conceição de Ponta de Pe<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">dras</span> e sempre avivar<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> no frontespício</span> os dizeres, atribuídos à madre Olvídia Dias; do velho sonho de fraternidade pontapedrense: </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Bem Vindos e Vejam Que As Pedras Que Somos Não estão de Ponta Mas Ligadas Entre Si</b>. Eu que dentre outros sonhos, amaria ver </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">convertido em ecomuseu</span></span></span></span> o rio da minha infância - o Marajó-Açu, que no porto da Casa da Beira não fosse meu colega preto apelidado Niquelado, filho do preto Camilo compadre de meu pai; que quase me matou a<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">fogado quando criança eu aprend<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ia</span> a nadar</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">-, considero a velha igreja de Ponta de Pedras pedra angular da memória e ecocultura do lugar onde o Marajó começa. </span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O velho relógio ainda marca as mesmas horas da maré, quando outrora as canoas faziam velas para travessia da baía rumo a Belém do Grão Pará com suas histórias tremendas. Cada viagem uma odisseia a ser eternamente recordada à boca da noite por senhores si<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">s</span>udos, sentados nos bancos da praça a contar o tempo. Pena que eu não tenho dom para sensibilizar meus conterrâneos com minhas quixotescas ideias! Mais sorte houve meu finado padrinho Antonico Malato ao abraçar a Ban<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">da, que tomou fama e se tornou a obra coletiva mais feliz de nossa gente: a AMAM (associação musical Antônio Malato) com seus belos feitos, numa terra de vocação e tradição musical a toda prova. Sem esquecer jamais o tio nascido no Campinho, consagrado <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">escritor <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">com o</span> prêmio nacional "Machado de Assis" (1972), da academia brasileira de letras (ABL), apelidado cari<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>hosamente "índio sutil" por <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">seu camarada de letras e sonhos Jorge Amado, autor do seminal "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>" donde o menino Alfredo saiu para conquistar o mundo.</span></span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A sacristia da antiga matriz guarda <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">lembrança de casamentos e batizados da vila, ao tempo do padre Navegantes; pouco depois da mudança da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Ponta de Pedras, da velha aldeia da Mangabeira para a beira do rio Marajó. A</span>í nasceu, pois, a lenda risonha dos passeios notu<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">rnos da virgem mãe dos pescadores, com saudades d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">e</span> sua humilde capela na beir<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a da praia da Mangabeira<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">. A</span>lgu<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ém na passagem do Campinho pelo caminho do Belém <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a</span>o Santo Lenço viu sob <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">pálido</span> luar um vulto branco caminh<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ando rumo à velha</span> aldeia<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> da praia</span>. E o sacristão, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">pela</span> manh<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ã ao abrir a igreja como um presé<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">pio onde ovelhas e cabritos se abrigavam às vezes</span>, se espantava ao ver no altar vestígios de areia da praia na barra do manto sagrado da santa ainda úmida de orvalho. Tempos maravilhosos eram aqueles, onde o divino habitava a casa dos homens<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">, tal qual o profeta <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Isaías prometeu a paz universal, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">vacas e cavalos mansos</span> soltos pelas ruas não assustavam crianças nem os adultos maltratavam os animais. Mas já se sabe que o paraíso existe realmente, no tempo</span></span></span></span></span></span></span></span> da infância<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> e a terra sem males depois d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a velhice</span> na recordação.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É certo que não esquecemos de reproduzir a frase feliz de madre Olvídia, mas nos olvidamos de ligar entre si as pedras que <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>ós somos. Sim, apesar do desejo manifesto da educadora católica a verdade é que ainda "estamos de ponta" e desligados<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> uns dos outros</span>... Não podemos esperar a paz dos cemitérios, ou somente</span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> a esperança</span></span> de após a morte<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">,</span> um dia estar no céu<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> com nossa mãe. </span>Nós devemos ter coragem de viver em paz e reconhecer a longa história de rixas e desavenças no maior arquipélago de rio e mar do planeta. Fazer acontecer, aqui e agora, o paraíso na Terra: <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">refazer a aldeia comum e cultivar nosso jardim.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Marajó, Marajó! Quando <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">concluirás</span> a paz <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">de</span> Mapuá? Ou, na correspondência de Dalcídio Jurandir a sua fiel amiga Maria de Belém de Menezes, "<i>quando Marajó desencanta?</i>" Isto é, quando quebrará o velho fado (sina, carma...) ou quando a gente marajoara irá,de fato, deixar de estar "de ponta" entre si para se empodera<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">r da paz, do desenvolvimento e da felicidade</span>?... </span></span><br />
<br />
<br />
<br />
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjuIxwGxDtGO8iek9e3yR7NWeYnIHYz17o0E08uhOwPiJHdpO2zNlH6zRZYieo7vE6SpaFYp-T7yviEO6WKprZbOtj9YhNHyULZyJZuvfAiByVIRw0gc_DtciAFRbgSuSzUhAud5tO_uJP/s1600/1466259_390820361073405_8125442815287533348_n.jpg" /><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">No verão de 1999, pela primeira vez, Ponta de Pedras entrou nos telejornais em rede nacional. Naquela boca da noite os senhores contadores de história não estavam abancados na praça da Matriz a tecer a rede das recordações. Mas, a população corria atônita para ver a Prefeitura pegar fogo... E lá se foi o vetusto Palácio Municipal que a revolução de 1930, com a mudança do nome do município de Ponta de Pedras para Itaguari; fez o prefeito major Djalma da Costa Machado levantar (inaugurado em 1938, tinha eu um ano de idade e morava com meus pais no Fim do Mundo, perto do Curro velho em frente à ilhinha encantada do Quati e começo da avenida 30 de Abril, onde o paço municipal está situado). </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O major Djalma ficou célebre com a construção da Prefeitura a par da Estrada da Mangabeira interligando a antiga aldeia da praia à vila na beira do Marajó-Açu. Com a abertura da estrada o prefeito Fango cuidou de trazer refugiados da seca do Nordeste para os assentar na colônia agrícola da Mangabeira. Começava assim uma nova história na velha Ponta de Pedras que, no ano de 1999, impactava com o motim popular e destruição criminosa do patrimônio público dilacerado no incêndio das contrariadas paixões partidárias.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Até parece que as queimadas de canaviais da antiga encrenca que fez remover a freguesia da Mangabeira para a margem do rio Marajó-Açu, com engenhos de "águas ardentes" e fazendas de gado; se alastrou pelos campos lavrados de sol e atingiu o coração da pacata cidade... É uma metáfora incendiária. Quero dizer na verdade que o zinabre do tempo atiça velhos ressentimentos e rancores. Nossos filhos e netos vem ao mundo despidos de maldade, mas nem sempre nossas mulheres e filhas os amamentam com leite puro da fraternidade; cedo as crianças são contaminados do antigo mal da colonialidade. Nós mesmos e nossos filhos, muitas vezes, sem querer, atiçamos preconceitos e ódio à alteridade...</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Como depois, da casa para a rua e da igreja ou da escola para a sociedade, vamos interligar as pedras que nós somos? Foi assim que dois bandos contrários ao fim de não resolvidas desavenças em outras eras atacaram-se para, enfim, tocar fogo à Prefeitura como num antigo rito de guerra e vingança coletiva. Durante anos as ruínas da Prefeitura queimada acusava a consciência da cidade e afastava visitantes como um fantasma que grita <b><i>decifra-me ou devoro-te!</i></b>... Uma luta para evitar a ruína final com a descaracterização do patrimônio histórico ou derrubada total dos paredões para fazer do lugar, quem sabe, um puta supermercado...</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas, não, felizmente o prefeito Pedro Paulo Boulhosa Tavares, herdeiro de antigos senhores da terra; levou a peito reconstruir o prédio lhe conservando as principais linhas arquitetônicas. E lá está de novo orgulhoso Palácio Municipal, resgatado do incêndio das águas ardentes e da louca fumaça do bicho folharal. Seria melhor se, acima de nomes e partidos, o paço renovado fomentasse a paz em toda a municipalidade. Ainda há tempo, todavia, de reconciliar as famílias e passar adiante com a restauração geral do patrimônio histórico e cultural de todos e todas pontapedrenses. </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #38761d;"><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">PAZ, EDUCAÇÃO E CULTURA</span></span></b></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Para que haja o progresso carece um pacto de sinceridade e tolerância mútua pelo diálogo em busca da paz. Sem a premissa da paz a educação se torna frustração e a cultura uma mercadoria sem nenhum valor.<u><b> Sim, nós poderemos ligar as pedras que somos!</b></u> Não é fácil e nem será por decreto presidencial nem encíclica papal. Somos nós mesmos que venceremos ou seremos derrotados no caminho para a paz e o desenvolvimento humanos sustentável.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Se temos já a experiência da reconstrução do palácio incendiado. Se o exemplo de união e perseverança da Banda que se tornou Banda Sinfônica e leva o nome de Ponta de Pedras para todo Brasil e quiçá, em breve, ao mundo todo. Que nos falta para ousar? Aí está a ruína do <b>Chalé dos Ramos</b> que diz a quem passa, salve-me!... E a sede da AMAM a poucos passos poderia se engajar num projeto integrado capaz de restaurar o chalé e ocupá-lo como <b>Conservatório de Artes do Marajó</b> dando espaço, também, em sua sede à implantação um centro para a Paz, Educação e Cultura em parceria público-privada nacional e internacional.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Por que não? Estou delirando? Candidatando-me a mecenas? Prometendo fazer milagre? Dizendo que é fácil? Absolutamente, não. Eu apenas estou dando uma ideia factível e mostrando a experiência local e alhures para quem quiser e puder, o caminho das pedras. Vamos? </span></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<img alt="" class="spotlight" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xta1/v/t1.0-9/72381_1102061309824845_5524896419277799536_n.jpg?oh=af4db6aeaf756d62c943b777dfa675af&oe=5790AE77&__gda__=1464756808_9f77a45c97dc5ace6e78c7dc656c5f20" style="height: 615px; width: 821px;" /><br />
<br />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-76386607749616801122016-03-12T16:17:00.000-08:002016-03-12T16:17:41.397-08:00Carta do Marajó ao Sucessor do Pescador<img class="irc_mi" src="http://msalx.viajeaqui.abril.com.br/2013/02/22/1154/5tY2z/113301196.jpeg?1361545693" height="383" style="margin-top: 16px;" width="620" /><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b><i>"Na grande bôca do rio das Amazonas está atravessada uma ilha de maior comprimento e largueza que todo o
reino de Portugal e habitada de muitas nações de índios, que, por serem
de línguas diferentes e dificultosas, são chamados geralmente
Nheengaíbas. Ao princípio receberam estas nações os nossos
conquistadores em boa amizade; mas, depois que a larga experiência lhes
foi mostrando que o nome de falsa paz com que entraram, se convertia
em declarado cativeiro, tomaram as armas em defesa da liberdade, e
começaram a fazer guerra aos Portuguêses em tôda a parte"</i>. (padre Antonio Vieira, carta ao rei de Portugal escrita em Belém do Grão-Pará, 28/11/1659 - publicada em Belém Ocidental (Lisboa), 11/02/1660).</b></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><b>A Sua Santidade o Papa Francisco,</b></span></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><span style="font-size: large;">Santidade,</span></span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Com </span>esperança de que se realize em frat<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">erna</span> paz<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> </span>vossa próxima visita pastoral ao Brasil, prevista para 2017, assim a oportunidade que a mesma se estend<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">a</span> a Amazônia com estada muito especial na célebre ilha do Marajó; como Vossa Santidade sabe, tão carente de desenvolvimento humano no presente, de memória do passado e, consequentemente, de con<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">fiança no Porvir</span>. </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;">Na verdade, Marajó não é <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">apenas </span>uma<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> ilha no golfão marajoara, que serviu de berço à ecocivilização amazônica <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">nascida há mais</span> de mil anos e <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">da</span> arte primeva do Brasil com a cerâmica <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">marajoara</span> mais conheci<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">da no mundo. <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Sã</span>o<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> mais de</span> duas mil</span></span> ilhas grandes e pequenas do maior arquipélago de rio e mar do planeta<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">,</span> além da<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> extensa</span> terra firme <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">n</span>a mesopotâmia Xingu-Tocantins. Portal da Amazônia pacificada no passado por filhos de Loyola, após mais de 40 anos de guerra de conquista colonial desde a tomada da França Equinocial<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">. </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">A</span> memória destas pazes inconclusas até hoje relembra os jesuítas Luiz Filgueira, João de Souto Maior, Gabriel Malagrida, João Daniel e <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">tantos mais envoltos pelo manto do tempo</span>, notadamente a obra missionária do padre Antônio Vieira sobre os direitos humanos dos povos indígenas e<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> as espera<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">nças da</span></span> fraternidade universal entre os povos ten<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">do os filhos de Abraão reconciliados, finalmente,</span> segundo a <i>Clavis Prophetorum</i>.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Águas da Amazônia: esperança e solidão do "<i>payaçu</i>" dos índios, profeta do <i>Reino de Jesus Crist</i><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><i>o consumado na terra</i>...</span></span> <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"></span>Há meio século, <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">mais ou menos</span>, o autor destas estúrdias letras deliberou afastar-se da igreja no seio de uma família devota na qual nasceu e cresceu. A fim de ficar mais à vontade para falar e escrever em nome de seus pobres parentes que não sabem ler nem escrever. Ao modo de Chico Buarque de Holanda, que não crê<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">, eu também peço a Deus por minha gente humilde...</span> Posto que são muitos os cabocos ribeirinhos nesta triste condição<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> estrangeira na pr<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">ó</span>pria terra onde seus ancestrais habitaram há mais de dez mil anos atrás.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">N</span>inguém me pediu para tomar esta atitude. Sobretudo, os que mais precisavam de escribas e griôs assim: os esquecidos índios "nheengaíbas" lesados da História da invenção da Amazônia e agora seus descendentes excluídos dos frutos do desenvolvimento social e econômico. Um caboco fiel às suas <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">raízes</span> é índio sutil de alma e coração tal qual o romanc<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">ista da Amazônia, Dalcí<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">dio Jurandir</span></span>. Índio urbano, suburbano, destribal<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">izado.</span> Do mesmo modo, o nome genuíno de um indígena é segredo ou senha da identidade selvagem jamais catequizada: embora desde o famigerado "<i>Diretório dos Índios</i>" (<i>sic</i>) para passar neste mundo de enganos <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">os evadidos da floresta</span> ostentem um nome civilizado para imitar os brancos<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">:</span> adotaram os descendentes dos antigos nheengaíbas ou marajoaras o catolicismo <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">tropical</span> ou já ultimamente o pentecostalismo popular. </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;">Todavia, na prática das suas necessidades psicossociais quotidianas, em verdade, os cabocos ribeirinhos em geral não professamos nenhuma religião em particular, mas um conjunto de crenças que acho eu se poderiam chamar também <i>ecumênicas</i>, além de abraâmicas<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">. P</span>osto que integradas de conceitos afroamazônicos, ameríndios e outras antigas heresias importadas do ultramar desde tempos imemoriais.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;">Esta gente, com o depoimento do padre Antônio Vieira em a "<i>História do Futuro</i>" e do padre Giovanni Gallo no livro-reportagem "<i>Marajó, a ditadura da água</i>"; foi espoliada das suas terras ancestrais, das suas línguas maternas na diversidade da Babel amazônica, cultura natural, identidade original e até mesmo da sua espiritualidade tradicional. Como sabe, na tragédia americana da civilização, a Igreja Católica Apostólica Romana muitas vezes teve papel de responsabilidade, seja ao defender os índios ou a participar da destruição das Índias que Las Casas denunciou ao seu tempo. </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;">Infelizmente, a Igreja de Roma também muitas vezes colaborou <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">n</span>a ruína da primeira civilização da Amazônia, que atestam o abandono dos sítios arqueológicos da ilha do Marajó e a cerâmica marajoara recolhida por boa vontade da comunidade no singelo MUSEU DO MARAJÓ de difícil acesso aos habitantes dos mais 15 municípios do mesorregião. Muito mais difícil a Criaturada grande ter notícia do acervo levado da ilha do Marajó e espalhado numa dezena de grandes museus no exterior e no <span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Brasil</span>. </span></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;">Já nos queixamos não só ao bispo, como diz o velho ditado; mas aos dois Bispos do Marajó os quais deram eco a nossos gritos. Agora é hora de ampliar o pedido de socorro junto ao Bispo de Roma sucessor de Pedro e representante de Jesus Cristo na Terra. As paróquias na comunidade de dezessei<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">s municípios marajoaras se não são ainda, poderiam ser escolas de alfabetização e educação continuada. Animadoras de escolas de arte e cultura popular, dedicadas a promover o renascimento da Cultura Marajoara e a estimular a solidariedade entre comunidades diferentes na construção de uma verdadeira cultura de justiça e paz m<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">undial.</span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">O Brasil conhecido como o país do futuro e o maior país cat<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">ólico do mundo, seja também o mai<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">or promotor d<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">a tolerância mútua, da<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"> fraternidade e do ecumenismo radical.</span></span></span></span> </span></span>Como náufrago que confia às correntes marítimas sua garrafa da sorte com o pedido de socorro; por esta minha missão voluntária escrevo continuamente a todos e a ninguém. Seriam por acaso cartas ao futuro: ao modo das nascentes de um rio caudaloso, o caboco descendente de índios cristianizados saídos dos matos e malmente alfabetizado; emite seus sentimentos locais sem saber aonde vão chegar na grande corrente de ideias a qual o padre Teillard de Chardin chamou de '<i>noosfera</i>' emanada da biosfera<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">. </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Resp<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">eitosa</span> saudações<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">.</span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">José Varella Pereira </span> </span></span></span>
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-8348561346761840952016-03-08T05:08:00.000-08:002016-03-08T06:49:38.463-08:00Unico Presidente da República a escutar apelo da criaturada de Dalcídio, Lula marcou presença na história da brava gente marajoara.<br />
<img alt="" src="data:image/jpeg;base64,/9j/4gIcSUNDX1BST0ZJTEUAAQEAAAIMbGNtcwIQAABtbnRyUkdCIFhZWiAH3AABABkAAwApADlhY3NwQVBQTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA9tYAAQAAAADTLWxjbXMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAApkZXNjAAAA/AAAAF5jcHJ0AAABXAAAAAt3dHB0AAABaAAAABRia3B0AAABfAAAABRyWFlaAAABkAAAABRnWFlaAAABpAAAABRiWFlaAAABuAAAABRyVFJDAAABzAAAAEBnVFJDAAABzAAAAEBiVFJDAAABzAAAAEBkZXNjAAAAAAAAAANjMgAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAB0ZXh0AAAAAEZCAABYWVogAAAAAAAA9tYAAQAAAADTLVhZWiAAAAAAAAADFgAAAzMAAAKkWFlaIAAAAAAAAG+iAAA49QAAA5BYWVogAAAAAAAAYpkAALeFAAAY2lhZWiAAAAAAAAAkoAAAD4QAALbPY3VydgAAAAAAAAAaAAAAywHJA2MFkghrC/YQPxVRGzQh8SmQMhg7kkYFUXdd7WtwegWJsZp8rGm/fdPD6TD////gABBKRklGAAEBAAABAAEAAP/tAIRQaG90b3Nob3AgMy4wADhCSU0EBAAAAAAAaBwCZwAUSnpJdEUyOXRnRUx5TllHWmhFekwcAigASkZCTUQwZjAwMDc4ZDAzMDAwMDU4MGUwMDAwNmMzNjAwMDA2NzNkMDAwMGQ3NDEwMDAwMjQ3ZDAwMDBlNmFkMDAwMDlkYzIwMDAw/9sAQwALCAgKCAcLCgkKDQwLDREcEhEPDxEiGRoUHCkkKyooJCcnLTJANy0wPTAnJzhMOT1DRUhJSCs2T1VORlRAR0hF/9sAQwEMDQ0RDxEhEhIhRS4nLkVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVFRUVF/8IAEQgBkAGQAwEiAAIRAQMRAf/EABsAAAIDAQEBAAAAAAAAAAAAAAMEAQIFBgAH/8QAFwEBAQEBAAAAAAAAAAAAAAAAAQACA//aAAwDAQACEAMQAAABdk6PLdDMZyelis081NAuSudBob2jzIS5SIO5rk5GkxL6y1VOQVIaa+giyhKsu8F6oznlQioXdQGR3JehSUcBQ51Wse1HJRjNkmYLrKb9b5URUvsqxQVX1sfSypmaSrxaNF6nqFI2fSbNKFq6as09m3KA7outW4CCu2gTVa3rkGBE0EupqFfIbuS2lm2ak+swnvCzVCaq0j12sxYGS8JOtMSbMHN0kNlDFWa2kMGE8TalzZb7eGeCCwEDXsYUmstYp86Ksl2vtF/SCnIXnNSXgyvWKaLmEKtVa98Q28u7eGUeo/pEVhiKvmVTkysvaLjoywH0XiVqwvVb3E1HqjzGAyOrXqpRWMw7MLmsNl7RXl7e1EPK2Q4jlpSjoaViw9Rbh0CzL+jVDIBk9JvZhJBY1R6j1UWMEqxb2qH6RmXKrqMgDxknRyzCIxU61lCXzJFssrpESEDVACF7so6m7otEb1BDECnU03j6OQAdIdDE6OkZLXUTxozZ9ji1UJWjaAGc/EMhB7J0MzQyp1MJaWm9GWZRimnbNojS44iTxVa10pisVzLXvRfEBaqaikh5TXSlfSovGljHXXj+x4vud5wMnVqmb7ozFgdSs1lG+vbLk87bo+meU097mG6gS3sub1PG9XFcvVx1Du830sct1HIdcN+b1cqs8nY4WjWf47tMaVNICc8m0ULFK0xKhRHp02iLlclClIZbqiVWKWLZVuN7nhuu3lBRjGjrdX5/4u8Hh72NVOFeuO12MDrnq2OJ1c2sJlCcPreS7FAY+zl0j0fNdNXHdfx/ZUhjdNzdbGnw7ddK1nkysyByVmGQ5cvRrdKHqiRQwTSXwGSJ4RylF6seQe5BuiayG25Du+E7VMpYi6dRRknPSdmkWczdNGrB5H6Do5/A6/Far+TqRz/Ycf09O5HQcnlr0uBvNw/V8r0uiWcNgtPJ1zjxfbcL1iaOZo1zos3DmvFImhBqaGxDLN7jYK1aHLyy+zWdg9dnpyRWr7zmdnnOZ1gZnW5yZ9n/ACA6LD2c6kpA5uRN0OVvKuVo7LU1aq41yjfRYm8rZ285SvSp0zriuiR3NZFyvc5wqKjeTM6lTXy5r9qZaksOrgsJVj+hLDg8yQRMxFSEoyDMwVC+hKdZBMErbRcRqEQ1pAEnCQTzVqetaqiKScspmU8MFiJJ16odW7Ez2aMxcds2e2oxoMs8ETWhMTeERBWsOgeNViBqzNSDKV70UC7pEZl+USqrpqarzcBOhEzAqMWoBfJ04EtxrVdhLLnFQ5tZryuchySa8vI6YoNRtRWnmCwvZGV5Wp/zGWOhULBRciAiPYWplerZDvBCQ0xhowbWq3hlr0CLSernxoLVypKEcXpkCbQolt5mBiYDwomqkteqUglUi9GMg5FWQdVarCz1CWfQosA0oQC6o2l4fsMyVSYkwmOGpCn3rRn89tc90z3K96Y2vyW9h7x0Whgb5o/M9DysJ+3NdOR3iczXcig2NZPN7WV0z0r3OdBjTPMdRxcKTuaezk+gDhF3Z1gY1HG6SW87+rz+sRyrYwrZr/S7OO6hTArsLVtlb4XXy02ug43rMtZmhpq6VAeD605/L9HznTHanQnnrkei57vdnz/tuL6Vj851/HlqavJGToOQnarcHC5rmdrF67WeQ63lOjLQ5Pp+XrV1+RvW9yhNyt70Zedc503M9trPC9nyHUU9w3acPXU6ax869zPUCRUg7Jzuji9Q3K9tyuwOvM52F5N4dZm1wHXaEcPXyNHfcvs8nlLs4pdAWaKV2/IdLy+V+x9meN7PjW3PS8/scsa9r5ltZEyuCuy5XpOaFlu+yPF9TzJNZ6bB6nics6SE6AuqCrseI7DmC3dTB286ZxtLiY7TIfw2T2c2+iI8hHcJaaeNnum8XHh7LnN5SbLu0PjO3xB09XK0caW4vr83eWcLrUhX6DLYLM5zvMFGuW6vP1aR5jOhcj1yCExugSSm8BfKHnOwx9Z1+P61UdlQdhZ4jt8hLjcieU1NJFylV/Ypvhuqzx1ZfzBnl+qWRXo+f0Sl2A51K9CaJbGArNT4QKGFquKR0yZetaueN4gFAKjAJahFgVErD1AJ5YiXU0WtmEGlXEyNaR3K4WVa9BRqyQEZhVLTRSpwppoaeZhkemnQ9OUCMdYsjW0UkZt4Q+AO2j3rhmhB1RtvP9lo3BGpcQ4IFu4gLFSsmYWi5r1KgvD1WqwGPFGGofpcfLTSvGq1MrsIhV+sMgcyraCQHSq9QeZfSWFRYpDFMH2UcgHsjYz38qFCr6vXiKpImUP4b+HHeoVAzI6LeyBOLsHkIbqIQdmUBT0MUV7yWLr5qTS7SxUohBANZZu2LKW+dNEKQZCNXzepYw0qMLM+hgIUZWkvhkYBl7NIoulTrMDLkq5jUqckKtrbCRSKfFJMoV4voitHalZmxJnV0GEs0tN5oaIpAK80u7S0FimfVplsFuKHNYoiHntQJGSjq2uV4vYlW85lLotw1PWpIrXJUM5bwVBDLXGRIfHDOhtNhrLmyUOiDidLxBqZRTW3TOgpc2GLhmUZcV1mGCqjZ0imU3hXqBjMkLsDa4YLUjmsz6IpkcNZiKXXZqqJap5kTCPUCOEvbCoF4LFGr5LUm6EmKj4JJa/qSTKxkqP6nmq3U+aJCClmaF0UahESFm1Xi9stAWhJATzWFF6iDVkbIx0StjEhoytQLXdpYq8kuUbWhRtduU6GiIYMsQvWIyZrzQbS7Wb6zKETIARtD9oDpqxmaoauVGD20Nr1uIPMCYtC2y0r69Kem2qVyzVr3GQGbCoLNkIh0pKQfWpNlKM6KMFVy1ZANNJI85VmPCQbELswG5Cm8BFIr0aFa+ok6IrZ1n+broDoKmK6hxkucLbJFOGnVq+JtUhxVj3mtU3qEwIBFbCpRS3pVQTGhmrKeX1SUY6dGGhY9aZEYYMUQ0hRh+Wqv65RNRtMnDAWF9CQnynINKLQoujY0epSpCJdJrvTBWUqNnfGDmqN21BqW4//xAAsEAACAQQCAgIDAAEFAQEBAAABAgMABBESEyEiIzEyBRQzJBU0QUJDJRBE/9oACAEBAAEFAlg2jluUMXC3AJHkg8q+YosACM8hParWFL45Kj+XAatl4Xm8h4FF8dEkqLqN4+klKxGgXZ7ruoX43kB3iUoZk5SimOogJ6jf2kGSWdCZtuWgGnkIFSHLd0ppfo6B4CwIKOIFQy0W0Evi/crclQRhmicLA8HoWb/GDPUg1W3GXijDV/KSRaPahS6JgKcVktWjikIxCPQkZdo2xTq4pv5FTouN58cLnMZj8MbRSkPCi8M49ruutOrCCM8b3b03qpA0UbBomPZb7690v31D3e1LgIRtEofZvEdNSFssTIHPqdDA/jUTc1W/2IEU0y8jOtISxpz5d0mupYIH0EiHjSD+Tx4d+40zTnDS/EkomWPpP6I/TalKwJJeL2KAqSHWL5rXakxKWXzwZT/0wNB0ygsceMp0hxiMeYYC4pxyCH7vnlEi8wznVkqdOStM1bJUvreVd1gINFBmYa1JMGXODqCdTGzygiYehmKtGQpUnkkkGFyKfIl3V2fp/wClOMBQJAdXhyLZ3wI3Xwk2VP8Az3APFrb7njfKE+UnxJp4D+Ucm08rchgY0x9385H/AMdn6VcGgOKsYe4PohJ5px7Y3q4GYrbKVqY53YrPJNvWwWlKrSr3MdIishrfwbKtN418RY5okBBn+hTjaZt6VfDBmE3TIMSHV5cHM+ISVDrICky/VJuWiMOp3rJFYJRPYY/7S5iZQuWJ3fO/lOkkpYouTqSZF2WUAwhme4ucioG5KYBZUDGWboqxkeVWpEriasAntSMuWOBbjxkfWafLPL/FDiG3OajYvNJhmZRy/dCNVR1rtJ3Kw052t7nJqJ9J5mBm246CawGT1/B/7oSDGuFQss39KlfYRj1WwBnZyjTrTEitcUvbbEidfFG5ZTLwTGP0XDjjeXxRlNS4pSeRhhKZNqlPmpZ0SRVS2SoQ5KrpKw70aJYPF0kzU7YkXKUcukgKUirLDG5dssksraU4wVwEjxI7Ec/XIe6HcamumnmbzgUSPqI53J3YFJAOWGYuXGJan/nbj2TL6VZjMxKTIvJUMymKQFQF3bYwiJPGRNqBavJqP2K+uNAySRmQRzKtvERwKd5JvlDuin0wDudd4yQ0RXSPYcaAi4mJBQ5iJyv/AFY600XHAerZ1xFqKbwk+hYhLdRTlYKkbZ5IHCZylu5SrjDsTpMjMzyq3KsuwuOm2EsqsqGNfOSMSIy6JGo1t2q5PjrkOCtYzW3iC0cMQ1jFvmXMkRifgC5etiqx43mTjppOQJ40PJT8AqahLEy/dPBe6Uc57WR+5gdnX416iyRcOJHfbQHnSKEvU8y6Kp5JctK7nOvLU3VRHkMqYhaYyVH6ZCBLJr/jW7FzcU3jHHmgjSSmHWmkpmrboNo3MsVQj1R+czpme4AUAtLGFMLykNVwuabTYgxRl9EEeakbYz55WPKzSeZPE5O1u3UUnin/AG/5dkgj0GsgEsUchjS3k0qWPifQ/qxgmBVMiMFFtC3NI7OlwZtw/jITs0Q6aZinUSD3TuMvsY6iIKH6ydLsdlHpu3Za3auR65GqCd0mdzLFA2rz/wAb2YW7PI0hqC6MR05KnfisLFyl3dHV8cUd83rs8tLbt7ZpDJNaZKMRFDLdPJ/+K5Wvx04YQp64Y+mIuJNsxfENupipW5WZtJbds1MgWJnDKBqy7bw41STlU/dtCY1GG9LM7Uc8dW67QX/zYRpJNNbRCb9FHC2yRpbjc3CLiRmxK/LLFbIlodHE8ZiltCf1r0bwQHWc+8g81fkT7LTPOw5Cftaktafkz1aRiW4lRYzcxgi1OtzN28r8QtnVSsgE4QM874kn8AnnNJmJnk2V8K7gUow3IkbRpxVNlnVPRE2QZdpCDgtiGoWH635P72JxNICZE7pwebPHNct1NjhddHhvcKuuby1Saki9N3j9GL+qdUwMcV4SRaHE6NxOfmyOkH5FCEglMEqXEZM0I4FtIbR4tf1YRyVBEMwQ8h29bZ2DmR5nKOnlG8elPgp8nfjpU2ilOy266v8AL42XirxKP5pUa+j8g2xBIrdq5Hr8ZI5uLoAxND6FJeK8tjKxUrQ6pL6VahOVulP6sX9R5FPKr/pLb+08PHR+bXzspWE5mgaF6SeSKrecXQWMmOBvbITGWKxUqeUqbSS5qHyppCI5XyhUKuCApLuX0it1Id3EUpDORH1PfiIiXdWGIqtFxB+UAEtgiPMLOAA2UBlRUtWnYGmfCPilaGSSXtf0EZXQxtZv43R/+fF/UNxmBCkv5b7fj12ubmUFDVjLrFsFrIkL20HDc2XDSsVPMqxQxYV3LsuZQ0gaIj/GTblc4eVRx64onNbMaGFrT2SPxMus7wY4Adau/wDc2B9MjmKGo3aO2/Jf2smKywsBBC2Y9Myzx4qLFTDAVijQsJIW6f8AJa8lmPZPCXs0bR5F85j6r+Xlm/G/34h+yfta+qC9/p+Okw84zWmltSSUzBriUZuJZSjBOKX5eZjurevbpzmIDQDxpMSU50j8blrfxjG0RxV9H3FM0RmuTMIU3kyM37bFHMZ/ckpL+aOo/wAlKKY7zqf12hbkN5BwT2981vTXuQzF2trUxxIPTNEYZLe9kt6a9kKfNWy8Fdan5gO1td22YgSp/wBRylzevcVbQ8000al5Y+OYH1RruPG4T5tk6rfWnIwM4LZBfYkcNIeaoF0qXPJ8URTxhh+iTS/jHoRLBUUeHuIEuXf8cEpPxm9J+L3o/jdGg8Zm7nfKSBVnP+mbn9JwR+PSGOGXd5mVpZ1juTLYMrf6XLmGyjSuAfsytimtcvBBhm2YTWqT0bRsj8drSw8Ui+ao+1N5SzZ22EL68JnOsmPTurU30MZxQIlZV1nlciZk9AmLUZBjVt1XIbqj3Sk8jLx1JUSiRSRb0gbnmTMj+mWJuR5E2uFIgMQ3p3biRCzzxiNmUfrw5FQ7ByMHnHM2HhRV/WyYZW2SoxqcmOVpg1xc/WAmjijhIEGbZQZRI/JHbUGyHXAC5RvI7V/63LeUce1tLL6Xh8ESggCn1M/jUWakHY2nY9VBjDYeWb6BiZXxI8oIbBinwJJQeN/EQ66IpWYoWje5PtnjElb7o6/rurbVc5U2yK7+RLtlFzI8kY5j5xxjWCphukBbWWQoYouOSTKl10X7UfFCCocUw5agGRGdAYtGnfRAjRKDmpSXb61jpmGIx4BeaeX0v5RTSex5/wCZXRN/ZIuxOIHg7GrSDkEocmF+jaxjxX11jrxmRFxaye62/lC40qc6V/KTmDXCy/5Mp2eJjKjyaRsw/WHujkfcL5QrtJUgYJq2GUkbbJCmj8gil1LVJ8HzmPdAsBGNRcdhZFMUY2ogio5E1DCSebumgWnlyZTiOb+flBMMST988DcQMeLeFuR0Q7SKZHysxBGHbjeDJMxIJzjd3mJJkZfWQEEMXLWO2PBUj8jwx+ewR0hEZfYlxxVtyuP5CU1xASZO2DIGQCFpsxN6Wkkpl9Q7GomMo4pBqEj+XjzI44aV/IsAAgI1YnZ45X9spIhmgfdzCJmSTcSqxkVg8ER4qxw1jUM3JChYUw3gXof+Vv3S92n9Khl0aZX2l31I6ftMeonmJGsJfkdvGtXCOnHUncUeTQA4TcCSLXQz1FqK3G+Fllh/n09Jk1DjjDrzthqmXwKgKp9MPkJHFA8LqRJLMnuRxCjJrBC5alX3Mglbk5aBckN7mZP3E0a5nGk75eSQeH/9ErhZThDIwmE2NMeESMhaUCYssbIGNPjH9ZZe0aXlWMBZpduSWXSxtXKXNz/PuR7tzDFVq7SW6qWrGovpDzbGsmlldDBemWj22NqmlaFM1bzmeHYiRWBmv5S9zsa2NCRxVlfdEcTbaw3NxpbVZMZEuPNbYhGklVKlu3kWgxU2d6HGuQw1q5m0gZixtG5kuG9Ubc0pfjkBLroEdtjLEeWX8gvhF1Ltzy/9/wAnLs+p0sG9wcA74W8/3VpAsltwwyRXtkiRg6kS9Q/T8i/u0PFYSazIcylfbdZ/Zs4ke3itoi13aKIgcFHLmRmWruQk8Z4fxkoSdfY/Cdr+45GtoeWSKCKKrq27+KgbeEfF1KdEjLraS8M8cbB8rFOE5Hm6p1DmPEdPtFHdD/5sXcsA0lmHUrckotf/AJyNo8f1Xqrz/dWPcDxvHV5OP1PmtPH6iRt3jh2skbRx1Kkm0t2drn8d8MPO5mVbSpA0Sv7IZW3lSDP4pTq0AxCG0LnZrBM2+xZZvNJbZ8wJpE/bXR99sMWvwY5d44/OomADvzLbth5E3qGQyPevrbw/3eT/ACLyb/DiTklfwilTSS0m3tQMLef7pJ5IqN9cGiS1Wlo2eTwmfjtY13dk1qVdJLN+SDXzuurhJ5Ix+3PTMzmws93jdnqebiEa7yJKpllXSWxk5Ld861a4WHGj7HVlIP8Aw7Kq9szR8K3KlZfxR6WQIZc7SqI6hXkkH5BUpsRC6faKL+sSapfyedrMIJ3/ACavU8nLJZNiQTdXndzaQJJHc2YRIZjBJbyCWF8B/wAgSGgkEUn+oip5RNJYuRMrFmuzm5tIUkq6seNI5TE7T7La7bXzNm2kWGb95eWZxI9hLxySdx1a9wKfR2KuL7Wcuk5v/UImCSvfrI9xPz1aTGGdI8q5Jaf2OgIeopuaO78Uj/orlFnbaVLaR0/TkqWyliWJuOQsN7r+9j/tsIRcQmCWynaJ1fY3L8k6WskifpS1JayRhG0f7G6GJ7D/AG0Y4zPEYntnw6DgFxJyzraSvEtpKxa3kSo30kGKnXWaxfagPc7gBjs1orR2t9Lyzw2ks4eymSjZyqKSVf1CrRrCBzTZD3aazxzNHU0xnazgaQuOK1qBQakVdAPFhq1oDLBdLpc/jyEi/wCPyC70DgtLmD5pRxU2MyeUZGDaSeu7/wBzY/W6xrde62B1M84lth3UQC1MAkiLuhGphO1rdx81A4KX0iLNO8xhiMhjOsbNs1oOG03MssanMw0ltMvb3BXiBwck3NxCj0bOorHLRptS6tHDZ+/+ZdhX/ElnubYcUV7Y8rw2/FFGTHUS5V7DMxg1qK01kxtTjUlsmWz3eOAKtzaHeGAJaOXri9H6W9QhOBLEwy7OrtGzyu4q5tN5rdFRVqW3Sd/0GL/pcbxRpGMmKR7EIeoihLSysGqe15qtxwU6NxJCyyTdVJKpp/7iLQwros2OSFcRzYBBNCMmm6pGIbyaidUUPxrLosJ8JvOXXSQMOSXoMngQY3jbLt2dtRcrsFw0JzCJF6hfYzjdon1cjQAbA/J6IACfSBFLFm2rUlGbq2clT2EhLxFtpHhwGYLHPnQMZHnTRs6wpFoZiyS6gpEcK7ZrVqJ//PE0zkuxyOIiWFd6YNDJAdWKbSSoWEq4oZDsuXcgTB9GbMk0Tbs4xSDZUf2bGJkJrj5JX2kGcH6hc0mQbhKmfIwWLErSgVNGZaiwtRNiIxFF6EGjhopGaToPMOY7hmHlbqNktXymQaAYFzg/FbUo2piGoY1eRmqEmIxYaSYGSf8AlLy+1h3ddojsHuH84F2plxUT4T4l+pkVcfam7K+CFtZAN6ByT8sKkfwCnE4CxjypsE28u5dg6cREUrbx5eN3w0c7aTZWeoF0CR5uFGJ+TiOBsFOqkYOKahQOlchetV0h+bg9h+MWx2rozTryGeMKHZxUPlNPFuUIgOf8lwBFN8R9CE4b6gKHlrLSV9aK4aMUhPHkyvCyZhxIsEayBXxRXFQxBxv6UTiubhdzDtyQebw+EsrESyeull82lTmAxMnxL4yZr60OqJzSr5R/LP2/xDHlXBS430LkiRjtUiEqV4Jll2muz2VqL5jHm0TB2xMSd0A4ElGq/U67MvadVcvrT9UkJdIsmmb2GIc3EDc/xbURTzjaWNgJs63GTFNoeOJcwF+aOfwp/s5BlB6mb2L8kGtej8quaG9BQKkAQxE5uelh8xLjReqWTkuG8muOmfzb/wBrfUhgyKh8B6QkQZ4/Mg9/Kj+ajEsXgie2uyQ3BSqI0GZq5JJJJPBf6RNi4MKmObUzSxYEMXlGsmIUfiiij0MickuuFhCtE26hCKKig2K2NChTM1IwMUYDtKDyPuVQlYmO8cHzMPJtknuTQYxxMmKgbQy5/XceL9j+FODEHXA/7qgp/wDbTurU3SQrsXmJkncPUScRQcTQli5JU5WGVl5mgPp22OxhOMPc9mX/AG8Od5/vbkU7sx/mQ/hXH3t5bdKNa/8AVWVERlZnBaSUPhG449u9z+xKwqM5i6cIcm2XDoDtJH3J3ULiSozl1yCq+J7S6I5Cgw+ak7FyMCKPxkHKk6s5Z9BJ/PKyuDxUy0+oTBaN2DpCtISzTOUaJN0ij9kPcUwBGpU613TLRyKG5WHAjmwZNtZIXLVOwy3ccIyZhuZEKv8A+KtojJqItgoG0GAqx907au67xyYdTh5cgSvGUKY1aPWO3YBF3Mkmd/rQxC0PgYpNi7CN9N4+tE2RkZhS6rM8mJG8FyJ3hYLH5PSTYosXZ01EbhVJxQpVOditcmA2RFCvcmac7KG1iB7Rs3PzNcDMn2pPKSEhmk9dTNyHPjjkSPVJExHJ2FyXjnIJiTL671Ehp3UCH+HepxIsj71JgUic1cmBjSiAzSDRGYNQTwZ9lXEUpGaiAETLpKjAH4pvGgcKG1pnwn6/hEoNP4tlonhfdpdQThlfwEUe7J655WzL2xIHIIqjfJlxHN1yqeEpCXlZjJRbNK3HSjYs27pIxnZuBTFrFAPLPt+ZSBEiRlHMmtOuo5Nx9aXyr/kPQ8TIoJiXEVu/i+zBWzTEiljGM+TYjodHmSlUrH0bm47CtpTtumcQ7emJ1DSMGrbWN+l+1xC3tPTueQ7YR/MRyaPjjoBgZz2T4Wv3jj7eQyGM8iO2kQBeJjrGUM0bHmRv4l96Lefi4bo40ojFSeSwrUjEPoxVBmIRmj5UGwvFTYZycBVBrnIpdqJLvLFoJF4V25Kx6tKdeOvEmOMzBfpGnLIRi2C6rnFReBAOc/sU3YkA0j8mfKSs3sKD9oHgmnjIqKMxUMmYHRk1iZlzTjQiPavguPY/z/4xgsXJikC5ijdTHE+ETtiq0UId5goRK1DjTSnwqPCyiLqS4/lO7ccAy86ZpfXPcfK5YQFVjZ+7T5f2U2dXqRSIyfC3Yq2uCF2qNMRTJlYyP1viCDyohpkP+Qkj9fCYSank2RVbbVxIqExLVvQjLU44qf3SJKBCsjLUSkRrmMgbiU6rrtR+yHyzyzSYkkf6Z2aJy8kw3GOCbf8AypvKWdMPbCmj3f8A6xLySa8Uqr2gZg2JERsPnWuZi5Wv/WYlTFhZJwazIgSbSIaQ1AcyABgX4m4uGm2FRgglWMcKauytRAFvtz1FhGn/AKzRgww4MT/1LtHSqWIwXMYIx3F41E3mzbu8YJnQYhLF7j4C8gb13CsJZmDCWKTjDJi3jURSu/JNt4w/ZRpJPEBVygD2+DLH9Bnhmj6RDM7EypLgwToENyutNGYU3CwKocNMHjjJ3YCV0kVE7eZD4aO0f0lnfE/GDAJFMSO0dJkPNjESdaccnKNcFi2aHVa4j2dGbDmb6nNJmCV2DSSJpLE55AqvRkzAvtl01luFqfXi15UB5wfcpypfUt8zO/lCxiMEuJZF1lCbIo/YE0m1cX+LG5USwiNIwZWiHGTGslJ6603qU6pNLvUKAwrKojReh3I30CM6K+KkbamPI6+I7z9jkUPe8bcT7KXc9yDYnEUu28xRWmWQxB11t7f+jv7VbYyA4GIRC5FSZRI/uNBSeEVwvi+VkbxLYenzvG5RWpMqtz/XkWZiMSOOZlOLf//EAB8RAQACAwEAAgMAAAAAAAAAAAEAEBEgMFAhMUBgcP/aAAgBAwEBPwH+BlY2LI0cys6ZosrPJo2baLOZMT56H6o0zFsI6OzDRohGZn3ZGZ0I6ljTbMQjbbbTHXFMIxIRLep6x5J4edc+wfiY7//EAB4RAAICAgMBAQAAAAAAAAAAAAABEBEgMQIhMEFh/9oACAECAQE/AZvBYOGLO8HDlKF0NYvyUbj9wrxrBlQ8qPzzqsXDPmDipa8XKweKZsRyixmzUuGMUPyRyFofGdlQxDGIqbzSso5C0di7EaExjFsexy/FMtDEy0P8iy0jsstIfYxM6OT8deN5/PDZsT9K8t514IYvBahQizcIZxjcKNmjcJDioWj6NjEUaliKNQxnEYp5FXD4iEu5RY+xShvuFuUMQtyh7ExsRyELl2PsXL5KjbhQsF1LNxuF4sXgi5WNTcfMXKnWNHLFs+Ss1FZI+yzcLBw8GfPBilqFGoePzyRU2xFYqHO/K5cXFjPgocX47GzZo2ULG+oZYxD8lGpqi8aKHhUXH//EADcQAAIBAwIEBAYBBAEEAwEAAAABAhEhMRJBAyIyUUJhcYEQE1KRobFiI3LB8NEzQ4KiU2Px4f/aAAgBAQAGPwLXvTlQ0ss1e9Ci237iWabDj25idcaSmWP8/DNEhsrsRtl0KLdaaFKVireo4RupYZprzbnzH6UKdiU/McfFFWNRwpTsiMfcb8A3L1Iz8MrJdjQni7Jy+i3uJSd4/lE5v1aISXjKvpSqa5rGS2f0R0X0q6PmRwfMpnY0vcp/3K2Mcy/ZppShr3/wRls3Rs0T3tqHza2u+xbq3HFdBSXqJ9hcTfc/kuUVH0YNX/yfgp6ko7LPmzTs1ZsbljBTCW5p2vpFL2Ek7EdO1yzqqb7F1fYi2SuUex23LdMhOnr5F1aTsXMudH9hfTll+rwlsywUr1InGtuJgVHVbM1U5pNVOEv9uKC9yPC28Z8zP/A39f7NGxTZHmnQXFx/wa/CytOX9j4G+K+Q+C3dYJx4juhWOTZ3Z8zxfT3NadH+x+X6Hp7EL+Z8zw7DhN5uh2oaq2nb3FBfc06qqhe5c1bjk1aJyXqOTwhqXDzuSUvBcrvJn+5HJZZFV5MCivFk1dsHamTUvQq5WWSu0FbzI8bzq12O+lUJw+m41PDe2xJ1PmNW3X8hcbf/ACQUs/scPBkdeqBqeWfM3X7FGvXk+Xs7nyf9oReJLB853n1Hz+2F5GqOysauFmSuNPDV/IorUdiMu2Tl9jhVlVbkI92cTht4Nf2IT2wx6WuUp3yRivVmtbCp9iq6tyit3KrG4uyux+RDeVLjr0PpZ/UzF1+5LQNUE269iK2It9zRFYwaXlXYouVHgpjUivhlsfM8WRUlVLNCM931C4e8lq9z5eLaWPaWfQjxX7+Ymsu1zljTyOb3HHfP/B8xdTuavqtQcthcOXao+HtMSpaX7ItXTVDvKWWKEutq7NTV/CiEtmx/geuz0kZRu6X9CKbVEd3WxKL6uxbEzX5fdFIYOnlpQ/p83+Cj8X7Kdx2rH6SMeqNa+w1uQjsokOI9qolbnzYWrMxR3qRZy4gale1hLxQ79j0wanldXkUzpQuFPo1ZKrx7Hk7kpbK6Pm7r9kIP3JLwdRelrFV1FVet2J1tuSjt1EtOJYJN9DVT5nid0a9VXlFXZrp9RVs1hF76VX1Hrfm2aqU7IflgguIQnHOCXE9iXqRfE7WFxV4R2ojTnsZarn0KbFOE7r8lFKs/8EXLvShf3Ne8iiinpwJxupKgoK7UqHE9qD4db5TNUnWliMd8kZfVlGmEaaXhGnD3I1jWjtUo3vRilFW6RSWbEZP0YoN4sadsMUXjxD+r/JqzLcpthjntQce+BxwKW+5KtqvUqkUsLBG/N4DukOOnLsyL8WBLEq1NN74Z8p7/AIOHGWK5FNdUTppoJrvc7vqNRGi3rRjpvc01xcevfJvQwVW4vuiS4m9kUbo4K6PmSzLBNK0a3Pl5jMfBpTt5k5NUtQctkro1bx/R7WG/apfqjn0EuyP5orNU0rB/9X6H9qEuJS2UfMWyp7kK5X5He2fcfbJTsafMi4+G7FLw9KZLT9xye2w69KufoXEj6nd59z+oqadhTdLbD75RxNXUNfQRhNU3IaVWtmcST8VkXyrENbrFDq75KKmoU/EKT70Y0706hS/HY01sO2BL2ZqV2ld9yLYqbjlHwqg3vCJOL2Vfcmt6i/kedSkNhfyYq3pgivMg4qrqc+9akX2Pld1X3Iw28RbqjevmRe+fcqR/J6Mx14JQeUOMrEXTlwN4ZDdjihVdISI3p3K0tHBGEli/qQfC6mQjLvdkZ9mWwkSUnTxC4lOVyKMml3QpvZ3qOH2NK3I/V4i3/wCn9xiw3Gja/BFE1XlQ+HU+XPqTwcVPrd6EvS5p72FxIWpsaMNxJT7IlV2yQaxTcjqtp3KzXof3nEr6e587/air1LJTwyv7j7f5KEo9yleYT+j/AFlsIhJ4HX0Q5dv2UV2Zsr1OXfB9X+SLdqWkR09SdiXE3xQovAKNKF8NDe3SU7RHqdXQ/uiRVc3Kx61cf5ZqUm+5pn7M04rk7dhSXuOL26fQXeVziT7WRw5eTFxPErI0u7zUi54IcOtdTIvDrkprrGZTxN3IefM0W6O/YjopmhTc+Uu+TSly9NCGm9L17ld5fsUfErEKWZqyoo+Z+Cmq7NSdqEYw3uvIlRZ37DjmuBb1PyOW6svQol0nlpHJ2cVYfy1Wqwad3k1drFsRRJeZKPmLyRLWrJWOZqo5eLY5LVuaj/2NVbkG6f1F9hRx3Ms6n9zqf3IvU3cUuzuU9kNeZGHC61llZtt+fw5ueLyRlHEhpZboyHnYh3K7zx6EO88jh3RGLwSm81FxJbxJKfKslK0j2+FnQlq6/wDBNPxD4m6wKK6UOPi6aGntanmTrlEeG+ipG2VQlLdsekXd5KdyWmXkUe+RcOl92KuTi61XTg1T6mb6XdHNSUPIm6cz+EdWNCOHXsS+YqrTUcVATjBK1xvRRxlclXD2NcLUOFxJYJT7sTpzypcUJKvD7jiz8ewuL3dGQfZkZP8A8hp2vWvYXlZCpk5cp/cZwoxyrkNPSyMXdFYJW2NaVO5w/Uiq/wBxy+P8ElIcnuLi+ZpjuqMjTZ2JydtNqE9Ct+j5ayRptkSZXO47VFKv9xCMHzZKvqWS9KxMVXgKMmnsvhCv0pHD9B+n+T+66G1ipGnjVyklpjhEYol2pYlF7MhDidMSGmSmm70IvDX6IwjmNyi2mR9SMGus85nDr5iY2/hBvDRD1NaHez2ZT/Wa3WXYnX3Hru8Eq3pYlrPlrr6SrdyHdRrcUllq5SfaopLYb9xOm1BWG3TmuKMLuX6OImNLKyOWydPVF8jfijkdLW+/w4aX01dDh17FmdTOp/cpWqoV+xRLmSIwk7bHzobqpSSp8Od67UPmp+SPLVT1I+pHi/TH8ny6rucKO6b+EafDhpeE0Tsse40703+HLK3Y+XO01HlHPYps8iaotWRtkeJu8mrtRM4bj1J0oSlJdTHw6Wrk9RXvuh2Hq9GjTurE65RV4kh8XEdy+9qdjRSs9xSpWLuP0+EP7UQp2GpqvLZeYq8NC5FSlxwwpXqU8K38xrx0wQ7abk4Oab7ee5onFNRtUqpaG8IoycK+Yl2kR9SEHinMPV2scMp5Cit7/CKpahrk/uQlC+r9j1xpNdivDlqjSpVZRpplcqJwlncrIa4io6GnxO1Cnt7j+b1bHFsNJ4NQ2JM1EM1d2LiezG8xSoikicXLG5OvcfkyX03p5fCC3whV7EqfSVk8FfO5rlssHLhbFfJInw4KttS8hSWUa/ruRvdEKZpcfoSn9JGXZnLdZr5GpO8cFuw/QtilaDIz3eBU6djS8ZPmeFnF+Z9H4+HBf0RSEtVmrkXQi6VbVC761+TVXl1C09VCrXVk/fwWrpZXsPN7IjLs6n8Vb3GuzufNS5JbDqnfMux832ZVblKKK8hL7lVjCIFYnht5HK1fyOajRROlFehKMunYm3n/AANbbFOqJ0X71NUnVkdpzf2RxOFLaw4S2KKjXmacL4KW+WfNecjIp+HBFJc2V/kqskYy4ePM7IjHatyOi1bFIexxHxM7jfE6nY7f8iW7VBp9Vbk4rpbPNC3RLtsLT7j+nYipLlhnzJw7Mk10tmkoSh227o5H9zmnFIpCtHZ+Yk3Xf2KYorH/AFf/AFP+t/6j/rYdMC59fsOMuoj5Ii+H1TJ8Piqrdx/JnbzHqlGxqb1SKeQ6HDTVu49DrTPkUc4HM6zx6FPDSp8rb/BWL5RQeEir/wC1+T53QWaP6svZbihHIpWcnjyFxGqKlBS8KyJbPqZiiexGTfqcva4o+55sS8qsWqyNelEVWyP70S0f2jh2Qm8x/ItPNJ4JaJVayyqwy+4oiX/iLidtiMnvdlPDU8n+ys+1iFHSQp1rFkp9rIjFWtklB9OUyfFazYcdOHSokLTgotlVHEU+rcpxO1qnz++V5HlShr90Sfe5e7NG/E37dx8LbPsX8LINYRqj6M0bPfsfLW6sUbxY9cjfF6un0IpXk8ktSq26GktsVbsNaq0uae7NXsLTlXKbu4mszORUkvyVg+uy8ikbIrfQx1yyv2+HN0xNPE2wxqOxFPEbld1cUpW1KiI8N+rIShZuxWTrr3O6gjiRSqlzIrtpIT8aNXsKD/6eoT+4lWhoxLpoNr/xIx8E3/qP4SyOuKHzH/27UPm4f+DT3ZpSyaKc2KEvqI8V+581egk+hsrltCq7tE6e4qeovM8mI1CpbUS1b7kk30HC3uV3eCLz/hnqaIL1KSyhNbYL+4u434YkXwlm1BOeJEOGmP8AAn4oXI8RqnD2IRe7LYn2HLdsnGD5K2OHDzuPQutCX29Tiri539CL4rzGnofPpetfYb7nnlGr3IOJ8uC6z5e2fYT3RFrGCT2diWl8rFw9llj4fiwV+3qOc87Efl9XUfdtijsL1sLsxCjHI+1CSl6nzpYch9zhqtUepJ52fqVfVuJ/Yq9jU1Wo1GV60XoJdNCtbRVhcP6mcnK9hal0Z9Sn1WHFeiKzvHuVTqoKxOKspImpeBlV1LmJufbAp1/p6i2Yr7itVUPkvKsSSw1UWp8o1Hpf7NOrfBHFYk3JYuauzozUn1YM8qRSVu4pJWwaiMnZbDivErepbsSUeiTK9jskMpuyPbBGK2uSluOO1CLXVItfc5XWTwfuJ3msl+lHLjYt0pEp9xJb5KoTmrYNbwaZb3ZTVbBFTwhR8MLs1eGaOJ3qTknnBHhU9TVD6RRw3yklPqX5FJ3i+r1I8bfcnahopfZeZ5v9koeNnnS/oPX9P4NNL1oOOHH9DrHl8jV9RFS2VvhDR/4nzJLmycjpTHmV8iMZRFXOPUitpMg6dOSKWZEq9WCfnVlIvndqHDjK6yh/xPVFpKq8I9LpQ1bEpteho/Hwl6CWbmK0MFd0LyIQUlqN6Df0YFos5Eoz6okWuqNyWpaaGulIzwSf02RSnqKN6RFF4eRX5qEqGrvcahepBrEf0atn+zVVaZMWmWo5cK7+Ff8AWJS7cvkPhNpKT7ktvEcOM+h3IyS56mLR2Z6KxGKV3kcfKwlw8tUJR8eDhvzF5MjGTNUXeX7+D5sEqOi3KK5orZGWZKxm17ny+J1Pf4SuSas8fCMX1LLINb2aJVykNbRsZMlpP7miefCzv3NS2uSnHM3T4ea3IaR92cR8TGxoxBbfCqdCUOLnPqZyK9UjWrNXG3dslCTvBcpq74NWNKKvxK5Dh0o+4pLpHLh05CU/KxKf8qEH5lFZIdVchBbKpq2rQ0V6h2dKU9SmX3Jjk0rSFThQq7DnwrUyhNbGPQr5mlbGvatBx+pFhabWyTr3HqjWWs0yhGo+Lw+4mVfaxpry1FDtc+Z4a0Gp4kh7IklsKEcRyUdo7s5uGu/c5IaZ9l8P70Ve5o7k2vAqifsJT2jVCrvklN9FSMuwo7RuyS2VyDXUfYgvMnwxUzUlLuUpdrUKXYrS1MlMkxxp4vyKawec/hQ5d7DkTjvTUhS7MUtsj1WJs8tZbNDTu/hw3Dw8pDSSkONL9QmPimr6thvuU73Nf0nzI7bmqKtIiq4yV2kSXaw/5v8AHw4Mkqvt+yU6Vr+icJeAtjMij8RxH2savpRLhedvQ4f9yNUcIr9RGHdku1BxZR+Cx+yZySof9Vl3U+ZNU04XmUeUSe7siMe7K7EolH4D9kykJUWTrZWTqzXxMLYXkcSnoiMe7JLalCUezPlE1LwL4cGmXY0LEtx8Ki7FKbDNfY82Rh/E9bk47k17lXl3OWyexQ0aaq/MKe1KE33IVxUp4sM+UuitaCm1Wh/07Gu/uaa0qf1F7rcnUlOa1U2qaoP2FNbCn9zU8C4dfM1NVFyOxrSoUQ1ityZWeK0NXD26kVQpQduIrjpgUHtcU5qtDVGHsakP0I0l1WfwT7I+ZXmI8VvqKJVRw2vGjQsSIyd0nUWqDohOgmt7FZvNx1FBZJQ3at8OCn0pcxp86EfUjKP9rJM1LAsXNUqWIy7M1Lo7EyXdyoOuXjyKMovEPVuTe2xqWDb7lZIUkRp/qJnE9SUeJ6nrdGjuXw/2Tl3Z81dJag6rGSMuzJfSS+58ps+XXkqShPpjdvyGxOi7noqFYKxehW3wjP8AiKTv5FdVaohJZJWpVlEapDkvCcSXb9/CPD2RfCHDib7jXYiTQ2/qE8jp4SpKf8PhGL8KoWNLGnsR74J1L9Oog9xf/JD9FUOS+nV8IcD6Vcajvknr8UfwNPY4b3wzWsr8/ClE71qc34McqyaXstXsOT3Ipdcr0K0vSkfIcXb/AJJKlLjVbQeCRyu2xzW04RzrOTkmf1JY7H9LkhCyJcDiWRlSpgUo+qPJZNLfLsa4zSTyKNGKcHdlnVdu49N4d+xH7spwny/ofCfYrqqlg0vNS3SL8lVJIjFbZLO+5T3YtXbc11v2JSUkorY4kJdNCE6qd7IXEeRqta3OHRYHJNKpT/WURqXL3ZSM1TuU4jqvI/8Arx6jrdkZa+R7bmqXvQ7VdfQ5MO4p6kp0v5n78yL8Bw9W4uJ2IyV9InH2KPqk6exKG9Rqnv2K7sx5op3K1uee5Tft3En9uyHLsak8eEp4H0jl3yJLJd8ouxQt3E8pDdPJIk6X6BcF/VR+hGivc8mqCvfJWPT+iKfhRN7xIqfahLiPxijvWhq7WKbEuGrtlK0kn+R12LK0TV2+FJLBxKbY9Cu2xqjmtkSmunVQzZoVMxZpcbRvQVMMjKnNhMjOTuVh2ud63JeRb2K0Hf4KrvHc1OsJFKvJqry0wSl4K2RSDyOM8s01tHIn7FfYhGdjhx9yE/Wo50qpYL2/wSmcTS7KWBfwyc2JZFpvbPclN/8A6avDK5T6P2au5z+xpFxqWWT5vcjTbPqaqZ/Jo7HMLTY1S2/Jfw3Fxd61aPLScPW6oSkhcTvZlIeEnsme35HV9eRxexKfhiyr6jqqvhXJ6fll8EltWxo38j5c7bkplF2KO4qqiI8N+J1Zq87Gr7mntYdVZWKp1lRmd6DUlj9FIX1FeH6MXB8UcPzOXYXEfuV8MylTUVXjPkxwxcOexJfcjR4wJHzMpO6J6vU7UkKdb9haczFw2+Wp5vBGaH9CJR8x9s+pOmOxxItb8p8tStuxUW1xvxfCxdWKq8R7VyzGcDfiF32NUfFZonJ9R6KpF+dDXHJBz2uLzIvduhKMnbKELTdN5G11WjIpu1ynM6bFSvhkqs+XPEcv9H9onuzQtySfgNeZV1D+5On+olq2VF5E3MSpbfzMlZ72QorrfKUrWqsQjHqGp7E5zyrE+Gcv9rYpfS/wSl4W8idKrdlJdzVjVc1UsdNz9/DyZR4NXcdJaW8Ee6sJv1ocm9yTn1N19iE5dBBLNSMd2yL8IrUoRXYfFr5l+klrx4jvXDKxzv6dz+z9EeJ913FPfc7JmnbY1POUzhpdrmhb3E1l3JSj7D+l2kafrQp+RSls0Hw+94kHWxBRyrk6snKlY+I4jyPjJ82S+9SEd3k0JWdxUxRDSV8VFS8S3hObf4U+Gk0+GtGYsyjWqLwNPPYXdlHs19ikq0I8SKwztaxGL2uR4m4nvIl9I96Z8yXbVSo4t2ZV9VfwNJ2ofLldRHw5bHoLvuaV6knL19hqec1NJo+xJTzkrutzUtlghPL/AGS4m+SPldjT7EpxstjS6XLXb6hxb5sDjP2IS+pC8kVl4Nij6qmmOH+C8X2K9j/BUrgZ9X1FW7dzXuiHy+sv1K5N97Gr+NCnuQkuqprfTKwhUyTY7Vseoo4cNij6oEZ0/uFOL5t/Mjf3NOzscTVsjm6qkT1HKfYTp0kYw2NEt71JavUSatFVRLgrDdKil4JDlWkY2TF5FKcrfwUpd7kdysdqUJufUNe5OrKJZ28iu2xRVch39yzKl7V+E9CqUrRkp+wlWlL1EpexXuyPEjkWtabWPRVJKdaLBBKNk7kvNDf2I/SpOhrrhGv6v2UawfLl4bIzZ4qScvCQlS6dWWZqWDUsTFo27diJ8zeLwfMTsjlvpRGUb/8ABr7XNT6Ow+G351NWEUj7CiLuySk749iMPBUU4+g5yvJlfCsVK+Ktx+txLdlNkaShe8exyS5fyRpuXwlcUoLOxL6q1ZbsJ+ZCvmzhx8VSzrUYvyeRHTm/2IrvQlTCrQ0PD/ByW02I6M7EdOyIy2WTiN4PUcMbkZdyVf8A9F8zEKJmleLLHwe+Br3Jxef8EeG8fsdrSWDXW5q77GbIp9Rjlwcm6oxU8B/FIdX0Mok6K43S24tO2C/Mu/YpLqWCu5nm/wAlCiKxtr2ZR/Vc84ojLh9Qu+551sRnW5zWtRUP7ERpueT5SsuncrT0IyX1HLdRyWFJdSsyUdWMMbeJ3RLh052QcfBdij9haz5T8P8AqHP6B4JXyfP8X+CXEapTpKxxS5BcPKwSlLc5c0oJ0wJKeFU7i0jZpWXkpWzJzjiovO4uzyN7u8Sm7P0YqvhyurZ2Y9d6cooQ72L5eSUsbEnS3+SsVS+BR3yL+KNOVIfYSRPT1OqoQjWmai4bzEth5NHhdi+MGjBX6Ls+dtj2G5W183w1wK7ysONOrApilsfL8NanynhupOPuR1bokqZweaP2UeGaXsMdd8EWJEo9imyPmeGpST//AIc8bmqWWfxK0qmRewqyqUeReURL7GqODV/Ik+7oan1qw62qScd7EZLqwPTv+PIq8MW1qHz1io5mrxJUIP2JQ9kUzr/Z8jZ7ih9JbfI+9LHF/BVmjZZFFdaFp2uhTkhzpfYpDa7Imn7ldsHmW+Ffcr3wMkovyZVLlNGzPQ0u3Yo81uZsUWMGpYwivh3NTj7Ep+I8xXsLT6MalRIWnvcS8THHZ7kO1CW3/JLuUwNPKJJ7nqdq29zzFS1F+RcdfbyI8WmXcp9WTOCNMNUf+C3+sfbcrWvcq90cy21JD4cf/HyJxr5il9TwK2B82DTUfpY79y+D0RqGqXd6ihvQpRmnbxP4Wv2NML2yepp28Iot3bMWrQ1K6RBu1RkYtHkrilHLdDn+5FGiGCjs45KxsP0JyTw7o4bqKSOG+45+LDKU6hcPwMlw27RsPiboXEe5PuKW8SVbtu5/Z+Sizkg4qrz7EeLvWrJS2wima7HN2GobIci2Yk1uWwa+1i2EX6o2H5la6W8DaVt0VTszTXmrYrVLuUfKlY0TsZ3sKG1TR9VicZY2IKeCK8TZ3Ql2IRZVeIl3J4qypStEXwS4b3wOC9SK/wBRzYeTz2NdbrBCj67M0U5Xc+XsiLeDXXlqdtQ4/YpIm8eRp/lQlFLlZGb9yMI5ySvRq45QxLYlDcnKLom6ep7EY9skofYZZUaIsWnK/I6cr3LEUsDR8uW25KvUJ3dCDXTUVO9C2UNzzSx7Ee6dDU8MX8cHI1dElPKuOPuyneJYjfBVrmkht+ITjuKiKNbE/JWPmV50Rmrtn7Z8pLmWSH4FTsQ9KEZRd3kjQlKnXb2FF53P5UG4vCoX+xZ0pko8rIvpewvNUNSWMjb6pXNTz2KbO506e1TvLyKvfERdpFZZQ1LOWShv3KmvL3IuXShQ759BTVnEkprmZzEcOlyD4e5LXklJ+PAkk+zZzKyRo9kLSrr9EWvYjem5JEnimDN81OHTH+DR4Xdny8UK+zRJvcoyWq88GrDVl6iS2PPJLhvr2E16FOlq9Rp+vqjVDd1Gu+CTjsViR07HnPJV9qUK0rN48iPzNmPUOlEpYRo4lmharLtuOW/YS3yVxuJ+E0Ptcl2d/QqxRTqskJvuQIumbCSwrDrhE4vKNKeLjj3wNr2HLTRpYF9OxF7NXH/LA1Gl8ijmn5ON5nzd6ikQ+7+C4q8JJJ82m5KPcjPuKu/4IU6hUwrstbWNPa1fM7UR/8QAJhABAAIBBAEEAwEBAQAAAAAAAQARITFBUWFxgZGhscHR8OHxEP/aAAgBAQABPyHAcZg2rmWIp6cSvO/h5ikqpTxcHpCpZQLbQJnZ3Ts0Y9wtRtkqPyC6ceZjnmqc7PrK7QwZzv1C1trnk/sTBsaUbVFQHohNEWPsT8TQVNDfbiaNTYuzm4rhhKbcXC51unEd41o8x5N3ZK85mMLyvuMXWW2f+QrwzTXMPky4OUxcwc6/hDUwsP4lDbvJNG+IlsI9lp9SuIZpxxH3Nwe2JqXW/wDOv3HLbA+ooPeYaGrZsmv7gNvx+3qzVVW3xenzNrgY4BEVNPJHHnVjnoz1efaYZitrXqXKdrsQ1vWLws268+08bffSHRiauq9wS9hSazbFHZkEmdY8ue5uumDAp7xg/cQFpWF3e4q0QoG5GI1X/kpFbsdM9CYdwnpA5/iHtrD4a1/cT0r7KqCJnH/DaY2fvhpANLqVGhfSvPuUjYTyS1lFzCNlpfPmW8OFHvllZyy7KsQBMjef28E4hVeLWIJTNL+JW08x8/8AIpe5oG1fu5dVbDDwbwufWgGz+qKgpEW53YTbRZHuG5H4So10XcXoRyMMmvBqM6gqnP8AkHWzXeTWPlA9EyTfayGP7SXzlhD2l8utr1oqWXuwfEWZX5H9QWUqpXOj7g6bs104LTlZHeUGziOph2If3LwpmhXsWaPTPNYfxDvkl7ybXXhsx/UOVE+RqMqFSW3Hhh6Gt1MZ4Qc8wHsXliaiXachdZTtKaLeB/NZ5caPqOmWcpQQhTJ5X9QFr/1OvmPvi/TaeLC+0CtNF02lCOnu1Xd9IJAG99k/rmtuIZalVWHqGnX91KdPwwvIBqpzxOay9Y13Wi2hyS5d6vY6RYPUL5hWmgXXP8SB2a+nUscktql7qtUZvRj4/wAwgUrO216vpG3oNa9B3faCosqC8bPmGvaLD/MrKDOPEnWK2g+TrNLaoh6In1gr7JlpYYfqUNyJf0Pz6xrtumQ+f5hfSjXhqfqNdrG4bXivfMrjrEVu8yl3VZWwfu4pnyWj2nCWC/PzNFQr9F5JVy3tnbVf4m+1AdmGFTkDyOK9pmUzfwNT7j7YlXZ1r+5jYKydj+xLOtQvs59Jou1FXTiUE4fg3qkZzptT6huQ15bQBu6nAGYPUjs8f8YFtd6vvGXOl/FNizb3BaZdnQr9/iPxSvmN5bA0g1xtHLTdeXcKbXrz248xMxzVusME2PB/2L1Vru7sQW3NBHuO9aUu/XtDTTCulO0H2R4GfbEpyW2rNLf5hDOsEvT+zKa9jJSuRlO+ICoah8OX0mKUhPd3Y/16Lx7RTGiNnj9RjtoTmaPa9GyShNbrze3tD1Lt+X/I+FtOeIZ3Iv30+CJ66XZdfmN+4Sr00qL0GMk9EQ1WWbt1/ES7tBXO0q8qh98fqVBra7dEIVkO3ptF6OnD+qVbpaD8wmOVRymxKaunnhSvxFqs/Abfz6iqNsjlMj8w2Gqvs1SYFofSbe5j2g21tEyeZdfTowDYRPVFGGtr8sYu7KOk3qdAd4njGCYVcjLxKcN7Rx/kp1uhKo2Ya8wQVktTVOZnRnkGDbVh16QKOV16RZo+p+4i/wDhOz6y/Naw5vW7gge6Ic50gqJCnZtA0lmeqLr3gxzLA5Ji/wBP7qZe0LObmYhSgNl0/MC1yUu7l6QaXErxz+YF/lw2STJK+4/4THjtcjUJa7auBW8NGqA8ER5dF3Lp7fia508/Af7ia9YcuaLCX/oBHfEIoDn6JRdVjP8AdwOC10XXkh0favkkdXTChxcRVNVcOqesNh6g7dpRluv9X4lWKiU/2hBoxqpw1lCa3rbvtOHKBFAyX0y9ZXDc93P4l541Ug1YCw5a1lvT31XGxstU6D/YWaBUo2mCSrn9y+vcHs4hc0teuSa72Zua1NAq+1BaJxhhQFC8pTsRzULJ90LWjNw87GvhDuzKvpxG0Js9Tevmae0CbsAa6ROatj0tqe6KWr6MzHY1fOn93Knxl6aqHvgFG3KzFXtbLtnH95iXMp6TYlC4vStz0gVi3Z5FlC+4c7k35cA5uHfGgbOs0BDr53+Yb3jB/bTOZpYfivz6w8/VdnFxHctrq08TBLDLPr6iXYFC0d6hMdv7EurJx66iRBO+rr2S9RS02Vr8Q98527gZDe22zvK7oVO/7WF/AeIWZzTKm1kfMos/uKl6c1TVdhjbm9Am/meP9yJyE4iKqIwPLvMVYxHcI4OV7u8AQGETv+JZWl+EJUxS/XdSrXbD5OA8wY4fE8RxtQ1LjTk05O1wH2w6b6x4iUGnqF65nkQ+7qQffgTmIbv9PeK3vnHjuYeVhB29feNUpQydV3DadF9v6gNabZvwe8cr7+259otVJzmq6/qV9N0jv/kB7UgJ3WixQnB55vL9ynXhS98aTKy2Gq7wwHa63f7Bu1wPlvAyxvqOn7ioVKYex9s+kunHTgGITi8fGBScgweYy6b0LzWkOZvj5mkrkBUXVBu1f5mL3JZ6/wBmj3R4KyvfZI7RdtBrxNqmHWz3bkYW7cU2/wAS3/BCFaCiN9QziHS0VRzePuaKrh6wUOKFM0cTDlrWaQmhyGZjfLQdqgDa2HeY/k0d8MarWKO18ROuLKmxxK9Y82zj/Q8f5L2XVB3CaMbOG7c9pXBkMvCw7bGcVDdFEQjiuk/dRG8hVbqSs6hb27wNGAXndizDkGyuIl6pUrs/wmMbCvW3zNSNVB0ZfwQbHACLtzKkUNU3TmV9vIrwGk1RZJ0JbimmeT/SU1GoclZituFPvEpMYOd4Oj0PcfGJkthPLP6hUqkKo0DbbL2/yc/VKe94Lg1t24YAat+yawF1ecQsHx3mxJStwcPbj6lDYLZzuR3SzaI+xVcbzC173y/qVewMLDVTZla9mOtv3KzoauwNIZDWt6megHQeJietHkhvPVeZr+lL4f8AY13TDpd5eKixmrYM3TbHUVMHhWJrLe8GZi8eCGXoueqsXLpNqCt6tqmZCquLwn4jY3mLe6wRvF6YrbgffMJJCVjuVHpcBq3xDrXQA1uNtmj8IbWsFjNv8ymjNV/v4gvXkJUFxDvX6hanVXLgjq2Vz3HT5nmMLytu5vVob76iylRn9syZdGB21r71GqGlUe34pgIrtl/vvM41gTufuYtMlOuH5mn3njjD9zJ9NzvRZiRtwp34l81LV3cWjR6fziU7McJvzOWWB5r++JZqaPm3Zn7r3CbtiaOn9pBOqn6WpMGNr47RuTsb9ktpJDfE152k+SOgUEPSVNehJrDA32ylK0S9x8ZOHPn3jZvH4I/pSC+N5TTkPZE/MoPbX6DB+YD43fEIbvN8fRK9SXPeMF17nuO8ou5V5PEK3dDh3/kwcacOSas1l2WhKLW8l7YDlXtawENv8PuFX8yxlmKHPr5lfme3eJgUBtOJjTp+hrHhnAW7p2l6dJmq29dZUK19k0JmObr3N5Ub0x7VWnxGw9gUS4Msw5IZuU6XG3Xv5zBwO27/AOxMjzmK2tgPEFS07Tdb/wCMGMaXTWt5oL1QvBtMOtnCteo6r0vWssNh117uqmpfQOB/VM8tPUmNWtHuXNaZL3vF1Wrn4NvzKD41H3fmZc8k6OJlzXFy/wCxMDCnF7ygqkuyMKaanKlXFVXEMiiy10VlKdDVDKYWr1rDQrNo15gLzjB1j7IUruin1UHi2vhu/iENJPg8RA9gZlKddWcHEXuWese0wUXfrNXW2wpr70o0M8oDofhTSugi6jqRXb5TxiU6zbQb2kNo4B7zSl4dlqX/AI3LiwfuKxNFa6UfW8ZdX9z2lY7/AJ4gsDRl9Y4ngXyfWLfep5Vi5UG4h2StDW0cNRrG3s4lfbKM77PySlPgZsf1Oj4p1/5qf6oP4DPkTDdas8bMuJ0+a1/UZfCqwPoc50lZeoxbrBKRqi64rEYMlydmtTm5nXGzD3/xuI0A2PSb3jo2qLsjT0xUQALY1qDmkn1mcWnwH9Uw1DsHk1jwTQg+fmExd0rbYgK+WGp4m3hbeUNriNv/AIJ9s+BWW5f1h6Zv5EFcBVGY2mNwrrKqKRb1WJc/yXPtiEpXdNRRGsUPv2jpa3SudvW729oB/Vnd239TG/Wnhjn5fSyzxuvccPUUmT8GAbBmJ0RWzR/EuOqL+AgR+KXVClk12X7/AHPmTfS14uD331qG67oSn+VHg1hmWoVhv3LS6VvxvMcqOGcXi5gsXR2MMZWrMekqeKuu0ydpNDxVD7zP1VRWL06nyRoq4CtSc5I2b4ZhdiGogYdpcThXQzDXkMuI5PVD61BL1cHq/TBUSzfg0gUDKnNLpP7iEotGvWzAuGGB33MqFalGLfxNSNpZ40/8d35XAfxDVmt7llpTXXhL/u7Ob0jNcwF9AQp1RAu4czGHU5eXWZVKytZx/XNT0U/CPrhhnXkE7x8R1DnZ978S11vZOEoLvAORc/P3Krd02+k+KlTQVbTvT5JnWts3g/2MnRftEI2zAQW1QG97zV8zgv8A1HEu7NNvzWPcgzwpybylmC3/AD4gTg1m+2suvrVeZfoOX1Dd6wZbTRJOvmBaNGMcyxtmjvmVu3dt7hhVUDueZjTeGU1IbHmUdVW/MF2ygSBpx0O9SLbb4ROtmLwYnFafEqIbXprH1kUQRvT4B7SqtlNsbB7zlrbmzGqlZhfvKtsC+d9f+a3ZHGsKjN1W+5aWHNM0dnuAaH4URt3dXSWDqJA85F+yV5kot8H1c7iY/HmN2Vw4iVZhNyXowdTUl9+yv6hm5Cacsz4qZLpkemD8QIFQtF2xmZQa78TMBuVM3xpeyakK9ps+y1KjYGnC/wBqYwmxp/4RnOTR9I/2QbNTbIdOuYgLUtRlLNW5N/mGgS2lN49nDuWwmP7uUhCl23f8SlEL6t5hCVhOA2hQwUOnE3K2uPH/AIglbMkx5uaFAqptMwzd7f8AJptAKOHMzLw2uSB9XQQ5COm1UeEbEyJKS3VBvWh8xl73zz/55enxOdOcCWb+wm2XB8yp6th9Sv5RHXua/wA1U6fiDe3gprfPjeYkYrKc2xyn0DwyILnvSmeol0Hz3K55JszoD4l3mfzmfHS0ZfC9/oqV5y59kxBXjYJLnEdtp6ZqZsuu63bWaVmfU6zA5Eb9jGqOBnWZrNvpkIDeksYUhY3kE/2CJz9hsy7FtVpDWAIeprMh2Rds7r4lSdWfE/zGNIQx73i5jUR4WKDVm82RWnebtl3ZW/SUb4BY7sC2cJfazcWzLzrU3Ouy5NZh+ku5dWI2LLRILw7wviNX1Npo+cKdSmdlF6uPn/ziGE+4nrUm6lZfGSCwVax3h3dVMOMbAomlnXpf9UKo66XajJHNc7u6a5rZLqLG1fqZ57j0soIVn/WWfz1J1TepiYkuprmmZtlwPZBBpdZAs8nnibfVqTDwr/inzInpz82HUb4y5jp+2OubR6YuFhut7NP/AA6Q/BawZ6JTfcIehmr98QHWKj5KlZktF903bxtbNYGBq6lnW0vdjK66y6q3MuYIGzbG1AbruZNa114cMx9GwuxUvPUf2lJ1rp5Qj2rxqDXzraI3zANP+Y9aa6eyfsjPKYI7ztoDdMcNa14gOwHk5Z4dZNPzLwGxbXlC0gHw5vmVa8J8NZSBXlGpBBU6s+BKP15gvE43aWm7u/CPlLqsakigHJn4dJqaL3lzbtpoerbIqrW1iXs4h+IpIYFa4TSO27mH+F+/J+ZnmBg3dkNvQ3mP7jpqqUxRxm85XC3UIxwiU1zo85cFTX26Rsuvz23J2gb+Euq0RO9IU5xv24i7PkcR1TiMbStXC3UBC0qfRKZgmVs8TIGFaOGo+gq+zaXt4H0SV24os35lUDoUZ4INAADQiS0F38vxFtnXG2MpWesF5k9IGXAj+czOd8w35mrY1f8Abg6fD+M/lL7yr6zpjDpVl583DxbF/X5hp/SR0YclmXiLptXEpcfrzHKzLHa5mWKxHnebbSheUlPLPvfXrBennYig+6v6m+W+qbyqoxFf7uOdttfcRkLZ9odJb6f3vLfWwOxq+0txitNF+s1JHdy64U290cOBS3/Zhv0Q7RkMNC97/iAV1g49e2ICRSs4s4mq0Vg5Je+bsDsvEIrZ25norL+c1KeNkTjmCgYvA+IPjNxCqUcGOpS8nbe7tCbyV3H1bWgWev0mSmrjZv8AiGLgpv2w0yXrbkZCcSETxbTjuFv7OeYdCCK3zpHbcR6RWnsNR5jguF2sbafUtnLho2EpsbdPXHpNTwuTg3lllq717nTY9W7ZfC2SNai95eXyQlqeg8f1RinrToUzMEtw8fxGTFGj1HHY072+ZR3u78JGttSvgQc9r8AP5jT81M93Clhu/jQ+IewbzxnEsdEo9yjRsb7I12a5O62iHqmeF4Bd1/Us4lJafUfi0tP4PMrx7VtA59IHioqrmX7lQqdcaQRMvDlfmJu/+mUrkNlyWs0MPkHLFKpw4hW7ADv+uBKbVdicSxwBbX9xwr6pNrhp6tztLNF/+ygUHxXTJDDXajpbDY8n+zYOUPtMWs2n9tDqOz+0Zw4o+z9QUsODdlrb1o728bylrGI87rDkIF+do6fQLDVqg8TjU/FpKKlY88YnQU6R28I8rNvYBzUKFuzm9ZhvK3i72ldmhUfdYs/G80/ubrwFzi5rsWt9V/yYGtrq2X2htNnwXEfT5D07+77lrRoo7mVeQz3iDiTe/KtWJg4bD2/7GJZzPfMpOTxtzDcT8buVLQKvSaSqOH6B/wBmtNWI/Mrlz3niUvVH4TeJU7/owadMer/kt4unXMbudtw03SFmdO4H7rZ3GV0pVeP5louyt6rVmNrWinWoeu1PTUgKFsbvQ3ln0o5whT2PcxBJqV9niGrgOTKW6BRbqTUFBqbenY4P9mgaFvzvLHziO2B5ttrMR7Kmn8RhCi29krdwnjN8Ml5d/wAyyvGy/wBwt/i+kV0Ykrkafc0vlX1WhKXAry6mv10z6lfWp4eolW1KD/N5nLDW70l7xWQ+qo6XUeemvadPCW7VMyYfvDLWtQ92lS8Os35vb+4h04FeK1faUsddX6e8Gs5E4dyJ+o7vmHwOnpoxX5gxzRFxdfpcE4x+hDf2izesACCkhOOGImrN0alEqC5uw1uO7zbW9jaaCoU6xyRTUHEaKqsx1qtXpEUtug9bxWWMCvki8DEuC6ixkP7qZFTF/OfYgojkNJzH5SMjw0T8x9dZbZkOl1A1cjTljWXueJY3eh0NfaWglOkDZkereYSxu8cwdNh1dzSZbDkzWWoHjmCztwOW5YFuPZHwoDlhmNAvTzD1/ZMBVqeP4lPy6HhNVFldbD7yk4/ZYPhmfUGpwqf7Ms5cOTWPWisO3FR70WjsI/8ATW+BmFhCsulkcppa7JrbDguFfGh4zEbct5zcX/rO/wCpb/6DMTmDXSDnBzOSNdKxobEBD1UcpG/13DhTUnIF75mgvW/21zE5ig0f4iBBR2eYxZpsvxcWWyleZ0AifP8AswBm6vjiXdpRe7hzwK+2k2wtHTvBQ4hsvO/uQB2hjsRck2oPOvm5V1yTLn9Q9MBy7/qVroHp/mEatQLDfIoHUpI7/RMjTdDhjtaoh4veL9Ic6yvuv1mF1sGq6Bn9Sxt2g+d4DDpeZ4heugQ5maFO1daSsLavTvCZy0fIR/TZ/Kgodi45lJmUeztUWbeIPdBCF3x5vY94SnQcO1aR9dDRvZYfuebz55mjtr2/cFOGDlw+fhl/TC/dB6VN7vEriXF6AmiZBXCtIK+scnE01oPRHbLlzG8wluYWZarfhHT4nZ6INSZlfbBrP7mNQ1CpyynCZVs1iuYxqhBbWCm5N3SD23gPXuLxGIaVH6lYTomp3B4yInHJ70wXtDI8xuUZSnjkl9dFFsvMzRoMnHES6RnjgJR3K4ylh2mUb8xrFMKLHZtaHpLzY5ZgWujL04hB46DrK1awte9vxKq/jqxWoeLcx9W016joyCl+ZlUndOY5VK0c8VCqFIX5YhkqtcG0qtzoeHb3hdeebuszCwC/PYjks6D2ae03bpbG+0SNS3F7xqW0U87yi2ox8zszFca1KyX5nHEU19u9sP1N/WVeXmLSZlRw5sJR8s1+IGC838RDnpGtI18VI9yS3dS3pklhYUA5TH6grixpvu0zXKK0sziqb5JV9qn8ItYLT+5rvG3WVYV6OiV2pbHzAS7T0dYCzhlmHu9+JrZmeuktu5R9b5N2tJqYNP0xdWU52luEGFfM/wCtO5LIPkRDtZMfvMEdtMRpJTUxvpMznj0y13eZaSvXTU2DYzd0lYMQOiE9oiO17zte8Vw64Uyf3zuEVGVgN97j4ARzbn7l3dK6/iKra5if97qVbutzsQaWyw/cv1VLLApeM38/+XZLqNeDasV8IZ2/yoVQgWV73M06L/etRO9UrvGW2/4QMWqLkROsqB6PeSKNcrjaF1htf7BbSuF35lzFYg8xHbvwxdQX5hWwtReeYWlUivU0l8cWPLM3ahmOgfkmTT24hhM2n7f+FBppt4qWEzFAPeHdf1kfClWShmWMvS4CjrUpDT3nzP6XpcurT5iHsqFCc4XVcwAdeqL44A1tUYLW4mHQNHJKs2bhItSrmH81XfUuViGd/t1cT79SacWaVxDUBzPxCxUL8mUdw6UTSnVLLPUsqNHngqsaSFTeQv8AU1dc0HBzMa3nsTQqse4RSdxfqRNBsHhuNoUBOnDMsBYfiUb03z4cREN6U+xKafhj/wAi0FleRz8T7j1uG23J8wGvR6/mZ0aAfNTvJZ4mBy33qfEULdc1cjxWif7NUCU22IrVbyfUepBwOaTVUDPUBRcUBVGVlQ8de2C0K88tjmdzM5t+0z9St9pjr8tqm4y2Y032qCfossH+mpjaLI129VAVomuQPUVEYC1A/MpLRcficIv7fUXgW5wZZXiOj1w6O07fLMDxdb9SuGNXa7xcSQ5NzX3mJfVNHnd3EN1vEsJ/zhte70J+4iw4RqZxPNONPpAXb3Te3CW9UlzxMYdAnETZgZfiXxdAa3TLctbGCuV3+Ji/GT7Zn9DmHvsHnmVMmwMzx1SoHThEKUj/AMlWd78ZBMuYtl6+pi3zvaD0/BFsi7zE49qN4Ba0xQfw8L/fEyJjJ4iVGncmygOI56+H96S2KYq7QomL2O2O5vStZblmO69/LQ7Su+419rfrS/mgBeCafX8UrbRK8Srz4vgJ2gB27Px/5bkV6+8y3hbgbwQKajxrcXeq2K1/cW10yfc4ZNvkioXKW9sdOqBT9/MVKUGstv0arxG80Gn7JY8ecccQk1WnZglImrFcQrT6Z87xEDMuvhl1mz7JTqN+8vaDZX+6mu8HLU3+I+ZV2vVmGZJmLRVHHmYGGjQxSNWKbMcYmfy8D5mv/q9eSUWrsd4am7X1QJC7UldZfmP8Jxhd1NiYTg+U1iBm5u9c14/yU8MQOjaW/v8AENp5VwUfTaunifFN3JxD3wkz2zm4LX7KKdOkIjbhFfUKrOs9zg5rb2gwOxfzeX2iI51mS5wHXcyNLu7VtBxkYJwOkNq+i56lyus/3vPUceIAtEjmou9bhO0Jf/J2Tt9wt2KOx5m/Fba3lnmtfBE1tUadxEW9SFjRrPWJnvWRvw49QKqunT7TI1l0PMqeebC4YdmLxpwZhferqJ1OKc6grezfxKf8eqG7jQduhHBY2it8bHmP6FvbmUrurwNIEMsXrwzp0QnBRrmO0yMK0qsiQBjSz6lK0Hb7TGS97xKmlA9BmeaafMERUGb2r+fxOLcEraev0laHuhr8VMUXmrmPOtkorh4jWCrflDRXLx3e0tTyXQ5rSK9n9RsPqOju3Nl/R38Tx9QjM9GrWo6Bs9zXPlKHOJpHYdPy4lWqKtcakBXU7bvB4aH4+Yr2tmuOoI0o7MwR0rEBi6YOX+YGrO7bZ8XKto1l62H/ANjGYF/yKrAFO4xWdUjDPjH+x0dR/EPdvT1j/kK0ltzeXqrx+sxCGo2Q6EssPnT7gKoLXSLQYP0b/csQm9Mb8zLytUx9dKmWevXwaEtyrmjPQzc+pAP1RfyiDgRsYH+CzpdD3gUBldJ5fu1ZmkpVHHUKm0S+dH6jYUqmBkNXgIxrwQlw0m5NkWu1smVDmtEsNri/4iBRm8NhG141fWMGvyOc/UzLIg5R2rAy7bJsmaImN/l4jesxKfQN9HicGG0iu3rGpRqTjW7oTY/cJ+2nDeW8tlwvupnmNSgKw71K2ZWTbkY3CUh7jEofLN6MMN2TW4ek2/MQEMaMsbDc8PMIWiUUDaLsud7Yrl3ZkRkGnsna/VVbtCo2oHklU6uDqt/WHbKLjXclty4XBw+4u+hvw5iQuaW5dZaV8mukab7mmlXDf5eUFZ4/WUw1eziOtLkv2qEW7UdxLlbjV6N7j2nc39xnrawPL/ZfTzv1OuWvvqXTm1mtRr7sesd7Wwr3/mN5bLuJCqHP0RS1ZKXwr6iutZbhqxrYy15lc27jgbzzb9riBXm9huG1yoGu8Q8u9eR1ly6bOV2jqprATipmbMPW59ZwAftULTqAOTiBRoze2hOW3i5dz8zRLU15dpeI9HeFRyP0iIYGOPhC8FLYe4fWCZoIUGSy8zeHxhUanTMzat6HaDYzKm00WFZcybWJbte8Osy7Q3xA9ZxAxe4QD6UCNdYkjYp8v3ObM7mGLZfCVNV81VSmgu3TR2PzKNe3TfoyvVZPLpMoZC+iv3MPMWPBqf3cpTvo9f1AU1anvcWNK2oCtq08mkx7gDzowQWKg6jTk6l1vjzDFIafj93KQl3B/H69pccAaEAnxKvc5lKwyteWY0bQunMcfoA2I2g6p1zFo0TUyd6tPcLV85czh0+ZdnD4R3+Jm4RTeyxdYUBEMrirvmAB3r/fMuczPa9WX3idPDDulzfH1CnKa7XLTvHI4mJYCnZJn9CDkXmNxofgJlJYX8eIXcmYTIwaj8ysQ1qQVGWgEWmSGTxUZbS8D8M8wXOiAg1EuobiXa+4Sa9g/KCBvVXt1Ev2ceYV7NlHJrLt7D4sfW+coYcN4R3O35gNTUvrk94sEi897IgzpYL1/rxLEplFHnWV2DRErnb0m4Crter8yzRhVT8Mq/PY35xHGjpy0aiFao1Zuy+8cpum8oLw36l1HAQOTioHF+DUmro9Cak3ufkx+5XbFA6eJREoV7TeNs874jYZDa98EdivHVaTuW0Dyqb+E2+PxNAWu+ooDOhdxgJsnbaVoWNS4NijIy4UDKiYTVWu/wCNIC1OQ6kzPCF+5bsMqTNYrp5mWHnNHXc0Soc8Qt1rke4bdlQd7JvYjAVPUpFg5rF+HERr2+qGRtYe9Y9iASOtGL9psbOpte/pAwxpTpr8TJa6I/RLBLtoNn9MMdgzdsn9xNCOH+zX1vT50Y7LYc7My9u81ttNDqCtdf8AJbqw8cfEoaqy+Df5JYMm9PiXfis9K3g/WoudyjdqsX1MGNQPj3mYc36CP9yNdMbLNLVxtCFxT8zNGBS7m0uzRT1RG2pp9zU7NE3Vlo6l7OyHxdnwZwYBezG6Fth5mDmGuRiiwCT5s+iVKbT15lADo4gFyvZ8wUjbldbw2Zv7iyoX5uIvjQwX5+JV0hofAVBcd1wfMwNZktkm6bS/EoNgr2eVn9AG8umhSNbVSalyX7lRb4zP2ZOZYu5LPOp9y9ds254i3b0DH7+om6F5W4uPmEmnNfx7OY6NytD43+pe+wjZ/wCwu378ISFZtWN/6pk6FvtKrU38cwHjkF97+IS/N9lVCyUW+3f4lsDSFjw1mRrMxs5nWQHXcAPgXvD2S5z1E4HE2eY26a9mrCu72h6u7dRFy614uDGNIO0xfyekG6MHCtlDsEerEurYVrjQlyHF0eJRbFV9ZRbLK3Rt8Ts3bqLBrPkvaALrlNXQ4lzhqx9ysuZ69wU6429cwLdAsNufWJXVqVfI/wCw9Pi2fEHtSvh3cFkhMDDB/UHBwOtwdyXrozHZ5+01sdV/cIq6Ezy/8nbRcrqwrDcWPsKKOl7S99O8/wC5hkUGl0T/ACGu0HJgOMrYdv8AfuFzh6zSIzrz3uGEujSsotrGrqK7AShumKia1VPMafuWnDgun+pjK+jH53PzEz00c8yo3FDdSnR0qNuIXC1WdmkLNSuaDuNheLjrOOVmrjK6Llq67XrUXeBxTxKgKoqE3yWtbG81JpT5g2NuV4qDOtRbr/s8wo7xUDu5i+rVaSomCAO9S86jDpd4kZbBviLow+Ja2mgamwZipNZOPWYK4Fp1lkUtyOk33Ad74hMedYtYxaemsxc9P3L9zvpeOCbANaHxDopFwOvMIfu3t/7BTf8Ae0ufkT30/EEzcx8Gn0QEGhXk/mGrud1bTT7VTw/8hwmYK6a+8v8AhtZ3pL4+3nnY9rl2X0g7ukpS2zEZWzS1PemHphz2T/I9HuhfZ8zMzLD8IUTqujzCNmyr7u57xzCnuE/eINbRl+OhCps5+hrNin9iVpA8Oq0PiYhgHqOKmfa8XmmXUSKXLVQ3kVVt1hBMlA42CSaamrPNwkt49dT6hA8p50nn/wBV5PmPPLbnEwnW++6UC1eHDy+YA1jkXNWPTvPE2Opr3LthpXrLgl0yu6xd0YXQN+fqaKTEJ3+qcTBb6hGFvV2NZgtvML9xN/r+RL+Mw2XulOgcx9NxD13GfNhVxtMINqes3+o86io71j8xMehD0t/7FeLJg5JYNMxK3XMyjA8U5IbGsjXh1PRYFB1YHnJMz+e9m4WtDmnG8QAUCt51/wAiOzQ8kXg0zre8xtscobQIVjUnHEr9lKfV/Equt+jFcg/LaA/AHKtSabaGPGcTKqFurx8Mx81HAYiGhXhN5UNQg3d5q6Am4vQsd4L0IMdrXcN1gwbQYCviIq1US4mPEVNdRPpwSrhLVfMaPa+R/qVVqq5bMJekkv5gLlQUHvDrTjeVKsBoOkMJlxP3+I5sKeCOdUo0aDz5l+V1w/mA7IAPtmn7W4XtAaaLYKxFr0tQOmmfuWMZSk5TFeyTF7YXl/qmOOrV9KJkMracww89i1/ca9v37X+IYWdPIZRWsa+pfXQx1zcpU87ON37m6oFnPcss5ZOS8wgql/FUcxiLB1vaKkaztLz8yhzYFSZE0W+ePmLpGn2ek68MsccxtRwaMC6vMPDMrbWeuTeKr65fMLHzsdP+S+zbD2w214FymZsuGnTiXWMjacEsNrjcdSUzfpc8N/7m5grONptock1tkVejNYxaf72mGte1oeCai5JTzBQ4eDpNiNR4IrBLDBy8xLt9vXsgKF7/AMjZCBh4RZa1VvR1OjmfMNs4bTfgiuaKdL4lhfwGxHK2gPVtjEzNhKxtKfTWn2/UPQbD0ioQb93mHJuPnY9olC7VfDSo7o2qpNx0/MyDTFbobPmVNi4v1/7ODNWjz6ld3Mo8txzCHouRrpmNIWaXAa36xns034vSGDOw52a9YPHNLIkpywezb7j+v+uIN+o3DioOxA4jpDYcVtQzz7vF1uNw4uvY7elQcfY4imhU+GkWsM8f28Wrs3Tom3bpRyXEwt6LOGdYxt4gW6gjzUZjYwWxtE/M73f8sD6LBjTcKsNupkDaZ97MzbBCn7fxHfW5N6lIr98TELrsvmPL24/m0VTTuty8rRd+2kKNWTgHdOod+q9hj7g1HQ+it/UeMzu63CXXRr6ypVNDZlptFx5eleT/ABitQTI06/2f8mxVfzKUVYwPH9mbIuIeAP8AI2FMAeA1+xlDeaT1TM5isjzFFrA2L5/5HfwPxP4iWXprcak2vf5al1iK46S79Inu/W2f1wf61a4XSDsGcbtS92068unwge1pzzL7tjPKVFq5W+DEytyW622VMjzSdqz8xlapym17R1i2tdSsvgdTTLDCdby6btreay4txCEGyFdR9DTLZvGd6tMptrEkvKgtWV66MPG7OdxZ5YSVolPTNUVIfFekaVuB7uUClJdKKint2lwze4kNCx56gW7YmXllcpRQetYnPEwO5tfjMu9fI1IhxTA6gWWYTmyirbk/yE8qeX/IFlxbZsrgmRblvEq7xB9JSFQC3sTMSP8AkxmuzNHEqTte2kOvV4nes1G46Ls7P9zL1sJWHO76S2Nl31tAK6uh54PaDhH79z7wcVQjzx9RxLo3eDeKNiho+v8A31lWpvOJRVi3q0ZZGVpfDpEACM93f7iR79/tde8LbdP7qYla0OR2lvMYniY3QeFQRR7InBh1PMG6YBqbG8szFX3hjRoNZWjC1+Wko9zl75hn1pVlw7kbmrp38Qqbao9cTEql2PKXo2eW9Y7GcIbERlVaH9zROBdB6mgbP8zW0NaIL1q49dYG12e8ZuWXwi1yJLHmPe5XW1hX1DokvQZRAClV41lpqkXp4miq2XQfmcYRP79moAo235Z+U0tCteMZ/MVBQrHRrAWV406qlmx2NONiaEai+d/ayFHyVp5/2C43gTx/rL4jFTLJZyHA3l6tblu/H4nRuJ4r9xV/U3lNxV6uDUfgmm3gNpVvnXJeCXmpdtq3l4haO873Nehprv8AsRN/rkrS0iPPEZ3F2vO8xsQq2dQdPPRycyqD6lxMJFI15uZtLQpIYqZwfEJg5QecVStulSlWIdkLmZAvMq1uF9yxTV2XgOZhB5NdOmY7rEODeGaEHo+4HjuXXUuSZ/gezx5mVtK6cMfYafmXZbextLYWbnzLzjfqcQ2gqEMDrEuopnJ0l1PWbOCZJaYnY/mV5cb8tyoHkrvshpzgVwbv9zKTS3eCbamn3msq9Abpm/7mXsGg0j1NkdLR9Jb1gvzL5mulZCI+1r8y9rtncchGq/I7b36SyN3Ccf8AIHA3hY093Tp/NZW0sCA3IoPNjo1glP8ATU3DaqGy0ubolEdtb8QJcUAscs0XvBga8vI8cQkmlJS2k61pe00lsypzpOFx0HMtd03Uz1tsDqAjiyGzTA5bkulsJXvNY3FcxFsq1k6zKWjnxCyqJk7nE/R4S0G9VHZuyzvTcuKnA2EOOY7zb4DqfEsfYo8cw1mjwujKAHSzEXYK9wT4H1zY/EHMbvrEOUWZl1Q7lcRhldXn9TVZFLE8w++so89D0uNHzTGgzFdBR0jf5IOULZiOTQL6/wDJ418bz6hEA0KHuebrTrjU94+fYP4ZzyUHW/3NCSgTg2iS/wC3aC3maxebpGautN4xTXTz/wCTWuALzxHa+3XwzMs5OFw4hfcU8Xc2ZaANSv3FDHNhd7hid/FRmd35jyi4PMNq6tYz24t1zLwnCwN4m7QUS5G8E+pSh7RcN4GqTJqMccALGatiabI0toXKAEMTsKm05M5/UaNKgD6jF6cvO/x9x9Dh94HadrxWkSqxoO+MSndTV8Rp3o68kbabSXzUpti7N6ha9Rx3KA7UG4ewFDxR+5SmujSzbQLU4mdlUy8jKeyPvb3n/daSi8aqdDT6l515vXOGUaeY2HhDTuLlVW033s+ZrTQsPGH3qXS3od8RJmrfaaZlVe2vrM0YAp5CVDquUo6XZvX/AGUnuvwuZfQF5Bmpm1zHVkN/Vo44m8AsdTXu8H9y5YbfsRUqwEfWbzQVs3mR42RTcaycaPGTLeLOep3AtYRIQJtSxll3C/jKqLNJoPJKHhvbtG/UW29V7lQ7v75gl03z7cTZ6DjzKn5d0cbzb3Jcp1V313q+xCGvCnF6RQlGJ3JTOtNXn/kSq1YvWpKBud+uGZCwVizEc9+Zu+KdvEdji45g9ON/k1iI6Fr0iMmV6rjb8y48Qp3mbcbo+un5m5x0+XebiRWOpeXLYXN2tMX2P+kuzuR62lSVgF5dZr7F3DUsg4FRmmqh0Kh/uA+mJSyurR6iDqk9kW4yVXnf8x2U0OhpLrvqr9zTD1NQiyj52xNNsCO65TsjBH1BS52oWXKY4Z1gcXG8kQ8okU3ss+I8rqJ5Q2tJFnaAF5inu89xLh7aA3ge8HxcvX4s8wDACyOqzmws86ROykmjc3ljVREpN5lPKYuiTO1zHZ/MYFtdo2ETqZ/iLNxxDnqIgarUgeYK5uxekzLTNXgnd4ejeZ0DXiR7lnf3lmQM22ed4aHUKCKtUx6KldGADzUJQq9HhiK/BXRMsF3hB3uX7AgtaHb1jvy+nsMkJemm15rEU0ax/DuaJ9frxFzVPHfHrLrmuvZDE/rgWs2N1I8yqay8fXFSw1Ge01mzLtZVSYAe1R6/ZkukC95GO4MebrVUanWLTkldoCAbQNaVt6YstssoZSwHkJVWc0uzmKjuR4uM2l4t+5eDXHglbT+HnicNdup7lQYtdpRBzMuYGS43aVRYDVbjLc1lBcBlY0bg/Y0jgWpXozJMAvTSGaUVvyawLRaKnZAAxsggVFgh7qEWJfMDLaHiW2kC83GGmr+0v00R9MtFhAu8sCrZTFdBzLhFo+Wsp4Z9hcTDZQBwaWQ3hZUH+bzVmqWnSfthBJedvzMarOtbrmU7jJy7wUhWM43j2dTU3vMddU0N+/aDDAsO/dQoFt+sSnrXk7aQU2kH+Sim3rf7mCLkw9szTPUJ03TKmtHzP//aAAwDAQACAAMAAAAQYxSd+YwI2hGJR8L0JeqGwxZXx1R7PzptKlSMqvtaRyicEJQO9l7AN7Hv3IjtXmeq7eaJstviMLNzxBTo9czFtyDQq1yIvppMG42TeKnsrqMPP15jWET4XMQpkvTUz6jdy/8AJFa460/Lf4DhisKOz5d8GiMDm5Bt4y2D8k6XlS3YxcDy1BzEZ+6SwzVPVJUs+bDwl/DVidieCkz34j/Dc/YkdPJyAs++RNwF7lWPoOrf4RYD71ZVB10UMf41Kr/FyDYQ6ThadUWb6sA3cLXoMs9lkXXWIQLiz16dQafxYw+fEBvXYM8HJwewb0qasvvz4JI5o8B8NW4qIpSiWYydejv2kbkVdJMdbYAITO7GbASAZFAKGMe29TGRecaSiqbzQ/QYpdl8lnVq3+sAm4H5SZHnLJjpnPwHNIoVCkmVvu8NcacOvqGUF8YTJcnb2M3VvozwUm/kJm9w/wCdju81T2fR+8332Izt7zyV4lv54TsIvnQFJYHCLLSwCZ+XDIdg4ixQgRR0ws5oS92vay6g4J0Xo09njd0wt3dTHgtUPTBChJsdi8MJZYOrk8fM0Go4wxHr9mxg7WeF1Ei1sgAmk47nAqg8hSVmLioELRpAO6u5UXb3x+mL/8QAIREBAQEBAQADAQADAQEAAAAAAQARITEQQVFhcYGhkbH/2gAIAQMBAT8QeFmeTBy8vufJ9j6vOyd+G8Z72LOR2+o9n48I8t7H9iPgbdkfgYYk3vw9s78Ee2XWb1+Ekky+4d5BfdlsmPyPJ85LvluMw45MGWxr8fcdsuXnGdl5pD3bvtuzOnY7mfH3G5eTzL/7LsH/AC+vh0j9vfL75PPZnhjdY5hPG1yHnbe5b3tnkGHw/YXnIezwjkN4R5N49h5yz43u38YbzrJhtmdvYbsiuWoE58dVkTsvNk5PkT72TuEmT5cHPjn/AJbnZ+9ues/rBvWBZ5PsvdjDDptrdGA8ZOb8E5C5e590jhG38jEFsyDNbcN+r17HZ/fyzWWHIea33Z9sJ0J1h2AEeQ5cGR5ySOw9yQVlkmmF/PhQP827343X+Qbz8k0gfIJyVu2Q04/GI6WL7cMyRHlixyB2TXS68gdGDI58Znt77fye8J/l1lwups63ZJ/58BZ86/d/CMgXpJ3kudIeawd7Z9N7evJc8kzhBkjm27wl+Nyb34759/Oi25Ly8ZXMlzkO9bo792Zx9tXy3tgewadjpsO8tn4EXsgG3vL+PwNvwsHdJP29Ms678blnb3pMrv8Ai9dnrkdJchN0Y63rl0f23nYFujaBLWHmQoQLajbyWstMt+vvZdfj0Q4MN1Z44w5ACVVp7Bvb8XiBmSqykXqUGEm/B+3vP2XLNZPufZcjQ5dHW8QEkjjMzkKHLUdbxAIQpxhgEaQ478B5JPLxsaF3dkEh5KGDesNzIfsFuBksOyPSRcswhvkjnboSK/2Rcl3yTfJ1MbEeQK9nU/xJmEm+S5lmclVdvDYO7PvJ/JcnrCgfl70lTb3y3OMd0l3n3D2+9Js7kvOfKSYGQZuHtvpJ93nWFwJtyEDGBLccYBNP2dBvvl9q2/ZN52BP9y7BMH0RyNefBxx+Nf8A2VOQxZ9ukauxqYQdvHkuMg9JXEg1MueNmx8Ev/bMt32DHZO/xjWWw/8AJxNjMhwxtWGeduMmK343Oy72OoyL2Osmf7vqH26V/LFUn/5Zy/8Ali8/L6k3/Ue79Qgz3sZlmw9uryXDLxsHZMYNZcu/V6fGY8gRMjnlr8P98vvt7eliufUvDI4gbpyA3kmdLxexgaS+wjLyYDJUNg7ah2AO/V9fD3jezD+fd14QB/uAbcOwL2DCx0GQNgc2wB/YNYNQl3/Xwcc/ZN5Y5bvZNLw/kHbBeXvw8M/Z4bA72HNt12xG3/s97ecbo4Sbp/bQwfLESc3YcsTYGenI6WJ0ld/xe5kY8PL+fUOShAb37teTuZcwt1xknNwh0b1PePu25xkRBgHSHrsOmwYNqHLpkAMrkmYkGvLl/8QAIxEBAQEAAwACAwEAAwEAAAAAAREAITFBUWFxgZGxEKHR4f/aAAgBAgEBPxAi8/PGK2nTrxc8md60JrOTcqOI17yjR0vDhpH5ysMEI5PBmhDrM/TlaGWH+Y3Eyzkz0y1mCcZKIY9YaHzlyhiy+mpwZDlzEnWFH3mC/OiIZBcMl73+5SGFPw9ZKjuctaYeONxM1s8yQv8Acsbnxz7hGmvB+MUbMgJg2vjgEH41HPKuHiu7l09MiK/GEUuD+5KJuSfH+ZSCPOKhu3jrTnjKGIbujneQ7MNDWxNbE8w+pxgVjkyGEMCY4xGjxlSuFUH4xYjlBN3+cin2Z64OHEJlh+esfGvhlruAB3iEveClOzDRMUJ84i06yF+tTyeYaXIG6V40yJxha3owl47dTk9w9XDefd5zgqeG5cVR8w3jLzhW/wAzU+7krz51r7+spA70pPZiMQ4yUhnngODIvHWU4GKGUjhAuiC+5Dz8Z5CYgL3hHJyH3hyPmO4974OPHGPFcNMY8e7lFyT/AHC9vbgtPZiEnW5kMvMP3lTg6MAK7lgIXDo6hLkiDgEJ44QZdEd7+/8AiuZ7kWPumG6xy1o5PF5zRQzXfWUYeuC8HZjg4yTM6PcMPv3Wc55QxoGHDKK+ZCvuQMMnfvJY+4FPzgLzra0cnzETJxTCgc43DGvcxHn+aX9/9YG/jScZeOe8EPsyg353Pcg1zEuGBkBuB3lP26EjmDIn/vASPeg0ImQH4zTncJkER4y2Xs1Xk7wVda01nWb7iBXHBH3KcDBW6gzD895ax61Xkw0B7ynT1ljf5nnfDR/vOt/PuQ4THAr7m9ZlB7mHonuCoPWSKHepJhPOtwJmhzpWvWHg/GsX3BZgRVyJU7cKQTMZPMPV90h9Y4qahU63S895fffcCFOsUd8YES5B77wF48wVvmQODvEfwa1p1oHfrm++ZXp5iDD3JGGSFO9KA+aos8wjw7gU+cFY6T8aenuSfjICnzp8944p87gz5yhzuTnhphpTS9eYKfRhsTqYAI997nvAUnuBCPePAuaKYotyDCCmRC7oLhFPMS0yhkBorPcAMnNfMguP3lOBkBpiDGN0LXqYYX03Re/nF5ZGH5zCBioJnVyluAGBe8s43S4l4ylu4DgX864TzPjCXKuc4zlOBwJXzCoenrCz7wWn7w4mYS5Ba6icYg0yxximKPOQXncJDTchiDzmqTrMXJSYzhw5xrXVwOsxfvQSZIt/WEr6xpoHGfdwaJmC/e5A9YiUxH4YQNa5Q5wlzAfjCRyCmCNXOLfdY8aic5QOMBP3jlXDOX3Go6sOAAmeUHKpDzCHOL26VuAO8g0O8M4epiKOVEuC8mEjjK+OSkyAI45/OtNK84+XD7kNT+Ypb+tb35ksfJkAnhorD86ArjvS5S0yjz8aUp27go9BhOJxpOWGgHeCgOKmiuQ8YIfeWGN76Mra9GEVDIU555e/MlB6TJa+Jk5A87wFp8ZUMdF7Mo5YZQa5EpgGnAIPxlRB6nOAonWVBu57MsL4YOVc/OfrAD/dVG/rV4+ZaF614L2ZTv6wW60H54dQzI0eZFaaBg+agSSbkrkIGRifzAsHABPhzg3CHG6j57jPGAYuaE+cJDhuHnrvR/e4G/OScO6791TgOcFO9xAdzZlneSce7gOejAW5FEMLBhpckPnAr9XcXnrcj/n/AAK8soiOq8ppH86Y+u9Doxpzz+ss5e8EW55YR4NB5yA3LkE7MMadY466yKo9Y4gZEOPMK3zQeHrJpf1grMvD9YBcdZVpubMX/wBwJyaATzD1peXzUGvuVeJ1mXnIsmUIeZCh3hIphM/OUGalDxyTrvKlYz95Q4fcKL6YQ50LPMCMMMfx3hVfly//AHVDUPctp5qrfDEU8OTVKfORB84IhhBnlTwwhzqPJgpXuYUidZqqd6FTvAwveVX6wVPvGMMwcgR991Hs7wE75cMq7nt1ezvJePMCv1lQh2aBT95Vrua3pwAp3hhh7uUydbmROExwCdTS8nDiIoZUi5oI83MM/mXJgKaCOVQPcQ/5hqjrCPeqcna7/8QAJhABAQACAQUBAQEAAwEBAQAAAREAITFBUWFxgZGhsRDB0eHw8f/aAAgBAQABPxDiibjeQ8lzTgpZC+a4vzCi6ddYt72DsD9MUSBSvKUvFwU2xdlE/ojigUcO11F+5uOm/MQV+C67smNBS6eDt+C/TBKyOwo+n1sw1szqpalOUeXXnBuqiANnQTsP+4RMSu1gTZemWidCKgPHNA5YroHXIEeyrcBJDUOwJ4llMY2GPeetHnW8dYKkVQ7q9Kh8x8oCsfOzvtvrLW/oCqigOr4xqBHImtHjsuErpuYTf6MoyTQJBN+HhxW/QdRle0Jn/wArEmAwSn4qtdaYuoo4c2Fdk4w0+bVedfXCPeeUE6DOrjnhPQbBnoVwUsC3VTcHqn8Yj2O7ChHpYyKhOrJHqYQyt9BN9sJTF7cKtAvUUesSa3iaQgHYNGMj1ld0N+9EHDxGO8BsUfCYrp72gR5dl5yWLQCLge0T5jjL05vY2vR5dMBcWe5XvyuICA1YIf4qB21hyQAi04fEYZMY4HKVwtudHEra6ClwappMKE2k5R1geYdkoTTsO3DpJdCgifCcdsS9eFizKzZGOBzr59tebjL0A9ETUwTi8p5YmjwOUBtEWqFWddK4P2fiYi/SfMC22tPStH6mbucR10J66O7gDNhbSouXQuJpXBBvezXiXDo33HM0j3jIeOMVzt9iYQ2SHvyvqXA4i1cVbCduuLQVQOgEfEbA6uAZJ2Dr4fLg+2wuRnD46MCsU5B4BxbKGRjePgyyopnirrvsGFGKsG90s7lgBOl1m3XouVC+lIHmjXoxLtVKaMh9DOAf0Cs15MD126IZ9U47Nua+gt66NHVAn1wTFpzM3dwFQwQbCtZ4JHpHOH7Hr19mOOrdi4RzRzScp6J8VjszwGAv6WLn/U9EDwSC5Xf292ZGC0qL2P8ArETHFLpdX2HvgndgGt7Z3AVxUQlJw7h4WOcyuVXYIn+uCfpU00Brybjzmk2g/wBFR9YR81+CI+oIcbuEB4EimOw5TlhVXyYOeSGxTQ8jhTpTmkoeGRyR1kIDUsbwJecQpBBXbOh4YwybyKIgFp44U9hg31ANdEGCzD1o0NgdgOSXR+6AjHyv7pyOE9yl0GaPYwppGp0Dr8GDJIEr2wB+1ySSVdO3PDjqvqRLvyZX5cHZWkfCfHLZtESAJx2SDzk3BOinGSybQ1jlIbKP6sSqpFoosKhzOcoRo7nlR09dMdNQF32An7MPFUBjkUPauK7tMPMh6i50bh3St/ADHG2MOkdO9aY6FSdHaU9Dm4izeABIii9q3yY1aAXYK09YjaAjv6r7QOHEkDqDQDrWOl9VoLkOoAfaYraEZLpq5CGPWBYiIKMPYwb6+0FkGGC/LE1X0BghWuAU0J9EcViGXNo0XvK5YwGDt2lT3hZf7Ngeu2LxiGBicqAD0OWG3e3k0+jhYovqlVDxhW4Y/Anfvw4EaX7oknyuGbSiICkA9iRwgiYay1dW8NRgno9DbI/QxWDVL5mH0GDF1enRgPwTEjyeiBUe2F02jV1hPLVilr+g3/AIe8TUqRp0Q9jRhOgSoIb9FA5oDE7VhsfFe64aan6OALpVswWHosorf9KYqEs7FDGb/bvfYWNNhu1GmHSph2AFDyg25prIJyiaTHFSzu1IJOxN47QEAPgfa/VjtknOR0PFcvPsXT1PMU+ZwPhw3TkdTSGQRIYUGxHfYnbLBJowHvb4t94dJ+ME6+BeeGuW/RLo+N4dquNxD2XUvxx7ATwxaiPGNM2o0cjcVuvogCPEImanGOqCa+C1jfIsJEZX4s08YBENCbxNNz3/ACPLfJlxS0SiTTuI5rtoW4qA+ZlkpTpok8poY3811Ud/FH2yY4BBukoD1JMFU63ksEMJEBOlMj6VMLJJbW0APHcZwnRbQgl/DGta3HHkNe8PuG+pt47iA7YMScUa9gsurUMyab+sM9tWbuh+lY4SqU0LXkQDACREIaOaeisChtXdBp9VcT0+mDY7FEwUtBciyxvhS4cEJ6FCHosByvW7kjfgTK0Qa4LCnsDmjYxpz1U7JH3g31FFqPoXBvjR+jSDwX9xCMc6xSHspXvDm8QfyLuHHlwLi/nXSdEszk1F3bayv2wd5H6ON4HsLQr7qY4yY6LCl7jb7wOr7BHMMAHizrUVll0viW/isTCPqSBfFxzUHXsTIeAtXH5CAPMHm3G9pIPOwX77wksZnk2L9FMRKjHuDrMI/SNwB1NaHNwdX6oGvQo4QVkdxEmnr765O1T3zf4uHQfN7ei9FcG7xdQlE9DlV/dMIfRxoEhQ5AeMse7pbAmp7a33MQpRROeJfRoxTp11db6BWFToShXSetUw2HsdUY0Jza1gYoY5UAs8qHhxKlm9wSr8AxRqEaxlhGuYzLoX3CAZq/5CQZ+ayK+i4Ggel/MCrK80qp+BFfeGZ4R88Vk2AhTW2h4XKwyLVDbv2g3GALqC2Bqdq6Z0pgEXH4anfHLNRPKUP448PcU2uQ+sVMIj5L4FOHdG4IjxfZ/DBAQR8RE9kRjN/LjtXSesD25zE6nw4uT6OxaU8RownhDc8hYP63uGCd0Ea1L7KAZoSQFusC8EV7XCvSA+hNH7syYBXQkp7KYVvfPfmDHmIo8goT61lBKaUNm/hhHJX0+PaNbnP77NowL887r2L3UL2BM0BAqMG4U9EdmN2mw6agp5ePG8UF6b6d+nHfQ4oVtPTvBu2EcQbYvVga6Y9K0Mi2fagYiVALGkBx7VMQLuNBAp8OS6EHaMOB2DG8Ie7ZJaz443gxwikh6qYm2PwlP+kcM86P3PJtUxgBQg7L/cM7EUoMEBvIrkFes0AcOru0KgVvmOvWJ9RvWL9YL5QxjGZS4o9gomXyLjjcX2Nyw3YfSFPdIuJthrpSZPI5HDJ0tgHsbg2thVoU+CIZz5AjbXj3SON/j7spQ9EHlYnl3c1IAYXroJAGjT2DjPZUbHqn6vmdq9CHAHfj9TG7mxjY6Q6Ci/QxylFF2q+SNGVAmtTTk8vB5wdgsISzD31Pwzd2fQOhUd136cYx1EYpfxdmVd3B6SBp9uGJ3NQDw/a4w6ixghJ8xWn2Leh60XzTFrE6vQg9wGydVuR7Zaeip/6OxiG0aA6TOvZwHUifIU1l51eeNqPAMxi2maREXBwhA3hP6KZRE8rvJ9Tha4YABBdnlsxUtIRiNj4R1j5QQcrsF3X8FcEobCiGwF4gmA+5Shmkr113xDq6ikeUDoFMEbowux1PRt8YvdgGsSNujZfGLSGrEFAR8Bu4TrWKUZJsq+ja+8FnFC75o+KFMd0IKR3axwkwQnEKbFXquwx4Qk9XQP2HZnNDxN7B7HG6+z3mRXqkmaRBoJAH/Qwhzoo1VbR7xZJrUgZKOsdXHIPAWQUPFjGKCYrTZ19acdtNiVZGHsGGTUN8D3l6APhhqpalJs1+dfJkeXl0iD+jaPAYYSoy3WU6FPtgvYU8kPZ0jcN1i0eHUZZJ5ToDV523CafU0AA0evJ7cdWbHwht96MqNuHXbxQvgfmGGLYhpH8Rhg2+JbA/uizAMEl50Lr3WZoMpBqIQD5Q8GOxdBCdYdgeMZQfqHBsOE91QfAHTQJhoqHDadL7TDvOyqyI9Uy3FVGyAaeVWMD07xVK+hAwmVM9UNOaeKB43hY3sgXTAH2YBN5yU/43DHBk3IrgnshgLaXbnTdTYXGt9YdBIuxFPwxnJO7Fkry7y/u6doXSvlj6wgUinStg/WDCFEo3Ae5J3zkICGm66O6BMYnxQs50+MwNAlVtGT3uOAAAINcEf7rD8dCik/YC4UFi80GGC5cd5Fxs06B+gvjRmmLqdLz6CuCw2hPWE7GCgqvvqEXyHBT0B3sE/mApDjjJwaKeu1Q+zhM5pgXkADflWYEyooNoC0eQUnnLtogetunhMIe7x1FGSSAPZ2EnrOIH0U9VeykPmDxIpW0aB7jTBe1AGloyeGN5iNq0H9GBk0DHIbAf2Jgmm84Wrw+BhPCM+dnZ2tDAYFsesTUPBluRMDRpR8RG9sFu4JpTgHbxLlCC9jtfA4DLEbnWnujgc11O4SB8Jm0SJ+9BchvVHzbdOyKe0xc/3ZQnwXDBVgJoSQ6u0DGY1jh0/9i4BU1yBI/mB3At4ROcQING2JseamJvvo8jvJ18P3sL+QMBYNjq5J3gcNfI71AeguXRpH1bPY4bRN3ykGU8Odqwo+aDNsKX11uC2jE3KbfrrFSnr1qNHsRcQCaaKIaO0wp1KuhVU7Rxiks5LsoCdF1gGddwbpOsUwHWhj3cDtq9uwHoS4dMiCMGq5Lbiw+y1IJHNJr+lVjyGE+5lJUH+GJSoZhUEpt2Q5MiIdkHb+JgpXE6wA9NA4vpJUudB55X5hq+stRT/QJ6cMH4lBKAvAm8dNQxUEqvtt09sEQb9BFgLkqoB2wgXtDN6QBvlEUeowVxAnE0oUOyphjmp5Q967iTIoD3pzvxr6ylyuctOyHen65owApyFEHjRrLESgoejztcRZ3obgO1fXXzhuGF5sg9GwYpnC6PysKIhouVBX5A8Yj6QF2kCvlZjjb79pbD1Azf8AgSSev8XFlrhccfosPeAjQfRxAg9NuAElpIRRCeuPYuKjvltsP5DGlfV68OQ7TIw+Dg5p7VXD2BS0M6+3CwlAd2n/AEG8kzrZwByb6q7Ahvy2uT6W33t/pg890PtVg50GTwL9hsZPBvslAf1bwnlBDamCB359mH0sA9C7/RLLjneAmFvJ6dmFySTpufEMOcwxpAjtz78YZAJpbqAs7RfbglwZQ20Gj3F/rlLnHxS08YiPpthzpj6xEe85uEPon+sIig6uXgb4LkZe8LcKfSPY4380ViAFV7hiAVIeC/64DLYdLU14gZHIKsgjZnkG45A5RgWg52LhCTs6LgH2DkwF6rStJ5bT6OKyo/OiqDoAXBdoD7rp7K0zX1joFkS63bXCOIRqAvJ7xi+T3bBHcewGAdV5XBAdhgxFhKER17tMVw8FVS5YiYlAjSgO8Ew1QBc7UNZzUmIsSfJcJ6W4q9cBv/sU+LmxQeDAI39wzsIfgv45UaG946Bx3UR3NcPuzFTn65HirxWMdye+ATTyCMoqdU7SX9bO+8FhCI7WDfcGPihOAfKPOHivKmJCOeaggOAAHYXMS4zjgGoWY7EVPqgif7jLecspgmPWzh5o6PLbkxIdGL1mECatOaAncLCc6J6Gr6NAwCRAHlGvlMTSbAZs6jkzUryurVdRxU8q33cv9NExQHxxkr/waDExXACtwOAzgAP9zRldgYTtwKjAwaUEz3Oz8EwFii4JIq+JfeDzr6kZo7M4ul5qhwZlCDC9+A9xwk7JTouQ7IAYeN8h2e/Zik9fUBwNdo9SGh/uWlpdKkH0SHrEri/tLBis9908rwrpcLAzFbFp3AwHoAxLc1dkv0cFwsHdf6FEygHHgacK5txJbTUIH2dcX8na8YHsmdelCp6a4t2r7u1exjHlnvjCHrNBpr0cKTxBbgbBZbFCH2jjDR8l7EPZxfG76VHxj278cUIwN62ZoQT9xJ8UcNLke7VftDD8ESOZg3jphGTohQ+n9xZR9KSNAfE9ZJEaV50fW9Y5xl7IYb7YYTXAxYw0/TJmaoSKT40uMwZlqkQD0ZHd3qLrfkcJ1M2pwfU6yP4pleGkoAR0E4n/ABr+/GyA6+37a1c/LscwGWwB5ZO/48GwJ7xNtm+hVgNHedpN+jWBQDfZ2PsTBK95ala9jRmydXqLo+GK+Hu5sDxg0G3jpsOQlYwclQ1yhRcDer6sE/UMUTgOxI7za57KGmQjTe8yj2WYVLC4h4HoCDFs3A7QxXEYnvgDGZxgotPR1xkgYqC39zklxdwv9XF8V/VRcvHVzKTGOAOtBpzUWwRrocD0n/chirNzjRDZ0rQxVJFYnA0ecP6SV5SQ93FspL0+Q96DD8njkIofGOC3mRbv+ZJ9Ax0G5T1V+4gpybbiw94ydQXodzzHBmap0fdvjLNtKig6z2JgSFAE7JsezyOXgXQkUNP8dY9qFXbgeMD4gjpIhfDlwRF5qeRBp5w/ppPCDR4TeN+wgijfkOrgJousByQ4wrl6w5FF2T/g+4VeMK+lMOUgk9ly4nhPYLhXnG3RXD1ox9iNzt4Dxa7we+KHRz6DpwLbSigQbXvAcK7pCwAOs9rAmBOP0qYMUMvTMMWpvaw/oY5hQIkIAcqbjk8nrr4QFv6kA+gD6wZmSeVebZyetLaZAfgODBhChAlrXdNPGd7setgc51w/QjkPkE9GED637ydLSo/cK/uPca42rJfSpT7GG11B4NND6Ye3apy7PaJi3iYunSI/mOZUB+MI6eZ8B5/hj2Bh5tFEwrtJ2hUpiIYbOStH5FwOYWZ2wsHYkbgWipTYH/3H5ZaA0kHUhrA8PViwcZB1fdFKq9zRiuQVLop489sixEPfV/NmPVinVABD2XHprZUujTxXDRovddhe0OVVAZTuJ+gVzfj+c1MmCx0Ed1775OKIGpLtO2lwq2nxzqCdghM3MyDk6F6ecVaci7RH8E9f8GWqt9oma6yT5TDaZSJCnbXTAgBCpHr1vNCXzAYvr2s5G7RvR5w5G/7Ojg9eeFcA9qQxtoT9XT6Mcg5U1R4d4JdVRImNP/t3Mh7f0NPwXK7R3QBtimY3eGPSDge2pgmCqaMUa76cMlP0dmF5og9uGbf18v6HB3uX2jE+VSvMvwDC0HRFQ/8ADAbc7vctZG6celAr7ZnLPaZyOfimad+R909bhg9nAliQ/OBYMjFW515cGXKBaY6vQeXA+MNiMWuYIcQxA8JnAdpjFsS8wGVRDW2wq/rNtCacEBf9wqAud4LddspabS7jkfrjU6AfQnvZxlxRQzm0DO2Awnbqph+MTkqkH8ZjGhNCgH2Bge8aeRv2UG98GuYvJsgk0hoZxyXKqFk8jRqfX/hO593cdfjObL+d+ow9WjPfqyAeP/mLs8Gb3SLNiSxcNKHkFXDMCfLob8kO2C/aB0QPtHeKPMXtLwFwh7abjfJ4pl17vJ7cRmCHuI8JjLUb7Oozv2Z9Uf8AAwFcvkO33Rhtd7pQNJh+Zn1m0PZjfXemGZ/c4hTXBzMGF83d27addhfGDWhD1Ls+gpj6XbubwwNARN6AuJ/MAxExGmchFrb7RhJxwXKgIPYRcYiACQM6zzzm8qR5qF4bi4UEkOwELcR6XWDt/oVDCOw4OE0R5YFw04gqlgLrvjx4vW6h9orjME7AgPTKZFXKcMaD1A0mn+3AyoScxf8AbcubUiOgXibUwPPAT04k1kOuj7DFRU8ZYOjFBIldWl9mB9MHaC/YOJaXQ9Vim9i2GEV3L/wIFF2noK9OP6lstWhHrvAd6FBSPJ52ExFu8QJweghlciQ32uvAh7XAXnJ1iCvhRwYi+bgGntD5lhZyTJVXHqhG7I3CZ1DdqwXoAwgY7bGnW8aD3hP5y+1TH289rAzpXXsSHL+AryIGZved7UBG9g1g6nw+YTyJg9+A+K24ptR7e0yRgBPoT9SuEDOBT9wu6F/d/wDDJPZiyz3qj+cDJlfrAF7xzcGSu28H/GjP7UFOWdmt0aonfFMEhBAaK7DhKSjWURP1TCdfw2FCnh6ZsDSRCxFPdcqbANsEkPmi4hq6RqrdHgPXOL4okN2aplBERnGv924V/wDqAH8MKCLqrnQeu2Qd9ggGX2u8qIfcrY+i4sKPMVBX0BkZQ9+sLgPdSEu3l6Zs1Lzl0QO/AX2ZLiDlx4j6wnILbQYMc0MRX0KN0FK4clO7wm4cWiclqik+UcT/AKYdfEL/AJUubH/NZC5TTpRvkma/5ltFluMLb4UQPzeS/v8Am9Ma9tMi/DgPLYTTHqoM32VVVxf/AN6eRqT3Aovtzlr3odE8ODG0ya6MLGRZOVIqrVc5Z72Xs/i3AVDg5kB6RPuUTlT/AHFXAX1WfS4ZPHDZMAPYCY8Fmhzi7kd9IwCp/XV98SzDOzg/r19wQH1HE23q5Tk8ryaRBr61MHdlOPEgdFxb1Dr5eB4LvE6947ovUirj+o68oQ6uTlxoKl0vLp2pr0YxhvAqRGvkriFmN5hvh8eMIknwVHHy4YOZ5gHZ265vfxQII+RcMHV9qErCVb546GBTBvEzhnFIoAr4PJJ/c9K5ovZOusP9SLcU01upY4/HfHN2lBz7dNhemutFWy+A6GLKHaXZrpW/WN0xUQqqYEW44vwTO686/vBlGjf++D7cRo/1yML6Nmgg9guCVR8QbZEdiYPd036k24r5zWkUmuohjusw8uvfJProw/weGPAxlNEG8iEPmWY4JQAUkkO5TF7uIGgjj00cEqARiXgcfn7VA9jDgN3xYrHrAmcy+xqPsZyvdH04F8DH1h+tL3rJzh68pAfJTA088B5wp4jP/Vv2eHZYwQH8jiHOYN5CgLiBNBWDpr2HVwBKtwgtAOhSuN57zdWx2BmN+rlynf0VWQJuk15L0UpcXBxN2Go/TGzV7cbi+DJhG8xywVlcTpq11egwlBujwjl6dTDcCRFviV9zruKPAOm+cE3KqEQdPGoxzT796pgmdrHjwBsnvOdwPdCzyY4UX9AW+6Jho1NcVdJ8gcMZmCOqHZ4JhASlpiGguGYkAcO6IexwkLcqLuas7cHnGDMoJUgkueRzaaeXBdGM6DDcvZ9KXDC2nu6CegDE4mz2ixrs4lQ2HkB56ImCCOKKbF9qVx0sOeYg/gxGrUW4GfoYmAIb8LFR5ctiB1OxH7ADFzi6lRwkwyUToYAntoxsnrMUDzlUaLYVy/gXDqtTZH29jnEuA8ujHtOHTSJxtFcQGXcab/Y1MM2WequA/ixW/REvJoTkEDNPs+AUTuIBMZBRxGwR8wcxsAg3rfaOB8oJJp5+kwm5AdbJY9rhUK/eJ37hhEjcWgd+k5rQk5rlcPsdbN0aeQJhVfVNKqqvbFwDrW9E8tHLWq9LS4eoYeWgBK04OlJipsHcHQA8tcBsgL5qOSB3LuxZP8mArhngouvzWETZiDgf/wBMElAAAut8gNYSGWcAaN8Lj8R4qNPBUTE9AvNnG5Rz+WlRivDVPTrAsrbojRO64RGSbZNC+TASDdtr38s1WLo8x6nLQRLVoHSeA/bh6xY96kF8pkmQolVpUve3BkwlUPFp38ZgMKItqOwjqnDTC5xONHtWeAwqPYJIVh6mp0BoJ94wpCb7djr3cPH7eqp94qxuZoOw9R3wJESriMjPBQMUCTByXO5jJYnoYGnBvBqkeKr9XHeSpuxq/BrGFQBYy7HyBisUIUJ0HrRTETEm1hTg4HeH9s+XEFA1Opkg7AXFpot3wfwXChC/mUCw6CKeMMZwBNCb+aBTGWwJrRj+Bw7Gcm0iFhkAV3KQD3amI+s1601XprJBAStA2IPEuRa7dlka7EBO6zAZLV8drEndywMFqHYQuE0TYnICCwhcl78L8KFw8iZpoVxMR9Su7wnwXHFiiIK8rHo1vDIwQd2au+yuKM6Mh3Rs8i9cTcohoJP6QyYxEg1WqPjANIWtKOPwZIaJPa/0xl7faRGpMPT9B5gfUmau1muw07GOc7PojX4ZtsHgfQ+Epw4I03pS7edOO16MKl/hi6wZwXIR64wsKmSvK+R647UOh82JvyAyZ72Pd3b3TfbLuRHaIk8nOC2G0KrgktvtwM/MGTEhsTgvcK/TCY4k7lTjzFwVxJ39tF9OEYhR3tNO6uOn/BnZ9WYbaPN7aoPUZbwDu7UJj5u3L5Q9rg3nLuKhD9xwMlBsJRcb0p8gtn7TkrNZzg0TwFc0tie/RgeEhh7sqXTyPbE44d5dyPjdc3+ve5xJi1NB6FqPSmBU6wrY1teoJhiAB6/UQ61OafxuQiu3rE8EjoUP8We8dWcjtbT6XKHoHmY/TB3qLwGGSFsOq3rBufEbJsj6gwnAknoG8ey44ltOgAZPLhPM6bClHFMQikW1vzU7YaNSlRNm3Yzc7rvwceTkxiO4BvPd7bcgU7IGxOP0HOlvqBy4vkX8MZhcG7QenNxZJAu+fC6cLSDelxnBcvhQqf0ZZfadVRUDogDhH1imITafv8MV5OxRgK9JhChWHg289sKSBfBFNeWuGW5HFDt3rm1goHroIf8AXpx42IrGgVOUgwj3grhA2nfz5wzH2xYL5gTypHAPPtrHqqAGguFHtj3prymo4cQqDu0X0mr5wydUTAhYejB4GIdxa1ezik8Ncd1fhgItFlrEjs418Q8ij97VsfSwhGzvgRuD3wb5jN0Nw+cb2bu8NpDsqZToi6iYD2TCdyh9R6P5pxIxwSGzxgu3J8MXSbNfEcBSQSASIOzEZlyOPNBr6IPZysiFO2K8Cc4qxcOyQU6oC4q9KCSj53fiZxM0OlGbeEeWURSrnSAgehBchy7qqi8/MTLNLBlRvcRfrk601LQMP5gK0H+AlHLvgh41J4HTh53d9Aij2mCo69+4x6YWcmkhhRvvRxzU+6jhnGTPntbXA90Ms8A8AaDxcb8DzEC31QYrZMhQ1noMmLpfGBU/lMdRTXvZe6XDRGpbnFg64pEsa/RYYZ1BLc5h116Zd4i4kIo7gCuAbBFqukndGG2zQPNivRjRXY6nd58lI4bYAhoJyuBN31QO7684huL8HJnapcZpaghvZ/EMNqWyxw1cVkXJA9Enu4yC/wCzQemkwcpfeiah6GBYlg9NEd3KQ7oRuMMZ2H8CFDHbPO+bQ+sbgn7GgK8Lox8Qqt1sa94LJTfI0mA7gBzWSp2AW49/7tQB/AmJaAhgioTxdYySRjsufAEx2U15lwOKQOBoQafauDxj7iI0924jq3uDDkHnYx2C1obDb+lHwYlZVSh5NMOwauxrWGiBIrFAR8i3K9Dg25voXH86/DrrT5CYm2mJ6Lv50GEyJUBsakfPjHob8uyInaLcrQcdUg8ABlmrKLEPjQGaSmultOP1j+vWCd+sDscoiMYb3NGEWBI7thfqJgPpB0Rz8TGwvwhM9rlLS8HHPpamPivjVKYJP4T1Oq98GQR4pr48pWChQ73WfvQx0c8w7Y9zLgspvDol6rL3Ml6QOVgFPe6HFwnYW8gW0qq1OYfhgMamhoG+XsDBS5Y9Pep09d8cWQPcq/xwRJAkR1u/AwBAqVUvc/jikVQLJWyXhJm2Sa+Y/wDGAjpH6lT0mHwOADKbU94BskEUrm66MfTg4gfQK8+UyV6Q9YZXsJtwyKzs2OA0nvR4Beo3BYoriOKr7rjncOtJtJ0YZiJRHSh2fIKBiEqQ+3AH6uMz3JMP9M0wOCjRa+69uLkWUa7QT1nOX7ToUe94u3DD4C4xBFcdor5IYiOWpxAnEdBBHEGh/cuLFtFAE0otBqmIxabgo0PAL5Uy5JhZAVP3KuTZTonXuzZgLmi6PPMudcGhaE8BRMISBiOQ/RMfGKE1uIPcwuEo3Ah6B5Mg8KO5e38HK0PozqYinWusawp9qYx6AMcKJ+XTxC49lhrub/NLgXHuScFwytR8Vj8ip8pMNRx7ibHBGaAtRd08szR4Q8u7+MWoqrbd3vhUCE7aquPA94XVnAdJ/cUQyo9L/wBTeLVlC8qCXIX6bZ1f7uARXhRhWZvn8Yt9p1EDdf8AWK7agKBq34LcpmfXwml/BmKNJTbd3vj7p/OYDzVigg/9I4trAUm7f1pj28toR9dZS16R2wsvqkEe/OR3+7310w/uzytnc7NPSZ3rpJZEPlFjyRL9Wcfgpitimqu175vtOU8EjgGhSpooGnH7Sf6A94+mZ86SE7uI/wCNyurV/wAGBDqpiAWcM78NAIgqjLy9OS9rixtpyLpbdHYeDLikr/z8UYRuhWqnlybrX48mDtquSZrBJHbpW4X0kTzGSzzh2eF0CKr1MPyoC1ST+Mfs47FlQT2mOHjwEXI/HNev70YvIfwg4xvtyYAR1jIZfgwK9Dg+QHCovr2AkGh9IuGK80kja8KKvmoYo2C+/wBuEP5mntOfWV/+nwhl6TJyXkYdfd6ZxKUROyNMJoUE3geT1l2UKNsTf8zg3PtWDriR9YHyvn9DAIkMgOyHxduLeS3CqYUea4bkMYDvynsKYL2Dp2YHZx3huuPyoh8bm43wDF2/UN4xD0F1BP4VMX1k/TrfoMHn0P2WIZP79s0ZWI6Eq/y5N7qDqjv6Q/cP59o/+WK9YEdQxT1oTh1u1wZ3CcOTLkUTkcOhWPcbPhxIKGmNBpV44QwV2vkzA7V9DBnCN6wgZ1wKOMBPYtxg1Qxgt0eZcfQ/LhZDlkvMb48TDLBNMqiehK+sk5K789B5ajDrkUlCKEO7DPb9WR4y96RhN8g9VDT9MIjNw4qCH2Ji8SP4MOwlffP+xpnMiY+OFSGXOQ8nsristDOLdd9QSY70n3cMV9up9YYYw2c0rsnuFyXbnEioADq4w/RFDuAP8JigwidCB/JcXozp66YXAn8yrD3hAtQT02Y7uuDoF/xMNW6ZHef8XKih0vox9feVShUHc08X23OL9vJsKrA85vz1vIHCeJlUKsHWLfg2uHtL/k1/AYh29/Yh/dMNm0o9YaArDy4KYRbYL0yX56OOsq+1rjFN9e1CZCyErEoJp6L7ywSdO1UZ4FDAFt+w9OHVbOsCQGCyhp7smk6bB9OHxN/rlh47Q9CD+rDBUEdkw1MV8qhD9Uxp5UeEAg7hgM6a606PdyaosOibo7lxSiAOxpwvS4LmIPgQwRSMR0cj8RkKsntUBn/4XZkusHYEJ8JZiDwJJhj+T9RdvwxHkmJyLwHpjj/P4TtfRHF0SK8XgyBR329T0EDLV1v+GGJF4Bbxq+esH3ixSvmMUGXn9LDSms/lPObrUfHAn5X3i6IAI6Vt+Fc2rIzjTpPYhmmFM9OT+Jm/xZ9H/mGkWzwLL91ggBEgejCahADRjRV31iBWcsqrju3hrl5VChlHdEV5YGHWs+O6qejDB+nqjt+GEpG/FNaeEwrcK72tZWutXTuOaZr3BJ/AD7/4QTlb2xR6cUiiVmoCfSDikkfAqF4jgtBN1qjbwRI8mb6SAHWbb84C5K8gKH1DHTVk5Uf/AHCmXvJ5a5UYocLyjpfqOR52/B84edQfJIHtiYv6T7SH5vCGx5qjkeusp2EJVJrWO7pi1XgDBlnzjQ7spnNmgeCwfATP/wCfaLhOFIYqDA9aTGuIZ0DxjDyIOWt94xMhYIxYVTRhr7D1kZNndNwdKdlwezonjVrDejeHLS4DUyLeWCYGm4LwYHlS8MDdVtF0PwRhbzx/Jhnws7iTFCn+zMbpZA7jC+8Y70KnprBEIplKUGEW0T+ADNv5KKIOJ9Uiyl4cAp+QJSzHd4nqoiYjrdS/ieRjnIvYa3Xe7xwTurOHkxyvCGOnH8hjeUnqD5fWFozuTew9sKwQMTENdnvkVR5ExduzmgtIPIuSPUdJNS9xNvnGzOkmphOwj+rfpMLfoh5cL182JZ9ztzsyuW9/8PA7BADGkIU+KYOpFiRXpHWg67YFO3Ag9onhETJ9wj1cvvDEHi8q1YJBEROzgZj9/UU5emmnsVXI9KUfVLlBChtafZX8yMEmHYDV+y4KvmDglo/DPqncXcXegF3Vs+lMNgDtWAana4pltFew4z0g+6FxGO0c0P8AAByVxVyf8Pxoydq6If8A4unBb2/h1Yd3cVIyDiHnTrA/2uMNEPqThPopiuUbFGnf5vK/xD0hwtmKPbBNCQD28H3Ex6879wMYduvxzD1SuBUnof3AD835NGGfJ3zcfp+IAYd2cSqYpYifQB2fTFMWEGxNP4MHXTD1tgar3x8v0Ybil7YUXuZP667kAJ3VGCjtlldlq8xVRi9k2NmG2cWXD/yEDL9AjRtDBUIxNjk8g3pmP6EyZsgfHcfp4wM56Fq1fbhboa92JR7MJjPe8tcAgtYunxHBsCCKDQF2qrNuO/KPVZBD0YDJO94l1OywIgqYGbvr47B+lTeMyOfCRHaOPnetqScvvWf1taGOdPd/lhhvxF/Q4tYkLoQr+rgKgCui1zX3i7cf4nDTwSdk2YXjJ5ABB3EXDKlADlcOKPcUL9O2F9INWgg/xjLZ0iciS3q6MJiIDyMcXZIHoXRhy2sL+GJImTfaGIWH5IF+UMLVc/PLDzIwOiNHGSHlAp8ErgtqgByrgfULtMA/XHqggMAx/ovrHnT12kKT8DgwKgdkY42bD7Dh2mReiAUMCOdRIjhVuCG1g/nFUES4GafUbPZx9gedBX2Of27qVcXW4J2mPxkcv5zQ4xsQyLHRp5anpc3lCTtFofDFdVjww6CRv0iJgVaYwUWfhMRzltHKB9d2mFbNjltD0FHDdhtricFl3g91mftCYMp27dby962q4Q8Ybh6L1HKV6Hz3Y3xRpNwz6KZVrwRqtInQ/wBxkhQmluUp2tLh3cAlRg3CFZjK7XI3fzze9XgClwLLzFanXs3Hc22ytLfmHxMs5BXWcX8N45C7HPRWDFFsgUsE+6JhK3RFqhD0hXEswrs7T5Vx1HMZ7Y27UdVRoPa5udSsKI4xK+PFQDlvNJ3v/wCjDcoiNgh/mMW+pVA8BgNhewmseo6Hy+azV6qHUCpHQImCKVGvUHBmw94nAA8hzhTlw94VwvBGNNNT9xEkWsLpF68bNYHmae77sG8nDoLA8H49fguMenj1DU+CU4AAAkxI/wASTJ+1PHuYpkyrVgjwg4cGFXyH8AwGdMAqoa8RPa475dophDG7XgJBxYUlyEO0c64wWICJ4F36wCwR+VhiwLURpJr0g3FAbeLsJDyLjX53Q3/QaM3oPtlBH0mHI3BYVf0YGAc0OBQPzeWhik3Gg9PEYKfbegr0OXG8DONQ2Vbqx9AcKkqTYHk8ONdHZeN3eeBhODcBoek/vGM4AYg3J9mvWLt3YNV35jAlk6uUkB6mLQ7dmjUn4OFDnUTdCaO9wwXMUsA+LMnQ4o7cMMUrEAab6P2uPsN45aCf2mGKep221/rhZtw5ICfo4BrTHQ5LjBJ7AL8ML+q7MnAfuGvs3YCh5KLColZlFdn6MeuVKbk5sfjVcU1oXYg49UPvBTBRPLQH1x6jGOmF7uH1LmuBG2ocPxDIjAlp3ojPVcgNVnlQ2OjbjCnmAvwiX1moru5N59IOT0rUdraTqtw7mH9ahw7FU6rZwD5eZdV5m16xKaRDqF2nbgPrgYNz5tTR6BDCaxIOqUA+or2MMavuWS4oDwduh+Gs4iGDkqfF1gKmQSiIwP0MDZig5FDGIGercC+K3DYUq9DSfuI8po+W2PlFw7a3yZNbx1+XMF4G4DAR/wB9qeifkxOisdgb/KYc6Lze0H8BD24NtME3YcT3/uGnJBG3/wAc46bUCOw/8yQkl5AynssMPAQSXY5+IYlh5QVthOhdYjLOTpCEwmXyRNu1J1MChUUDVpE7jkqDkeaWLgAAFlYdvLcEWvwCok+JcpyqJ5XDFgtQZz/2PzF7I6DQav3WHJTugDHTc8wse6hhJLg8AgnFrdRLZLf0DcGiCeIJ5nYxtIPEPJ+ifTHdY/fopz4jHCMk0Exg2HYAMpzDAu5R2u2DlwT5X+lAYP5yUgWoPILhgCIBII3+saiLhNLwXpHAKKsDWOW+olyBk1LaA/gxjShO+1AT3FxEOkOWQFfCjhlSUjoH0O/blGQLuQGnhgYRjqeIBIPP/VyJl18UaNdFDWN+vGFAL5q4bNUrh32Hvj2OSN4af9BN5wY/vtD7V+uHiVQFwvsMN35SJr4zgyLtolT9Aubm+Am1unVhj2ov56omN42bxUPW44wwfn6j8RMvQRjyO76cP8QZSyG/e5iInWRUcJ4yQejsRvN6cmRRKg3R3E9OX1rQldtj26GNrg6Ddtfmhi3PIrac+npiLiG5Ap38HeWwt2fR6A4MJlPqND1uMVI8ENvgJg9xg8AFRxptWHadI76ritTSrVCv3Avi7A+niuDpBPXtf6Dm5a3HUovOlxjpHSdLFwAb7QVV6JAJnDCX1DLupcTXVJuKEs7rfDjpgtO9CDytJ5jhdIRgrFodxo4eAc5ep5ehmmy46inwih5wwmwy95yvK4lxX6tEDLLkyfVTtgUK0OJFV4quQa2W0h3gokB7Wtj0A9mDVR3z63fYYSSWOGoTDaFTVegf04MgJzkBW4AlzWcJ2vcNvoy4Kd2M2fHV5x1zh47qHYMTQiq4ev7EDH89yg/+FHFDGfrdr0RHE/1XApUeMIxQHdLTFtWz4mh9MEsFnTEYs7AQxXYz+sBHANEfsRADxXHSk6cCG8GqAjlpZ6u8HDRBI7NehZ9XF0vZEoNeAcd11RXlx/hxtcCPTN/OcoUBbM01fFI+8pRYVj/9HOMyrNLIOj5P7h8Z1BE030hikOLlpW6dF09YOM/uigGLa9cdArb3vAYBnP0dg68I4Nw8gGAklQNIJfQ6zw8b6uyvRHDXVTX0mE+Vfbep3wL978nlD7wFgepItfQOIv1S76UmK/q9EKnqjLaTFiAgp1KuGzU8mRf0TBpvhCI9XEGs0c0R3L0ezF61H3boo+41Qj3QnI9tlMs4JzqQnDqXG5Fw7s2+KfrEhmIi6EoX7vC5eB3jjTzMMaPacK29IwgQsvSnlndRDwafwD4OWZuR0KJwjs8fNRcddg7hu3FqLl7B1r0ced4AEdAMtQ15whIp9QpUd3Eemzw6E+YWcF967PqYLJZDs73sUXFKJlW3Ap8x7IxxfcT0TALBFfb0f3ARp7CsQ9hXGEJIm9FB/H2Zp+EdJCj9N4VVrVWST45cLSL8WPV85wU0BLrgH4HHtaBSTgA4wJUIjO4v25JmkgtuN39x0trVWlN4a0IEEdbPb/pcl2exdPl5usSdsr2rcev8xYxBXEEV2EAOGqIS2Jf8GPIoQBqwT4AXGaOi6jeFiLhYHCPbgw2EQNvAeUXEijWLUoPmzGc56nrG/wDa5f3SHUjQYrV7/IPzSMFMFC9rQys+18VE7bt6mT1lw3QPT32wX0cF72645cbj47IOviNzoGJluHOQSj9uJEEr3UCfIfvOdyZ0lt6IZOwP/GD0QxToZDttfcxQBs16nT8rleiHNfgNOGUXZ89cPlBizZSjT2vAzB0vtBEaDtvTyGOeFTrnoxlT0DhQa+S+FwigkOpYxPiLh9NE6LAUxGs/4uvBctiDpg1G+ssKieXVi/24tKDylWG/W0CtOX0GsnLtuMYuDb+0CbewKmSQDg4tTAuunk1JXukuHIhD5AVfqXBYLRK3lp78nHDYvg4Up9iTGRcotFno2iYTMBW6A6YpTI3zyg9whiFAInfBT0j/ADGB063HXfzglSne/dT/AD7hrB093v8A7mumRuOeDevnBVAAKenePfJWLIKpoPQEDA7+ZYRorqXXowx9c4ghCfAyjFSesR56YUwnzNoPUDnBZgJ2/wCDsMaBQuEaX9FMdriK60l7KY8xI3UBovvB6ix9olYDAExSsWw6Ksc5WY2HF/WjLmhKaNnA8AA33zbR5iwgvEbghhIcd/O+2w+ExnFUvkQf8D1j2X11uAcBBJrq6BO4TjuRNU4l/wALMWYr97af5MLrC6rRNfOMGMNAjjVN9CnI8XOusyDsYTv0Gm7o+EgeQw3BlOStf+XKdm+/ZPpCYH0K0YcQd2HDymsRgI0eWfuAxLkLOQPtxJh7Maqa7amXorbbSyHxLgAb6UiB+LjHm324f4YdG8l1cC1jLg7P5DI5oNXzDztuAg+KKBkXpNHJDr4jm9d9AjR8Ri5RG6DaY9S4AhK50B0DxsuBybU4IgocECBTSvb6GHUniIA/SmY2kCi0cxn5iQZadWv+GfMQUJZTG3U10masAGTo6H/7gwIR2o4H/sDEYwRzya6dkA+MIDHWtMHSnebnccZFVg9NdAd5te7jbWg7xveLOjPLoB32dMXIPkI3+AD7j4VT4V19Rh+fO9DE/SGVaLY4Rte4MU2xTo0ieMFaEY9Ugc+Ix3w05QIngQ5rFGFFmSzxGXsstsgi4X1coKspOzaYwayVbU1braaxSXYOqB5IDN+coXTBDANWHVQr4XN8i6G1RS+1wxhUOoeP1w51+2NP6KGDUqdulN1816zTM3asCYpEpKbPFeHbkWz0w2Pm4UXI5tbt9IGCw0Tuq/xiMCJZAYnwXWXe9C8xNeQJiphI3GxPrAyC6B3BmaDbk8TTHVhQvWVkzsAU92c4lpvw21Uz1L3Tam/DjsI8E4KV/bjo6+xGD8znIQMLMi3ZDM5aZ2FQn+OGMyqvG081MVFkK1RunR/gwStfuEpHyLP7ktdAaG/4NOVJKIU6tfnTDavsnc6GDU069RIi+rkAyxDsbfZ4ZAyqo9Fs8zWJIBYaCDTptjLXMO0U0Mvb999DywwtpuTbbWvrIeswA6b13xgaHagI9hgxp+ro0CB2cDeBGyM7j5jhruIRyPI+twREZMESgDOtcKolfsFfJgv40/SOvHDHtQC7sBHIH9xb8iGU3lJ2ZTAekMc6AEXAaX2gxU2cThxIPTjzAuJkI8sA9DgMSw9orfWwyzJXCFuTsrnnQowq+4RrHw96KK8ONKn1wIP6D6cA1r7BqPwoJ4zRJPEbnPqfxcEBOffQ/gzBzHrAEPvFDkp4pfwgZOELx1Nod2YYs49YGyfgfJijqjURkvyIYyoK6TmJ9YfG8zhUWO6hjGGObUdLh4cUiC+H3jYGEclqD9xgAmGA74SdMWrtTtmz7XOWSw6TYvWY7sEtgNn4riWKjxGp6VYxY4cCVe51WXKFFoGwyPzUxrFRIK8B/wANZQbM7SmvxLliGkzmv/xgikARkqDQ8LhFVImNO3s3HK7uJ00F2Rx0AAUMS08xkHC4CPXem1xXI4c2v9MFcBN0KRB1KUwjWJDgQT4Yzoko4U2HrBOKCQNIgdN4FCQfhAf1OUQfCQVcNDWtweB+mSDNE9FbL+nHtvsGnkyfZpxaNjk0DeOeTbtM+oZhv1qjkbqeSLE9UT8jd7xYOEQg9FwD+O/hyerKHyDVTu7cVJdiRClXrTfvWG6CTrmPosNY8Hrg8gpgpvKwzpfJwYYAb3yexphuzNLGkXYj9YXV5RwB/wCwOcwIoGwIB7xyLYQGPinUQ24Z+6mcYHxSmTpkPhsjsmC/JDwyCO6sT6MnroKzsb3iMdy9eZ9AAyK94XCWXDZjPUJJ3kfRldt1iCLT0c4RyIIavGhy5MYu42k7dTAKIkcEO/p+4eiUXLt595Hh+9V290w0xb1pdH8DAHH1BaP3ZjOkhtFaD0X6uHp8BbI/W6HC8gAbq/7WO28a2sdCrvOlxzsBWkbZv2uMGjiBX/63jqtKv2+af1clhEVUgd/3OIu0G3oL4wbGIXSmQaF2cmxqdSIR6RJjdT7JCvkGSqBmO4uTxg7WEOhACfG+1yluNG1As7k/uOuZhsEOZ0h+OEi2D9afJigCF1e0P8F94LiEw90VwL+7Olv1TDUIdAbCE6Q0cF/LXepB9wOGsHkUF1/Mha3iQV5TB4owNPV+g/HH2jzGOvyMPwDcI2v0xCYJL0/FjhbAE8BNnomHrc22Ek+xWbd2z8IGvCGDwRtcUgf64O2lnjZp6EOG+ce6dHkN4XtgAEUKHmmvGFsv0EH8OzBO5A8QKvrH6RtF19VMeur14Yr8DjBxHdgVPI8uGaja6gODx5wSiGdNeHvtyNqoYaLRXz0w6WhmXDTOmsMGERwCLkhkvAKn/dx9tZZ2pu4u8psjT/24eJ794Bt9jhmk2/UHB7aXHM2DrErvG6mrsKCTssDH2K0dCbH4TFDiCte5Z4QyLUbrcHfzWFyCw3VwztuYzRQg215R87c02QQbL0e+c/aJxyA4oES4U5RPLguBzs2H6JHpMUgQt8GRYzlcXeEN47Z9S5wspmmlj+CuPd0xRKKa0bYpXgGcAaPkfrg+pY0KCnqrlGe7mF58iI4W4iBsjQk6O3JZBNsDdvgMlTUL0qvngMfZ6z58egw31d8EL1dVyBlSs0UR/Ex3WA3CTYe6+lhDViRonR3SJjhCU3s7nm5x+irUIU8icvCGShdn0FlSl0EgL/LGNxQqtkbfDDkBCQtNnXRNvKwMIIugIB+QmC4iV9IEfERxnisBsAdsbqOdQoaeBZIm57Ch8QZGFR6UH+jLchkaRT2jTAI1d3TeTwzLzgEoNkRfxxqWhnlbu/bkkGAElcQ93ObTx7R0O8e+EtKknL43e2QKIRLyi1O+7jOrlS8IvjhwDEIPCu364/kCTodP2YnATiJEpjrrsXRFy3sOSkt3gWJ2n9cRJPD47mujxkKQgYNdTw+OmDUgDNPb5HI9RJTadf3MKpysHlGNcci9+b9GIxKQbVuhMlqmHsmn0Zwg3etr9iuTqF+FKc+UuFvOMKxsnSVxvyUHAAHwQYxmjvhEPyphLHPiINkdKcbwhO0uLNryVMGLIFkSieMTon6jfxBmx+/Q/oYfRiD5iJxTUekwGmrdBafVHeNlRAOv+hja8lMupA9uACrpLNp7AweQlnsd/NDjcGeTJ16pMXzRk2TyvhFfmMuA8v39QTH1s12T1fhgQ6HmJ2DxoPswT8pP84IysHeRQfcGaiN8LunuXH0k5ee8O1XD0R6a81+hHDV20rqhd1ExwBadjp/Ja8ZLwkj2UPdXOdlBJOEfq4jYo8glP6WbxXACAggXXh5wJ4yoj1P03AwUBDUHd7Y4XS1a6v8AlxUUWq81ZPOlwGw0D0ohj2kQDTVvqXAuDO5Cn5sw6miS2HPuGPhugLUl8fzDMiClq2/9h8y/UALRG1MTsMtMlAOwOucnoPq8TbxbhJBcrLTDOrROujDIQtk0B1OzHJi0anMFn+HbFOwKFoOi9nhwQqrt07ip11rKLa5pOUPBia+rx/8APMxHwhGUcWjELjCfoRQ77x16PGKiEOZpmTY1FJ2r/X1MIJHERodPSMU46bPaiD8/mHLgDgN0Y98ystrQ9QHwsYBYLywNf3OJvpbAP5HFQqZ7QAeREDvgBKkFb1RPtM5WjYcbnpCP0yKv7UP+0cGVJvd4poMdHSH1Y8/4yQofABcXwhUF1qPmHFWzUOKjnDH37VFGuy7MOgkSSqgUfBaMvxuBibPUwPijpGwHchMuIXhppGV1xvFTnNt8Pqzu4+nc9CGngK4IbgPpGj5riu1OiZ1+mQ68EaVZ+BwiUqB5p9NHGWYKouoKF9y4SBdwNpHvpkTNWh4BBX44V4MOhG8L2uQ7iqeKmvQ3DNBNFtmsL2TvE7P8Mueh3ocofmEnIVmxOj7DffGYaLiRkvav3JSwHY5j/vEaPUdK35DZgE5TNhabyuGSliBfQGsLh3waen0S4BQ0jocNu+0x0Qh7gn4BOzhesATfYvDx6yrahySQT7h2Or7FAwF/76gmHizvBQBv0uCiUnqvQ4SZfMA0g5x2ovaGIe4Y6bkniaVehsHjGLGIVTdQho20idohMWjA+xg3PY30WgeJHGrIdjlhD8h4wCkWE4NqPmr8macvUE8/Yw3kMEatT7g94tRh2GwJ8XOtojuhWvZA5Kk33RU9Yt9HA4Rr+FkGvTCkC9wrjtQ4x5RGMVkE55T6g9nGRk/YEa+LcIiiHujy/BjPlah0F724LJq9gUP1mIdhD8nYPUgZvAFDp1FWSDBQzSO3YuAyq6Xcde81jKK9gSMXrcB8RLLva17YAS2I5vQeSv8ADDI1D+tuT6hjiAAubnk8JsaeiOPBQv8A+/KuBzIep76e8I71XXncwRg4DQvJ0L2xB7U22Y3fR5HFhGmynZ8DqZOdrOyTe8Kxqfd6Q6rl17kaI5vfaXGtoHqTdXaFwxOgQsOa7IvLl+BPeLilZ2RRL8ypPndjQ7aJlGdoSoWz+S4+ypGNIVfRq4pFbYaW1hb0lDWrl90GAd0kWhgOCYHtOGv0cLfBAWhHX6OPkYk7uC+9DFUUeTV5N/uIQTaMUf8Aq5CWjgGwJZ1LvEdik44jaHsFMPTaQPPB/anvK5oOqKVHtGRVNTeotX2McgQri2kf/wA3gGJhFYBB4vXGoDDlk/o2M0ZflegeIYjHE9wlryDMD4QrwTYvqjmu9M9osdkOBSKzgoh6x9Es9gD+QxuX/pXP4vubtIB6KVPimdGxJZ/7gPjgH3vQh+XJkjdCROh+pnEIUHPf80o41qCL0SO3q842ziiiGIwvTmy/qZA0ORhsrLitJ7uie3eHeg90mtfP9yNsWcw2e8BBSo8EguKXoEoUwOYnvDWQo2EIKtP9V6GSZ09pGj3lNZBlTY0R2rh0q5rFV+iBimS39Rv2cQkLpRtu3rcBrIw7Q19ArksokFVWp3rcJ4q3zZJ1nJcJDb8FqqekyhbK6TQeXjOiP+WgauVBKknYv/xfuFId1vUfCmI7Qtu4hwhofMTT/NONZbI6oihhLYwGr1q9xxUij6jVmRe1KusOFxJiPCOL+XFXh0xsoivmsQ7FPkKa+NxmM6PzRL7RMMaS7cUph0ACB8XAB0S9r/g5ynjet608oF8BjcuYe+wPxaY7QwfWIZ0McBBXZVtndygL2xQlHpUDGVHuHoN+wcJYX2jk+4r6fkAGzDvPoNQPGV/19s2H41kwlPcIA9sHJsWg5RBmvLNRYxHlBT6aw1AamqrXuWXCYxY9xonpxuoL55dMMhF2EGu/zHVNWnXyeJhzhpnQi4AJ+9q4lCo+tOwMQlNKeiEMbpAOpYWHVup3DLrVp1dV8FtvoyYUCtr3Z84dqq/ybfDx6c1mmmkYifxTDb1OlwIe5gc4+5UaHq3C5nCUSke8MBQ1EbsxbxYHh1QBwjEchffaAoBfcHOHJK8zP1mOPjflD4uMoR04lAducUgFs2I6p8xDx6hJADONUR0CIPxHZmnmj4SlDHAKJMsI/SmOyzQ4DgHlydIo9TWu1pk2DNPQ0r43EcyHUAv8x6eUM0nL/wBYogNA3NAeh5x8BW7+fcNNxBAL3QU+pPRl2sKXQ6hxgLyJ0EjwnHVLFeUj4Kxc09QK00I7bTGCtQ+Te/YMBqC570p7OLqIp+3+hj3OgaJGLKAZ2Qp6DkQlp56ng7zA7bz2IQzb7PZSBD/c4pMfmTnxMfFqG0Db6pinhXWI6+xMVkvFRwHhYzDTRdR5djXxzhn0nmJTZ3cV2g71AdfwMV+PSks9aMbHYf3hhXu7CRr04e4zxZO17dA47SAKGiIa6VwxoQrpPH0FTCA2nIpTfs3ecNxYQ8k2P8mVpqabQSvZjBxNnuBCd3ArumqjcPwcYTprzh1D3QwKtmlKrz34+Zq3wRnMH+Y8+7HMKD3ouOBBfKEExKXrTE2H1i5e3T+CX4QcJiQDzD/LHHvJeTdT2I4DqMbtbfwS4zB8joD2YrdBNw+PzY4QgDh4YOvK5rVv/oi+nDfn1hEzr8ATyT0hrxhSoTQsQe4mTh/7WnqmnGLOroFbf3CIl11CH3CDgNva8CWHoL7XGhMFwERo9YCUNEnjSfjb5wZ1a9mNXrMbcA8GXN9TGEbwK1UT1pMG4GOkrZ8pkIiXp7GnmrcszYAumh5Rx29r7K3fYD7xBsFNqocPtvvHNh+gLtl/Pgfr3FvDvLNeB0P3RM0KewFXRxCSHE4FL7sc/9k=" /><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Num</span> dia triste, a data de 4 de março de 2016 entra <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>a história como demérito aos<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> foros da cidadania brasileira. D</span>ia d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">e</span> abuso d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a</span> autoridade e violência jurídica contra direitos constitucionais do povo brasileiro. <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">L</span>ogo<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> neste mês marcante do DIA DA MULHER<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">, das águas grandes e da Ditadura de 1964...</span></span> </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Nunca dantes na história deste país viu-se ex-presidente da República na rua da amargura, conduzido sob vara por batalhão do poder discricionário da Polícia Federal a mando de ju<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">i</span>z<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> famoso</span> que, tendo extra<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ordinária</span> oportunidade de conduzir com isenção uma operação Mãos Limpas brasileira<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> e gravar seu nome nos anais da Justiça;</span> claudicou no cumprimento do dever d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o sigilo de justiça para ceder à</span> ten<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">taçã<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">show midiático pel<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a ostentação</span></span> do mandado de condução coercitiva do maior presidente do Brasil de todos os tempos</span></span></span>... </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É claro que Lula ou qualquer outro cidadão, seja ele famoso ou não; não está acima da Lei. Nem mesmo ministro do Supremo T<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ribunal Federal ou Juiz de instância inferior.</span> Entretanto, fica claro que as ditas "forças ocultas" que atuaram de maneira <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">sub-reptíci<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a na renúncia de Jânio Quadros à presidência da República e já manifesta à luz do dia no golpe de estado que derrubou <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Jango Goula<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">rt; <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">demonstram novamente</span></span> desprezo à legalidade democrá<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">tica e ojeriza à</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">C</span>onstituição. Acham-se intocáveis<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> os agentes dessas forças reacionárias em sua paran<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o</span>ia entre o Bem e o Mal...</span> </span></span></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Agora, mostram o pé de cabra pela</span> atr<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ação preferencial à caça ao Lula. Logo será a vez de defenestrar Dilma, quebrar toda resistência democrática no Congresso deixando-o entregue aos 300 picaretas que se revezam n<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">o Legislativo</span>... Por que será? Para deixar a economia nacional em petição de miséria e o Gigante acorrentado à Dívida Pública (esta eterna escravidão dos povos aos impera/dores do mundo). <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A</span>t<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">é os calangos da caatinga nordes<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">tina</span> sabem o porquê, assim que os peixinhos quatro-olhos, o tralhoto do <i>Sermão ao</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>s Peixes</i> (pe. <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Antonio Vieira, <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">São Luís do Maranhão, 1654), na bacia amazônica; já</span></span></span> sabiam desde o tempo d<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">e</span> caça aos índios para escravidão de "<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">negros da terra"</span>. <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">V</span>elhas matriarcas marajoaras<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> - <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">iniciadas</span> <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">n</span>a pajelança sob a antiga ordem tot<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">êmica da Jararac<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a -</span></span></span> adivinham o veneno de tal perseguição aos que toma<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">m as dores dos pobres. De Jesus Cristo a Che Gue<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">vara, a ordem <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">imperial pela <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">boca dos inocentes útei<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">s</span> que "<i>não sabem o que fazem</i>"</span></span> é "<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">crucifiquem-no</span>, cru<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">c</span>ifiquem-no!</i>"...</span></span></span></span></span></span> </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas, apesar de tudo, ao contrário do que inform<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ou</span> o jornalista e maç<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">om republicano Aristides Lobo sobre a Proclamação da República de 15 de Novembro de 1889: <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">neste 4 de março</span> o povo não assistiu "bestificado" a condução coercitiva do ex-presidente <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Luiz Inácio Lula da Silva... Ele próprio, pleno de indignação dos justos, protestou dizendo ser uma "jararaca" que os inimigos do povo brasileiro não conseguem esmagar a cabeça, mas feri<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ram</span> a cauda no afã do golpe. Logo levantou-se <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">a indignação cívica do <span style="background-color: red;"><span style="color: white;"><b>Lula Jararaca</b></span></span> que <span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ganhou as ruas e se reproduziu nas redes sociais,</span></span></span></span> num misto quente de republicanismo franco-brasileiro, na expre<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">ssiva divisa popular <span style="color: red;"><b>JE SUIS JARARACA</b></span>.</span></span> </span></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ora, pois Jararaca! Era aí que o caboco marajoara queria chegar a respeito da história de Lula com a brava gente marajoara. Os filhos da cobra grande são afilhados da jararaca. Por sina desta gente analfabeta de pai e mãe o índio sutil Dalcídio Jurandir se tornou o maior romancista da Amazônia. Giovanni Gallo veio da Itália se naturalizar marajoara e, na falta destes dois, enquanto a morte não vem eu faço o que posso para dar testemunho do homem marajoara "largado aí em plena maré" (como Dalcídio me aconselhou certo dia).</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A madrinha totêmica Jararaca ensinou a esta gente o segredo da vida e da morte, a diferença entre o veneno e o remédio. Está "tudinho" escrito nos motivos "ornamentais" da cerâmica marajoara [leiam "<i>Cultura Marajoara</i>", da arqueóloga Denise Shaan]. </span></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img src="http://www.hak.com.br/artesanato/wp-content/uploads/2012/03/urna-funer%C3%A1ria-em-cer%C3%A2mica-marajoara.jpg" /></div>
<br />
<br />
<i><br /></i>
<br />
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 22px; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
</h3>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-990000670602249416" itemprop="description articleBody" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 570px;">
<span style="font-size: large;">"<i>Do
ninhal metafísico selvagem surdiram-se curupiras, matintas-pirera e
bichos do fundo. Donde também nasceu e cresceu, desmesuradamente, a
Cobra grande neolítica "cultura marajoara dentre outras amazônicas
criações", com suas fases da lua e datações arqueológicas determinadas
por Betty Meggers e Clifford Evens: Ananatuba, 3.500 anos, Mangueiras na
ilha Caviana e costa da ilha grande, ano 900 a.C., Formiga em Chaves e
lago Arari, 100 a.C. Marajoara, lago Arari, 400 da era cristã. Aruã,
Chaves, Caviana e Mexiana, ano 1400. Rastos mortais de gente ancestral
nos sítios de bichos encantados...</i></span><br />
<i><span style="font-size: large;"><br /></span>
</i><span style="font-size: large;"><i>Bothropos marajoensis:
mistério da vida e da morte no tempo da vela de jupati. Aqueles que têm o
sentimento da terra e conservam respeito à antiguidade neotropical
dizem que do negro ventre da primeira noite do mundo o tempo paleolítico
surdiu-se como a larva que se transforma no besouro caturra dos campos
dentro de um caroço de tucumã (Astrocarium vulgare). Pra não dizer que
era o ovo primordial da Boiúna. O andar do tempo ficou impresso na
tatuagem da epiderme das pedras na serra Paytuna, Carajás, Serra das
Andorinhas e outras partes do corpo mágico tapuia, tal qual como reza o
mito fecundador da amazonidade profunda</i>." (José Varella / "<i>Bothropos marajoensia: o mistério da vida e da morte no tempo da vela de jupati</i>")</span></div>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;"><b style="box-sizing: border-box; font-weight: bold; margin: 0px; padding: 0px;">Totem<span class="Apple-converted-space"> </span></b>significa o<span class="Apple-converted-space"> </span><b style="box-sizing: border-box; font-weight: bold; margin: 0px; padding: 0px;">símbolo sagrado</b><span class="Apple-converted-space"> </span>adotado como emblema por tribos ou clãs por considerarem como seus ancestrais e protetores. O totem costuma ser um poste ou coluna e pode ser representado por um animal, uma planta ou outro objeto.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;">Totem é uma palavra derivada de "<i style="box-sizing: border-box; margin: 0px; padding: 0px;">odoodem"</i>que significa "marca da família", na linguagem indígena Ojibwe dos índios da América do Norte.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;">Os totens são vistos como<span class="Apple-converted-space"> </span><b style="box-sizing: border-box; font-weight: bold; margin: 0px; padding: 0px;">talismã</b>, objetos de veneração e de culto entre o grupo. Em algumas tribos, o totem pode ser simbolizado por um desenho do brasão do grupo, utilizado em diversos objetos como identidade da família à qual pertence.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;">Um totem poderia ser um animal, planta, objeto ou fenômeno considerado sagrado por uma determinada sociedade. Consiste em um símbolo familiar com poderes sobrenaturais e com características protetoras. Os totems eram rodeados por uma aura de medo, superstição e magia.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;">Entre os índios da América do Norte, o totem é geralmente um desenho meticulosamente trabalhado em madeira formando uma enorme escultura. Totens originais construídos no século XIX podem ser vistos em museus dos Estados Unidos e Canadá. Nos Estados Unidos, o totem é visto como um espírito protetor da pessoa em questão.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;">O totemismo é crença religiosa que utiliza o totem como elemento espiritual de veneração em que existe uma relação próxima e misteriosa entre um ser humano e um ser natural. Esse relacionamento tem como fundamento uma origem em comum entre os dois seres. Esta religião é muitas vezes associada ao xamanismo por ser também uma religião com origem indígena.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; clear: left; color: #333333; font-family: "open sans","helvetica","arial",sans-serif; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 22.4px; margin: 0px 0px 19.5469px; padding: 0px 100px 0px 0px; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<span style="font-size: large;">Crentes do totemismo não podem matar, comer a carne ou mesmo tocar no animal que representa o totem. O totemismo surgiu em comunidades de caçadores, principalmente nos Estados Unidos, no Sul da Ásia, Áustralia, Nova Guiné, República Democrática do Congo e Sudão.</span></div>
<br />
<br />
<br />
<img src="https://1.bp.blogspot.com/__-Rm_wLKnnM/SuvCq0FoFQI/AAAAAAAAA1E/fjvwU99StNU/s320/06122007P00009.jpg" /><br />
<br />
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4139164533333165260" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><br />
<b>em Breves-PA (2007), ilha do Marajó, o Presidente Lula acompanhado da Governadora Ana Júlia, do Estado Pará, lança o PLANO MARAJÓ e faz entrega histórica do primeiro título de autorização de uso de terras de marinha no arquipélago do Marajó pelo projeto NOSSA VÁRZEA de regularização fundiária. Coube o título à moradora da comunidade Alto Anajás (foto), documento histórico de reconhecimento público - três séculos e meio depois - do esbulho de direitos dos antepassados marajoaras com a doação real da "Ilha dos Nheengaíbas" para criação da capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes. Belém e Brasília não conhecem realmente a história da Amazônia brasileira, onde o povo marajoara teve papel de alta relevância na paz de Mapuá (27/08/1659), que deu termo a mais de 40 anos de guerra de conquista do rio Amazonas; e na construção territorial do antigo estado do Maranhão e Grão-Pará.</b><br />
<br />
<br />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-38017744785687730882016-02-29T17:39:00.000-08:002016-02-29T17:39:38.167-08:00"Papa Chico tá cum nós, mea gente!"<img alt="" class="spotlight" src="https://scontent-mia1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xfl1/v/t1.0-9/1972426_1127977190559437_8357504857814729174_n.jpg?oh=2ef856434b892b4355b649d521a10985&oe=574F1F98" style="height: 448px; width: 800px;" /><br />
<b>Visita do cardeal Dom Claudio Hummes à Prelazia do Marajó (22-27 de fevereiro de 2016).</b><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: 12.0pt;">MARAJÓ
PEDE MAIS SEGURANÇA</span></span></b></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Nem
a fome nem tampouco a falta de políticas públicas em áreas básicas como
educação e saúde. O que mais aflige o povo marajoara nos dias atuais, é a
violência praticada por piratas modernos que assaltam embarcações grandes e
pequenas e também as casas de ribeirinhos sempre à mercê de quadrilhas
organizadas que praticamente não sofrem repressão.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Essa
foi a conclusão que chegou o cardeal Dom Cláudio Hummes, que visitou quatro
municípios do Marajó de terça-feira a sábado (amanhã), a pedido do Papa
Francisco, que tem como prioridade o auxílio aos pobres de todo mundo. Dom
Cláudio, debateu muito com autoridades e lideranças comunitárias questões como
exploração infantil, tráfico de pessoas, abandono das famílias pobres e falta
de políticas públicas adequadas para a região.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;"> Hummes confirmou que o Papa Francisco pretende
vir ao Brasil em 2017, podendo incluir o Marajó em sua programação, conforme o
próprio Dom Cláudio sugeriu. Segundo cardeal, o Conselho de Bispos do Brasil
enviou convite formal à Sua Santidade e o prefeito de Breves, Xarão Leão, em
solenidade na Câmara Municipal ontem, sexta-feira, entregou uma oficio em nome
do povo marajoara para ser encaminhado ao Papa, reiterando o convite. </span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Dom
Cláudio visitou os municípios de Portel, Melgaço, Breves e Soure, onde está
nesse sábado, a convite do bispo da prelazia do Marajó, Dom Luiz Azcona, que acompanhou
sua eminência durante toda a visita.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Em
todos os municípios, o cardeal fez questão de reunir-se com as comunidades,
como aconteceu às margens do rio Tajapuru, em Melgaço, por onde passa a maioria
das grandes embarcações com destino ao Amazonas, Xingu e Santarém. Exatamente
nesse rio, há maior ocorrência de exploração sexual de meninas e adolescentes
sem que haja uma política de repressão por parte do Estado. "Ficaram de
montar uma base da polícia marítima no estreito de Breves, que poderia amenizar
a situação, mas até agora nada aconteceu ", relata o prefeito Xarão Leão.</span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Durante
os debates na sede da Câmara Municipal, o presidente da Associação dos Municípios
do Marajó, Cledson Rodrigues, falou da importância da presença de Dom Cláudio
como forma de sensibilizar as autoridades a fim de terem um olhar diferenciado
para o povo do arquipélago. Dom Cláudio manifestou sua indignação com a
situação do povo pobre nas cidades e principalmente dos ribeirinhos que são mal
assistidos pelo poder público, até por falta de recursos nas áreas principais
como educação e saúde. </span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Dom
Azcona mantém seu ponto de vista que a melhor solução para o Marajó será a
federalização já que o Governo do Estado já se manifestou sem condições de
investir na melhoria da qualidade de vida do povo marajoara.</span></div>
</span>
<br />
<div align="right">
<b><span style="color: #666666; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Comunicação/AMAM</span></b></div>
<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">COMENTÁRIOS DO BLOGUE</span></b><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A diplomacia do Vaticano sob pontificado do Papa Francisco, sem dúvida,</span><b><span style="font-size: large;"> </span></b><span style="font-size: large;">hoje</span><b><span style="font-size: large;"> </span></b><span style="font-size: large;">representa a maior esperança de Justiça e Paz para todo mundo: trata-se, evidentemente, de uma autoridade ética e moral capaz de dialogar com crentes e não-crentes, igrejas diversas e religiões diferentes; chefes de estado e de governo de potências econômicas, militares e tecnológicas. É o primeiro jesuíta no trono do Pescador. Nenhum outro líder mundial está em condições de oferecer uma chance de sobrevivência da Humanidade do que ele e a carta encíclica <i>Loudato Si</i> é a sua mensagem oferecida a todos os povos no espírito das boas novas de Jesus Cristo. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Se por graça especial o Papa aceitar o humilde convite do Povo Marajoara para vir ao berço da primeira ecocivilização amazônica nascida de cinco milênios de humanidade no Trópico Úmido sul-americano, oficializado por intermédio do Prefeito Municipal de Breves, Senhor Xarão Leão, gestor da maior população marajoara na comunidade de dezesseis municípios e território federativo maior que Portugal, localizado no delta-estuário do maior rio da Terra; no curso de sua aguardada visita ao Brasil prevista para 2017. Este excepcional encontro, desde já, deverá ser para nós um ponto de inflexão de uma longa história de marginalização cujas consequências se refletem, indubitavelmente, no estado de insegurança e pobreza crônica que ora afligem as famílias ribeirinhas do maior arquipélago de rio e mar do planeta.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Já foi dito que primeiro a história acontece como tragédia e depois se repete como farsa. Hoje piratas modernos, por suposto surtos das próprias localidades ou em cumplicidade com elas, colocam em pânico a população ribeirinha das ilhas. Pelos idos de 1656 a Câmara de Belém a pedido dos colonos do Pará requeria a "guerra justa" contra "índios de corso" (piratas) chamados Nheengaíbas (nuaruaques ou marajoaras) e o governador do Maranhão e Grão-Pará, André Vidal de Negreiros, foi autorizado pelo rei a castigar os índios do Marajó. A guerra justa significava cativeiro e extermínio, em casos de insubordinação ao batismo cristão e desobediência às leis do reino.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Estamos lembrados das peripécias do superior do Jesuítas, padre grande dos índios; Vieira, para evitar a guerra de extermínio dos antigos marajoaras. Já os ditos Nheengaíbas haviam resistido bravamente a três tentativas de ocupação pela força e à primeira tentativa de paz pelo padre João de Souto Maior fracassou com mortos e feridos. Só três anos depois, pressionado com prazo curto para evitar a guerra, dois nheengaíbas cativos do convento de Santo Alexandre mandados levar mensagem ao Marajó trouxeram os sete caciques para negociar a paz com o padre grande no convento dos jesuítas (ver Serafim Leite, "<i>História da Companhia de Jesus no Brasil</i>, tomo IV).</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Quando se fala em segurança pública nas cidades o primeiro pensamento é chamar a PM para "pacificar" favelas... E já se sabe a dificuldade depois para desmilitarizá-las, para não dizer coisa pior. O Papa exortou corruptos a se converterem... Talvez tivesse que dizer a mesma coisa a policiais e militares em missão de paz. Não é fácil exercer a força quando o poder de persuasão fracassa. A história da igreja na Amazônia é complexa e não está isenta de erros e culpas. Para impor segurança pública nas duas mil e tantas ilhas do Marajó talvez fosse necessário convocar fuzileiros navais em verdadeira operação de guerra. O Estado do Pará descuidou do Marajó? Sem dúvida. A federalização lembrada para remediar o problema não promete grande coisa, e certo modo já existe no periclitante PLANO MARAJÓ... A médio prazo será necessário criar o estado do Marajó, como também de Carajás e Tapajós. Mas, não se cria um estado como mágico tira coelho da cartola. O povo tem pressa! </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Que lições o passado distante pode nos dar nos dias de hoje a fim de encontrar a paz social?</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A CNBB sabe, através dos dois bispos católicos do Marajó, da antiguidade dos sítios arqueológicos e da cerâmica marajoara dispersa nos maiores museus do Brasil e do mundo em contraste com as carências do <i>sui generis</i> <b>Museu do Marajó</b>, de Cachoeira do Arari, inventado pelo padre Giovanni Gallo S.J. em luta solitária contra a ignorância e a pobreza da gente espoliada de sua própria história e cultura, de que fala a obra de divulgação científica <b><i>Cultura Marajoara</i></b>, da arqueóloga brasileira Denise Shaan. Não poderiam esses museus nacionais e estrangeiros, sob coordenação do Museu Goeldi, a instâncias do Vaticano e da UNESCO "devolver" -- por assim dizer -- essas cerâmicas para a educação da criaturada grande de Dalcídio Jurandir (populações tradicionais)? Misturando literatura, arte marajoara, turismo solidário e educação ribeirinha talvez o Papa possa abençoar ideias como esta para uma grande reflexão e agradecimentos especiais ao bispo da Prelazia do Marajó Dom Frei José Luís Azcona Hermoso OSA pela constância de sua luta em favor dos mais fracos. </span><br />
<br />
<span style="color: red;"><b>PARA NÃO ESQUECER</b></span><br />
<br />
<div align="justify" style="background-color: #fce5cd;">
<b><span style="font-size: small;"><span style="color: black;">“</span><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><i>neste dia </i></span></span></span><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><span style="font-style: normal;">[<span style="color: red;">27 de agosto de 1659</span>]</span></span></span></span><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><i>
se acabou de conquistar o Estado do Maranhão, porque com os
nheengaibas por inimigos seria o Pará de qualquer nação estrangeira que
se confederasse com elles; e com os nheengaibas por vassallos e por
amigos, fica o Pará seguro, e impenetravel a todo o poder estranho.” </i></span></span></span><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><span style="font-style: normal;">(Padre Antônio Vieira / Carta de <span style="color: red;">11/02/1660</span>
à regente de Portugal, dona Luísa de Gusmão, viúva do rei João IV,
prestando contas das Missões do Pará e, em especial, dando notícia das
pazes entre portugueses, tupinambás e os povos indígenas rebeldes das
ilhas do Marajó; alcançadas no "rio dos Mapuaises" [Mapuá], Reserva Extrativista Mapuá, </span></span></span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><span style="font-style: normal;"><span style="font-size: small;"><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><span style="font-style: normal;">município de Breves</span></span></span></span></span>).</span></span></span></span></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"> -----------------------</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">..................................................................................... </span></div>
<a href="https://www.blogger.com/null" name="38">38</a>. Mencionemos, por exemplo, os pulmões do planeta
repletos de biodiversidade que são a Amazônia e a bacia fluvial do
Congo, ou os grandes lençóis freáticos e os glaciares. A importância
destes lugares para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade
não se pode ignorar. Os ecossistemas das florestas tropicais possuem uma
biodiversidade de enorme complexidade, quase impossível de conhecer
completamente, mas quando estas florestas são queimadas ou derrubadas
para desenvolver cultivos, em poucos anos perdem-se inúmeras espécies,
ou tais áreas transformam-se em áridos desertos. Todavia, ao falar sobre
estes lugares, impõe-se um delicado equilíbrio, porque não é possível
ignorar também os enormes interesses econômicos internacionais que, a
pretexto de cuidar deles, podem atentar contra as soberanias nacionais.
Com efeito, há «propostas de internacionalização da Amazônia que só
servem aos interesses econômicos das corporações internacionais».<a href="http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html#_ftn24" name="_ftnref24" title=""></a>
É louvável a tarefa de organismos internacionais e organizações da
sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma
crítica, inclusive utilizando legítimos mecanismos de pressão, para que
cada governo cumpra o dever próprio e indelegável de preservar o meio
ambiente e os recursos naturais do seu país, sem se vender a espúrios
interesses locais ou internacionais.<br />
<a href="https://www.blogger.com/null" name="39">39</a>. Habitualmente também não se faz objeto de
adequada análise a substituição da flora silvestre por áreas florestais
com árvores, que geralmente são monoculturas. É que pode afetar
gravemente uma biodiversidade que não é albergada pelas novas espécies
que se implantam. Também as zonas úmidas, que são transformadas em
terrenos agrícolas, perdem a enorme biodiversidade que abrigavam. É
preocupante, nalgumas áreas costeiras, o desaparecimento dos
ecossistemas constituídos por manguezais.<br />
............................................................................................... <br />
<a href="https://www.blogger.com/null" name="40"></a><br />
fragmento da<br />
<span style="color: #663300;">CARTA ENCÍCLICA<i><br /> <b><span style="font-size: medium;">LAUDATO SI’<br /> </span></b></i>DO SANTO PADRE<br /> <b>FRANCISCO<br /> </b>SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM </span><br />
<span style="color: #663300;"><i>Roma, 24 de Maio de 2015, terceiro ano pontificado do Papa Francisco.</i> </span><br />
<br />
<br />
<div align="justify" style="background-color: #fce5cd;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: black;"><br /></span><span style="color: black;"><span><span lang="pt-BR"><span style="font-style: normal;"></span></span></span></span></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">ARTE PRIMEVA DO BRASIL, </span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;"><span style="color: red;">A CERÂMICA MARAJOARA</span>, ABRE CHANCE PARA COLOCAR EM PRÁTICA PLANO DO PAPA</span></b></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Instituto Pólis aderiu ao acordo da
fundação Scholas Occurrentes. Assinado pelo historiador Célio Turino e
pelo Papa Francisco, o convênio firma uma cooperação entre a Scholas e a
rede Cultura Viva Comunitária. Fundada em 2013 pelo Papa, a organização
internacional busca estabelecer uma integração social e alcançar a paz
entre os povos. A partir da atuação em escolas e comunidades educativas
públicas e privadas, o projeto procura provocar uma mudança de
paradigmas na educação por meio da arte, do esporte e da tecnologia.</div>
<div style="text-align: justify;">
A rede Cultura Viva Comunitária integra
17 países e mescla arte, cultura e comunicação popular em experiências
culturais comunitárias, em âmbito nacional e continental. A rede tem
como proposta incidir sobre políticas públicas relacionadas ao
desenvolvimento cultural na América Latina e expandir a experiência dos
pontos de cultura, contribuindo para o diálogo intercultural entre
várias países.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim como a Scholas Occurrentes, a
Cultura Viva Comunitária compreende a importância da arte na cultura
como dimensão educativa, capaz de provocar profundas transformações na
sociedade tanto em âmbitos econômicos, políticos e sociais quanto
vinculadas à natureza.</div>
<br />
<b>saiba mais, acesse:</b><br />
<b> </b><br />
<span style="color: blue;">http://polis.org.br/noticias/instituto-polis-adere-ao-pacto-educativo-da-scholas-occurrentes-e-da-rede-cultura-viva-comunitaria/</span><br />
<br />
<br />
<img alt="Encontro entre Turino e Papa em fevereiro de 2015" class="attachment-single-noticias-thumb wp-post-image" height="612" src="http://polis.org.br/wp-content/uploads/24002-papa-e-celio.jpg" width="960" /><br />
<b>Papa Francisco recebe Celio Turino, da Rede de Pontos de Cultura e apoia projeto Cultura Viva.</b><br />
<br />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-83875845825774472252016-02-18T06:54:00.002-08:002016-02-18T06:54:46.819-08:00inventando o ECOMUSEU ITAGUARI na terra de Dalcídio Jurandir<img alt="" class="spotlight" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpt1/v/t1.0-9/12717456_1149852111715222_9188876136942266784_n.jpg?oh=b17578b2f58823fa68bf6a1cbb1ae9ff&oe=576EBCC9&__gda__=1466901321_7e0333db41b68a0e552383728b59eaf6" style="height: 612px; width: 918px;" /><br />
rio Marajó-Açu, orla ribeirinha da cidade de Ponta de Pedras, ilha do Marajó; foto Raimundo Dias.<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Pra começo de conversa: a ideia de ecomuseu é simples, mas não simplória. A quem se interessar possa, recomendo o link a seguir <span style="color: blue;">http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132015000200267</span> , para uma primeira ideia caso não se tenha tido ainda oportunidade de saber deste assunto. Aqui abordo apenas a oportunidade que o polo turístico Marajó tem de abrir, no próprio rio que dá nome à ilha e baía do Marajó, um portão ecoturístico ímpar remetendo à rota da antiga Costa-Fronteira do Pará e às duas mil ilhas do maior arquipélago de rio-mar do planeta.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ponta de Pedras é a mais próxima cidade do Marajó com relação a Belém do Pará, distante 15 minutos em táxi aéreo ou duas horas e meia em barcomotor regional, provavelmente cerca de uma hora em catamarã tipo ônibus para passageiros. Pode ser porta de entrada ao turismo marajoara de ponta, fugindo daquelas atividades predadoras combatidas e criticadas em todo mundo. O turista inteligente que deseja conhecer a Amazônia a partir da capital paraense deverá saber que a ilha do Marajó foi o primeiro passo da "<i>Viagem Philosophica</i>" (1783-1792) do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, da Universidade de Coimbra (Portugal), por exemplo. Belém e Marajó foram palco dos inícios da teoria da Evolução das espécies pelo naturalista Alfred Wallace, a par das observações de Darwin nas ilhas Galápagos. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não vale ter estado na famosa ilha e de lá sair como burro a olhar para porta de palácio e sem ouvir falar nas pazes entre índios bravios Nuaruaques e guerreiros Tupinambás conquistadores do rio das Amazonas </span><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">aliados aos colonizadores portugueses</span>; celebradas pelo padre Antonio Vieira (27/08/1659) no rio Mapuá. Indesculpável não visitar o Museu do Marajó e não ver a praia do Pesqueiro sabendo de antemão que a beleza de hoje escondeu a escravidão dos índios, antes mesmo da doação da primeira sesmaria da Capitania da Ilha Grande de Joanes (1665-1757). E tantas coisas mais que um turista curioso gostaria de saber no descobrimento da amazonidade profunda.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Por que um ecomuseu em Ponta de Pedras? Porque o turismo de base na comunidade é a modalidade a mais participativa e integradora das atividades turísticas. Os visitantes são convidados a descobrir no próprio local onde as pessoas vivem, como elas criam cultura, sobrevivem e interagem com a natureza. Os visitantes das comunidades, em geral, chegam informados a respeito dos lugares a ser visitados. No caso do Marajó e, especialmente, Ponta de Pedras; que melhor garoto-propaganda que o maior romancista da Amazônia reconhecido e premiado pela Academia Brasileira de Letras? Se o prestador de serviço de esquece de oferecer o legítimo açaí tuíra amassado à maõe em alguidar de barro e servido em cuia pintada, está desperdiçando recurso. Do mesmo modo, se há um grande romancista equiparado a Guimarães Rosa, em Minas, Jorge Amado embaixador da Bahia no mundo; e não usa este recurso a 'burridade' é enormíssima...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O <b>Dia de Alfredo</b>, por exemplo, na imaginária fazenda Marinatambalo (rio Paricatuba) daria vida à Criaturada grande de Dalcídio e o romance "<i>Marajó</i>" mais depressa provocaria o interesse de professores e alunos da rede municipal e estadual local, seria levado à universidade na justa ambição de revelar a natureza e a cultura marajoaras. Isto é, um grande elemento de orgulho para o povo marajoara lhe ensinando o valor da Hospitalidade. A preparar os moradores a dialogar com sustentabilidade cultural e não a vender gato por lebre.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sem hospitalidade nenhum produto turístico tem futuro. Então, é para isto que valeria a pena inventar o <b>Ecomuseu Itaguari</b>, o qual como escola de hospitalidade no portão principal de uma rota turística marajoara abre o livro vivo de nossa história, recupera a memória, gera empregos e renda e preserva o patrimônio natural e cultural com oportunidades a gregos e troianos. Precisa dizer mais? </span><br />
<br />
<br />
<img class="irc_mi" height="412" src="http://www.ferias.tur.br/imgs/4744/pontadepedras/g_DSC04531.JPG" style="margin-top: 1px;" width="550" /><br />
<div style="text-align: left;">
<b> ilha encantada Quati: onde o Marajó começa com suas crenças e suas lendas.</b></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Ao adentrar à foz do antigo rio do valente <i>marãyu</i> (marajó), ultrapassado o farol Itaguari; o visitante deve estar lembrado de um passado sempre presente nas esperanças desta gente. O ecomuseu que pensamos não carece de infraestrutura mais que, talvez, uma sala de reunião de entidade parceira e pessoas de boa vontade para compor associação zeladora. O museu, de fato, é a própria comunidade, o rio, os campos, matas, as praias da beira da baia com suas gentes, usos e costumes.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">O mais importante deste tipo de museu é que as pessoas do lugar se vejam uns nos outros como donos da memória, zeladores de uma tradição que não se confina ao passado perdido, mas promove e conquista o futuro. Claro que o ecomuseu sugerido deve receber os visitantes, acolher com hospitalidade; porém além disso abraçar e envolver as comunidades, construir pontes de solidariedade com os municípios vizinhos, para maior coesão do território, da identidade e da cidadania marajoara.</span><br />
<br /><span style="font-size: large;">Bem-vindos a Ponta de Pedras e boa viagem ao Marajó profundo! </span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img class="irc_mi" height="414" src="http://luciraksonbar.xpg.uol.com.br/foto/ef106c56560b4f481aea688f08caa7f1.jpg" style="margin-top: 0px;" width="552" /></div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-19058269090080649622016-01-16T06:46:00.000-08:002016-01-16T13:12:37.212-08:00ARTE MARAJOARA CONVERSA COM O MUNDO.<div style="text-align: left;">
<img class="irc_mi" height="414" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihNkPrRwb2K0PZMUGVw7wVKDpmMbl2__ZKLFHZUloJyG7Xw8rJUQO0dXSxCBaalAkVTWWbw9TYrJRdY0rdIdJ_Z3hN1gag-DX_6oy-V3-VfHhheCLnG3VoN4TzCfBDHHfiw1XZNj8g_sE/s1600/32+Maraj%C3%B3,%2Bjunho%2B2012%2B(4).jpg" style="margin-top: 0px;" width="622" /></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Segundo Dalcídio Jurandir, o caboco marajoara é cidadão do mundo. Todavia, o cidadão em questão já se queixou ao bispo, pediu socorro ao presidente da república e só falta agora levar os seus protestos junto ao Papa e à ONU na última esperança da Agenda 2030, pra valer! O 'índio sutil' Dalcídio e o marajoara que veio de Turim fazer no Marajó o museu mais improvável do mundo, padre insubmisso ao bispo mandão, Giovanni Gallo, já morreram. Porém, toda vez que o dilúvio cai em cachoeira sobre os campos do Marajó a vida renasce em todo o maior arquipélago de rio e mar do planeta: mas, infelizmente, não recobra a memória ancestral desta pobre gente sem eira nem beira, espoliada secularmente pelo orgulhoso império da cristandade.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Pena que no Golfão Marajoara dispartido em ilhas e terra firme entre o grande rio Amazonas e o Atlântico equatorial, mais de meio milhão de brasileiros não sabem nada desta antiga conversa escrita em cerâmica, há coisa de mil anos aproximadamente, quando Colombo e todos mais supostos ou verdadeiros descobridores das Américas ainda não haviam eles saído dos cueiros. Não são apenas cem anos de solidão, mas cinco milênios que o Homem tapuia aprendeu a lição do barro e cerca do ano 400 até 1400 mandou recado ao mundo inteiro. Por necessidade e acaso, o encontro da fome com a vontade de comer inventou na ilha grande do Marajó a primeira cultura complexa da Amazônia e, sem sombra de dúvida, a arte primeva do Brasil.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Como dar agora esta notícia desprezada desde a <i>Viagem Filosófica</i> (1783-1798), do sábio de Coimbra, Alexandre Rodrigues Ferreira, na curiosa separata <i>Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes</i> ou Marajó (1783)? A <i>Notícia Histórica</i> devia estar atualizada e comentada por educadores da própria região, disponível pelo menos nas bibliotecas dos dezesseis municípios no território estadual maior que Portugal. Trata-se do vestibular do naturalista de Coimbra ao alto curso da Amazônia... E se, agora, Boaventura de Souza Santos, armado cavaleiro andante com o projeto da Universidade de Coimbra "<b><i>Conversas dos Mundo</i></b>", sonhasse viajar na <i>Viagem Filosófica</i>?</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">A <i>Notícia Histórica</i> nos informa muitas coisas: a teoria do índio arariuara sobre a abertura e dragagem do rio Arari por muitas cobras grandes e pequenas que viviam no lago; a primeira notícia do Rio dos Anajás e sua estupenda biodiversidade; a perigosa travessia das correntadas da baía do Marajó; o tucumã como substituto de azeite de dendê ("comida da pobreza"), isto é: a <i>canhapira</i> marajoara casando cultura alimentar do índio com a do preto a caminho do apogeu gastronômico guianense chamado </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span class="st"><i>bouillon d'</i><wbr></wbr><i>Awara </i>(que se poderia traduzir, mais ou menos, como "cozido de tucumã"). </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span class="st">A <i>Notícia Histórica</i> dá uma dica para descobrir</span> o autor anônimo da anterior "<i>Notícia da Ilha Grande de Joanes</i>" (provavelmente, o fundador da freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Cachoeira do rio Arari (1747), Florentino da Silveira Frade, que disse ter achado o teso do Pacoval (primeiro sítio arqueológico de Cultura Marajoara que se teve notícia) no dia 20 de Novembro de 1756. Por acaso, dia nacional da consciência negra. Forte coincidência, quando se sabe que Vicente Pinzón em janeiro de 1500 atacou e levou da ilha do Marajó os primeiros 36 "negros da terra" (escravos indígenas) da América do Sul...</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Falar em tucumã (<i>Astrocarium vulgare</i>) é como pegar uma chave que abre a porta do passado na mitologia da Primeira Noite do Mundo e do futuro com a pesquisa da canhapira e do "óleo de bicho", por exemplo. Sem esquecer o famoso "caroço de tucumã" da literatura do maior romancista da Amazônia. Assim como o ciclo das águas com a piracema atraiu nômades de diversos horizontes da região a levantar do chão encharcado o teso para, ao longo do tempo, edificar aldeias suspensas. Estes mesmos sítios exóticos atraíram naturalistas e arqueólogos para adivinhar a charada do homem amazônico "primitivo"... Começa aí a destruição formidável da antiga Cultura Marajoara, fruto da ignorância e da arrogância. Não que, cerca de 1300, a barbaridade Aruã não tivesse aparentemente feito o tempo recuar pelas bandas do Norte com a invasão das Ilhas de Fora (Bailique, Viçosa, Caviana, Mexiana) até deslocar e destroçar as mais velhas etnias para a Costa-Fronteira do Pará, onde elas vieram se refugiar tal qual a nação Iona ou Sacaca (Joanes, na corruptela em língua portuguesa). Alexandre Ferreira lastimou a sorte destes índios escravizados na pesca no Pesqueiro Real que, pelo relato do sargento-mor de milícias da vila de Monforte (aldeia velha de Joanes), índio sacaca Severino dos Santos; poderiam ser descendentes dos famosos artistas ceramistas "marajoaras". Quem sabe? Quando o padre Vieira caiu em desgraça diante da Inquisição os mais prejudicados foram os seus protegidos índios "nheengaíbas" (marajoaras) que tiveram as suas terras tomadas pelo monarca português para doação a seu secretário de estado e criação da capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes (1665) - vésperas do apocalipse de 1666, vaticinado por Vieira para volta de Cristo à terra - o mundo não acabou. Porém, de fato, muita coisa mudou por aqui, inclusive a babel das línguas amazônicas no entrechoque do Iluminismo <i>aux bàs fonds</i> da amazonidade com o Diretório dos Índios (1757-1798) operando o milagre brasileiro da hegemonia da língua portuguesa falada do Oiapoque ao Chuí, extinção dos "índios" por decreto elevados em súditos do rei de Portugal juntos a suas rústicas aldeias que passaram a ser vilas e lugares lusitanos migrados a Amazônia colonial. Tais quais Chaves, Curralinho, Melgaço, Portel, Oeiras. Salvaterra, Soure...</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Dentre as diversas histórias dos Marajós, a história dos "Joanes" é caso exemplar da destruição dos índios do maior arquipélago fluviomarinho do mundo no contexto geral da destruição das Índias |Ocidentais. Pois é disto que se trata, quando o Marajó quer conversar com o mundo. A "ilha" do Marajó está no mundo desde quando o padre grande Antônio Vieira com a sua utopia evangelizadora escreveu a famosa carta a el-rei dom Afonso VI, em 1659, publicada em folheto em 1660; na pessoa de sua mãe e regente de Portugal, a espanhola dona Luísa de Gusmão... Me lembro que a <i>Viagem a Portugal</i> de Saramago inspirou minha estúrdia <i>Novíssima Viagem Filosófica </i>a bordo da <b><i>Revista Iberiana</i></b> (1999). Seguiu-se a <i>Amazônia latina e a terra sem mal</i> (2002) onde abracei a utopia selvagem dos Tupinambá como efetiva conquista do rio Babel (tiro chapéu ao mestre José Ribamar Bessa Freire), e tenho inédita a <i>Breve História da Amazônia Marajoara</i>... Trabalho agora num texto apimentado chamado <i>1835 - As classes miseráveis na beira da História</i> onde procuro parentescos da revolução paraense nas sete guerras da Regência (1835-1840) e na luta universal contra o trabalho escravo desde os quilombos originais, na África, dos Jagas e Bijagós em luta contra caçadores de escravos.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Hoje somos meia dúzia de quixotes fazendo das tripas coração a fim de dar voz a tantos outros que não sabem ler nem escrever, com que por certo saberiam o que o autor de <i>Chove nos campos de Cachoeira</i> por sua Criaturada grande dedicou toda sua vida em dar testemunho do homem aí largado em plena maré. Quem saberá a história do Pesqueiro Real com os índios Joanes escravizados para pescar e defumar peixe que era o dinheiro com que se pagava o soldo dos militares, os vencimentos dos servidores e a côngrua dos padres? Eis os banco social das comunidades àquele tempo com a tainha ovada em lugar de moeda corrente até quase fins do século XVIII.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Atualmente o Pesqueiro é uma unidade federal de conservação ambiental (Resex Marinha de Soure), a primeira reserva extrativista marinha da Amazônia. E deve-se saber que as Resex são invenção histórica de Chico Mendes: de Xapuri, no Acre, até Soure, no Pará; passando por Santa Catarina a luta popular venceu muitos obstáculos e estirões. </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img class="irc_mi" src="http://www.feriasbrasil.com.br/fotosfb/772080250-M.jpg" height="200" style="margin-top: 107px;" width="300" /></div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-14098849582034761262016-01-05T09:20:00.000-08:002016-01-05T09:20:45.010-08:00LEVANTANDO BANDEIRA MARAJOARA PARA CRIAR O FUTURO ESTADO DO MARAJÓ.<img class="irc_mi" src="http://www.novacruzoficialrn.com.br/images/noticias/305/estado-da-paraiba-pode-ganhar-mais-dois-municipios1395228488.jpg" height="414" style="margin-top: 0px;" width="622" /><br />
<b>motivo emblemático para criação da bandeira do Marajó com as cores originais da ancestral Cultura Marajoara. Em tela, como modelo, a bandeira da Paraíba a dar lugar da palavra "NEGO" a desenho estilizado de uma urna marajoara e talvez as duas seções separadas em diagonal.</b><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img class="irc_mi" height="414" src="https://ancientamerindia.files.wordpress.com/2013/04/marajc3b3.jpg" style="margin-top: 0px;" width="331" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Faltando só dois dias a mais um aniversário da Cabanagem de 7 de Janeiro de 1835 e sete para os 400 anos de Belém, creio eu ser este um bom momento para refletir sobre a importância geoestratégica e cultural do berço da arte primeva do Brasil e primeira cultura complexa da Amazônia: a Cultura Marajoara, nascida há mil anos na ilha do Marajó. Hora de repensar a divisão territorial da Amazônia brasileira, como senha de uma nova república federativa onde a amazonidade faça valer o fato de o Brasil ser de direito o maior país amazônico do mundo. Tudo a ver com a agenda do milênio, tendo nosso país oportunidade de exercer liderança nunca dantes a impulsionar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (2015-2030) como paradigma planetário.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Mais que nunca, neste século, o maior país amazônico do mundo se vê desafiado a desenvolver a Amazônia na perspectiva do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), tendo em Brasília a sede multilateral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), ultimamente convertido em patinho feio da diplomacia sul-americana. No imaginário brasileiro dominado pelo eixo hegemônico Sul-Sudeste, Marajó é uma "ilha" como outra qualquer no estado da "Amazônia" cuja capital se chama Manaus... </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Se a gente falar em Amazonas o primeiro pensamento que vem à mente é o vasto Estado do Amazonas com a ilha da SUFRAMA cercada de floresta por todos os lados, raramente vão lembrar do Teatro Amazonas e que o maior estado brasileiro em tamanho tem a maior população indígena do país. Donde o "exótico" município de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, apresenta a particularidade de ter quatro línguas oficiais (a língua-geral amazônica ou Nheengatu; baniwa, tukano e naturalmente o português de expressão nacional e internacional). </span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Nosso ufanismo verde amarelo odeia reconhecer o fato de que, salvo uns poucos especialistas; os brasileiros imaginam uma Amazônia de cinema e TV: isto mesmo em plena Belém e Manaus, onde a elite ilustrada conhece melhor o exterior do que os subúrbios da cidade. Como vivem quase trinta milhões de brasileiros da Amazônia a maior parte da sociedade nacional não faz ideia. A maior bacia fluvial do Planeta donde a Floresta Amazônica pontifica reunindo oito países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador. Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) e um departamento ultramarino francês (Guiana francesa, última colônia europeia na América), vem em segundo plano para grande parte da população brasileira. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">No entanto, o que hoje chamamos de Amazônia brasileira (portuguesa até 1823) vem de completar só quatro séculos desde a conquista do Maranhão (1615) e fundação de Belém do Grão-Pará (1616): toda esta gigantesca construção territorial não poderia ser realizada exclusivamente por uns poucos denodados e mal apetrechados conquistadores e colonizadores portugueses. Sem a aliança de arcos e remos da nação Tupinambá não teria existido jamais uma chamada Feliz Lusitânia e sem adesão tapuia - apesar da horrível destruição das nações indígenas amazônicas e do monstruoso cativeiro do Maranhão e Grão-Pará -, não teria o luso-brasileiro Alexandre de Gusmão alcançado êxito com a tese de <i>uti possidettis</i> do Tratado de 1750 em Madri, que revogou o de 1494 em Tordesilhas. E o Brasil ficaria caranguejando pela costa do Nordeste...</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Então, o pós-400 anos de Belém deve provocar uma revisão de mentalidade com respeito a Amazônia brasileira e Marajó mais uma vez terá que ser descoberto para reconquista do rio Babel... Desta feita pelos próprios brasileiros: há uma dívida histórica a ser cobrada pelas populações tradicionais amazônicas. Sabemos que a hegemonia do Sul-Sudeste mantém <i>status</i> neocolonial nas relações federativas em desvantagem do Norte-Nordeste, apenas na última década o povo nordestino vem recebendo melhor atenção dos poderes da República.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">O antigo estado do Grão-Pará e Maranhão pouco a pouco foi sendo subdividido, primeiro pela separação do Pará e do Maranhão, depois a emancipação do Amazonas e Mato-Grosso, Acre, Rondônia, Amapá, Roraima e Tocantins. Cedo ou tarde será a vez do Tapajós e de Carajás. A especificidade do Marajó clama e o Pará tem que se preparar a exercer a sua expressão geográfica voltada mais para a relações externas na fronteira marítima ao fim da antiga função colonial de boca de sertão.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Viva o grande Brasil amazônico do século XXI!</span></div>
<br />
<br />
<br />
<br />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-59860378518202462852016-01-03T09:41:00.000-08:002016-01-03T12:53:25.865-08:00LULA FOI A BREVES SALDAR UM DÍVIDA HISTÓRICA DE 350 ANOS<img alt="" class="spotlight" src="https://scontent-gru2-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xpf1/v/t1.0-9/11017526_873272642734080_3491746210009737438_n.jpg?oh=12de24506771ce24e926c8d4ca4ea7b3&oe=570898DD" style="height: 617px; width: 620px;" /><br />
<span class="fbPhotosPhotoCaption" data-ft="{"tn":"K"}" id="fbPhotoSnowliftCaption" tabindex="0"><span class="hasCaption"><b>Projeto de Bancos Comunitários no Marajó. Articulações em andamento nos municípios de Muaná e Curralinho (Rio Canaticu), em breve os dois primeiros Bancos Comunitários marajoaras a fazer parte do Banco Nacional das Comunidades.</b><span class="text_exposed_show"><br /></span></span></span><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;">Não dá para tapar o sol com peneira. O Brasil parece um grande navio cargueiro em alto mal em meio à tempestade. Mas os brasileiros não inventaram a crise, muito pelo contrário, estamos enfrentando-a e adiando o seu maior impacto desde o <i>tsunami</i> de 2008, na bolsa norte-americana. É claro que o Brasil é grande e a crise vai passar, todavia durante a travessia os passageiros de terceira classe vão passar maus pedaços dizem profetas do caos. Principalmente, os mais pobres e os trabalhadores assalariados que vão ficar desempregados. Lá do alto, na cabine de comando, não há muita coisa a fazer a curto prazo até retomar a rota a porto seguro.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Desde 2003, com a eleição do primeiro sindicalista na história do Brasil para a presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva; a esperança venceu o medo e nós de tanto insistir com apoio dos Bispos católicos do Marajó - com base no documento eclesial assinado por dom Angelo Rivatto S.J., bispo da Diocese de Ponta de Pedras e dom frei José Luís Hermoso Azcona OSA, bispo da prelazia do Marajó (Soure), denunciando o estado de extrema pobreza do povo marajoara -; no ano de 2006 foi estabelecido na Casa Civil da Presidência da República o "<i>Grupo Executivo de acompanhamento de ações institucionais no arquipélago do Marajó - GEI-Marajó</i>". </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sabemos como a gente sofre de um tipo de mal de Alzheimer coletivo sobre estas coisas. Por isto, de vez em quando carece refrescar a memória a fim de que pescadores de águas turvas não virem com suas costumeiras cantilenas pra boi dormir. O povinho, por sua parte, adora se fazer de coitadinho e agradece mais depressa a seus exploradores de que a outros menos interessados em traficar influência no mercados de compra e venda de consciências. Os quais marreteiros, naturalmente, apostam no quanto pior melhor para ganhar no apurado da miséria. Viajando sempre de primeira classe os barões assinalados nem percebem as turbulências do mar revolto... Mas, como Deus é brasileiro e a Amazônia marajoara também é Brasil, viu-se certo dia o parto do "<i>Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago do Marajó</i>", que por economia a gente prefere chamar vulgarmente de PLANO MARAJÓ. A ele se agregou, em 2008 - ano em que a bolha imobiliária estourou, nos Estados Unidos -, o programa "Territórios da Cidadania" - Marajó, conduzido na mesorregião marajoara pelo "<i>Colegiado de Desenvolvimento Territorial do Marajó - CODETER</i>".</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Fato histórico sem precedentes, inclusive porque nunca dantes um presidente da República havia visitado Marajó para anunciar um plano de desenvolvimento socioambiental desta justa ambição. [ver <span style="color: blue;">http://gentemarajoara.blogspot.com.br/2012/02/rio-mapua-um-case-fora-de-serie-no.html</span>]. Dirão os menos esquecidos, o general-presidente Geisel veio antes a Soure. Sim é verdade, mas vejam lá as diferenças de tempo e lugar. O ditador veio a convite de fazendeiros assistir a feira da pecuária; já Lula foi a Breves em viagem oficial de trabalho com a governadora Ana Júlia, em 2007, lançar o PLANO MARAJÓ e fazer entrega dos primeiros títulos de regularização fundiária do Projeto NOSSA VÁRZEA, que até hoje é a parte mais saliente do referido Plano, beneficiando a mais de 20 mil famílias ribeirinhas (cerca de 100 mil pessoas). Neuton Miranda, o saudoso coordenador do Projeto no Pará (prêmio ENAP de inovação em políticas públicas) foi o primeiro a reconhecer que o <i>Título de Autorização de Uso (TAU)</i> de terras da União é documento provisório, o primeiro passo numa estrada de mil léguas para o pleno desenvolvimento socioambiental sustentável das comunidades ribeirinhas na Amazônia. <span style="background-color: lime;"><b><span style="color: red;">Fato que não podemos esquecer face à Agenda 2030 da ONU sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).</span></b></span></span><br />
<span style="background-color: lime;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">O segundo passo na inclusão socioambiental dos cabocos seria o reconhecimento pleno dos cidadãos como passaporte para benefício dos programas municipais, estaduais ou federais de promoção social, incluindo aí planos de manejo agroextrativista acompanhado de orientação técnica. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O terceiro passo vai ao encontro da sustentabilidade econômica da Criaturada, cantada em prosa e verso. É disto que quero falar, um pouco animado pelos primeiros sucessos do <b><span style="color: red;">BANCO COMUNITÁRIO TUPINAMBÁ</span></b>, na Baía do Sol (ilha do Mosqueiro, município de Belém). Copio antes trechos de entrevista de Paul Singer, pai da economia solidária em nosso país, em 2006, mesmo ano que, na Casa Civil, o GEI tateava para saber se Marajó é ilha, arquipélago ou uma mesorregião maior que Portugal: no maior arquipélago fluviomarinho do planeta, onde, por exemplo, podia caber dois estados como Alagoas ou Sergipe; com sua mal assistida população de 500 mil habitantes em 16 municípios repartidos em mais de 500 comunidades em cerca de duas mil ilhas: </span><br />
<br />
<br />
<div class="western">
"Apesar de o nome ter sido criado no Brasil, economia
solidária é um movimento que ocorre no mundo todo e diz respeito a
produção, consumo e distribuição de riqueza com foco na valorização do
ser humano. A sua base são os empreendimentos coletivos (associação,
cooperativa, grupo informal e sociedade mercantil).</div>
<ul class="listSaibamais">
<li><a class="external-link" href="http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/01/coerencia-a-flor-da-pele">Entrevista de Singer na RdB nº 1: Coerência à flor da pele</a></li>
</ul>
<div class="western" style="text-align: left;">
Hoje, o Brasil conta
com mais de 30 mil empreendimentos solidários, em vários setores da
economia, com destaque para a agricultura familiar. Eles geram renda
para mais de 2 milhões de pessoas e movimentam anualmente cerca de R$ 12
bilhões.</div>
<div class="western">
Nesta entrevista, Singer mostra como o movimento
surgiu no Brasil, inicialmente para combater a miséria e o desemprego
gerados pela crise do petróleo na década de 1970, e se transformou em um
modelo de desenvolvimento que promove não só a inclusão social, como
pode se tornar uma alternativa ao individualismo competitivo das
sociedades capitalistas.</div>
<blockquote class="pullquote">
<a class="external-link" href="http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/70/radio">Relembre
na RBA: "Lembro exatamente quando aportamos em Santos, dia em que
completei 8 anos. Minha família estava tão extasiada por chegar, que o
único que se lembrou do meu aniversário fui eu"</a></blockquote>
<div class="western">
</div>
<div class="western">
<b>Quando e como surgiu a economia solidária no Brasil?</b></div>
Ainda sem esse nome, a economia solidária surgiu no Brasil no bojo da
mais terrível crise pela qual o País passou desde Pedro Álvares Cabral.
Foi a crise dos anos 70, que atingiu toda a América Latina, resultado
do choque do petróleo. Os países não produtores de petróleo ficaram com
dívidas enormes. Tiveram que comprar petróleo a preços cinco vezes
maiores dos que pagavam antes da crise. E o Brasil foi um dos que mais
se endividaram. Não tinha opção. O País já estava no processo de
abertura, mas o regime estava sem nenhuma preparação para enfrentar o
desemprego, que atingia milhões de brasileiros. Esse era o quadro.<br />
<br />
<div class="western">
<b>A economia solidária foi uma alternativa para enfrentar o desemprego, a fome e a miséria que atingiram milhões de brasileiros?</b></div>
<div class="western">
Foi isso mesmo. Quem tentou fazer isso de uma forma
correta foi a Igreja, através da Cáritas, que começou a organizar os
desempregados para que eles voltassem a viver, a ganhar. Isso acabou
sendo o impulso inicial para a economia solidária no Brasil. Portanto, a
semente da economia solidária foi plantada nos anos 80 por uma ação
extremamente adequada, e no momento certo, da Cáritas. Alguns anos
depois, o esforço da Cáritas foi secundado pelos sindicatos e pelas
universidades. A essa altura eu já estava envolvido.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>Qual foi o papel dos sindicatos, nesse início da economia solidária no Brasil?</b></div>
<div class="western">
Os sindicatos viram que os trabalhadores de empresas
que iam falir – e muitas faliram nessa época – poderiam arrendar a massa
falida, preservar a empresa e, portanto, seus próprios empregos. Os
primeiros casos causaram muita sensação: fábricas sem patrões. Logo
mais, isso se tornou um modelo. Surgiu a Anteag (Associação de Empresas
Recuperadas), que se especializou nisso, a partir do Dieese
(Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
Então, foi o início da economia solidária no Brasil. Os sindicatos
apoiaram seus trabalhadores na formação de cooperativas de trabalho.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>Os trabalhadores assumiram a direção dessas empresas falidas e as recuperaram?</b></div>
<div class="western">
Sim, assumiram a direção das empresas. Eles passaram a
ser trabalhadores sem patrão, ou trabalhadores autoempregados coletivos
ou sociais. Sempre associados.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>E qual foi o resultado disso?</b></div>
<div class="western">
Centenas de empresas recuperadas no Brasil pelos seus
próprios trabalhadores, mais de mil. A maior da América Latina
administrada por trabalhadores é a Uniforja (Cooperativa Central de
Produção Industrial de Trabalhadores em Metalurgia), que fica em
Diadema.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>Isso mostrou, na prática, a capacidade de gestão
do trabalhador, de administrar com sucesso uma fábrica, coletivamente e
sem patrões?</b></div>
<div class="western">
É preciso lembrar que, do ponto de vista capitalista,
o trabalhador é alguém que cumpre tarefas. Ele não tem nenhuma
participação na gestão, muito menos conhece os problemas do negócio. Os
donos da empresa só divulgam o que lhes parece vantajoso. Portanto, os
trabalhadores não têm aparentemente nenhuma capacidade de gerir uma
empresa. A realidade mostrou o contrário. As empresas recuperadas pelos
trabalhadores levam uma média de 2, 3 meses para voltar à plena
atividade. Não mais que isso. É surpreendente.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>E quando surgiu o conceito e o nome economia solidária?</b></div>
<div class="western">
A história é mais o menos o seguinte: quem não se lembra do Betinho (<i>Herbert José de Sousa</i>)?
Sociólogo e ativista social, militante político que liderou o “Natal
sem Fome”, mobilizou milhões e milhões de pessoas no Brasil. Isso também
está na história da economia solidária.</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<b>De que forma?</b></div>
<div class="western">
Começou-se a perceber que era preciso fazer alguma
coisa direta contra o desemprego. Como a campanha do Betinho avançou
bem, tomamos a decisão de nos reunirmos nos anos 1990 (92 e 93) para
lutar diretamente contra o desemprego, fomentando a economia solidária,
que ainda não tinha esse nome. Incentivando a autoiniciativa econômica
de trabalhadores associados.</div>
<div class="western">
Inclusive a campanha do Betinho foi muito apoiada
pela Igreja. Ele mesmo era um católico, um cristão socialista. Militante
da AP (<i>Ação Popular, organização da esquerda cristã</i>). Bem, esse
foi o passo decisivo para a criação das incubadoras e cooperativas
populares. Não surgiram imediatamente, mas não demorou muito. A primeira
cooperativa foi criada no Rio de Janeiro, creio que em 1994, e agiu
especificamente na Maré (<i>Complexo da Maré</i>). As incubadoras tecnológicas e cooperativas populares foram decisivas para o desenvolvimento da economia solidária no Brasil."</div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western">
<br /></div>
<div class="western" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"> <b>QUE OS MARAJOARAS ESPERAM DE 2016?</b></span></div>
<div class="western" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div class="western" style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Sinceramente, não esperam muita coisa. Já esperaram até demais. Desde as falsas pazes de Mapuá no século XVII a cabo de 44 anos de guerra desde a tomada de São Luís do Maranhão para fundação de Belém do Grão-Pará que de hoje a nove dias completa 400 anos. <span style="background-color: yellow;">Como sucessor de Portugal no bônus e no ônus da Amazônia brasileira, o Brasil é responsável pelos descendentes da brava gente "nheengaíba" (marajoara) roubada em seus direitos humanos e territoriais para dar lugar à capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes [Marajó], de 1665 a 1757.</span></span></div>
<div class="western" style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="western" style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">A República Federativa do Brasil e o Estado do Pará, sem saberem exatamente, começaram a saldar esta dívida histórica com a Carta Magna de 1988 e a Constituição estadual de 1989, respectivamente. Esta última, mais precisamente em seu Art. 13, VI, parágrafo 2º considerando o arquipélago do Marajó área de proteção ambiental condicionando o desenvolvimento econômico das ilhas ao bem-estar da gente marajoara.</span></div>
<div class="western" style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="western" style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;">Eis, que decorridos dezenove anos da Constituição-Cidadã o Presidente da República foi a Breves - podia-se dizer, quase em Mapuá -, dar o primeiro passo que se dizia linhas acima. Falta muito, mas já andamos um bom estirão. Neste começo de ano muito me apraz compartilhar com a Criaturada grande de Dalcídio esta notícia de que a experiência do Banco Comunitário Tupinambá está prestes a ser replicada em Muaná e na comunidade do rio Canaticu (município de Curralinho). Falar o nome "Tupinambá", quando a capital do Pará faz 400 anos e Marajó demanda reparo histórico é tocar o nervo da História do Pará velho de guerra. Portanto, os nossos votos de que o Povo Marajoara saiba fazer a hora em paz, esperar não é saber. </span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<span style="font-size: large;"><b>REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: PRIMEIRO PASSO AO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"> <span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">Depois
de séculos de violência, expropriação e </span><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">marginalização das populações
tradicionais marajoaras, pela primeira vez o governo da República
Federativa do Brasil atendeu aos apelos da comunidade por intermédio da
Igreja Católica. A presença da igreja na região, como vimos
acima, é um fato histórico negar isto ou as suas contradições como
pretendeu o Diretório Pombalino e seus imitadores é uma tolice. Quem
fala não é de nenhuma igreja. Muito mais é negar o dever do
Estado-Nação, justamente demandado pela comunidade.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;">O
Marajó já tem um rumo e não está mais à matroca como um barco à deriva:
porém é preciso dar mais velocidade ao processo de desenvolvimento e
integração com a participação da "Criaturada grande de Dalcídio"
[populações tradicionais] e controle social sem preconceitos.</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<i>(em baixo foto da visita de Lula em Breves)</i></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
em 06/12/2007</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/__-Rm_wLKnnM/SuvCgm46k4I/AAAAAAAAA08/lbystCtHIiE/s1600-h/06122007G00004.jpg" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/__-Rm_wLKnnM/SuvCgm46k4I/AAAAAAAAA08/lbystCtHIiE/s320/06122007G00004.jpg" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Fotos</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Fonte:</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<a href="http://www.info.planalto.gov.br/">http://www.info.planalto.gov.br/</a></div>
<a href="http://1.bp.blogspot.com/__-Rm_wLKnnM/SuvCq0FoFQI/AAAAAAAAA1E/fjvwU99StNU/s1600-h/06122007P00009.jpg" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/__-Rm_wLKnnM/SuvCq0FoFQI/AAAAAAAAA1E/fjvwU99StNU/s320/06122007P00009.jpg" /></a></div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-88290375488772225952015-12-23T08:17:00.000-08:002015-12-24T07:02:27.358-08:00Porto Santo<img src="http://i.dailymail.co.uk/i/pix/tm/2008/06/PortoSanto1_428x269_to_468x312.jpg" /><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O <b>Porto Santo</b> é um município de Portugal na ilha do Porto Santo, região da Madeira, com sede na Vila Baleira. Tem 42,48 km² de área. É referida como <i>ilha Dourada</i> pelos madeirenses. A ilha do Porto Santo foi descoberta em 1418 por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, um ano antes da ilha da Madeira. A Madeira foi a primeira capitania hereditária do sistema colonial português que depois se estendeu ao Brasil, incluindo a capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes ou Marajó (1665-1757), doada ao secretário de estado dr. Antônio de Sousa de Macedo, patriarca dos Barões de Joanes. Donde se originaram as sesmarias da ilha do Marajó, dentre estas a de São Francisco Xavier (1686), dos Jesuítas (depois fazenda Malato) que deu origem ao município de Ponta de Pedras (emancipado de Cachoeira em 30/04/1878) e da ilha de Sant'Ana (1696), das Mercês, a qual introduziu os primeiros escravos africanos na ilha do Marajó.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Segundo a história da ilha do Porto Santo, Cristóvão Colombo (aliás Salvador Fernandes Zarco, de seu nome próprio, português, nascido na vila de Cuba, no Alentejo), morou nesta ilha tendo se casado com uma das filhas do primeiro capitão donatário Bartolomeu Perestrelo. Em virtude de sucessivos ataques de piratas, entre os quais se destacou o de 1619 (mesmo ano do levante de 7 de janeiro dos Tupinambás comandados por Cabelo de Velha ao Forte do Presépio, em Belém do Pará), no qual pereceu ou foi escravizada quase toda população com exceção de apenas 18 homens e 7 mulheres. Durante a União Ibérica (1580-1649) a ilha foi repovoada e fortificada. A capitania do Porto Santo foi extinta em 1770 (a da Ilha Grande de Joanes (Marajó) em 1757) no governo do Marquês de Pombal. O concelho foi criado em 1835 (ano da Cabanagem no Pará).</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>Porto Santo do rio Arari</b> </span></div>
<br />
<span style="font-size: large;">Esta breve nota serve de introdução a respeito do lugar Porto Santo sito à margem direita do Baixo Arari, município de Ponta de Pedras, na ilha do Marajó, Estado do Pará. Não sei dizer como e quando este nome português foi dado ao dito lugar. Este sítio do Porto Santo foi uma das principais propriedades do coronel Antero Augusto Lobato, grande dono de terras e influente fazendeiro na ilha do Marajó, político em Ponta de Pedras chegou a exercer o cargo de Intendente (prefeito), partidário do conservador Antônio Lemos participou da virada em favor da eleição do republicano Lauro Sodré. Foi proprietário da fazenda Diamantina, no lago Arari; e do barco-motor "<i>Perge</i>" que hoje ainda existe.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">A história do coronel Antero daria um romance de desfecho infeliz. Homem rico e voluntarioso, fazia parte de uma elite de fazendeiros com residência na outrora famosa Estrada de São Jerônimo (avenida Governador José Malcher), um belo casarão próximo ao Palacete Bolonha. Passava largas temporadas no Porto Santo e eventualmente na fazenda Diamantina. Casado com dona Adalgisa da Silveira Lobato o casal quase de meia idade, tardiamente, teve um único filho chamado Raimundo. Raimundinho entre os íntimos, foi criado como príncipe e poderia ser comparado algumas vezes ao personagem Missunga, do romance "Marajó" de Dalcídio Jurandir...</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O coronel, já idoso, decidiu ainda em vida passar em cartório todos seus bens ao herdeiro. Os empregados, agregados, amigos e o povo em geral na cultura marajoara tem por tradição folclorizar a vida dos "brancos". Como se sabe, branco é o estamento latifundiário não importa a cor da pele do "patrão"... No trabalho, nas viagens, em reuniões a gente conta o certo e o inventado, de modo que com certo tempo não dá mais para destrinchar a estória da história verdadeira... Foi assim que personagens reais viraram lenda: o malvado senhor de escravos João "Maçaranduba" Calandrini; a avarenta dona Leopoldina; a falência do perdulário Raimundinho... Sem dúvida, criativa literatura oral que no Nordeste alimenta os famosos cordéis.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Conta a lenda que o herdeiro único do rei do gado meteu os pés pelas mãos. Começou com um casamento infeliz com uma linda moça caprichosa, vinda do Sul e que depois de lhe tomar quase tudo o abandonou na rua da amargura. Raimundinho caiu no vício da jogantina e acabou por perder o que ainda lhe restava. Na história marajoara ele não foi o primeiro nem o último... O velho coronel ultimamente passava mais tempo no Porto Santo e sua satisfação era ver o "Perge" encostar, tanto na subida quando na descida, a trazer encomendas e novidades de Belém ou para levar alguma coisa à Cidade. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Entretanto, certo dia o barco veio do Lago e passou ao largo sem encostar no Porto Santo como de costume... O coronel se alarmou. Aquilo nunca antes aconteceu, era uma falta de respeito para com o branco velho. Ele chamou o fiel criado intimando-o a falar a verdade e dizer tudo que estava acontecendo. Então, o criado lhe contou: o "Perge" não era mais propriedade da família, Raimundinho havia vendido o barco, fazendas, casas na Cidade... O coronel Antero deu-se conta do erro cometido e passou mal com uma vertigem. Não demorou ele veio a falecer. Raimundinho continuou sua sina e acabou de torrar tudo quanto ainda havia para depois sumir no mundo. Dizem que, tempos depois, o encontraram trabalhando de taxista em Fortaleza (Ceará). Muita gente achava aquilo castigo por tantas humilhações e explorações dos pobres praticadas pelo coronel e por seu vaidoso herdeiro.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">O Porto Santo parou no tempo até vir a ser adquirido, anos 70; pela hoje extinta "<i>Cooperativa Mista Irmãos Unidos de Ponta de Pedras - COOPIUPE</i>", controlada pela Diocese de Ponta de Pedras ao tempo de dom Angelo Rivatto. O sítio foi transformado em agrovila entre mais de uma dezena de outras como a agrovila de Praia Grande (projeto "Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia - POEMA, da UFPA em cooperação internacional), agrovila de Jaguarajó (parceria de Agricultura Familiar Sustentável, com a EMBRAPA): foi uma experiência importante das chamadas cooperativas de Dom Angelo (atacadas pelos adversários como 'cooperativas da Nella', referência à colaboradora do bispo Nella Remella, alvo de críticas e maledicências). A par da COOPIUPE existiu também a "Cooperativa Mista de Produção, Recursos Humanos e Turísticos - COMIFRHUT", dedicada à construção naval, marcenaria, indústria cerâmica e ao turismo que na verdade nunca praticou. Nesta cooperativa foram formados diversos artesãos dentre os quais o notável Ismaelino Ferreira, a cerâmica marajoara foi relançada em Ponta de Pedras antes do sucesso comercial de Icoaraci. Hoje poderiam se interessar professores e alunos por esta experiência para elaboração de trabalho de conclusão de curso, dissertação de mestrado e tese de doutorado de modo a ofertar ao público através de extensão algo importante para projetos de desenvolvimento socioambiental sustentável.</span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Poucos hoje tem clareza do impacto da Prelazia e depois Diocese de Ponta de Pedras na região. Entre erros e acertos destaca-se a célebre desavença entre o bispo Rivatto e o padre Giovanni Gallo, criador do Museu do Marajó, de que trata o livro autobiográfico deste "<i>O homem que implodiu</i>". Dom Ângelo não era santo e o padre Gallo também não, embora este último deixasse escrito que desejava muito a santidade. Do ponto de vista da Criaturada grande da Dalcídio, que é o que interessa a este caboco que vos fala; misturando a criatividade do padre com a ousadia do bispo eu que não creio peço a Deus por minha gente, a gente humilde. E tento como posso despertar a memória desta gente a encontrar algum apoio para recomeçar todos os dias.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Creio que o Porto Santo é uma referência histórica em diversos sentidos. Principalmente por ter sido asilo aos refugiados do Gurupá e ter se tornado uma florescente agrovila que, afinal, sucumbiu ao próprio fracasso dos assentamentos promovidos pela igreja católica no Marajó com origem remota ainda na <i>Aldeia das Mangabeiras</i> (vila de Mangabeira) em terras de sesmaria da fazenda São Francisco (1686). Sim, seria muito interessante aos pontapedrenses, mas também a todos os cerca de 500 mil habitantes do Marajó uma cultura histórica. A fim de saber quem somos nós, donde viemos e aonde vamos.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Ainda em fins dos anos 90, pessoas idosas de Porto Santo choravam ao relembrar o fatídico dia em que o quilombo do Gurupá foi destruído para desocupar a suposta terra do 'branco" tendo as casas queimadas, pessoas violentamente expulsas de sua posse. Gurupá, na margem esquerda do rio Arari, município de Cachoeira do Arari, tem uma história de resistência e luta da comunidade afrodescendente. A negritude do Arari começou com os escravos dos frades das Mercês em Sant'Ana e se espalhou pelas margens do rio, Tartarugueiro, Gurupá, a vila de Cachoeira e outras localidades. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Sem memória esta gente estaria totalmente derrotada. Por isto, Porto Santo não deve esquecer da acolhida que foi dada à gente do Gurupá e como as "cooperativas" (que, de fato, eram outra coisa) fizeram uma diferença enorme na história da indiferença social e da pobreza extrema. Quero dizer que, algumas vezes, não deixei de fazer críticas a Dom Ângelo pelo modo como ele queria fazer as coisas, mas na divergência fomos amigos e parceiros, inclusive como se pode ler no documento da Igreja Católica (1999) denunciando a miséria do IDH do povo marajoara; a apresentação que fiz em nome do Grupo em Defesa do Marajó (GDM). Sabia Dom Ângelo e sabe Dom Alessio que não sou praticante de nenhuma religião, todavia defendo que ninguém pode falar de História no "maior arquipélago fluviomarinho do mundo" desconhecendo a missão dos Jesuítas e a capitania da Ilha Grande de Joanes: duas instituições dialeticamente opostas.</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-size: large;">Interessante saber, por exemplo, a inspiração kibutziana (modelo de fazenda coletiva de Israel) das ditas "cooperativas" extintas sem que os "cooperados" jamais soubessem do que se tratava. Nem fossem devidamente preparados a realizar a experiência mais significativa que poderia haver. Para isto, havia uma "onça": a Ditadura... E não faltaram inimigos para atacar o bispo assim mesmo com o cooperativismo caboclo meia sola. Antes de dom Ângelo ser substituído ele mesmo já havia jogado a toalha: uma curiosidade estava posta, os católicos exerciam o controle das cooperativas e a suposta esquerda com o PT e o PSB mariscavam as cerca de 14 comunidades de agrovilas; mas os votos dali elegiam vereadores e deputados evangélicos de partidos de direita... Assim, apesar do evidente sucesso socioambiental, no aspecto econômico e político a coisa acabou sendo um fiasco. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Dom Alessio Saccardo veio de Terezina (Piaui) para a Diocese de Ponta de Pedras com fama de administrador e educador. Achou pela frente um enorme desafio e frieza da comunidade. Mesmo assim, junto ao bispo da Prelazia do Marajó (Soure), dom frei Luís Azcona; foi bater à porta da Presidência da República em busca de parceria: nasceu assim o famoso Plano Marajó, em 2007, com suas esperanças e decepções até agora. Antes dele teria a Diocese desperdiçado recursos que hoje, com os Objetivos do Milênio 2030, talvez Marajó estivesse preparado a assumir uma liderança que está longe de chegar. </span><br />
<br />
<span style="font-size: large;">Por ironia da história, a velha "Colônia da Mangabeira" </span><span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">e suas adjacências de cerrado e campos altos "imprestáveis"</span> que, nos anos 30, recebeu migrantes das secas do Nordeste produzindo arroz de sequeiro, malva, feijão, milho, etc. e foi esteio das agrovilas virou uma emergente classe média rural de maioria evangélica e capitalista. A pecuária decadente deixou de ser a principal atividade econômica do município e o meio rural esvazia-se para ocupar o meio urbano com aumento da pauperização e da violência social. O extrativismo de açaí faz contraponto, mas a sustentabilidade deixa dúvidas. 2016 será ano eleitoral, sem muitas esperanças de novidade.</span>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-10965653840876375362015-09-07T08:17:00.002-07:002015-09-07T08:22:06.922-07:00CARNAVAIS E PATRIOTADAS<br />
<span style="font-size: large;"><b>"<i>A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer</i>".</b></span><br />
<span style="font-size: large;"><b> Peter Burke</b></span><br />
<br />
<br />
<br />
<img alt="Resultado de imagem para imagem bandeira do pará" class="rg_i" data-sz="f" name="xfTtrI6hj98oJM:" src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wCEAAkGBhEGDw8RBxAVEBEUGBQUFRERGBgcEhYWFRQVFRMRExUXJygeIxwvGhIXHzIhLyg1OCwsFx4xNTwrOiYrLCkBCQoKDgwOGg8PGCojHyU1NSw0NTIpMik1LCoxKSspLy0sNDA1LCwuLCwsLCwsNDY0LCkwNSwsNDQwKSwvLDU2Kf/AABEIAM4A9QMBIgACEQEDEQH/xAAcAAEAAgMBAQEAAAAAAAAAAAAABQYDBAcIAQL/xABKEAABAwAEBgwJCwQCAwAAAAAAAQIDBAUGERIhMVNhcQcUFRZBUVVykZKT0hMiMjM0gbKzwggXNUJSYnN0obHRI0NjwSTwRKLD/8QAGwEBAAIDAQEAAAAAAAAAAAAAAAQGAgMFAQf/xAAxEQACAQICBwcEAwEBAAAAAAAAAQIDBBFRBRIhMVNxkRMiMjSxwdEUFUFygaHw4SP/2gAMAwEAAhEDEQA/AO4gwbeizjOsg29FnGdZADODBt6LOM6yDb0WcZ1kAM4MG3os4zrINvRZxnWQAzgwbeizjOsg29FnGdZADODBt6LOs6yDb0WdZ1kAM4MG3os6zrINvRZ1nWQAzgwbeizrOsg29FnWdZADODBt6LOs6yDb0WdZ1kAM4MG3os6zrINvRZ1nWQAzgwbeizrOsg29FnWdZADODBt6LOs6yDb0WdZ1kAM4MG3os6zrINvRZ1nWQAzgwbeizrOsg29FnWdZADODBt6LOs6yDb0WdZ1kAM4MG3os6zrINvRZ1nWQAzgwbeizrOsgAOZ7GFgKtrip6FNWFCille16ue5PGW6V6Jf6kQtPzW1RydB1V/k1th36Cq/mye+kLmAVX5rao5Og6q/yPmtqjk6Dqr/JagAVX5rao5Og6q/yPmtqjk6Dqr/JagAVX5rao5Og6q/yPmtqjk6Dqr/JagAcntTsI0dMKWz8LONaO7/5uX9l6eA5zPZ6GjOcyejox7Vuc1zVRyLxKinp4hbR2So9pW3UxuDIiXNmZikbov4U0KaZ029qZ3bDSdOnhC4pprPBYrnn68zzvuJR8yzoG4lHzLOgtlprF0izKqsyeEhvxTMTxdCPT6q/pxKpAEZuS2Mt9Kna1oqdOMWuSNLcSj5lnQNxKPmWdBugazzNn0tDhx6I0txKPmWdA3Eo+ZZ0G6BrPMfS0OHHojS3Eo+ZZ0DcSj5lnQboGs8x9LQ4ceiNLcSj5lnQNxKPmWdBugazzH0tDhx6I0txKPmWdA3Eo+ZZ0G6BrPMfS0OHHojS3Eo+ZZ0DcSj5lnQboGs8x9LQ4ceiNLcSj5lnQNxKPmWdBugazzH0tDhx6I0txKPmWdA3Eo+ZZ0G6BrPMfS0OHHojS3Eo+ZZ0DcSj5lnQboGs8x9LQ4ceiKdaeiMokrEo7EaisvVEThwnJf8AofTLbDz0fM+JwJlPwo+faUio3c1FYLH2PRuw79BVfzZPfSFzKZsO/QVX82T30hczMgAAAAAAAAAAAAH5fGkqKkiIqLiVFxoqLlRUOfWp2LG0jClqC5jsqwOXxF/DX6q6Mmo6GDGUVLeSrW7q2stak8PR8zzhS6I+gvdHS2Oje3K1yXKn/eMwnoCvrM0e0bMGnsvVPJkbikbzXf6yHJbUWDpFm73onhoM6xPJT/I3g15P2Is6biXWw0vSusIy7sss+RWQAajsgAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAFUth56PmfE4C2Hno+Z8TgTqfhR840t5ypz9kejdh36Cq/mye+kLmUzYd+gqv5snvpC5mZzgAAAAAAAAAAAAAAAfFTCxKfQAUO1OxhHWGFLUl0MmVYl807Vd5K/poTKcvp9XS1XIsdOjdG9MrXfui5FTSh6MI+uqggtBH4OsY0en1XZHtXjY7Kn/AG80zpJ7UWCw03Uo4Qrd6P8Aa+f9tPPQLbanY8nqDCkot88CY8NqeOxP8jU4PvJi47ipEVprYy40LinXhr03igADw3gAAAAAAAAAAAAAAFUth56PmfE4C2Hno+Z8TgTqfhR840t5ypz9kd92Fa+gpNVUSjMkRJ42vvjdicqeFe7CbxpcvBkOhnlyzkixUaB0aq1yXqiotyoqPdcqKnCdSstspOo+DFX9725Enanjp+I1MutMehTBVVjgyfW0LPsY1qO3FJtfndjsz9eZ1EGGiUtlOY2SiPbIx2NHNW9F9aGY3HAaaeDAAB4AAAAAAAAAAAAAD4jkW+5cmJdGK+5elAD6Uq1OxpDXGFJVl0Ey41S7+k9fvImRdKetFLqDxxUtjJFvc1beevSeD/2887VpVE1SyLHWEaxv4L8ip9prsippQ0z0TWtTw13GsdYRpI3TlRftNVMaLpQ5VanY1mqfCkqy+kQ5VRE/qsT7yJ5SaU6OEizpNbi5WGmqVxhCr3Zf0+RSwAaTvAAAAAAAAAAAAFUth56PmfE4C2Hno+Z8TgTqfhR840t5ypz9kTdn/RYdTvbcSBH2f9Fh1O9txIEOXiZfbPy9P9V6IlagtNSLNvwqA+5q+VG7HG7nN49KYzrdl7d0e0iIy/wM/DE9cv4bvrasug4efUXBxpiVMd6fuhlCo4kW+0ZRu1i9ks175npQHJ7LbKElAwY67vmjyJKnnW877SfrrOoUCsIq0jbJQXtkYuRzVxal4l0EqM1LcUm8sK1pLCotmf4ZsAAzIIAAAAAAAAB8VbspQNjy1O7NNrJj1vSR/ho0+626L2UiLBbyttx6upL2rc5zfBs48KTxb01Iqr6jjdiK13GrCjSKtzVd4N3FgyeIqrqvRfUdG2t9ejOXT+Npz7mvqVYR6+h6EABzjoAAAFStTsdwV9hSUW6CdceE1PEev+RqcP3kx6zk9c1FPUEng6xjVi8DsrHJxsdkX/XDcehTWrCroq1jWOnRtkYuVrv3ThRdKGqdJS3HcsNM1bbCE+9H+1y+PQ85gvdqdjCWrsKSpb5osqxf3W6vtJ+usoqpdlIsouO8udtdUrmOvSePtzPgAMSSAAAAAAVS2Hno+Z8TgLYeej5nxOBOp+FHzjS3nKnP2RN2f9Fh1O9txIEfZ/0WHU723EgQ5eJl9s/L0/1XogADElAkalr+ez8mHV0it+01cbHaHt4deVOAjgep4GM4RnFxksUztVltkKC0GDHSLoJ1xYDl8V6/43f6XHrylrPNRdrLbJk1U4Mda3zw5Ed/dYmhV8pNC49PASIVvxIql/oFrGdt0+P9/J18GpVlbQ1zGklXyJIxeFMqLxOTKi6FNskFWlFxerJYMAAGJU7X1NWEiOls5S3tdlWjrg4K/huVMS6Fxajls9t60ornMpFKlY9q3Oa5Go5F4lRUO/FetXYqj2pZfSE8HMieLO1Ewk0O+03QvquJ9tcwj3akU1ngQbi3nLvU5NPmcTrS09LrpiMrKkPlYi4SNdddhIioi4kTgVekiz9StRjnIxcJEVURyZFRFxKh+TvxiorBLA4EpOTxkywJb6sU/wDMk/8AX+CWs7W9dWnkwKvpMlyeXI7BSNnOW7LoTGR9gbMRWppTo6ZIrGsb4RWt8p6I5EVqO4MqX6/Wnc6BV8VVxtioMbY425GtTFr16TmXValS7sYLHkdO1o1KvelN4czDU9Xvq6JG0ud9JkyukkuTHxNamJEN4A4reLxZ2UsFggADw9BWbUWCo9o73tTwM+dYnlfiN4deXSWYHjSexm6jXqUJa9N4M8/19ZqkWcfg1gy5F8mRuON/Ndx6FxkUej6XQ46ex0dLY2RjsStcl6KcytTsWvo2FLUF8jMqwOXx0/DcvlJoXHrI06TW1FwsNOU6uEK/dln+H8HPQfp7FjVUkRUVFuVFS5UVMqKi8J+TQWIAAAqlsPPR8z4nAWw89HzPicCdT8KPnGlvOVOfsibs/wCiw6ne24kCPs/6LDqd7biQIcvEy+2fl6f6r0QABiSgAAAAADdqmuZqjkSSrpFjdw3eS5PsvbkVDq1ltkiGusGOsLqPOuJL1/pPX7rlyL91fUqnHAZxm4nPvdHUbtd9YPNb/wDp6VBxmy2yNPUWDHTb54ExXKv9RifccuVPur6lQ6vU9eQV9H4SrpEe3hT6zV+y9q40UlxmpFIvdG1rR95YxzW7/hvlft7W249XUl7Vuc5vg2ceFJ4t6akVV9RYCn26s7Pa2SjUejr4OBqrLLK7Jf5LGsbwuuw10XpeSaCi6i1txyazlqPV3nF6uq2WtpGxUCNZJHZGt/dVyImlS0V3sX0yp4GysunxXyMivVzNSfWS7hTouxnW7P2Zo9mY/B1ey5V8qR2OR68bnf6yISpPqaRlrdxbPUgU9HR1e+9voeerE1tuNWFGkctzVdgP4sGTxFVdV6L6j0KUi2OxnFXuFNVl0FIyrwRyL95EyO+8nrvLTUksstGhWsGqyZGokjV+23xXLemK5VRVReJUNN3VhWUakd+5m60pTo4wlu3o3gAQCcAAAAAAAAAV+01iqPaZFWZPBzXYpmJ42hHp9ZNfqVDklorJ0izTrqY2+NVubMzHG7iS/gXQv6nezHPA2lNcykNR7HJcrXIitVOJUU1TpqR2LHS1a17r70csuX+wPNwOlWp2LLsKWz2taO5fdOX9l6eA5zNA6jOcydqse1bnNcio5F4lRcZFlFx3l1tbyjdR1qb/AI/KKhbDz0fM+JwFsPPR8z4nAmU/Cih6W85U5+yJuz/osOp3tuJAj7P+iw6ne24kCHLxMvtn5en+q9EAAYkoAAAAAAAAAG1V1Zy1RIktAkWN6cLeFOJyZFTQpqgHkoqSwaxR1yy2ydFWeDHXF0EuRH/2nrrXyV0Li08BeUx5DzUWmy1v6RZ25kv9eDNuXxmp/jdwasmrKSIVvxIq9/oJPGdt0+DtgIyo7RUe0UeHV78K7ymLikboc3/eReAkyQniVOcJU5OM1g0AAemAAAAAAAAAAAAAAAAIW0dkaPaVv/LbgyIlzZmYpE0X8KaF/QmgeNJ7zZTqzpSU4PBnlXZXs5JZemRxUlzXoseE17eFuG9L1Rci4sgLF8pD6Ron5dPfSn0JYLBHterKvN1J72QNn/RYdTvbcSBH2f8ARYdTvbcSBBl4mfSbPy9P9V6IAAxJQAAAAAAAAAAAAAABnoVOkq6RslDe6N7cjmrcurVoOnWW2UWUzBir26J+RJk827np9VdOTUcqBnGbjuIN3Y0buOFRbc/yj0o1yPRFat6LjRUyKnGh9OG2YtxSLNKjWL4WDhheuJOPwbvqr+mg63Z+1NHtKy+gv8ZEvdE7FI3WnFpTESoVFIpV9outaPF7Y5r3yJcAGw5QAAAAAAAAAAAAAAB53+Uh9I0T8unvpT6fPlIfSNE/Lp76U+gEDZ/0WHU723EgR9n/AEWHU723EgQJeJn06z8vT/VeiAAMSUAAAAAAAAAAAAAAAAAADLRqS+hva+jPVj240c1bnJqVDEAeNJrBnTrLbKaSYMVoPFXIlIanir+I1MmtMWhDosUrZ2o6JUc1UvRzVvRUXIqKh5sJ2zdsaRZl11GdhxX3uhf5C8at+yulPWim+FbDZIrd/oKNTGdvseX4/jL05HeAQdm7YUe0zf8AiuwZUS90L/LTjVONNKeu4nCSmnuKhVpTpScJrBgAHprAAAAAAAAAPO/ykPpGifl099KfT58pD6Ron5dPfSn0AgbP+iw6ne24kDYq2w9bUGFkb6slVW340fDdjcq/a0m1vRrXkubtIe8Q5U5YvYX620naQowjKosUkvzlyI0ElvRrXkubtIe8N6Na8lzdpD3jzs5ZG/7tZ8RdH8EaCS3o1ryXN2kPeG9GteS5u0h7w7OWQ+7WfEXR/BGgkt6Na8lzdpD3hvRrXkubtIe8OzlkPu1nxF0fwRoJLejWvJc3aQ94b0a15Lm7SHvDs5ZD7tZ8RdH8EaCS3o1ryXN2kPeG9GteS5u0h7w7OWQ+7WfEXR/BGgkt6Na8lzdpD3hvRrXkubtIe8OzlkPu1nxF0fwRoJLejWvJc3aQ94b0a15Lm7SHvDs5ZD7tZ8RdH8EaCS3o1ryXN2kPeG9GteS5u0h7w7OWQ+7WfEXR/BGgkt6Na8lzdpD3hvRrXkubtIe8OzlkPu1nxF0fwaEUroHI6Fytc1b0c1VRyLxoqYzotltlNWYMVoMaZEpDUxp+I1P3To4Sk70a15Lm7SHvDejWvJc3aQ94yjGcdyIt1daNuo6tSa54PFcth3+j0llLY19Gcj2OS9HNW9qpxoqGQ4nZ6OvrNPvoNXTKxVvdE6SFY3erCxLpT9S9NtnWComHUVJReFEmo91+hcIkxbe9FOuaNOlL/wA5qS6dS5Ap2/Kn8hUrtaP3hvyp/IVK7Wj94yIpcQU7flT+QqV2tH7w35U/kKldrR+8AXEFO35U/kKldrR+8N+VP5CpXa0fvAHKPlIfSNE/Lp76U+m1so2ZrW31KhnotVTQpHF4NWvkhVVXDe69LnfeAB30AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH/9k=" style="height: 180px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; width: 214px;" /><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Li na internete que, na cidade do Recife, durante marcha de opositores ao governo federal um paraense que ali mora, também contrário aos governistas; colocou a bandeira do Pará em sua janela com ideia de manifestar adesão ao protesto e foi miseravelmente insultado pelos revoltados. Os quais gritavam "<i>fora comunista</i>", "<i>fora PT</i>"... </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O parauara ficou pasmo com a ignorância da turma, gritou-lhes "<i>é a bandeira do Pará seus idiotas!</i>". Os babaquaras dispersaram, todavia um deles avisou: "<i>quando a gente tomar o poder vamos rever isto</i>"... Dizia o comentário que o cara ficou encucado disposto a não mais tomar partido </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">nenhum</span></span>. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cá no meu canto eu me pergunto como ficaria, então, a bandeira paraense caso os contras dessem marcha ré à história do Povo Brasileiro, apagando seus feitos patrióticos mais notáveis? No Pará, notadamente a Cabanagem, cujo sangue derramado tingiu nossa bandeira de vivo encarnado. Por acaso, na antiga corte carioca e em São Paulo, andaram em passeata esses mesmos revoltados de araque a levantar o velho pendão imperial aposentado em 1889 pela República Velha café com leite. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sabem lá os paraenses quanto nos custou, na adesão do Pará à Independência, a bandeira escravista anglo-americana do império de Dom Pedro? Essa bandeira manchada pela submissão aos ditames de Londres em repressão aos brasileiros na chamada guerra da independência. Em particular no Grão-Pará pela mortandade de 40 mil cabanos numa população de cem mil almas, primeiramente traiu a revolução liberal do Porto (Portugal) para enfim amortalhar o sonho de liberdade do Brasil. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se soubéssemos a história do Povo Paraense, mais seria respeitada a Bandeira do Pará e melhor comemorada a data de adesão à República em 16 de Novembro. Pois a luta de libertação paraense é federativa e republicana desde os princípios no bojo da Confederação do Equador, com o "contágio" das tropas paraenses egressas de Caiena, em 1817, trazendo oculta em suas mentes a notícia da revolução do Haiti, com o fim do colonialismo e da escravidão inerente ao regime de exploração de povos e terras de além mar.</span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>OUTROS CARNAVAIS</b> </span></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Minha netinha de três anos de idade viu o desfile escolar de 5 de setembro e chegou em casa com seus pais dando vivas ao <i>Palá </i>(Pará) dizendo ela que havia participado do carnaval... Por suposto carnaval patriótico. Então eu me lembrei do carnaval devoto de Dalcídio Jurandir, no qual aos olhos do menino de Cachoeira a procissão do Círio, mal comparado, era paresque desfile de carnaval com carros alegóricos. Como então não misturar os carnavais e me lembrar também de meu primeiro desfile escolar na semana da Pátria na terrinha de infância distante em Itaguari (Ponta de Pedras), na ilha do Marajó?</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Naquele tempo a Guerra destruía a velha Europa e a gente sabia notícias pela Voz da América; faltavam alimentos na região devido aos afundamento de navios da Costeira por submarinos alemães; o grupo escolar marchava pelas ruas poeirentas de Itaguari enquanto a Voz do Brasil chegava fraca e distante para nós. A Ilha e a Cidade ligadas apenas por canoas à vela de acordo com os ventos e as marés. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Hoje o tempo gira na memória tal qual o catavento multicor que a menina que tem nome de minha avó trás à mão. Não é que meu avô galego camponês, com sua voz de vagamundo, fatigado de minha hiperatividade infantil me chamava Corrupio? Ando devagar agora porque, como diz a canção, já tive pressa de viver e rodei mundo afora. Até descobri, por acaso, conversando com um asilado político chileno trabalhando na Ilha do Diabo (Guiana francesa) que cada um de nós em sua odisseia carece sair de sua aldeia a fim de descobrir o mundo a saber, em meio à guerra que a vida parece ser; que o melhor lugar do mundo é a sua aldeia natal. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu acredito que o mundo só terá paz quando as aldeias unidas do planeta revogarem a ditadura imperialista da aldeia global. Claro, trata-se da utopia da democracia planetária. Como todas mais -- que nem a indígena Terra sem Mal -- um tempo que corre por trás do horizonte conforme a espiral evolutiva do espaço pelo progresso ou decadência de nossos sonhos. Oras parece que tudo se acabou e, de repente, lá vem a virada e a coisa avança como nunca.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Compreendi a revolução antropoética na leitura carbonária do "<i>Caderno de um returno ao pais natal</i>" do pai da Negritude, Aimée Cesaire, o libertador amado da Martinica. O poema <i>nègre</i> me ensinou que, de certo modo, 99% da população da Terra é feita de "negros da terra" na senzala deste mundo, enquanto apenas 1% de "brancos" -- não importa a cor da pele, olhos e cabelos contanto tenha lá muito dinheiro para comprar e vender todo mundo -- adona-se da casa-grande. Onde quer que se instale a grande empresa e a <i>plantation</i> no vasto mundo sobre cláusulas pétreas do pacto colonial. </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>O<i> SAPIENS TAPUYA</i> NÃO É BESTA, NÃO!</b> </span></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, o Marajó velho de guerra é meu país natal! </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ilha-aldeia onde eu me achei, numa ponta de pedras do Fim do Mundo, à ilharga da ilinha mágica onde mora a cobragrande Boiúna do rio Marajó-Açu guardião do mito da Primeira Noite do mundo:</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">todo mundo deve saber que o Marajó de que falo é um país encantado sito no maior arquipélago de rio e mar do planeta, além disto é um mundo: portal da mítica Terra sem Mal). Neste caso, Adler mais que Freud explica a compensação de todos roubos da História pela triunfo sem par da revolução antropoética mundial... E o evolucionismo de Wallace informa que o caboco marajoara é um tremendo despistador, um bicho inteligente (o <i>Homo sapiens Tapuya</i>, da <i>"Viagem Philosophica"</i>) frente aos predadores.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A gente quer esquecer a "ilha" quase continente no golfão marajoara, mas ela habita o coração da gente e ocupa a terra firme. Por isto, por bem ou por mal, a grande Belém capital do país que se chama Pará não desiste do fado </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">da memória da criaturada grande no extremo norte,</span></span> ao lado das ilhas filhas da pororoca até o Cabo Norte seguindo a sina da pesca e contrabando, desde o Salgado pela corrente das Guianas além fronteira. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem já ouviu falar: <b><i>Oiapoque, aqui o Brasil começa</i></b>? Do Oiapoque ao Chuí quem sabe? O Oiapoque ancestral é reino imemorial do cacique Anakaiury na Paricuria, esquecida saga da confederação do Cruzeiro do Sul, por seu nome próprio Arapari; debaixo do céu bordado de estrelas buscado desde as ilhas de mar através de Trinidad e Tobago, no Caribe, e o delta do Orenoco. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um mapa-múndi invisível que se começou a desenhar pelo sonho dos pajés, pelo menos, cerca dos anos de 1300 e tantos nos trilhos de vento e maré da grande migração Aruã em guerra antropofágica com os Kalina do mar, parindo os inventivos Nuaruaques comedores de farinha de mandioca brava, donos do segredo mortal do <i>curare</i>; invadindo as ilhas Caviana, Mexiana até a ilha grande <i>Analáu Yohynkaku</i> (Marinatambalo, dos Nheengaibas, Aruans, Joanes ou Marajó), fazendo o diabo contra as </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">mais velhas</span></span> nações insulanas, inclusive o povo Iona notável pela antiga arte cerâmica Marajoara. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foram estes bárbaros aruacos, com certeza, que com suas guerrilhas e emboscadas armados de zarabatanas feitas de paxiúba e dardos de talo de patauá envenados criaram fama de malvados marajós, aprendizes de vespas assassinas e afilhados da cobra jararaca; freando assim, nas Ilhas; a avassaladora avançada dos guerreiros canibais Tupinambás conquistadores da antiga terra dos Tapuias, Pará-Uaçu ou Grão-Pará na tradução colonial portuguesa.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, sem que reis e filósofos soubessem coisa nenhuma desta história sem escrita cedo ou tarde seria fatal o choque entre as bravas gentes de Norte e Sul. Como entre marajós "malvados" ditos Nheengaíbas (falantes da "língua ruim') e valentes guerreiros de nação Tupinambá que, cerca de 1500, já vinham pelo Caminho do Maranhão e sertões adentro a bom pelejar contra os Tapuya em geral até o Baixo Tocantins, em marcha de guerra a fim de ocupar o Pará na ambição utópica da <i>Yvy Marãey</i> (terra sem mal), paraíso mítico onde não há fome, trabalho escravo, doenças, velhice e morte. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Utopia selvagem motora da construção territorial de Pindorama, digo da terra Brasílica pré-brasiliana.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Haverá revolução geocultural mais ambiciosa que esta, cujo apogeu ocorreu paresque na Costa-Fronteira do Pará a duas marés de distância até as portas do Paraíso guardado zelosamente pela mãe d'água, Cobragrande? Terra sem males nenhum, que afinal de contas naufragou num rio-mar de suor, sangue e lágrimas nos confins do imaginário rio das Amazonas em seu cruel despertar no mítico país do El Dorado... </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Qual seria o desengano final da demanda da <i>Yvy Marãey</i> no regresso da viagem de Pedro Teixeira a Quito? Esperanças de Portugal em vésperas da restauração da independência do reino de Dom João IV, de 1640. Último suspiro do mito fecundador tupi-guarani nascido livre no Peabiru para vir morrer de fadiga entre escravos indígenas no Alto Amazonas, nos contrafortes dos Andes tomados por conquistadores ignorantes e cruéis?</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sonho do bicho-homem em se tornar <i>abaeté</i> (verdadeiro homem), íntimo dos deuses ao encontro do Paraíso procurado na terra dos Tapuias, caminhos de infinitos males guiados por caraíbas medonhos fiéis do Jurupari e adoradores do Jaguar a custo de carne humana pelas virtudes da guerra através de sendeiros luminosos de Guaraci (mãe dos viventes) -- o Sol -- na faina dura de cada dia. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Todavia, dialeticamente falando, se o Sol fazia guerra a Lua havia de tecer as pazes entre inimigos mortais pela atração dos contrários. Quando o guerreiro tupi inebriado pela visão do paraíso procurado ao por do sol tocava flauta e a tapuia apaixonada tendo lá seu amor distante, rezava a poderosa oração do sol à boca da noite enquanto o dia ia sentando para atar rede no Araquiçaua ("lugar onde o sol adormece") e anoitecia com as criaturas do dia a se agasalhar e os bichos da primeira noite do mundo a se alvoraçar nas férteis imaginações tropicais. Que é isto? Uma ecologia socioambiental do rio Babel com suas sete mil línguas e milhares de "tribos perdidas".</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desta reza forte no extremo norte, paresque saiu o casamento da filha da Cobragrande: foi assim que nasceu o mito da Primeira Noite do mundo e as cantigas amorosas ao sair da Lua (Jaci, "nossa mãe") envolveram guerreiros abaetés, com que a antiga guerra à margem da História foi amansando pouco a pouco até a primeira geração da etnia dos cabocos ("<i>caa bok</i>", saídos do mato). Para quem inventou o Mito, custava engendrar História? </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>UM PAIS QUE SE CHAMA PARÁ</b> </span></span></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Quem hoje sabe, todavia, desta velha história da Babel tapuia na universidade da maré no Ver O Peso, onde outrora o peixe frito em azeite de patauá alimentava as letras paraenses a par do pato no tucupi da elite e mais produções do tipiti e os gados do rio, mata fome de pobres e ricos? </span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><i>Eu sou de um país que se chama Pará<br />Que tem no Caribe o seu porto de mar<br />E sei, pelos discos do velho Cugat<br />Que yo, yo non puedo vivir sin bailar</i></b></span><br />
<span style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><i> </i>Paulo André Barata / Ruy Barata <i><br /></i></b></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mambo, merengue, salsa, cumbia, Calypso, rumba... Contrabandos mil, reinvenções sem fim, lambadas e guitarradas cá te espero. O Haiti é aqui desde a passagem lendária do rei mandinga Abu Bakari, duzentos anos antes de Colombo. Nunca ouviu falar? Pudera! Nossos colonizadores além de ignorantes em todas estas coisas cuidaram de demonizar os deuses africanos e a religiosidade natural de nossos antepassados nativos.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por exemplo, a falsificação premeditada da Adesão do Pará à Independência do Brasil, de fato manifesta na cidade de Belém no dia 14 de Abril de 1823, foi ela proclamada na heroica vila de Muaná em 28 de Maio: querendo ou não, não passa de uma vexatória rendição o ato de 15 de agosto passado no palácio do governo (hoje Palácio Lauro Sodré, sede do Museu Histórico do Estado do Pará) entre o governo colonial português do Grão-Pará e o jovem mercenário inglês John Pascoe Greenfell, de apenas 23 anos de idade; emissário do corsário inglês graduado almirante Thomas </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cochrane, contratado pelo filo-anglicano José Bonifácio em nome do imperador Pedro I do Brasil e príncipe herdeiro, Pedro II de Portugal. Nosso primeiro desfile carnavalesco no Rio de Janeiro.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cochrane e Greenfell ficaram bem na foto da historiografia anglo-brasileira na "independência" do Brasil em oposição à independência americana começada pela República federativa dos Estados Unidos, mais a revolução anti-escravista do Haiti e a revolução anti-colonialista bolivariana. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas, na verdade, a história do Povo Brasileiro é mais antiga e mais vasta que tudo isto. Assim nasceu o império brasileiro, protetorado da Inglaterra por conta ainda do comboio inglês à Família Real portuguesa em fuga frente às tropas invasoras de Napoleão (dizem que Dona Maria I, a louca, que mandou esquartejar Tiradentes; era a pessoa mais sensata na real comitiva ao indagar: "se não estamos a fugir, por que vamos com tanta pressa?").</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não fosse pelo martírio de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes; e a decisão secreta dos maçons republicanos, no dia 20 de Agosto de 1822, no Rio de Janeiro; o teatro do Ipiranga não teria efeito ao que parece. Pois o medo geral era de fato a revolução francesa de 1789, por sua vez tendo por estopim a Independência Americana. Para ver como é a dialética entre as duas beiras do Atlântico desde eras muito recuadas até nossos dias.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nos Estados Unidos, as colônias do Norte foram formadas por colonos protestantes desejosos de fugir a perseguições religiosas na Europa, fundaram a Nova Inglaterra com trabalhadores livres, pequenas propriedades, comércio e produção para consumo interno numa colônia de povoamento. Já as colônias do Sul como a Virgínia, Georgia e Carolina do Norte e do Sul sofreram uma colonização de exploração para exportar à Inglaterra conforme o Pacto Colonial baseado no latifúndio, trabalho escravo e monocultura. </span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entre 1756 e 1763, a Inglaterra e França travaram a Guerra dos Sete anos pela posse da América do Norte da qual os ingleses saíram vencedores. Apesar da vitória, Londres resolveu cobrar dos colonos o custo da guerra pelo aumento de taxas e impostos: começam aí protestos e agitações que levariam à independência americana em 1776, seguindo-se a guerra de 1776 a 1783 vencida pelos Estados Unidos com apoio da França e Espanha: quer dizer as duas margens do Atlântico enlaçadas pelo Pacto Colonial estavam fadadas a construir uma história comum. Pintada com fortes tintas iluministas a Constituição dos Estados Unidos (1787), garantindo a propriedade privada, direitos e garantias individuais do cidadão; embora mantendo a escravidão, inovou com o sistema de república federativa. Pelo qual influenciou a Revolução Francesa de 1789 e a derrocada das colônias americanas. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Já o Haiti, em 1791 -- do aruaque "<i>Hayti</i>", "terra montanhosa" -- sacudiu fora o jugo do colonialismo francês e assombrou as Américas com a revolução anti-escravista de Toussaint l'Ouverture e seus jacobinos negros. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ato seguido, em 1806, com ajuda britânica Francisco de Miranda invade a colônia espanhola da Venezuela onde pela primeira vez a bandeira da independência foi hasteada. Entre os combatentes liderados por Miranda se achava David Burnet, dos Estados Unidos, mais tarde governador do estado do Texas após a separação do México, em 1836.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desde 1810, a Venezuela iniciou a guerra de libertação sob liderança de Simon Bolívar proclamando a independência em 5 de julho de 1811.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">
</span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">As forças coloniais espanholas contra-atacaram e Miranda, temendo derrota arrasadora, assinou armistício com os espanhóis em julho de
1812 (Tratado de La Victoria). Bolívar e outros revolucionários julgaram a rendição de Miranda traição à causa
republicana e o entregaram
ao exército espanhol que o levou à prisão na Espanha, onde morreu em 1816. </span></span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">O IMPÉRIO ANGLO-AMERICANO MEXE OS PAUZINHOS POR BAIXO DOS PANOS</span></span></b></div>
<b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br /></span></span></b>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Apesar do independentismo republicano das Américas, o Reino Unido sempre fez jogo duplo onde houve oportunidade: contanto que causasse prejuízos a seus inimigos na Europa, França e Espanha. Na revolução paraense de 1835, a pretexto de punir responsáveis pelo saque do navio britânico <i>Clio</i>, em Salinas, trazendo contrabando de armas; emissário inglês ofereceu ao presidente cabano Eduardo Angelim apoio para declarar a independência da Amazônia. Proposta repelida entre outros motivos pela lembrança de Greenfell nos episódios de 1823 que legaram à Tragédia do Brigue Palhaço, causa principal da Cabanagem. Além disto, o cônsul britânico em Belém fomentava o comércio entre o Pará e a Inglaterra durante a insurreição e os irmãos Aranha foram agentes comerciais dos Estados Unidos.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Já o Povo Paraense fiel às suas raízes oriundas da antiga Terra dos Tapuias (bote aí algo como cinco mil anos, além de nossa primeira civilização amazônica -- a Cultura Marajoara -- de quase dois mil anos) movia-se pelo sentimento ancestral da confederação do Arapari (o país do Cruzeiro do Sul, Brasil pelo nome português). Enquanto comerciantes portugueses no Pará e Maranhão tinham todos seus interesses ligados a Portugal, com destaque ao Porto antes que Lisboa.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A dialética entre a Europa imperial e a América republicana estava inflamada. Para Joaquim José da Silva Maya (1811-1893), um dos membros da esquadra
portuguesa recém-chegada da Bahia no Maranhão, a tensão que tomava conta de São Luís se devia ao crescente apoio à independência por homens “de cor”. No Pará a situação não seria diferente. O
percentual de “pretos livres”, “pretos cativos”, “mulatos livres” e
“mulatos cativos” era superior a 77% da população maranhense. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Para os
escravos, aliarem-se aos “brasileiros” era esperança de liberdade e as notícias do Norte confirmavam os sucessos abolicionistas no Haiti e na Guiana francesa. No
interior do Maranhão muitos fugiram para aderir às tropas da independência e em São Luis participavam de conflitos de rua. O mesmo no Pará entre partidários do cônego Batista Campos e portuguesistas.<br />
<br />
A situação pendeu de vez para o lado da independência em 26 de julho,
quando aportou em São Luís o navio "Pedro I", cujo nome indicava a astúcia costumeira dos ingleses nas colônias. O navio estava sob comando do almirante britânico lorde Cochrane
(1775-1860) e vinha da Bahia, onde a força mercenária inglesa apoiara a independência do Brasil. Então, chegou a vez de conquistar o
Maranhão e Pará. No dia 27 de julho, 200 homens desembarcaram em São Luís e no dia seguinte intimaram os maranhenses a proclamar a Independência. <br />
<br />Nem sinal de festa e comoção popular. Foi uma pífia cerimônia com seis
tripulantes do navio aos quais se juntaram 91 cidadãos, entre eles membros da
Junta de Governo e da Câmara e outras autoridades locais. Sem entusiasmo
saudaram a “Adesão ao Império Brasílico, e Governo do Imperador, o
Senhor Dom Pedro Primeiro”. Do lado de fora do Palácio poucas
pessoas observavam e a independência foi assinalada por simples repicar dos
sinos, uma salva de tiros e o reconhecimento da “Bandeira Brasílica”.
Muito pouco, comparado à multidão que celebrou a adesão maranhense à Revolução do Porto (1821) e nascimento de membros da família
real.<br />
<br />Porém, mesmo sem manifestações públicas os homens “de cor” acreditavam
que a independência lhes traria benefícios. O escritor João
Dunshee de Abranches Moura, no romance "<i>A Setembrada</i>" (1931), diz que às vésperas da proclamação alguns negros escravos
teriam tomado canoas e se dirigido ao navio "Pedro I" a fim de pedir asilo ao
almirante Cochrane, na esperança de
liberdade, em vão. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desde a fundação de Belém do Pará (1616) se sabe que as notícias circulam rápidas através do Caminho do Maranhão. Após a independência, os negros e tapuios participaram de
saques às lojas e das surras aplicadas aos "portugueses" contrários à emancipação política. Libertos foram voluntários às tropas de segurança da cidade. No Maranhão, em meio à agitação
nos dezoito meses após a adesão à independência, alguns negros foram convocados para participar da política. ( cf. </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Marcelo Cheche Galves, professor de História da Universidade
Estadual do Maranhão e autor da dissertação “Jornais e políticos no
município de Avaré” (UNESP, 2000).</i></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No Pará, a proclamação de adesão à Independência do Brasil já fora feita em 28 de Maio. Mas o desprezo de Cochrane aos paraenses chegou a ponto de mandar um jovem tenente, com mentira para fazer crer que uma esquadra estava estacionada na entrada da barra em Salinas. E assim, o brigue "Maranhão" com marinheiros mercenários afeitos a todas violências do ultramar, por ironia do destino cruzou com a charrua "Andorinha do Tejo" conduzindo os patriotas paraenses condenados a prisão perpétua, depois de comutada pena de morte a rogo do bispo do Pará, Dom Romualdo Coelho.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i> </i><br />
</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Debaixo de canhões do brigue "Maranhão" renderam-se os portugueses do Pará em ato de 15 de agosto de 1823, denominado de "adesão" à independência. O truculento mercenário longe de se informar a respeito dos verdadeiros partidários da Independência deu posse aos mesmos portugueses contrários à Adesão... E o resto já se sabe, ou deveria saber.<br />
</span></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b> </b></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>A PERIGOSA IDEIA DE DARWIN </b></span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img class="irc_mi" src="http://povosindigenas.com/wp-content/fancygallery/25/30/ROSA_POVOS_03.jpg" height="414" style="margin-top: 0px;" width="278" /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><i>Tupã tenondé</i>: revelação da profunda comunhão</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>entre Homem e Natureza no espírito das coisas. </b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Como Daniel Dennett escreveu em "<i>A perigosa ideia de Darwin</i>", não sei se deveria rezar a ela. Mas, toda vida é sagrada. Depois de um milhão de anos desde o berço da humanidade, na África, dois primatas da espécie <i>Homo sapiens</i> -- Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913) -- vieram a América do Sul e em suas viagens compreenderam que a vida, por uma longa espiral evolutiva, desde os princípios do cosmo, se expande criando as espécies.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Claro que foi uma bomba com efeito de Nagasaki e Hiroxima sobre o Jardim do Éden: a humanidade desamparada do "pecado original" de Adão e Eva havia que ser responsabilizada por tudo, o bem e o mal da aventura do Homem neste vasto e complexo mundo. Inclusive da mudança climática hoje em dia. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Homem, dotado naturalmente de cérebro proeminente e polegar opositor, evoluiu de espécies de hominídeos e ocupou todo planeta tornando-se consciente da história natural e responsável pelos acontecimentos gerados por sua própria espécie em relação de uns com outros e com a própria natureza individual e coletiva.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vindos da Ásia, há cerca de dez mil anos atrás, o homem americano criou neste continente diversas culturas e civilizações ao longo do tempo. Entretanto, em pouco mais de quinhentos anos o homem europeu dedicou-se a matar física e espiritualmente seu irmão americano, passando a destruir tudo quanto ele havia construído escravizando-o para extrair e exportar riquezas alheias ao modo de vida deste ramo da humanidade.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os primeiros viajantes e naturalistas do Novo Mundo, com seu preconcebido modo de ver os "índios" ocidentais; cunharam a frase equivocada: "<i>índio vê a árvore, mas não vê a floresta</i>". Em realidade, era o europeu em sua cega avidez que via a floresta como um vasto manto sob o qual escondiam-se tesouros imaginários afinal só revelados depois da revolução industrial (borracha, balata, madeira e diversos minérios, inclusive o fatídico ouro das maiores desgraças da humanidade).</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O enganoso símbolo da riqueza foi a causa imediata da destruição das Índias Ocidentais conforme o dantesco relato do padre dominicano Bartolomeu de Las Casas. A história do cacique taino Hatuey -- o primeiro rebelde das Américas, cujo martírio foi memorizado em Cuba em monumento -- revela que os "bárbaros", logo do "descobrimento" da América em 1492; cedo perceberam que a religião dos conquistadores era o ouro é nada além. Para quem não enxergava a floresta onde a árvore existia foi demais... Curiosamente, com a morte do líder Hatuey surge na história de resistência americana indígena o nome do cacique Guamá que continua a luta anti-colonial. </span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O mesmo nome <i>gestáltico</i> <i>Guamá</i> -- sabendo-se ademais, que além da perspectiva individual terapêutica segundo a teoria da Gestalt, o verdadeiro nome de um índio é um segredo íntimo do indivíduo e daqueles parentes assistidos do pajé que lhe deram o nome indizível pelo qual: portanto, um nome indígena ostentado externamente é como uma segunda <i>persona</i> de função coletiva -- seria registrado nas lutas indígenas contra os espanhóis no México ou Belize e arredores. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No Pará, por acaso, o nome do cacique dos Aruãs e Mexianas, Guamã; ficou memorizado no rio que banha a cidade de Belém. Donde, de tempo em tempo até cerca de 1723, os valentes marajoaras enganados e traídos no acordo de paz de Mapuá (1659) pela expulsão do <i>payaçu</i> dos índios, Padre Antônio Vieira e seus confrades (1661) para criação dativa da Capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes (1665); vingavam-se de seus antigos inimigos hereditários Tupinambás e de seus aliados portugueses, assaltando aldeias de índios "mansos" (negros da terra) às ilhargas da capital paraense.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No longínquo Rio Negro, estado do Amazonas hoje; Ajuricaba, cacique dos Manaus; levantou-se contra as "tropas de resgate" (caçadores de escravos): é dizer, do Amazonas ao Pará nos inícios do Século das Luzes a tapuiada aruaca estava revoltada contra a escravidão na Amazônia colonial portuguesa. Embora decadente era a nação Tupinambá com seus arcos e remos imprescindíveis comandados por mamelucos (filhos de índias e portugueses) façanhudos que, para os cronistas da época, adotava nome de "portugueses" embora já essencialmente fossem eles brasileiros em formação. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Até aí a língua geral amazônica ou Nheengatu era o instrumento colonizador, na Redução missionária onde se forjava, sobre as ruínas pagãs tapuias; a civilização cristã-nova brasílica. Este projeto messiânico casando o útil ao agradável entre colonizadores e colonizados, todavia, teve sua história cortada rez ao chão pelo império de Dom José I mediante a expulsão dos Jesuítas (1760), cem anos depois de Vieira dar por concluída a missão de paz aos Nheengaíbas a deixar o Pará tranquilo e seguro, após 44 anos de guerra de conquista do rio das Amazonas, desde a tomada de São Luís do Maranhão (1615). </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desde então, o Iluminismo lançou as suas sombrias consequências ultramarinas na Amazônia. E o Diretório dos Índios (1757-1798) decretou a extinção geral dos indígenas para invenção original dos cabocos: ao contrário dos Yankees para os quais "índio bom é índio morto"; nossos avós portugueses incapazes de caçar, pescar e fazer roças para seu próprio sustento no trópico úmido, cuidaram de transformar "negro da terra" em súdito e importar "negro da Guiné" para as mais tarefas de escravo.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foram estes portugueses abrasileirados de outrora que provocaram a guerra civil chamada Cabanagem (1835-1849) e plantaram o pendão do Império do Brazil sobre o chão ensanguentado da extinta terra Tapuia. </span></span></div>
<img class="irc_mi" src="http://mlb-s2-p.mlstatic.com/bandeira-brasil-imperio-imperial-luxo-excelente-acabamento-14577-MLB2884050901_072012-O.jpg" height="249" style="margin-top: 83px;" width="400" />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-39238871578073681322015-08-23T17:35:00.000-07:002015-08-23T18:03:30.346-07:00REMANDO PELA MARGEM ESQUERDA DA MEMÓRIA<img alt="" class="spotlight" src="https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpa1/v/t1.0-9/1097980_582787671763598_276602985_n.jpg?oh=b48bded8debe9ab716f06f16036ce108&oe=567A9F10&__gda__=1446509155_73fe81076e188ed7ffdde1b841373e36" style="height: 387px; width: 480px;" /><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">CUTUCANDO O ESPINGARITO DA MEMÓRIA PARA ACORDAR IDEIAS ADORMECIDAS NA ESPICHADA SESTA DA CASA GRANDE: </span></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;"><span style="background-color: white;"><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pra que servem "cacos de índio" achados ao acaso na paisagem cultural?</span></span></b></span></span></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Já se sabe a história dos cacos de índio achados pelo caboco Vadiquinho e que, através do olhar e das mãos criativas de Giovanni Gallo, se transformaram em <b>O Nosso Museu do Marajó</b> e também na obra provocadora aos artesões paraenses, <i><b>Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara</b></i>.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pelo mesmo princípio do barro dos começos do mundo, um certo índio sutil chamado Dalcídio Jurandir recolheu junto à sua criaturada grande um sem número de palavras e expressões idiomáticas que compõem um mundo original na obra monumental do <i>Extremo Norte</i>. O romance seminal "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>" contém em germe todos os mais romances do ciclo, com exceção de <i>Marajó</i>, primeiro romance sociológico brasileiro nascido <i>Marinatambalo</i>.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Esta palavra é um mistério sem fim. Diante de <i>Marinatambalo</i> ou <i>Marinatambal</i> quedam-se inúmeras indagações, todas elas sem resposta conclusiva. E o silêncio que brota do princípio das coisas, abraça a breve notícia da suposta ilha Marinatambalo no nevoento relato da viagem de Pinzón, piloto de Colombo; querendo ser a primeira viagem de um navegador europeu às partes marítimas do Brasil apenas alguns meses antes da frota do tal descobrimento de Pedro Álvares Cabral.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, como já se deve saber, segundo Pinzón os 36 índios que ele escravizou na dita ilha a conheciam por <i>Marinatambalo</i>, como hoje nós a conhecemos por <i>Marajó</i>. Mas, afinal quem eram os "<i>marinatambalos</i>" que se supõe foram desembarcados na ilha Hispaniola (Haiti outrora e República Dominicana agora) como escravos dos espanhóis? Podiam ser nativos de uma aldeia qualquer na figurada "<i>Punta de los Esclavos</i>" na cartografia amazônica do século XVI, organizada por Isa Adonias? O <i>golfão Marajoara</i> (Aziz Ab'Saber), com as suas duas mil e tantas ilhas grandes e pequenas, fluviais e marítimas; está povoado de vestígios toponímicos por todas partes.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Rastros toponímicos, talvez, de até cinco mil anos deixados por grupos paleo-índios nômades se apagaram no tempo, mas certas palavras do <i>Homo sapiens Tapuya</i>, na classificação "errada" do sábio de Coimbra, Alexandre Rodrigues Ferreira; soltas ao vento como aves encantadas passaram de geração a geração, forjando etnias, línguas e culturas diferentes da babel linguística amazônica. Antes que chegassem cá os jesuítas, no século XVII, com sua boa língua catequista, o Nheengatu; e o Diretório de Pombal com o português civilizado obrigatório, no século XVIII.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Euclides da Cunha foi preciso ao cunhar a obra "<i>À margem da História</i>": desta marginalização colonizadora foi parido o "espaço vazio" que engoliu uma multidão de seis milhões de índios e milhares de línguas amazônicas nativas. E tudo isto em nosso século seria apenas uma curiosidade de almanaque, se não nos interrogasse o futuro: aonde vai o povo marajoara, por exemplo, com os seus 2.000 anos de Cultura Marajoara. Que povo foi aquele da Cerâmica Marajoara dos começos da civilização amazônica pré-colonial? Donde veio? O que a fez desaparecer ou ser assimilada por outras? Que deixou de fazer ou ainda talvez podia fazer? O que permanece de antigas etnias na gente marajoara de nossos dias?</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Antes de mais nada, quem quer que se meta a responder há que estar prevenido da colonialidade de suas próprias ideias a respeito do espaço e do tempo em que vive. Aprender a separar a ciência dos acontecimentos (história) e o registro temporário do curso desse mesmo rio (historiografia). Semelhante à descida do Amazonas e do Rio Negro desde o encontro das águas elas não se misturam. Se as fontes historiográficas estão mais ou menos organizadas; a literatura oral, mitologia, cultura tradicional formam o "rio Babel" propriamente dito (ver a obra de José Ribamar Bessa Freire deste nome) num verdadeiro caos. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A obra de Armando Levy Cardoso, "<i>Toponímia Brasílica</i>", geógrafo que trabalhou no serviço de demarcação de fronteiras da Amazônia está prenhe duma enormidade de palavras bárbaras como "cacos de índio". Fragmentos descosidos, todavia, que provocam mais a imaginação do que trazem a certeza. Está mais para a arqueologia do verbo brasílico pré-colombiano e combate a 'tupimania' para adentrar às camadas mais profundas da massagada aruaca: <i>alma mater</i> da amazonidade perene.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A formação humana do Brasil acha nos nomes indígenas de lugares muito antigos as verdadeiras raízes de nossa gente. E neste particular ainda Marajó desafia nossa curiosidade para empreender arqueologia das ideias e psicanálise da história. Nisto, com certeza, o romance dalcidiano ajuda a decifrar o enigma da amazonidade.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O índio "malvado" (<i>marãyu</i> / marajó), falante da língua ruim (<i>nheengaíba</i>), está assinalado negativamente como todos mais <i>Tapuya</i> (tamoio, <i>tamu</i>, avôs) na voz do conquistador tupi-guarani. O qual - na busca guerreira da utopia selvagem, Terra sem mal, chamada -, foi escravo e depois peão dos colonizadores na dura faina cheia de males sem fim: esta barreira humana falante da "língua ruim" (na verdade muitas línguas e culturas <i>Nu-Aruak</i>) na luta de resistência à invasão se confundiu com o território das ilhas (dos Nheengaíbas, Joanes, Marajó)... Marinatambalo, <i>Analau Yohynkaku</i> para os endiabrados Aruãs (talvez, o verdadeiro <i>marajó</i> da história).</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>DIALÉTICA DA CULTURA MARAJOARA: </b></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>SEMPRE SE DEUS QUISER, MAS TAMBÉM HÁ QUE BOTAR O DIABO A DAR AJUDA À GENTE.</b></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No dia 24 de agosto o Diabo costuma andar solto em Paris e também na história do Brasil já fez diabruras mil. Neste outro lado do mundo chamado Marajó, o considerado <b>dia do Berto</b> não é dia santo nem feriado não. Porém, mais guardado que o feriado do dia da Pátria... Reza a lenda que o Berto (nome local do Capeta, derivado da célebre Noite de São Bartolomeu, em Paris, quando furiosos católicos, diz-que tomados pelo Cão, massacraram milhares de protestantes) vaga pelas varjas e matas sombrias. O grande medo pânico, herdade da humanidade, reina na ilha do Marajó neste dia. Casos de acidentes fatais ocorridos neste dia reforçam a lenda na memória da ilha.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b> </b></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No dia do Berto caboco não trabalha nem pra tecer paneiro dentro de casa. Ou, pelo menos, nos tempos antigos não se levantava da rede nem pra cuspir... Hoje tudo está modificado: sem memória, então, que que as coisas ficam como o Diabo gosta. Quem, então, poderia ter dado a notícia da Noite de São Bartolomeu aos índios do Maranhão e Grão-Pará? Em São Luís do Maranhão os pajés tupinambás consultavam o espírito Jurupari (manifestado em sonhos, pesadelos e na dança pela voz do maracá) para as suas guerras e aventuras.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b></b><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Isto encheu de pavor aos padres capuchos da França Equinocial, que sem maior explicação diabolizaram Jurupari declarando-o o próprio Satã em pessoa vindo ao Maranhão atrapalhar a obra de Cristo. Deixa estar que os índios interpretaram a história como melhor lhes convinha. Já que o velho espírito indígena passava a ser visto pelos cristãos como o coisa que não presta; urgia os pajés achar serviço que preste para ele.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi assim que o Berto, em seu dia, vai pelas varjas mijar nos pés de açaizeiro a fim de fazer a safra toda pretejar (amadurecer). Por isto, dizem os velhos cabocos, que para ser veneno o "vinho" de açaí falta só "um grau". Portanto, não se deve misturar açaí com nada mais, exceto farinha e peixe assado na hora da boia.</span></span></div>
<br />
<br />
<img class="irc_mi" src="http://mlb-s1-p.mlstatic.com/toponimia-brasilica-armando-levy-cardoso-18343-MLB20152874539_082014-F.jpg" height="414" style="margin-top: 0px;" width="311" /><br />
<br />
O que é toponímia? <span style="color: blue;">https://pt.wikipedia.org/wiki/Topon%C3%ADmia </span><br />
<br />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-89822935196981559062015-08-15T06:55:00.000-07:002015-08-15T15:53:09.618-07:00DIÁLOGOS INSULANOS: 'SUMANOS' DAS ILHAS DEVEM CONVERSAR ENTRE SI PARA DIALOGAR COM O ARQUIPÉLAGO BRASIL<img alt="" class="spotlight" src="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpt1/v/t1.0-9/11215528_926850037373882_2489445056932569455_n.png?oh=4dd09df31b52fd8d89d3c149ea1c76a0&oe=564459B6&__gda__=1451245490_b5b2e26a7b310f738740553cc7004686" style="height: 617px; width: 617px;" /><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;">A DATA '<i>MAGNA</i>' ESCONDE O DEDO DECEPADO DA HISTÓRIA</span></span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="color: red;">.</span> </span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">A Criaturada grande de Dalcídio Jurandir está cansada de ouvir falar desta tal "Data Magna" de 15 de agosto. Estamos roucos de gritar a ouvidos de mercador das cortes palacianas do Brasil para lhes dizer que a verdadeira história é outra muito diferente dos compêndios oficiais. E o que esta gente escuta como resposta? O profundo silêncio secular das capitanias hereditárias, a lenda ecológica dos "pulmões do mundo" e a estória dos 500 anos do Descobrimento. </span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">A Adesão do Pará à Independência do Brasil deu-se na heróica vila de Muaná (Marajó), a 28 de Maio de 1823: consequência histórica do acordo de paz de Mapuá (Breves) entre índios e portugueses do Pará, em 27 de Agosto de 1659, concluído de fato pela fundação das aldeias nheengaíbas de Aricará (Melgaço) e Arucará (Portel), ato contínuo ao dito acordo. </span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">Sem as pazes de Mapuá, dando termo há 44 anos de guerra para conquista do rio das Amazonas (carta de 11/02/1660 do padre Antônio Vieira a El-Rei Dom Afonso VI na regência de Dona Luísa de Gusmão); não existiria tratado de limites de Madri (1750) entre Espanha e Portugal: logo, não existiria a Amazônia portuguesa e depois brasileira, com a Adesão do Pará. </span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">O Macondo é aqui, nós estamos esperando Godot a bordo de auspiciosas conversações federativas face a um declamado PLANO MARAJÓ - até hoje tímida carta de intenções face ao escândalo do IDH da gente marajoara usurpada da grande Ilha dos Nheengaíbas para doação da "Ilha Grande de Joanes" ao secretário de estado de El-Rei de Portugal, donatário fidalgo que, portanto, nunca veio ao feudo amazônico nem jamais meteu um prego no costado de uma canoa de pesca ou cerca de curral de gado, prenunciando o que seria o comportamento padrão de grandes fazendeiros herdeiros das sesmarias, parasitários tais quais retrata o primeiro romance sociológico brasileiro, <i>Marajó</i> - meu primeiro livro de alfabetização política - escrito por Dalcídio Jurandir recém saído da cadeia de São José, em 1939, na velha vila de pescadores de Salvaterra.</span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">Um plano meia sola deixado no caritó do desenvolvimento da Amazônia devastada, PLANO MARAJÓ cantado em prosa e verso que já dura quase nove anos nas desmemoriadas ilhas do maior arquipélago fluviomarinho do Planeta! </span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">Agora, supostamente, <span style="background-color: yellow;"><i>BrasIlha</i></span> em meio ao gigantesco arquipélago Brasil nos convida a dialogar. Como assim, cara pálida? <u>Há décadas a gente espera pela devida resposta de Brasília</u>... A bem dizer, os antigos ceramistas do Marajó, desde o ano 400, escreveram em terracota e sua mensagem está no mundo (cf. Denise Schaan "<i>Cultura Marajoara</i>", Giovanni Gallo, criador do <span style="background-color: red;"><b>MUSEU DO MARAJÓ</b></span>, em "<i>Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara</i>"). É claro, para dialogar estamos aqui há tempo... Nós não nos faremos de rogados. </span></span></span><br />
<br />
<span style="color: red;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">Eu, pessoalmente, acho que a União e o Estado do Pará (notadamente face ao § 2º, VI, artigo 13, da Constituição do Estado) devem atenção especial ao Marajó, inclusive no que tange ao <b>Custo Amazônico</b> e à integração estratégica nacional fora parte da política geral de editais. De acordo com o reconhecido pensamento político de Luís Inácio Lula da Silva, em matéria de desenvolvimento mundial - a fim de corrigir as injustiças históricas -, exemplo geral das políticas públicas de quotas raciais e de pessoas portadoras de deficiência: <i><b>não se deve tratar igualmente os desiguais... </b></i></span></span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">No delta-estuário do maior rio da Terra, nós somos mais de 500 mil Marajós repartidos em mais de duas mil ilhas e porção de terra firme, com cerca de quinhentas e tantas aldeias ou comunidades pertencentes a dezesseis municípios; dos quais, praticamente, metade da população é analfabeta de pai e mãe... Mais, os muitos analfabetos funcionais e não muito menos analfabetos políticos, os piores de todos analfabetos dos ditos municípios cuja soma da superfície é maior que o território de Portugal. O educador Paulo Freire se um dia passou por estas paragens do antigo limbo teológico, "promovido" a Purgatório; foi de modo clandestino e, sem dúvida, há muito tempo... Como então burgueses marcham nas ruas contra a Presidenta da República com faixas analfabetas, que dizem: <span style="background-color: yellow;">BASTA DE PAULO FREIRE? <span style="background-color: white;">Ao contrário, nos cafundós e periferias do Brasil há a maior urgência e necessidade de Paulo Freire ainda desconhecido!</span></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">A capital federal é muito longe da "ilha" do Marajó e Belém do Pará - embora a quinze minutos de táxi aéreo pra quem pode - fica a muitas léguas de distância em termos sociais, políticos e econômicos, sobretudo. Por falta de meios e de oportunidade, a grande maioria dos marajoaras nunca viajou à capital do estado ou mesma até Macapá, no estado vizinho. Nem sonha com computador e <i>internet</i>... Como, então, agora esta gente vai dialogar com a República federativa que não seja através de notórios "representantes" do Povo? Estes uns, com raras exceções, mal conhecem como a gente ribeirinha consegue sobreviver. Numa hipotética prova do ENEM, certamente, os nobres representantes tirariam zero caso formuladores pedagógicos introduzissem questões vitais de história e geografia da região amazônica. E já se sabe da duríssima "conversa" entre o Império do Brasil (1822) e o Povo Paraense mobilizado para Adesão à Independência (14 de Abril de 1823) que terminou na tragédia da Cabanagem (1835-1840), com 40 mil mortos numa população de apenas 100 mil habitantes.</span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">Enquanto, ingenuamente ou por astúcia da colonialidade reinante na Amazônia, se festejar a tal "data magna" de 15 de agosto no Grão-Pará, escondendo o "dedo decepado da História" (segundo Oscar Niemeyer sobre o Monumento da Cabanagem), não poderá haver verdadeiro diálogo entre os diversos Brasis, mas só conversa mole pra boi dormir. </span></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #6aa84f;"><b><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: large;">NA FARSA HISTÓRICA E VAZIO DA APA-MARAJÓ, MAIS TRAGÉDIA ANUNCIADA: MORTE NA RESERVA AMBIENTAL DE JACUPI.</span></span></span></b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Prontas para o cinema as ruínas idílicas da <i>belle époque</i> estão lá nas páginas dilaceradas de <i>Ribanceira</i>, último romance do ciclo literário Extremo Norte do nosso "índio sutil" Dalcídio Jurandir, Prêmio Machado de Assis (1972), da Academia Brasileira de Letras (ABL), único até hoje para romancista amazônida... Retrato vivo de Gurupá, </span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">no fim do ciclo da Borracha amazônica,</span></span> onde a imagem enigmática do arruinado forte de Santo Antônio e a exclusão social assombram o cenário.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"A geografia serve para fazer a guerra" (Yves Lacoste). E a história ainda será capaz de fazer a Paz? <i>Libertas Quae Sera Tamem</i>: "libertas e serás também"... traduz lindamente o iconoclasta Carlinhos Oliveira: zero em latim e dez em filosofia da História da libertação. Não fosse a ruína da educação nacional, todo Brasil brasileiro já saberia a verdadeira história da conquista de Gurupá, primordialmente pelo feito de arcos e remos da brava nação Tupinambá, por acaso vinda antes dos conquistadores europeus pelos sertões da Bahia e Pernambuco, de passagem através do Baixo Tocantins e o Rio Pará; em busca guerreira da Terra sem Mal até os confins do grande rio Babel sob pendão da União Ibérica arvorado na antiga terra Tapuia pelas armas e os barões assinalados. Também não nos podemos esquecer que foram tupis que guiaram o bandeirante Raposo Tavares, do Tietê ao Amazonas, pelo Pantanal conforme registro em placa história no forte de Gurupá...</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Deus escrevendo certo por linhas tortas", diz a sabedoria popular: todavia, a História não é para os mortos ("<i>Teoria da História do Brasil</i>", José Honório Rodrigues).</span></span><span style="background-color: #fff2cc;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> "Fizemos Cristo nascer na Bahia ou em Belém do Pará" ("<i>Manifesto Antropofágico</i>", 1928) Oswald de Andrade) escrevendo em Paris devorando a Semana de Arte Moderna de 1922. O gaúcho Raul Bopp levou Cobra Norato do Xingu ao Rio de Janeiro para sentar praça como marinheiro. Ah, desgraçadamente, o povo brasileiro, enfeitiçado pela TV e o cinema americano; não sabe nadinha do que se está falando aqui e agora, neste estranho feriado estadual da "data magna" (sic) paraense de 15 de agosto; debaixo do desgosto da tragédia amazônica na antiga aldeia de Mariocai!...</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Cinco mil anos de nomadismo e dois mil dos sítios arqueológicos da vetusta Cultura Marajoara, nos contemplam do cimo do forte de Gurupá com seus canhões frios e silenciosos apontados a inimigos invisíveis e fantasmas do rio Babel na memória abandonada da conquista portuguesa para expulsão dos estrangeiros desde o Maranhão até o Amapá... 44 anos de "guerra das amazonas" até as mal cosidas pazes de Mapuá.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se as nossas crianças nas ilhas do Marajó, especialmente de Gurupá; tivessem por padrinho a Paulo Freire como guia e mestre duma escola ribeirinha onde se lessem, perfeitamente, Dalcídio Jurandir no entendimento da crítica ao ensino capenga, em <i>Primeira Manhã</i>, o analfabetismo não tisnaria tanto o IDH da Criaturada tal qual como ora acontece. Todo sujeito desemburrado seria logo voluntário para ensinar os outros que ainda restam analfabetos, sobretudo políticos; que são multidão. </span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E, assim, se o nosso Brasil já houvesse se empoderado oficial e efetivamente da milenar Cultura Marajoara como deveria ser, hoje - 15 de agosto - não haveria feriado estadual da farsa da Adesão do Pará, que pariu a guerra dos cabanos traídos tantas vezes pelos coloniais luso-brasileiros. Em compensação, os marajoaras brasileiros desde Muaná (28 de Maio de 1823), não estariam chorando a tragédia de Jacupi com a morte estúpida de um menino de 14 anos de idade e o trauma fatal da família de um ambientalista nascido francês e que se fez brasileiro por amor a uma mulher marajoara.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Então, a esquecida paz celebrada na igreja do Santo Cristo, improvisada na mata pelos índios guerrilheiros nheengaíbas e consagrada pelo padre Antônio Vieira, na beira do rio dos "Mapuaises" [Mapuá], floresceria hoje como uma bela vitória-régia na educação socioambiental justa e perfeita, recepcionando o evangelho da alegria na leitura coletiva da encíclica "ecológica" - na verdade, social - "<i>Louvado seja</i>", do Papa Francisco.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desperta, ó meu Marajó marajoara! </span></span><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;">Leiam a íntegra da carta do MPEG:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b>"À população da cidade de Gurupá (PA), </b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b>O
Museu Paraense Emílio Goeldi, consternado com a trágica perda de vida
do jovem João Paulo Lima da Silva, 14 anos de idade, e com a violência
que eclodiu na cidade, manifesta sua solidariedade às famílias e a toda
comunidade atingida por este episódio. </b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b>O
Museu Goeldi está no município desde 2013 realizando estudos
arqueológicos e ações de educação patrimonial sempre em colaboração com a
população e os gestores locais.
No mês de julho, a equipe de pesquisa esteve concentrada na Reserva
Ambiental do Jacupi, que revelou grande potencial histórico. Em agosto,
estava prevista mais uma etapa de ação educativa nas escolas e
continuidade das escavações no Forte Santo Antônio de Gurupá, que é de
grande interesse para turismo e economia municipal. </b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b>Os
sítios arqueológicos de Gurupá são importantes porque revelam uma
história milenar de presença indígena e de intensos contatos
interculturais, com legados de holandeses, portugueses, quilombolas e
judeus. </b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b>Pedimos
a todos que protejam e não permitam a destruição da Reserva Ambiental
do Jacupi, um patrimônio ecológico e cultural da população de Gurupá e
de todos os brasileiros.
</b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b><br /></b></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: medium;"><i><b>Museu Paraense Emílio Goeldi"</b></i></span></div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-10553605278686054022015-06-27T19:33:00.000-07:002015-06-28T07:14:28.653-07:00SOMOS TODOS ÍNDIOS.<img src="http://www.pragmatismopolitico.com.br/wp-content/uploads/2014/12/indios-brasil.jpg" /><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Você se olhou hoje no espelho? Caso sim, sugiro que faça de novo. Em caso contrário, olhe-se agora com mais atenção como estivesse frente a uma pessoa desconhecida. Se você é de "raça" branca, tem cabelos louros e olhos azuis pense donde vieram seus pais. Se você for negro ou "pardo", se tiver cara de "japa" ou de "china" como foi que isto lhe aconteceu? Quem é você afinal de contas? Como se sente? O que lhe parece o povo brasileiro em sua diversidade e desigualdade social profunda? O que o Brasil significa para ti e aos teus? </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A humanidade filha da animalidade, certamente, ainda muito tem a evoluir. E o racismo é uma moléstia culturalmente adquirida para mascarar, sem dúvida, diferenças étnicas e linguísticas, traços genéticos e desigualdades entre classes sociais. O mito da "raça pura" ou "superior" deu no que deu... E, felizmente, a mestiçagem de corpos e espíritos vai cada vez mais fraternizando o mundo, apesar de tudo... </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Pense um "jovem" país pujante, malgrado suas agudas contradições históricas, com um vigoroso povo de alguns milhares de anos de idade, no qual os "mestiços" são atualmente grande maioria: se pensou Brasil agora sabe porque ele foi chamado o "país do futuro" e porque o avenir já vem chegando no antigo Pindorama de muito mais que seus 500 janeiros dilacerados pela conquista exterior. Agora, pensando bem, mande o famoso complexo de viralata pr'aquele lugar. E dê muitos vivas ao Povo Brasileiro com fé e orgulho, que nem Darcy Ribeiro fazia em priscas datas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Todos nós somos índios! Não importa os cabelos louros, olhos azuis, pele branca como a Lua... Você deve saber que essa belezura, na verdade, é deficiência de melanina. Num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza, com certeza, a brancura é fonte perene da indústria de bronzeadores e de protetor solar. Tudo bem se o padrão estético dominante não implica com os cabelos pretos e lisos ou crespos, se não avacalha a beleza natural de sua pele morena, nem menospreza os olhos castanhos ou pretos que nem caroco de açaí maduro.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A Negritude para além da melanina, no patropi, abraçando "negros" de todas as "raças" começou antes de Pedro Álvares Cabral topar com os índios Pataxós na Bahia em abril de 1500. Em fins de janeiro do mesmo ano foram arrancados 36 índios marajós para escravos dos espanhóis, levados a ferros da ilha <b><i>do</i></b> Marajó a Hispaniola (Haiti e República Dominicana agora, donde o povo Taino se levantou para lutar em Cuba contra os conquistadores sob comando do bravo Hatuey e onde, em 1992, o Papa foi pedir perdão aos índios e aos negros nos 500 anos da América) - se você estiver por dentro da amazonidade saberá que "<i>ilha de Marajó</i>" ou cidade "<i>de</i>" Recife, ficam lá na ponte que partiu. O rio Marajó que deu nome à ilha e tudo mais derivado deste topônimo é, sim, <b>do</b> "<i>homem mau</i>" ('<i>marãyu</i>'), guerrilheiro aruã invencível na peleja, falante da "<i>língua ruim</i>" (nheengaíba) que ali viveu, lutou e deixou descendência após 5 mil e tantos anos de nomadismo atrás de peixe para comer pelas beiras do grande rio das Amazonas e beira-mar desde as ilhas do Caribe. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Esta gente arteira que, há quase 2.000 anos, inventou por acaso a primeira 'universidade pés descalços' da Amazônia donde saíram "engenheiros do Arari", práticos do barro dos começos do mundo, arquitetos de aldeias suspensas sobre campos alagados ("tesos" ou '<i>mounds</i>') donde a cerâmica marajoara, Arte primeira do Brasil e primeira cultura complexa das regiões amazônicas foi parida. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Os Marajoaras, portanto, somos filhos dos primeiros "negros da terra" (escravos indígenas) da América do Sul (cf. viagem de Vicente Yañez Pinzón, 1500). Certo, os negros da Terra, propriamente ditos, chamados "negros da Guiné" na crônica racista colonial luso-brasileira, são descendentes dos primeiros seres humanos, na África ancestral, há coisa pra lá de um milhão de anos donde a Diáspora original foi habitar o nosso mundo comum até a última fronteira do planeta. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Os seis mil anos de Adão e Eva são uma antiga lenda da Mesopotâmia, copilada na Bíblia com graça alegórica, mas não devem tapar o irmão sol com peneira nem obscurecer os beneditinos esforços dos cientistas. Entre estes, o jesuíta paleontólogo Pierre Teilhard de Chardin que, na China profunda onde o Taoismo e o Confusionismo se confundem em busca das conexões sutis entre os extremos Oriente e Ocidente, teve que resolver seus íntimos problemas de convivência entre a Fé e a Ciência e, ainda assim, resistir ao obscurantismo do Santo Ofício encastelado na igreja de Roma. Para vir, enfim, com o santo de Assis inspirar o Papa Francisco sob a luz do divino Espírito a editar a encíclica ecológica do catolicismo ecumênico do século XXI, "<i>Louvado seja</i>": consequência lógica daquele histórico pedido de perdão pela Igreja, em 1992, em Santo Domingo. Não por acaso, com certeza, às vésperas da Conferência Mundial do Clima, a COP-21, em Paris.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Somos todos Índios, desde quando o andarilho Marco Polo saiu da Itália a caminho das Índias. Mais ainda quando </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Colombo, enganadamente, chegou às Índias acidentais (sic) e</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo das Índias.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Na verdade, nossos antepassados índios vindos da Ásia já estavam na América, <i>Amerik</i> (o "país do vento", em língua Maya, região de montanhas do lago Nicarágua) há dez mil anos antes dos 500 anos pós-colombianos. Então, depois do "descobrimento" do país do pau-brasil, com as caravelas portuguesas vieram ao Brasil o cravo da Índia, a pimenta do reino, a árvore de fruta pão, a mangueira, o jambo, a noz moscada, o cânforo, o açúcar, o gado zebu e o búfalo onipresente na ilha do Marajó muito tempo depois... Agora estamos ainda mais juntos à velha Índia dos marajás no BRICS (bloco formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">De todo modo, os próprios hindus como os chineses saímos todos do seio da mãe África que civilizou o Egito através do Nilo e a Grécia através do Delta do grande rio africano, cujas fontes em Uganda são cortadas pela linha equatorial, assim que o gigantesco Amazonas equatorial, no novo mundo. E assim, somos todos índios e todos temos os nossos mitos e utopias da Terra sem males, antes do engano cartográfico de Colombo (na verdade, Salvador Fernandes Zarco, cristão-novo, nativo da vila de Cuba, no Alentejo, Portugal).</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">No Nilo e no Gânges as águas batismais da Antiguidade, no rio das Amazonas a última fronteira da Terra: aqui seis milhões de índios pré-colombianos foram engolidos pelo rio Babel e canibalizados pela civilização ocidental-cristã. Nós não podemos deixar extinguir os últimos entre os últimos de nossos parentes. Ou não poderíamos reclamar de invasores do Brasil e da cobiça estrangeira sobre a fabulosa Amazônia, considerada "celeiro do mundo" por Humboldt.</span><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>Bilhete para Dilma em Washington</b></span></div>
<br />
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px;">
<div style="color: #141823; line-height: 19.3199996948242px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Ainda não nasceu um Champollion para decifrar a "escrita" das gravuras e pinturas rupestres da Amazônia ou o grafismo da Cerâmica Marajoara e Tapajônica. Esta gente da primitiva diáspora queria nos dizer alguma coisa importante, há 10 mil anos atrás? Durante conversações nem sempre amenas entre os dois presidentes da República Federativa do Brasil e dos Estados Unidos da América, respectivamente, Dilma Rousseff e Barak Obama uma pauta densa estará servida na Casa Branca. Portanto, não cabe acrescentar coisa nenhuma no tabuleiro previsto.</span></div>
<div style="color: #141823; line-height: 19.3199996948242px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #141823;"><span style="line-height: 19.3199996948242px;">Mesmo assim, o momento é emblemático para anotar no quadro das relações bilaterais entre os dois respectivos maiores países americanos dos hemisférios Norte e Sul a continuação da cooperação, iniciada no século XIX, em busca do "</span></span><i style="color: #141823; line-height: 19.3199996948242px;">Homem americano</i><span style="color: #141823;"><span style="line-height: 19.3199996948242px;">" original... Ou seja, o Índio do Novo Mundo para alguns visto como remanescente das tribos perdidas do Cativeiro da Babilônia... Quantas lendas e mitos saídos desse longínquo passado! "<i>Índio bom é índio morto</i>" e mesmo assim o fantasma pele-vermelha fez a glória dos <i>cow-boys</i> e o lucro da indústria de cinema americano.</span></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #141823;"><span style="line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #141823;"><span style="line-height: 19.3199996948242px;">Todavia, esse espectro do passado está mais vivo do que antes. Com a <i>internet</i>, a inteligência coletiva segundo a bíblia de Pierre Levy e a filosofia lusíada do Espírito Santo do filósofo luso-brasileiro Agostinho da Silva.</span></span></span><br />
<div style="color: #141823; line-height: 19.3199996948242px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A história comparada Brasil-Estados Unidos ensina que nossos velhos bandeirantes e pioneiros não nos deixaram lições éticas a fim de repassá-las as novas gerações. Pelo contrário, herdamos uma dívida ambiental enorme e um passivo humano nada menos que à dimensão de um extraordinário genocídio, causa pela qual o Papa João Paulo II pediu perdão, nas solenidades dos 500 anos de descoberta da América, em Santo Domingo, aos Índios e Negros. Porém, pedir desculpas ou perdão embora não seja fácil, de fato não resolve nada se não for acompanhado de sincero arrependimento e medidas materiais reparadoras.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Conhecemos as barreiras geopolíticas sobre a Amazônia desde o "testamento de Adão" abençoado pelo Papa em 1494, segundo a partição do mundo por um meridiano a 370 léguas a oeste desde Cabo Verde. Aqui, no espaço curvo de Einstein, os extremos Oriente e Ocidente se encontram na linha do equador terrestre e corrente equatorial marítima. O maior arquipélago de rio e mar do Planeta apresenta o pior IDH do gigante Brasil e aqui também, Anna Roosevelt, bisneta do presidente dos Estados Unidos deste nome de família; veio encontrar o que agora podemos chamar de primeira <b><i>ecocivilização</i></b> amazônica, a conhecida Cultura Marajoara. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Marajó, então, não seria uma boa oportunidade de <b><i>universidade multicampi internacional</i></b> relembrando a cooperação Brasil-Estados Unidos desde a geologia americana de Hartt que levou à arqueologia marajoara? E se esta oportunidade, por acaso, favorecesse a repatriação da cerâmica marajoara levada para a Exposição Mundial de Chicago, em 1893, como gesto cooperativo norte-americano em benefício da educação da gente marajoara, tal como reza a Constituição do Estado do Pará em seu Artigo 13, VI, Parágrafo 2º e futura reserva da biosfera chancelada pela UNESCO?</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A verdade manda dizer que o calcanhar de Aquiles do governo social-democrático de Lula e Dilma, endeusados por uns e odiados por outros, é o </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;">meio ambiente e a política indígena. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;">A decisão correta de</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;"> criar o Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA)</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;"> e a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) na Presidência da República, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;">deveria talvez ser completada elevando a politica nacional de proteç</span><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;">ão aos Direitos Humanos e desenvolvimento sustentável dos Povos Originais e mais populações tradicionais na estrutura direta da Presidência. Demonstrando, assim, com atos efetivos a concretude dos discursos para o País e o mundo pela vontade política da Nação Brasileira e importância para o Estado Democrático que deveriam ter estes brasileiros dizimados por séculos de vergonha face a Humanidade inteira. </span><br />
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;">Os "nossos" índios e a biodiversidade brasileira não ficariam entregues à caridade duvidosa das ONGs nem ao bel prazer do terceiro escalão de governo loteado conforme chantagens recorrentes de "nobres representantes" de empresas no Senado e na Câmara dos Deputados, sem falar da cumplicidade patente de membros do Judiciário desde comarcas do grande sertão até esferas elevadas de Juizados onde os pobres não ousam enfrentar a ricos sempre blindados pelos mais caros advogados.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; line-height: 19.3199996948242px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"></span><br />
<div style="margin-bottom: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Esta falha notável da sociedade brasileira, que o governo saído do seio desta mesma sociedade encarna, acaba sendo transtorno bipolar coletivo quando, por exemplo, apoia e aplaude a iniciativa meritória histórica dos JOGOS INDÍGENAS MUNDIAIS e ao mesmo tempo escancara o flanco a críticas justas que acusam o cinismo do agronegócio a promover a propaganda do evento no interesse de melhorar a imagem no mercado exterior. Mas, não seria esta uma forma discreta de corrupção?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<br />
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Se a Presidenta é brigona, para isto serviria encarar a colonialidade e o Bravo Povo Brasileiro, certamente, haveria de apoiá-la a dar o bom combate. Mas, q</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;">uando a ignorância se casa com a arrogância resta a cegueira que o padre Vieira criticou no Maranhão, no século XVII: o colonialismo é uma tara congênita e a COLONIALIDADE AINDA É PIOR... Aí está a encíclica do Papa Francisco</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;"> para abrir os olhos da cristandade viciada em Pecúnia... Logo a igreja romana, podia-se dizer, mas a coragem para mudar é mais importante que o simples arrependimento.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 19.3199996948242px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span>
<br />
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Vamos Brasil brasileiro ao encontro dos Povos Originais! Coragem para ser o que somos no mundo. SOMOS TODOS ÍNDIOS, nossa utopia fundadora é a Yvy Maraey antes da Utopia.</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img src="http://peterpetrellisite.files.wordpress.com/2008/08/pinturas-rupestres-sur-francia.jpg" /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: #f1f1f1; color: #888888; font-family: arial, sans-serif; line-height: 16px; text-align: left;"><b>Nação, do latim natio, de natus (nascido), é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e tendo os mesmos costumes.</b></span></div>
<br />
<br />
<img src="http://kelerlucas.com.br/images/sc/ilha_de_santa_catarina/ilha_das_aranhas/2.jpg" /><br />
<br />
<br />José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-24733820467841336752015-06-22T17:33:00.000-07:002015-06-22T17:33:00.902-07:00Ismael, artista do povo de Ponta de Pedras, Amazônia Marajoara. <img src="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpf1/v/t34.0-12/11349936_1448747925429214_152176285_n.jpg?oh=a9ea48a92514c0b83a586e0c8a72fc78&oe=55890D0E&__gda__=1435032030_b498cb16f1ea18c180140c78d99e825f" /><br />
<b>"São Francisco Marajoara" (1998), obra de Ismael (Ismaelino Ferreira), escultura em madeira com elementos ornamentais da flora e da fauna amazônica (foto de João Victor Noronha).</b><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A arte, o que é arte? Artesanato é Arte? Para decidir sobre a questão, brigam acadêmicos e artistas populares mundo afora há muitos anos sem nunca chegar a um consenso. Mas, nós podemos dizer singelamente que se por acaso nem todo artesão é artista, em compensação todo artista é artesão: do fato que a palavra tem origem na mão criadora (ou melhor, nos 'artelhos' (dedos da mão) do artesão primitivo, chamado "<i>Homo habilis</i>". E a educação artística pelo barro, a pedra ou a madeira está à base da imaginação que explora os cinco sentidos do Homem.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A arte está por todas as partes do mundo pedindo passagem para se revelar na pessoa do artista desconhecido, a caminho da fama alguma vez, pela sublimação da paisagem que os olhos veem e pela imaginação do mundo que não se veria jamais sem a obra do artista. E temos nós, no Fim do Mundo, algum artista?</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A história da arte, desde a pintura rupestre, é talvez a melhor parte da humanidade. E a educação perfeita seria aquela capaz de converter a vida real tal qual a matéria bruta que se transforma nas mãos do artista (como algum dia se dizia de todo e qualquer operário em construção), ele mesmo criador e criatura. Arte e artista ao mesmo tempo em seu modo de ser. O poeta é um poema (<i>apud</i> Agostinho da Silva), ainda quando já tenha regressado ao tempo do sonho donde veio de passagem pela Terra mãe.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Cada tempo e lugar tem a sua arte expressa pelo trabalho de seus artistas. O mundo das artes, segundo antigas concepções, é o espaço criado por artistas bafejados pelos deuses da inspiração.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>todo este preâmbulo complicado</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>pra falar de um cara muito simples.</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Ismaelino Ferreira, nosso querido Ismael; nasceu em Ponta de Pedras e faleceu </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">precocemente</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> em Belém, vítima dessas doenças da pobreza que a falta de medicina preventiva escancara nas estatísticas de morte e baixo IDH. Não que o artista e sua família de pequena classe média fossem necessitados, mas quem é rico quando a comunidade onde se vive é carente em quase tudo? </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A "saúde" pública então é porta de entrada de muitas doenças para as quais já tem vacina, como as hepatites, por exemplo. Deixou ele uma obra considerável, infelizmente, interrompida e um exemplo de vida de artista no Purgatório chamado "ilha" do Marajó que, na verdade, é um mundo. </span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Sinceramente, eu não me lembro daquele caboquinho em particular entre a pirralhada de "Itaguari" (Ponta de Pedras). Como, em Cachoeira, ninguém poderia prever que aquele mulatinho filho da preta dona Margarida com o branco capitão Alfredo iria no futuro ser o premiado "índio sutil" ganhador do cobiçado Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (único até hoje para um romancista da Amazônia) pelo conjunto de obras do ciclo literário Extremo-Norte. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Quando prestei atenção num certo Ismael, notavelmente <i>tapuio</i> como tantos outros índios marajoaras com amnésia étnica; ele era já um artesão com nome feito, embora em início de carreira. A terrinha da gente é um celeiro de talentos, modéstia à parte, e nem vou repetir que se trata da terra natal de Dalcídio Jurandir nem desfilar a galeria de jornalistas, escritores, músicos e outros profissionais que deixaram o umbigo enterrado naquele pedregoso chão. Basta lembrar cordões juninos, Boi-bumbá e, sobretudo, a velha banda que acabou sendo, por merecimento próprio, a Banda Sinfônica Antônio Malato representando uma longa tradição musical de raízes populares a toda prova.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Tivemos bons mestres e professores dedicados, que sem maiores recursos didáticos fizeram o melhor possível e nos deixaram boas sementes. Ismael é um exemplo disto que quero aqui dizer: veio de berço humilde, cresceu aproveitando as poucas chances que a vidinha lhe oferecia para expressar sua vocação artística. Sua grande oportunidade foi o "mecenas" e padrinho que encontrou na pessoa do bispo da antiga prelazia, Dom Ângelo Rivatto; no momento certo, oferecendo cursos profissionais a jovens desempregados que se tornaram oleiros, marceneiros, carpinteiros navais, pintores e artesãos. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">É justo recordar aquele jesuíta italiano imperioso, que um dia me disse ser unicamente discípulo de Jesus Cristo no céu e Dom Helder Câmara na terra; na pacata Ponta de Pedras ele foi uma trovoada sob ventos do concílio Vaticano-II, que deu com o costado naquela ilha bárbara onde seu adorado Vieira deixou pegadas pelas beiras do Mapuá na pacificação dos bravos "Nheengaíbas". </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Rivatto foi quem, sem querer, me deu a dica do acordo de paz entre o "payaçu" dos índios e os sete caciques marajoaras. Acredito que sem o bispo em apreço eu não teria jamais escrito sobre Antônio Vieira, não haveria o artista Ismael que conheci para talhar "São Francisco Marajoara" em cumplicidade com a heresia tropicalista que me assiste.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Quando o embaixador do Brasil em Bogotá (Colômbia) precisou de um artista competente para entalhar uma porta em madeira de mogno com grafismo marajoara para o parque Brasil naquela capital sul-americana, a brilhante ideia esbarrou no vazio. Quem? Onde? Como? Que resposta a secretaria-geral do Itamaraty em Brasilia, exercida pelo paraense de Óbidos Baena Soares, poderia dar ao embaixador brasileiro no país irmão?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Eu era servidor do Itamaraty em Brasília e fui chamado à presença do chefe do Departamento de Administração, embaixador Eduardo Moreira Hosana, outro paraense na casa de Rio Branco; confesso que fiquei apreensivo pois a casa é rígida com a hierarquia (era como se um sargento fosse urgentemente convocado à presença de um general). Hosana nas alturas do ministério brevemente expôs o problema, complicado por vazamento de informação resultando em embaraço entre figurões da política paraense, que o ministério queria evitar de toda maneira. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Já na ante sala do gabinete um ilustre senador da República aguardava para se entrevistar com o dito chefe de departamento oferecendo como cortesia do governo estadual um projeto onde elementos naturais tais como rãs, vitórias-régias e outras figuras da fauna e da flora amazônica embelezariam o portão ornamental proposto para o parque Brasil de Bogotá.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Face ao imbróglio político que se previa, o embaixador Hosana estava decidido a agradecer a oferta do governo paraense e responder claramente "sim" ou "não" à embaixada em Bogotá ficando o Itamaraty, caso a encomenda fosse realizável, responsável por todos os detalhes da operação até se entregar a "porta marajoara" pronta e acabada na Colômbia. Isto seria possível?</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Simples para mim informar, que, de fato, até aquele momento não existiu jamais uma porta marajoara em barro ou madeira e ali se acabaria logo o assunto de uma vez. Entretanto, era rara oportunidade para inventar uma porta evidenciando a cultura marajoara e a competência do artesão pontapedrense. E eu não conhecia nenhum outro que não fosse o caboco chamado Ismaelino Ferreira, na ilha do Marajó, capaz de tamanha invenção. Então, confiando 100% no "taco" de Ismael eu respondi prontamente sim e recebi carta branca para agir imediatamente sem mais tratativas.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O tempo passava e um ministro do gabinete brincava, pressionando-me diplomaticamente dizendo sempre que passava por mim: "olhe lá meu caro, não me venha com uma porta mexicana"... Claro, além de Ismael em seu atelier na distante cooperativa da diocese de Ponta de Pedras eu confiava na equipe de apoio da Comissão Demarcadora de Limites em Belém, dirigida pelo coronel Ivonilo Dias Rocha, um raro administrador público, para elaborar o projeto em detalhes depois de pesquisa na reserva técnica do Museu Paraense Emílio Goeldi a cargo do desenhista José Maria Mesquita Ramos e do engenheiro civil Clovis Rubens Bona, encarregado da missão que entrou em contato com Ismael e acompanhou pessoalmente a execução da obra em Ponta de Pedras, transportando-a depois a Belém aos cuidados da Força Aérea Brasileira despachada regularmente para entrega na embaixada do Brasil em Bogotá. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Se não bastasse a Ismael ser escultor e entalhador, ainda foi ele locutor da rádio comunitária FM Itaguari, entrevistador e apresentador de programa. Em boa hora o prefeito Bernardino Ribeiro confiou a Ismaelino Ferreira a Secretaria Municipal de Cultura. Com criatividade, podemos dizer, a Prefeitura de Ponta de Pedras se antecipou ao governo do estado que fechou o horroroso e mal assombrado Presídio São José para dar lugar ao esplêndido polo joalheiro São José Liberto. Bem mais modesta, mas não de menor simbolismo local a velha Cadeia Pública se transformou na Secretaria Municipal de Cultura na terra natal de Dalcídio Jurandir, enquanto eu cedido sem ônus para a Prefeitura fazia figura de Secretário Municipal de Meio Ambiente; com Ercílio Marinho na Secretaria Municipal de Turismo formamos um trio caboco de tiradores de água da pedra. Entre outras coisas que não se conseguiu realizar, ficou pra trás a ideia supimpa de criação de um "<i><b>Prêmio Tapuia</b></i>" de Cultura e a criação da <i>Fundação Dalcídio Jurandir (FunDAL) </i>abortada por obtusidade política.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Para falar da figura ímpar do artista Ismael, cumpre esclarecer um pouco o fundo histórico da comunidade pontapedrense, onde o artista nasceu e foi plasmado. Então, são necessárias rápidas pinceladas sobre a inaudita experiência humana e pastoral da Prelazia (25/06/1963 - 15/10/1979), depois Diocese de Ponta de Pedras; com seus antecedentes na história do catolicismo na Amazônia em relação dialética com nações indígenas, colonos e escravos africanos no quadro geral de fundo entre Reforma protestante e Contra-Reforma romana e sua posterior evolução até nossos dias. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">No total,</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> visto pelo povo</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> como conjunto de acertos e erros,</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> lá se vão 52 anos de tentativas desde a bula <i>Animorum Societas</i>, do papa Paulo VI criando o território eclesiástico constituído de Ponta de Pedras, Muaná, São Sebastião da Boa Vista, Santa Cruz do Arari e Cachoeira do Arari (em sentido horário a partir da sede episcopal, com a catedral de Nossa Senhora da Conceição) desmembrado da Arquidiocese de Belém do Pará</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">. Hoje, mais que nunca, no mundo globalizado Marajó com uma diocese (Ponta de Pedras) e uma Prelazia (Soure) católicas está ligado há mais dois mil anos de história do Cristianismo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Nestas mal traçadas linhas, trata-se duma tímida abordagem de história social. Não é preciso ser católico para compreender que sem a missão da Sociedade de Jesus - constituída de poucos e destemidos "soldados de Cristo" -, no século XVII, não existiria sequer a Capitania hereditária da Ilha Grande de Joanes (1665), ou Marajó; adversa aos Jesuítas e nem por isto o donatário lhe pôde negar as sesmarias requeridas, certamente com receio de provocar dano nas relações do reino de Portugal com a Santa Sé... Deve-se ter em mente o fato, extraordinário, que ao contrário de povoadores e exploradores de pau-brasil e cana de açúcar donatários de diversas capitanias no Brasil, a ilha grande do Marajó foi doada ao próprio secretário de estado de el-rei dom Afonso VI, Antônio de Sousa de Macedo, um estadista, patriarca dos Barões de Joanes; que portanto estava a par dos perigos de vizinhança do Pará com as colônias concorrentes de Portugal nas Guianas e Caribe. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Ninguém melhor que os Jesuítas por perto dos outros sesmeiros particulares ou religiosos (Mercedários e Carmelitas, neste último caso) para segurar e acalmar aqueles "índios bravios, desertores e escravos fugidos" </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">dos centros da ilha</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> (</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">cf. "</span><i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-large;">Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes ou Marajó</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">" de Alexandre Rodrigues Ferreira, 1783</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">), que fizeram retardar a ocupação efetiva da ilha do Marajó durante 64 anos, desde a fundação de Belém do Pará até a construção do primeiro curral de gado cabo-verdiano no rio Arari (1680), pelo carpinteiro português Francisco Rodrigues Pereira.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Sabia o chanceler de Dom Afonso VI, obrigatoriamente, da carta de Vieira, datada de 11 de fevereiro de 1660, ao rei por intermédio da regente mãe, dona Luísa de Gusmão viúva de Dom João IV, relatando a situação da região pacificada após 44 anos de guerra de conquista desde a tomada do Maranhão aos franceses, em 1615, incluindo a expulsão dos holandeses e ingleses do Xingu, Baixo Amazonas e Amapá (1623-1547) até as pazes de Mapuá (Breves) em 1659. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Por via de consequência, sem a militância pacificadora dos Jesuítas no Marajó sentinela do Norte, o Grão-Pará poderia ter sido uma imensa Guiana Holandesa e não se teria hoje uma Amazônia brasileira. Nossa educação popular carece, profundamente, de cultura histórica. Para isto, os professores teriam que aperfeiçoar seu conhecimento dialético da História fugindo do velho e encardido 'decoreba'. Mas, desgraçadamente, reza o fado segundo o qual a pacificação dos velhos "Nheengaíbas" não tem nenhum "interesse acadêmico"... Sabemos, entretanto, por que isto desinteressa a certos acadêmicos amigos dos donos das sesmarias dos Barões de Joanes e dos herdeiros dos Contemplados.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Ora, o município de Ponta de Pedras - "onde o Marajó começa" e deu a primeira página do romance "<i>Marajó</i>", na suposta fazenda Marinatambalo no rio Paricatuba, primeiro romance sociológico brasileiro - é consequência territorial da velha fazenda São Francisco (Malato), a primeira sesmaria dos Jesuítas na ilha do Marajó expropriada da Missão (1757) e doada (1760) por ordem do Marquês de Pombal ao sargento-mor (major) Domingos Pereira de Moraes, 'contemplado' entre outros homens-bons; antepassado do vereador Antônio Pereira de Moraes, primeiro presidente da Câmara da nova vila de Ponta de Pedras (cf. ata de instalação, de 30/04/1878) e de seu irmão João Pereira de Moraes, vogal da dita Câmara Municipal: não por acaso, a escultura tropicalista "<b><i>São Francisco Marajoara</i></b>", obra de Ismael recomendada e encomendada por este neto de índia marajoara da aldeia da Mangabeira que vos fala, é emblemática de toda dimensão desta nossa curiosa história.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><span style="background-color: white;">O rio M</span>arajó-Açu - que dá nome à ilha e a todos mais topônimos derivados - deu lugar à primeira sesmaria que os padres Jesuítas tiveram na ilha do Marajó, em 1686, com a sede de fazenda São Francisco (depois Malato) em cujas terras havia antes a aldeia dos índios "Guaianazes" [Guaianá], elevada em 1758 em Lugar de Vilar, tendo por padroeiro São Francisco (supostamente de Borja) e foi também nas terras da dita sesmaria formada a aldeia de catequese com índios "mansos" trazidos da aldeia Samaúma (Barcarena), a "<i>aldeia das Mangabeiras</i>" [hoje vila da Mangabeira], que no quadro da expulsão dos Jesuítas (1759) e implantação do Diretório dos Índios (1657-1798) passou </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">junto com o Vilar</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> a se chamar <i>Lugar de Ponta de Pedras</i>, tendo Nossa Senhora da Conceição por padroeira (cf. "<i>Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes ou Marajó</i>" de Alexandre Rodrigues Ferreira, 1783).</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Fica claro assim, que a origem remota do município de Ponta de Pedras desmembrado de Cachoeira, em 30/04/1878, se encontra nas terras de sesmaria da fazenda São Francisco [depois Malato e agora São Francisco do Marajó] situada na confluência do rio Araraiana com a baía do Marajó. Além desta primeira fazenda dos Jesuítas ainda existiram as fazendas São Braz [Fortaleza] e Nossa Senhora do Rosário [Rosário], na bacia do rio Marajó-Açu, fora as mais que os Jesuítas tiveram no rio e lago Arari, inclusive a fazenda Santa Cruz que veio a ser o município de mesmo nome, desmembrado de Ponta de Pedras em 1960.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O maior impacto da atuação do bispo prelado Dom Ângelo Rivatto S.J. em Ponta de Pedras até hoje é controverso sob o ponto de vista dos pontapedrenses, refere-se à criação de duas cooperativas polêmicas. Na verdade não foram exatamente cooperativas, mas de todo modo, com defeitos e qualidades as "cooperativas de Dom Ângelo" ou da "Nella" (colaboradora Nella Remella, tida e havida como "braço direito" do bispo) fizeram história e deveriam ser estudas sem preconceito como referência para o desenvolvimento territorial do Marajó, em seus pros e contras. O papel social de Nella Remella em Ponta de Pedras, sobretudo com a Casa da Fraternidade, por exemplo, para o povo necessitado não pode ser desprezado sem que se cometa ingratidão.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Sobre isto tudo, é lamentável a falta de imparcialidade e de interesse acadêmico a respeito desta importante experiência socioeconômica da Diocese de Ponta de Pedras durante a missão de Dom Ângelo: no meu modesto ponto de vista, independente, considero um êxito socioambiental sem precedentes, mas infelizmente acompanhado de insustentável fracasso gerencial e econômico. É fato que os membros da comunidade católica de Ponta de Pedras custaram a se acostumar à mudança de estilo do primeiro bispo de Ponta de Pedras para o segundo, Dom Alessio Sacardo S.J. Duas personalidades diferentes talhadas para dois momentos diferentes e agora chega</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">com expectativa</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> a vez de um terceiro bispo, Dom Teodoro Mendes Tavares, nacional de Cabo Verde (África), padre da Congregação do Espírito Santo.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Antes de finalizar, convém falar da "<i>Cooperativa Mista Irmãos Unidos de Ponta de Pedras (</i></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><i>COPIUPP</i></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><i>)</i>" com a sua feição kibutziana... Mas, quem sabe disto? Quem poderia inventar um "kibutz" caboclo, que na verdade foram agrovilas criadas com a cara e a coragem, fé em Deus e pé na estrada? Praia Grande - esta comunidade, em especial, como projeto-piloto do famoso <i>Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (POEMA)</i> em parceria entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Fundação alemã Daimler-Benz -, Armazém, Cajueiro, Antonio Vieira, Cachoeirinha, Ilhinha, Jaguarajó - aqui o inovador projeto de agricultura familiar sustentável da EMBRAPA, que começou com pedido de socorro para salvar o coqueiral que morria e não se sabe bem como acabou depois de seu aparente sucesso técnico -, Santana e Porto Santo, numa "reforma" agrária sem muito barulho na parte mais agreste do município, onde outrora retirantes das secas do Nordeste encontraram água e chão na, então, chamada "Colônia da Mangabeira" ao tempo do prefeito Fango (Wolfango Fontes da Silva), antes da revolução de 1930. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O bispo voluntarista recebia críticas severas e o conflito instalado com o padre Giovanni Gallo evidenciou problemas internos que ainda se podem deduzir da leitura dos livros do fundador do Museu do Marajó. Uma infelicidade para a gente marajoara que em sua maior parte ainda não entendeu tudo que se passou nem o que poderia ser realizado, caso o trabalho social e pastoral tivesse enveredado por rumos mais serenos.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Ismael foi cria da "Cooperativa Mista Fabril, de Recursos Humanos e Turísticos (COMIFRHUT), das duas a que mais benefícios trouxe para a população carente. Esta foi escola profissional, foi empresa, foi olaria, estaleiro, fábrica de móveis. Tinha, sim, que pegar no tranco e deveria ter seu tempo de maturação e transformação profissional. O mesmo talvez caiba refletir a respeito do Museu do Marajó em sua história de resistência, luta e contradição.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><b>uma imagem vale por cem discursos</b></span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">"A História como Deus não é para os mortos", dizia o historiador José Honório Rodrigues. Segundo este estudioso da História do Brasil, Deus e a História são para os vivos. Os fatos históricos ocorridos no passado não cessam de fazer efeito no presente e de projetar-se ao futuro... A historiografia são registros momentâneos como um álbum de fotografias ao longo de uma vida em apreciação dos fatos conforme as épocas e os homens na voragem do rio de Heráclito. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Sem a missão de Angelo Rivatto em Ponta de Pedras não se explicaria a arte de um Ismaelino Ferreira e outros artesãos, agricultores familiares, padres, e tantos personagens da história local. Rivatto pode parecer um santo anjo para uns e um déspota esclarecido para outros, sem tocar no explosivo conflito pessoal com o padre Giovanni Gallo...</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Para mim, a obra do Gallo e de Rivatto se complementam inseparavelmente (como aliás Dalcídio Jurandir observou em primeira hora no testemunho da correspondência de Maria de Belém Menezes que falta publicar): reconciliados no leito de morte do padre dos pescadores do Arari, a herança do bispo e do padre jesuítas se desmaterializa dos "cacos de índio" no Museu do Marajó e das terras e construções das imperfeitas "cooperativas", para caminhar no sentido de um alto ideal onde há de atingir a fecundante paz que vem das funduras do Mapuá com os sete caciques confederados por Piyé e a utopia evangelizadora do padre Antônio Vieira na miragem do Quinto Império do mundo. </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A imagem do artista Ismael agora repartida pela internet leva uma mensagem viva para todos os Marajós da vida mundo afora.</span></div>
<br />
<div>
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-1364944908217161412015-06-03T09:51:00.001-07:002015-06-03T09:51:31.418-07:00Engenheiros do Arari<div style="text-align: center;">
<img src="http://thumbs.buscape.com.br/livros/a-cultura-marajoara-denise-pahl-schaan-8574582689_200x200-PU6eb6905c_1.jpg" /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: #f1f1f1; color: #888888; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 16px; text-align: left;">A Cultura Marajoara - Denise Pahl Schaan (8574582689)</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Caro Professor Mangabeira,</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Em primeiro lugar, agradeço-lhe por ter tido a coragem cívica de aceitar o desafio de uma arriscada viagem de descobrimento ao Marajó. Digo arriscada, politicamente, devida ao passivo de esperanças ainda não concretizadas desde quando o delegado do rei de Portugal e representante da Cristandade, padre Antonio Vieira, por aqui passou no século XVII. Uma "ilha" fora de série -- entre a Amazônia azul e a Amazônia verde -- que adentra ao continente (microrregião de Portel) depois de reunir 2.500 ilhas que se escondem envergonhadas pelas margens da história aonde só costumam ir marreteiros do pré-capitalismo regional em busca da mais valia do trabalho dos ribeirinhos e caçadores de votos a cada temporada eleitoral. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Por essas paragens "a Criaturada grande de Dalcídio" (Jurandir) resta invisível desde a expropriação da ilha dos Aruans ou Nheengaíbas, em 1665, para doação da capitania da Ilha Grande de Joanes ao secretário de estado Antonio de Sousa de Macedo, donatário que nunca botou os pés em Melgaço, aliás, aldeia de Aricará; ou outro qualquer lugar do Grão-Pará.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Dessa maneira, o senhor ao contrário do donatário da Ilha Grande de Joanes, pôde ver com seus próprios olhos e ouvir com os seus ouvidos um pouco do muito que esta despossuída gente marajoara tem a dizer ao Brasil e ao mundo caso ela soubesse ler e escrever melhor, noves fora os muitos analfabetos de pai e mãe que já nascem "estrangeiros" em sua própria pátria. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Com certeza essa sua viagem foi um pequeno grande passo numa estrada de mil léguas na remodelação da Educação nacional: digo isto, pois quem for capaz de colocar Marajó nos trilhos do desenvolvimento humano será capaz de fazer qualquer coisa boa no resto do mundo. Logo mais o senhor compreenderá e saberá a razão pela qual uns poucos militantes ficam animados com a sua presença neste fim de mundo que também é porta de entrada para a maior bacia fluvial da Terra.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Em segundo lugar, em vez de pedir ajuda; gostaria modestamente de oferecer como contribuição ao seu trabalho no Palácio do Planalto estas mal alinhavadas linhas eletrônicas, sempre lembrando o quanto a internet banda larga será importante nestas ilhas com suas 500 e tantas "aldeias" (comunidades) isoladas. Não sou exatamente um homem crente e, bem ao contrário, sou crítico diletante da catequese cristã e do colonialismo (cf. José Varella Pereira, "<i>Novíssima Viagem Filosófica</i>" e "<i>Amazônia Latina e a terra sem mal</i>"). </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Entretanto, se intelectuais e educadores brasileiros pretendem decifrar o enigma amazônico para trazer as luzes da Pátria Educadora aos confins do Brasil deveriam aceitar a sugestão de fazer como o naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, nascido na Bahia, na monumental "<i>Viagem Philosophica</i>" (1783-1792) que fez do Marajó o primeiro capítulo da viagem ("<i>Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes ou Marajó</i>", 1783).</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">O golfão Marajoara de Aziz Ab'Saber ou Amazônia Marajoara de Denise Schaan e Agenor Sarraf, certamente, constitui vestibular para altos estudos amazônicos. Além da SAE na prospectiva de longo prazo, acredito que o IPEA e o MCTI no curto prazo poderiam ser parceiros estratégicos do MEC na aplicação do Pátria Educadora através de atividades de extensão nos <i>campi</i> das universidades públicas atuando no Marajó: inovar é preciso, burocratizar não mais é preciso. A cooperação federativa se ela já é precária entre os dezesseis municípios da mesorregião e secretarias de governo estadual, não parece efetivamente melhor entre repartições federais. Mas, não se pode pedir à Presidência da Republica para instalar um telefone da Controladoria-Geral da União 24 horas a fim de bancar o <i>Big Brother</i> tupiniquim.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Poderia a Universidade de Brasília (UnB) se interessar em compartilhar com a UFPA e outras universidades nacionais e estrangeiras a invenção de uma universidade marajoara para o século XXI? Diria que o primeiro passo deveria ser a Extensão voltada a mobilizar entidades da sociedade civil, igrejas, sindicatos, cooperativas e associações pela erradicação do analfabetismo de adultos. <span style="background-color: #fff2cc;">Sabemos do fracasso do Mobral e de como outros países puderam se livrar desta herança da escravidão e da exclusão social: logo, a educação continuada pela base seria esta maneira de colocar em prática uma nova Extensão engajada com a Pátria Educadora.</span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Espero que este blogue caboco chegue ao <i>tablet</i> ou celular do Ministro após o toró de ideias que a viagem ao Marajó pode lhe ter causado: a rede eletrônica, segundo Pierre Levy, é a inteligência coletiva e o filósofo sebastianista Agostinho Silva diria que é o mesmo que os crentes chamam de Espírito Santo. São diversos Marajós para além de dezesseis municípios que somados fazem um território com o dobro da superfície dos Países-Baixos e tem população equivalente a de um país comparável ao vizinho Suriname, por exemplo. Que Marajó o professor de Havard poderá ter visto, ouvido e recolhido para levar de volta a Brasília? </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Certamente, se ele pudesse permanecer até um ano inteiro em Melgaço poderia saber da geopolítica do recém restaurado reino de Portugal para consolidar a conquista do Amazonas tomado aos holandeses e ingleses graças a rixa entre índios Tupinambás e Nheengaíbas (Nuaruaques ou Marajós). As aldeias de Aricará (Melgaço) e Aracaru (Portel) estão implicadas nas pazes de Mapuá (Breves)... Em meio à névoa barroca da utopia evangelizadora de Antônio Vieira (carta de 11/02/1660 a El-rei de Portugal Afonso VI, "<i>História do Futuro</i>" e "<i>O reino de Jesus Cristo consumado da terra</i>") escapa alguma coisa reveladora, por acaso, das preocupações do atual pontificado do papa Francisco: a paz universal sonhada -- quem diria -- há mais de três séculos na Amazônia lusitana e agora brasileira. Que completará 400 anos em 2016...</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Todos nós, nativos ou não, não somos mais que videntes e ouvintes de uma longa história escrita no barro dos começos do mundo. Sabemos, graças ao progresso da Ciência, que nossos antepassados vieram todos do coração da mãe África há milhares de anos para descobrir o mundo e hoje somos bilhões de seres humanos a bordo de um planeta em profunda crise civilizacional.</span><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><b>QUE OS ENGENHEIROS DO ARARI TEM A VER?</b></span></div>
<br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Os engenheiros do Arari foram aqueles e aquelas que, há quase dois mil anos, saíram dos cinco mil anos de nomadismo amazônico atrás de piracemas na pesca de gapuia (captura de peixes e coleta de mariscos à mão) e, por necessidade e acaso, acabaram inventando a primeira aldeia suspensa na ilha do Marajó que levou à Cultura Marajoara. Do mesmo modo, em 1972, o padre Giovanni Gallo com seus colaboradores leigos inventaram o <i>sui generis</i> MUSEU DO MARAJÓ...</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">O museu do Gallo foi feito para as pessoas "ver com as pontas dos dedos" (explicação nos livros escritos pelo mesmo). Já, Rosemiro Pamplona e seus roqueiros cabocos fizeram paródia da banda "Engenheiros do Havaí", são músicos do Extremo Sul... Isto me lembra do Extremo Norte, ciclo romanesco de Dalcídio Jurandir, que foi ao Rio Grande do Sul escrever o primeiro romance proletário brasileiro, "<i>Linha do Parque</i>"... E o Havaí é a terra natal de Barak Obama, Mangabeira Unger foi mestre de Obama em Havard... Os Mestres da Guitarrada cantam o Caribe no Pará: e os antigos marajoaras vieram de lá.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Misturando minha lucidez com a minha maluquez, dá vontade de dizer tudo isto e muito mais, cantando. A linguagem mais perto do coração da gente.</span><br />
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<img src="http://sesi.webensino.com.br/sistema/webensino/aulas/repository_data//SESIeduca/ENS_MED/ENS_MED_F01_HIS/764_HIS_ENS_MED_01_01/imagens/ref/FIG_005.jpg" /></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span class="_Hcb _Fcb" style="background-color: #f1f1f1; color: #d6d6d6; display: block; font-family: arial, sans-serif; font-size: 22px; line-height: 1em; min-height: 1em; overflow: hidden; text-align: left; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;"><a class="_Epb irc_tas" data-noload="" data-ved="0CAUQjhw" href="http://gentemarajoara.blogspot.com/2015/03/registro-da-arte-marajoara-no.html" jsaction="mousedown:irc.rl;keydown:irc.rlk" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.2); color: #660099; cursor: pointer; text-decoration: none;"><span class="irc_pt" dir="ltr" style="color: #d6d6d6; unicode-bidi: -webkit-isolate;">REGISTRO DA ARTE MARAJOARA NO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL ...</span></a></span></div>
<div class="irc_hd" style="background-color: #f1f1f1; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: small; line-height: 16px; margin-left: -3px; margin-top: -3px; padding: 3px 0px 16px 3px;">
<span class="_r3"><a class="irc_hl irc_hol" data-noload="" data-ved="0CAYQjB0" href="http://gentemarajoara.blogspot.com/2015/03/registro-da-arte-marajoara-no.html" jsaction="mousedown:irc.rl;keydown:irc.rlk" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(255, 255, 255, 0.2); color: #7d7d7d; cursor: pointer; text-decoration: none;"><span class="irc_ho" dir="ltr" style="margin-right: -2px; overflow: hidden; padding-right: 2px; text-overflow: ellipsis; unicode-bidi: -webkit-isolate;">gentemarajoara.blogspot.com</span></a></span><span class="_r3 irc_msc"><a class="irc_hl irc_msl" data-i="1" data-noload="" data-ved="0CAgQhxw" href="https://www.google.com.br/search?q=foto+capa+de+livro+Cultura+Marajoara+de+Denise+Schaan&biw=1360&bih=643&tbm=isch&tbs=simg:CAQSEgn5h9nCUOIxbiE2A69_1V5NQAw" jsaction="mousedown:irc.rl;keydown:irc.rlk" style="color: #7d7d7d; cursor: pointer; text-decoration: none;">246 × 300</a></span><span class="_r3 irc_sbc" style="display: inline-block;"><a class="irc_hl irc_sbl" data-i="1" data-noload="" data-ved="0CAkQiBw" href="https://www.google.com.br/search?tbs=sbi:AMhZZiu90mj7Mk5XYdFdqqCSsdsjYGO5p52JtrxmGkXvcSiosb7InjYpR38vS8UkWFLXcdXrt3JQ-uBWiFR5w5MA2X_1mRg9QAQOFs-v_1rOYClIYWWzc3kLOz6ng5cx1z6nm1A7lMwXHxTYRQSHVjD4y691nfkJPRctfqNhY9Fy_1-V3aGXFWA2lIM8gyv-_1BlXrCU6soZWDNB0rXjHxNVVTPrctMJqnO2NZFcy5F1jTDY-w-0nRzdMo4&ei=dftuVZa0CMOuggTGz4LACA" jsaction="mousedown:irc.rl;keydown:irc.rlk" style="color: #7d7d7d; cursor: pointer; text-decoration: none;">Pesquisa por imagem</a></span><div class="irc_asc" style="color: #888888; overflow: hidden; padding-top: 6px; text-overflow: ellipsis;">
<span class="irc_su" dir="ltr" style="unicode-bidi: -webkit-isolate;">REGISTRO DA ARTE MARAJOARA NO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL BRASILEIRO</span></div>
</div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-38658006164744768922015-05-23T10:28:00.000-07:002015-05-23T15:25:20.328-07:00"Campus de Cachoeira": a desprezada lição de Giovanni Gallo inventando extensão universitária que a criaturada de Dalcídio carece.<div style="text-align: center;">
</div>
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIn3Qc9WMIjARJctMxM0HeGGQvmLsNZBgbf9RQUxVSrR7Mi6Xv9w_JTkK_veKmRVdgqqCr7WK-3e7lNKcR6RyYzsX73hlb1mIbeHy_EMIfqOomqt4IwXixFM9Ft2HtHyxLxo-Ndqln6NE/s1600/cdj.jpg" /><br />
<b>memória do Centenário de nascimento de Dalcídio Jurandir (Ponta de Pedras 10/01/1909 - Rio de Janeiro, 16/06/1979). Fotografia da casa remanescente do antigo chalé do capitão Alfredo Nascimento Pereira, pai do romancista e editor da gazetilha "<i>O Arary</i>", retratado no romance "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>" escrito no ano de 1939 na vila de Salvaterra (distrito de Soure), com placa metálica alusiva ao Centenário e faixa com transcrição de anotação do acervo Dalcídio Jurandir depositado na Casa de Rui Barbosa (Botafogo, Rio de Janeiro).</b><br />
<div style="text-align: center;">
<br />
<br />
<br />
<img src="http://dalcidiojurandir.com.br/home/wp-content/themes/shiny/lib/timthumb.php?src=http://dalcidiojurandir.com.br/home/wp-content/uploads/2012/06/slide13.jpg&w=930&h=350&zc=1" /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>imagem do escritor com o chalé original de "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>".</b></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b style="background-color: #d9ead3;"><i>"Quando eu morrer levem-me para Cachoeira, enterrem-me debaixo da Folha Miúda (a minha árvore, defronte do chalé, toda a minha infância) quero ficar ali, perto do rio e perto de casa debaixo daquela sombra entre os ninhos e as estrelas, parece que todos os meus sonhos ficaram pendurados naqueles ramos todos, meu primeiro deslumbramento. Eis porque minha saudade me faz ter esse desejo romântico"... </i></b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b style="background-color: #d9ead3;">(Dalcídio Jurandir, setembro de 1932).</b></span></div>
<div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b style="background-color: #fff2cc;"><br /></b></span></div>
</div>
</div>
<br />
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">No próximo ano a <i>Universidade Federal do Pará (UFPA)</i> completará, no Marajó, 30 anos de interiorização considerada a instalação do <i>campus</i> de Soure, em 1986, seguido do <i>campus</i> de Breves pouco depois. Exceto os tempos pioneiros do </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-large;">Centro Rural de Atendimento Comunitário (</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><i>CRUTAC),</i> na década de 70, quando a federal do Pará desembarcou com um exército Brancaleone na famosa "<i>Ilha dos Aruans</i>" ou "<i>Capitania da Ilha Grande de Joanes</i>" (1665-1757), por via de Extensão Universitária abrindo caminho à futuros cursos de graduação que hoje se realizam nos dois <i>campi</i>. Foi, pois, com a antecessora da PROEX que a UFPA chegou à ilha do Marajó e poderia ser com um projeto a ser talvez denominado "<i><b>Campus de Cachoeira</b></i>" - rememorando o romance "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>, evidentemente - o primeiro passo efetivo à desejada autonomia dos <i>campi</i> marajoaras em direção à futura universidade federal multicampi das Ilhas.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Por ironia da história, os anos setenta foram marcados a ferro e fogo pela luta de resistência à Ditadura e aos grandes projetos de desenvolvimento da Amazônia que à força de Incentivos Fiscais duvidosos levaram antes à devastação da floresta amazônica e ao agravamento do conflito de terras do que ao prometido desenvolvimento humano regional. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Mas também, na contra corrente dos anos de chumbo, em 1972 viu-se florir a coincidência extraordinária de criação do </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-large;">Museu do Marajó</b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"> pelo obstinado padre dos pescadores Giovanni Gallo e o reconhecimento da obra literária do índio sutil Dalcídio Jurandir pela Academia Brasileira de Letras com o Prêmio Machado de Assis. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Dois acontecimentos emblemáticos para a amazonidade embora separados e ocorridos em locais díspares e distantes - o Rio de Janeiro cosmopolita e o pequeno e isolado município de Santa Cruz do Arari -, porém dotados de formidável importância histórica na construção da consciência social, cultural e política do povo marajoara. Como se pode constatar na correspondência de Maria de Belém Menezes e Dalcídio Jurandir, que suscitou à distância o livro-reportagem "</span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-large;">Marajó, a ditadura da água</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">", de Giovanni Gallo dando começo a uma renascença inesperada e vazão à resiliência inerente na bravura de uma gente incomparável remanescente de "</span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-large;">índios bravios, desertores e escravos fugidos</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">" nos centros a ilha (cf. Alexandre Rodrigues Ferreira, "</span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-large;">Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes ou Marajó</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">", 1783) que retardaram a colonização por mais de 50 anos desde a tomada de Mariocai (Gurupá), em 1623. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Daí, certamente, a origem da pauperização das populações tradicionais, da cultura de marginalidade e do invencível abigeato que resiste a todas repressões policialescas e tentativas de controle social. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Até hoje o mundo acadêmico, empresarial e político do Pará, com raras exceções que confirmam a regra, não deu mostras concretas da importância convergente da presença da UFPA através do pioneirismo do velho CRUTAC no maior arquipélago fluviomarinho do mundo; a consagração nacional da literatura amazônica do Extremo Norte e a invenção magistral do primeiro ecomuseu do Brasil à margem do lago ancestral que viu nascer a primeira cultura complexa da Amazônia como elementos de integração territorial e inclusão socioambiental. E assim, em vez de um projeto de desenvolvimento humano sustentável, predomina a insustentável clivagem de interesses individuais e egoismo de classe que a colonialidade impõe com a pobreza de homens e ideias contra o descobrimento de 2000 anos de Cultura Marajoara que deveria orgulhar o Brasil em sua inata qualidade de maior pais amazônico da Terra, capaz de inspirar a invenção de um futuro melhor para todos.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">O trigésimo aniversário do <i>Campus</i> de Soure será excelente oportunidade de balanço de pros e contras em cinco décadas de atividades da UFPA no Marajó já contemplando encerramento da etapa de interiorização nesta região e o futuro polo universitário marajoara multicampi integrando a educação integral desde a creche até a pós-graduação na comunidade dos dezesseis municípios adotada as mais avançadas tecnologias pedagógicas de ensino à distância. Visando a sua autonomia sob perspectiva do programa federativo Pátria Educadora a dar lugar a uma universidade nova específica para o maior arquipélago de rio e mar do planeta, sito no Golfão Marajoara, composto de mais de 500 comunidades ribeirinhas espalhadas em 2500 ilhas e grande "ilha" na floresta amazônica de Portel, na terra firme. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Principal demanda do <b style="background-color: red;">Movimento Marajó Forte - MMF</b> ao qual o <b><span style="background-color: #38761d; color: white;">GRUPO EM DEFESA DO MARAJÓ - GDM</span></b> aderiu com os seus 20 anos de militância socioambiental </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">(1994-2014)</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">, a nova universidade multicampi que se deseja deverá cobrir toda mesorregião Marajó na expressão geográfica um "país" ou província insular de mais de 500 mil habitantes em território de 104 mil km², que soma dezesseis extensos municípios - </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-large;">microrregião Arari</b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">: Cachoeira do Arari, Chaves, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari e Soure (em sentido horário a partir de Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras, Muaná, Chaves, Santa Cruz do Arari, Soure e Salvaterra); <b>microrregião Breves</b>: Afuá, Anajás, Breves. Curralinho e São Sebastião da Boa Vista (em sentido horário a partir de Breves, Afuá, Anajás, São Sebastião da Boa Vista e Curralinho) e <b>microrregião Portel</b>: Bagre, Gurupá, Melgaço e Portel (em sentido horário a partir de Gurupá, Melgaço, Portel e Bagre).</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">O <b>GDM</b> é fruto direto da <i>Pro-Reitoria de Extensão da UFPA (PROEX)</i> a cabo de dez anos de educação ambiental no Marajó em parceria com a legendária <i>Sociedade de Preservação dos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN)</i>, entidade decana do movimento ambientalista na região a qual se associa inseparavelmente ao respeitável nome do médico Camilo Martins Vianna, em cuja gestão como Pro-Reitor de Extensão da UFPA o <b>GDM</b> se formou dia 20/12/1994. E que teve como resultado dez <i>Encontros em Defesa do Marajó </i>ao término de cada ano escolar: o último deles encerrando todo ciclo, ocorreu em Ponta de Pedras a 30 de abril de 1995, com a publicação da "<i>Carta do Marajó-Açu</i>" constituída de pauta de reivindicações sobre Educação e Saúde Públicas regionalizadas, implantação da APA-Marajó (Art. 13, VI, § 2º da Constituição do Estado do Pará), proteção aos sítios arqueológicos e difusão da Cultura Marajoara entre outros itens pontuais. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Desde então, o <b>GDM</b> assumiu voluntariamente a tarefa de disseminar os princípios da <i>Carta do Marajó-Açu</i> de 1995, síntese dos dez anos anteriores de encontros em defesa do Marajó; o que até 2014 corresponde a 30 anos de voluntariado em educação popular. Todavia, este movimento de parceria entre a UFPA e a comunidade marajoara teve por antecedente o<i> (CRUTAC),</i> na década de 70, ao qual além de Camilo Vianna também o nome da professora Ana Rosa Bittencourt se perpetuou na terra natal de Dalcídio Jurandir, Ponta de Pedras. Vejam publicação de 07/12/ 2007, no sítio eletrônico da UFPA, transcrito abaixo:</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="color: #444444; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.5; margin-bottom: 25px; margin-left: 15px; margin-right: 15px; text-align: justify;">
<b>" O médico e ambientalista Camilo Vianna foi homenageado no último dia 07, durante o encerramento da 10ª Jornada de Extensão da UFPA, no Espaço Cultural do Vadião. Professor aposentado da instituição, já ocupou os cargos de pró- reitor de extensão e vice-reitor, Camilo recebeu das mãos da reitora em exercício Regina Feio Barroso a medalha dos 50 anos da UFPA e dos 10 anos de realização da Jornada.<br />Regina Feio destacou a importância da iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão. “A UFPA não poderia deixar de fazer esta homenagem a quem tanto ajudou a construir esta universidade”, disse.<br />Em agradecimento, Camilo Viana, que também coordenou o Centro Rural de Atendimento comunitário (CRUTAC) semente das ações de extensão universitária, disse que não se pode falar em interiorização sem lembrar aqueles que atuaram nos projetos. “Não podemos deixar de falar nos companheiros, ou melhor, companheiras, porque muitas foram as mulheres voluntárias que atuaram no primórdios da extensão. Era um esforço subumano mas também maravilhoso”, lembrou.</b></div>
<div style="color: #444444; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.5; margin-bottom: 25px; margin-left: 15px; margin-right: 15px; text-align: justify;">
<span 115="" 12pt="" ar-sa="" font-family:="" font-size:="" line-height:="" mso-ansi-language:="" mso-bidi-language:="" mso-fareast-font-family:="" mso-fareast-language:="" new="" pt-br="" roman="" serif="" times=""><b>Conferência – A reitora em exercício da UFPA fez a conferência de encerramento da 10ª Jornada de Extensão da UFPA. Regina Feio, que já esteve a frente da PROEX, saudou os participantes da Jornada em particular os bolsistas dos campi do interior. “Sabemos dos desafios que vocês enfrentam”, frisou.<br /> Regina Feio discorreu sobre a trajetória da extensão na UFPA, com um resgate histórico das iniciativas. “Extensão é definida como objetivo acadêmico a partir da reforma universitária de 68, quando foi definido que as universidades deveriam estender à comunidade, em forma de cursos e outras ações, o resultado de suas atividades.<br /> A extensão universitária no Pará teve inicio na década de 70, quando a Universidade de Viçosa (MG) e Universidade Federal de Santa Catarina começam a desenvolver atividades em Santarém e Altamira, onde hoje funcionam campi absorvidos pela UFPA. É nesse período que a UFPA cria a Coordenadoria de Assuntos Culturais e Estudantis que depois ganha status de Subreitoria coordenada pela saudosa professora Anunciada Chaves. “É também por meio de ações no CRUTAC que a UFPA passa a cumprir seu papel junto a comunidade com atendimento médico odontológico”, lembra Regina.<br /> A aprovação do Estatuto da UFPA, em 1972, possibilitou a criação da Pró-reitoria de Extensão e da criação do primeiro plano diretor voltado para a área.<br />No final da década de 80, é criado o Fórum de Pró-Reitores de Extensão. “É nesse momento que se mostra o olhar diferente que se passa a ter para o conceito de extensão, porque é fortalecido o debate sobre a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, afirma Regina.<br />A extensão deixa assim o seu caráter assistencialista para se tornar uma política acadêmica, uma atividade curricular pedagógica e importante ferramenta para articulação com projetos regionais e nacionais. Nos anos seguintes, começam as discussões sobre áreas, temáticas e indicadores de avaliação para projetos de extensão.<br />“Hoje o nosso Estatuto atual define a universidade multicampi e propicia a elaboração de uma política acadêmica dirigida a todos os campi. Produzir conhecimento, formar profissionais capazes de transformar a região e estar a serviço da sociedade é a nossa missão”, finalizou Regina."</b></span></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">No bojo da campanha contra a divisão territorial do Pará, no plebiscito sobre projeto de criação dos estados do Tapajós e Carajás, em 2011, surgiu o <b>Movimento Marajó Forte (MMF)</b> e o <b>GDM</b> convergiu com o mesmo manifestando-se conjuntamente contrários à divisão do território estadual. Ao mesmo tempo que <b>GDM</b> e <b>MMF</b> somavam forças contra o separatismo também coincidiram no discurso contrário ao <i>status quo</i> que levou à tentativa de divisão do Pará, notadamente o IDH dos municípios marajoaras colocados na rabeira do desenvolvimento humano do País. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Era dizer NÃO à divisão territorial feita sob medida para multiplicar oligarquias da região e também NÃO à leseira do povo pobre do rico estado do Pará. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Mais ainda NÃO ao estado vergonhoso de analfabetismo crônico de quase metade da população do Marajó em contraste à propaganda do "paraíso ecológico" ignorando o potencial ecoturístico de de base na comunidade, a riqueza cultural e biodiversidade da grande "ilha" no delta-estuário do maior rio do mundo! </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Não se aceita mais a colonialidade da velha empulhação oligárquica. E o <b>MMF</b>, audaciosamente, levantou bandeira para criação de uma nova universidade federal no Marajó, plataforma superior de uma educação ribeirinha libertadora. Projeto ao qual o <b>GDM</b> aderiu prontamente a caminho de provável fusão entre tribos marajoaras militantes do movimento social à exemplo dos antigos Nheengaíbas no século XVII em Mapuá (Breves), Aricará (Melgaço) e Aracaru (Portel) reunindo caciques Aruãs, Anajás, Cambocas, Pixi-Pixi, Guaianás, Tucujus e Mamaianás a fim de tratar as pazes com portuguese e tupinambás a cabo de 40 anos de guerra. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">De modo que o grande público brasileiro e internacional venha a compreender e a se engajar também num profundo movimento de resistência cultural que resgata a luta das populações tradicionais contra a conquista e colonização há mais de quatro séculos. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Quem, para tamanha façanha, melhor para ser porta voz de sua criaturada que o próprio "índio sutil" (Dalcídio Jurandir no dizer amável de Jorge Amado: discurso de entrega do Prêmio Machado de Assis de 1972) que a imortalizou no ciclo romanesco do Extremo Norte? Portanto, a fim de dialogar com a Pátria Educadora seria preciso mandar Alfredo em embaixada a Brasilia representar a república antropoética marajoara. Quem sabe numa performance especial no espaço cultural do Congresso Nacional...</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<img alt="Resultado de imagem para imagens de dalcidio jurandir" src="https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSXNX8DBhzrHa4qKN8_7hGUPGOWcUC3BIZEhGi6rqx_Lbq9sxiI" /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><b>Dalcídio Jurandir e Jorge Amado, academia Brasileira de Letras, entrega do Prêmio Machado de Assis de 1972.</b></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><b style="background-color: #38761d;">OS CAMPOS DE CACHOEIRA COMO SUGESTÃO DE "<i>CAMPUS</i>" ECOCULTURAL DA PRIMEIRA OBRA LITERÁRIA AMAZÔNICA DISTINGUIDA PELO PRÊMIO MACHADO DE ASSIS E ROTEIRO PARA TURISMO LITERÁRIO MARAJOARA.</b></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Está claro que esta gente não quer só comida de graça e circo da chuva movido a álcool turbinado por sonzão treme terra... Tampouco a criaturada grande de Dalcídio, que muito espera das promessas do Turismo e do desenvolvimento sustentável, não quer de jeito nenhum trocar seis por meia dúzia</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"> entre fogos e fanfarra para</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"> inaugurar amanhã grande placa colorida de marquetingue da desejada, falada e ardentemente imaginada "<b>Universidade Federal do Marajó</b>" onde ainda hoje nós lemos o nome de "<i>Federal do Pará</i>": todavia, ao contrário de costumeira ingratidão de filhos pela velha mãe, daqui do sofrido solo do Marajó a venerável UFPA jamais há de ir embora: parceira para sempre. Quem sabe? Livre pensar é só pensar... Como prova de estima e eterna gratidão a nova universidade multicampi marajoara que há vir no futuro próximo, também esta novidadeira poderia ensinar alguma coisa à velha e querida mestra. Pelo menos, em matéria de Extensão ecocultural com participação interativa da comunidade, por exemplo.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Pois, como a história da UFPA nos ensina sob o olhar indiferente dos búfalos conformados com a liberdade perdida dos verdes campos sem fim entre chuvas e esquecimento, no Marajó foi a Extensão Universitária quem fez a ponte da interiorização e desembarcou primeiro a bordo do CRUTAC. Quem ainda se lembrará do pioneirismo do CRUTAC? Seria interessante que a PROEX através de Soure pudesse, efetivamente, com recursos do Pátria Educadora ensaiar os primeiros passos para autonomia dos <i>campi</i> do Marajó rumo á configuração da nova universidade da Ilhas que todos sonhamos e que a gente marajoara precisa. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="background-color: yellow; font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Como, outrora, na travessia da UFPA de Belém para a ilha do Marajó, a Extensão Universitária tendo desembarcado à frente do Ensino Superior; desta vez a PROEX poderia tomar a cargo talvez etapa de transição à autonomia dos <i>campi</i> de Breves e Soure para a futura universidade federal mediante inovador projeto, digamos assim, "<i>Campus</i> de Cachoeira" na provocação didática vanguardeira e abrangente de "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>" no romanceiro do Extremo Norte (algo mais que apenas a sugestão para um <i>campus</i> universitário na cidade de Cachoeira do Arari, por exemplo, para chegar a mais de 500 "aldeias-escola" - comunidades ribeirinhas conectadas a rede brasileira de educação - de todos dezesseis municípios do Marajó fazendo uso principalmente da rede social na <i>internet</i>).</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Este <i>campus</i> imaginário e revolucionário ao mesmo tempo em matéria de extensão universitária, aqui ligeiramente esboçado a título de homenagem aos militantes e beneficiários do CRUTAC dos velhos tempos do mestre Camilo Vianna; poderia talvez se inspirar dentre outros mestres da amazonidade marajoara na vida e obra do autor de "<i>Chove nos campos de Cachoeira</i>", Dalcídio Jurandir. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Filho do segundo casamento de seu pai, o mestre escola e rábula da vila de Ponta de Pedras Alfredo Nascimento Pereira, nasceu na humilde casa de seu tio materno Manoel Eustáquio Ramos no bairro do Campinho. Sua mãe, Margarida Ramos era uma jovem mulher negra solteira que ficara grávida do capitão viúvo de sua primeira mulher Antônia Silva, uma indígena da aldeia de Mangabeira (Ponta de Pedras) e ex-aluna da escola primária: o tio registrou o recém nascido com nome de "Darcidio José Ramos" (livro de registro de nascimento do Cartório Malato, comarca de Ponta de Pedras-Estado do Pará, ano de 1909).</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">No ano de 1910, o capitão Alfredo deixando os filhos de seu primeiro casamento em Ponta de Pedras mudou-se com sua nova família para a vizinha vila de Cachoeira (Arariúna e atual Cachoeira do Arari) onde ele adquiriu o famoso chalé retratado no romance de seu filho mais famoso e foi nomeado secretário da intendência municipal na administração do coronel Bento Lobato de Miranda, que hoje dá nome à rua do bairro de Petrópolis onde se achava edificado o dito chalé de Alfredo (<i>alter ego</i> de Dalcídio) e a árvore Folha Miúda na beira do rio debaixo da qual o romântico Dalcídio da mocidade queria ser enterrado depois de morrer: o chalé foi demolido pela desídia dos humanos descuidados de educação e cultura e a árvore de infância do escritor a erosão do rio levou abaixo no rebojo da cobra grande Boiúna ou o Navio encantado - mas apesar de tudo, tudo está a salvo do dilúvio a bordo de "<i>Três casas e um rio</i>" e outros livros da memória dalcidiana...</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Em Cachoeira, o capitão Alfredo e dona Margarida se casaram formalmente de papel passado e terá sido no reconhecimento de paternidade que o registro de nascimento do escritor foi retificado como Dalcídio José Ramos Pereira (Dalcídio Jurandir ficou sendo o pseudônimo literário, mais tarde por vontade própria do "índio sutil"). Toda infância do escritor transcorreu em Cachoeira, entre 1910 e 1922: isto, contudo, não quer dizer que nesse período ele nunca tivesse viajado com seus pais para ir às vezes à vizinha Ponta de Pedras e Belém...</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Com treze anos de idade, em Belém, frequenta o grupo escolar Barão do Rio Branco a fim de terminar o curso primário e começar a cursar o ginásio Paes de Carvalho. Se em "<i>Passagem dos Inocentes</i>" o "chalé se separa" com o pai agora metamorfoseado na pele do Major Alberto, supostamente em Muaná (na realidade Ponta de Pedras), retornando temporariamente à velha casa de sua viuvez com os filhos do casamento com a índia morta (hoje o terreno na cidade de Ponta de Pedras onde se edificou a sede da <i>Associação Musical Antônio Malato</i>); e dona Amélia (em figura de Margarida Ramos) com a sua ninhada de pretos passando direto para o bairrozinho de Areínha (suposto Campinho), bordado de pés cajueiros frondosos na beira do igarapé onde a mata se avizinhava da vila com o açaizal e os parrudos miritizeiros, donde o avô Bibiano tirava sustento e se confundia com os troncos escuros do palmeiral. No romance "<i>Primeira Manhã</i>" o chalé de Cachoeira com a estante de livros do Major é o elo pelo qual o ginasiano entediado da aula maçante se evade pela trama dalcidiana que coloca Alfredo a dois passos de Missunga, puxando o antropológico "<i>Marinatambalo</i>" ("<i>Marajó</i>") por um inesperado parágrafo adentro das artes mágicas do caroço de tucumã do arteiroso menino marajoara. Ademais, a fazenda Paricatuba onde "<i>Marajó</i>" começa na vadiagem de Missunga é bem a lembrança disfarçada do rio de mesmo nome, tributário do Marajó-Açu que banha Ponta de Pedras na literatura dalcidiana.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Aos 16 anos de idade Dalcídio já é um dos diretores da revista artesanal <i>Nova Aurora</i>, mas não termina o terceiro ano ginasial. Desde 1927 ele decide se tornar autodidata e contando com a preciosa ajuda e orientação de seu amigo Dr. Raynero Maroja, que viu o talento do jovem e lhe empresta livros; o moço do Marajó entra em contato com grandes mestres da literatura como Balzac, Cruz e Sousa, Guerra Junqueiro, Augusto dos Anjos e outros notáveis escritores do primeiro tempo de sua formação.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Na sequência desse aprendizado e amizade, em outubro de 1929, com apenas 20 anos de idade Dalcídio foi nomeado secretário-tesoureiro da Intendência Municipal de Gurupá pelo seu amigo Dr. Raynero Maroja, então no cargo de Intendente daquela municipalidade histórica. </span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="line-height: 18px; text-align: justify;">Então, durante as horas vagas que, certamente, não seriam poucas começou a e</span></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 18px; text-align: justify;">screver a primeira versão de "<i>Chove nos Campos de Cachoeira</i>" que ele iria descartar dez anos depois quando em 1939 reescreveu a versão definitiva.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 18px; text-align: justify;">Dalcidio permaneceu na intendência de Gurupá cerca de um ano, donde se afastou em novembro de 1930 e passou a trabalhar num barracão de seringal à margem do rio Baquiá Preto, região das Ilhas de Gurupá, hoje fazendo parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Itatupã-Baquiá. Nesse tempo,</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 18px; text-align: justify;"> ensinou as primeiras letras a dois filhos do seringalista Paes Barreto, que se tornara seu amigo. </span><br />
<span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 18px; text-align: justify;"><br /></span>
<span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 18px; text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="border: 0px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Conclui um livro de contos e um romance, onde narra lembranças da infância em Marajó, em 1931, exercícios de mocidade certamente para a obra que viria mais tarde. Faz versos e descreve paisagens. Com a memória desse período de perambulação pelas Ilhas, Dalcídio em plena maturidade e já doente escreveu, no Rio de Janeiro, "<i>Ribanceira</i>" seu último romance: resulta então que Gurupá é lugar de memória do começo e fim do ciclo Extremo Norte.</span></div>
<div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="border: 0px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Retorna a Belém sem emprego, todavia com auxílio de amigos é nomeado auxiliar de gabinete da Interventoria do Estado. Era a revolução de 3 de Outubro chegando ao Pará velho de guerra... Ele c</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">olabora nos jornais "O Imparcial", "Crítica" e "Estado do Pará" as redações fervilham de ideias e parcialidades. O colapso econômico da Borracha era recente na província onde o futuro romancista de "<i>Primeira Manhã</i>" faz sua formação intelectual à margem do ensino formal, inclusive frequentando a Academia do Peixe Frito em companhia de Bruno de Menezes, Tó Teixeira, Rodrigues Pinagé, Eneida de Moraes, Jacques Flores e tantos mais modernistas. Conheceu o antropólogo Manoel Nunes Pereira que teria grande importância na sua orientação de escritor, notadamente na elaboração de "<i>Marinatambalo</i>", publicado com título de "<i>Marajó</i>", saudado pela crítica como o primeiro romance sociológico brasileiro.</span></div>
<div style="border: 0px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border: 0px; color: #666666; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border: 0px; color: #666666; line-height: 18px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; position: relative;">
<div class="toggle toggle3" style="background-color: white; border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: 0px; margin: 0px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 0px; position: relative;">
<div class="toggle_content light-box" style="-webkit-box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 0px 1px 1px; background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 4px; border: 0px; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0980392) 0px 1px 1px; margin: 0px 0px 5px; outline: 0px; overflow: visible; padding: 20px; position: relative;">
<div style="border: 0px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Para saber mais, leia:</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div align="center" style="background-color: white; color: black; line-height: normal;">
<span style="color: #ba231b; font-family: Arial; font-size: medium;">Tragédia e Comédia de um Escritor Novo do Norte...</span></div>
<div align="right" style="background-color: white; color: black; line-height: normal;">
<strong><span style="font-family: Arial;"><br />Dalcídio Jurandir</span></strong></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
<div style="border: 0px; color: #666666; font-family: 'lucida grande', 'lucida sans unicode', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
acessando o link</div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: blue; font-family: lucida grande, lucida sans unicode, tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 18px;"><b>http://www.releituras.com/djurandir_tragedia.asp</b></span></span></div>
<div style="border: 0px; color: #666666; font-family: 'lucida grande', 'lucida sans unicode', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 10px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><br /></span>
<img src="http://www.ufpa.br/soure/images/campus_01.JPG" /><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><b>Campus de Soure (Marajó), Universidade Federal do Pará (UFPA), criado em 1986</b></span></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'PT Sans'; font-size: 16px; line-height: 21.6000003814697px;"><br /></span>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-29297714871914412015-04-25T12:31:00.000-07:002015-04-26T15:58:04.795-07:00AUDIÊNCIA DE BREVES: em nome da Criaturada grande de Dalcídio.<div class="western" style="background: #23ff23;">
<br />
<br /></div>
<div align="CENTER" class="western" style="background: #23ff23; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-large;"><b><span style="background: #ff0000;">em
nome da Criaturada</span></b></span></span></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="background: #23ff23; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" class="western" style="background: #0047ff; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" class="western" style="background: #0047ff; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: white;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 16pt;"><b>NO
ENCONTRO DAS AMAZÔNIAS VERDE E AZUL CULTURA DE PAZ SE FAZ COM RESPEITO À DIGNIDADE DO ANCESTRAL HOMEM MARAJOARA NA PROTEÇÃO DA BIOSFERA
BRASILEIRA EM REDE SOLIDÁRIA NO MUNDO INTEIRO.</b></span></span></span></div>
<div align="CENTER" class="western" style="background: #0047ff; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<br />
<br /></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<br />
<br /></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">A apenas sete dias dos 192 anos da </span><span style="color: #666666;"><b>proclamação
de Muaná para Adesão do Pará à Independência do Brasil</b></span><span style="color: #666666;">
– nossa verdadeira Data Magna de </span></span><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">28 de Maio</span><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">, dia de lembrar os mártires paraenses da adesão ao império do Brasil e luta marajoara por pertencer integralmente à pátria amada Brasil –
, está prevista na cidade de Breves, ilha do
Marajó, para 22/05, </span><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">audiência pública</span><span style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;"> convocada pelo Governo do Estado do Pará,
através da Secretaria de Estado de Planejamento (SEPLAN), com a
finalidade de assegurar participação popular ao Plano Plurianual
(PPA) para o período de 2016 a 2019.</span><br />
<br />
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Nessa
ocasião entraria em pauta discussão sobre o destino da falada,
comentada e jamais apresentada aos canais competentes <b>Reserva
da Biosfera Marajó-Amazônia (RBMAz)</b>,
que já vai completar 12 anos a imitar a <b>APA-Marajó</b> mãe, que não ata nem
desata desde a última Constituinte de 1989. Pairam dúvidas sobre a inesperada inclusão desta demanda ao PPA a
ser levado à votação final, nós acreditamos, <span style="background-color: yellow;">na Assembléia
Legislativa onde talvez a participação popular de faça de maneira mais intensa e abrangente na Capital que numa cidade embora central ainda não tem comunicação direta com todos municípios da mesorregião</span>: qual, portanto, a real intenção do governo estadual ao colocar em
audiência pública um projeto da maior importância para o Estado do Pará em sua totalidade na Amazônia Brasileira? Se por acaso o mesmo Estado não tem dado a importância que a proposição
marajoara merece e o público se acha mal informado a
respeito da matéria que irá decidir, sem saber, num bazar de ofertas nem todas ela podendo ser contempladas num orçamento de tempo de vacas magras. A pergunta que não quer calar: será que orçamentos participativos são menos alternativos em tempos de vacas gordas? Reza o ditado popular, farinha pouca meu pirão primeiro... </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Cautela
e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Gostaríamos muito de
entender a notícia, oficiosa até agora, através da internet como gesto amistoso, de verdade, para tirar o projeto
da <b>RBMAz</b></span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large; line-height: 0.53cm;"> do congelador da SEMAS para levar à boca do forno do IDEFLOR-BIO. Mas, infelizmente, quando a esmola é grande o santo desconfia. Se, pelo menos, a reserva da biosfera estivesse no rol para saco de bondades de Caravana do <b>PRO PAZ</b> a gente poderia depositar mais um pouquinho de fé... E pensar que Breves é a terra do índio Piyé Mapuá que aliás nunca se fiou nas promessas de paz dos portugueses, conforme o padre Antônio Vieira deixou constância em carta de 11/02/1660 a El-Rei de Portugal.</span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br />
</span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: large;">Primeiramente, e</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">m
nosso juízo apesar de requentada a <b>RBMAz</b>
<span style="background-color: yellow;">não é de maneira nenhuma projeto novo para “começar” de
2016</span> em diante, como parece ser intenção do governo para vender o peixe dele... Aí a porca torce o rabo. A verdade
é que no atual governo o “movimento está parado” no que tange
ao processo de candidatura da reserva da biosfera. Aliás entre
2003 até 2007 estando à frente do governo o mesmo governador que aí está,
apesar do belo discurso de sempre sobre o desenvolvimento
sustentável; foram implícitos os gestos desfavoráveis ao projeto
de meter uma reserva da biosfera no reino do latifúndio das velhas
sesmarias dos Barões de Joanes, tanto quanto foi a leniência costumeira na implantação da
<b>Área
de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA-Marajó)</b>, ao contrário do que manda a Constituição do Estado. Sem que, noves fora meia dúzia de Quixotes, disto tenham jamais dado
mostras de preocupação o Ministério Público, a Mídia e os
políticos em geral tão prestimosos em chorar o pobre IDH da boa gente
marajoara.</span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="western" style="border: none; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;">Na
verdade, recusa obstinada ao projeto de </span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"><b>RBMAz</b></span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;">
é um equívoco que não tem a ver diretamente com
fazendeiros do Marajó, mas com outros setores econômicos no Pará,
menos visíveis mas com maior cacife para influir nas políticas de
Estado. Tais setores econômicos são opostos a unidades de
conservação na Amazônia vendo nelas inimigos aos seus negócios. Então, a bem da verdade deve-se dizer que diversos pecuaristas marajoaras, assim como a </span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"><b>Associação
de Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM)</b></span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;">,
entidade representativa de prefeitos marajoaras que em
Muaná assinou a <b>Carta de Muaná</b> de 08/10/2003 em conjunto com a Diocese de Ponta de Pedras e outras organizações da sociedade civil para criação da reserva da biosfera do
Marajó em parceria com a hoje </span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"><b>Secretaria
de Estado de Turismo (SETUR);</b></span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"> já compreenderam com exemplo da reserva da biosfera do
Pantanal que, longe de prejudicar fazendas históricas e
tradicionais, a modalidade de conservação internacional pode
facilitar o desenvolvimento do polo turístico Marajó, atualmente
financiado pelo </span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"><b>Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). </b></span><span style="color: #666666;"><span style="line-height: 0.53cm;">E uma vez que Marajó venha a ser chancelado por agência da ONU maiores serão as oportunidades de captação de recursos para o
desenvolvimento sustentável do maior </span><span style="line-height: 20.0314960479736px;">arquipélago</span><span style="line-height: 0.53cm;"> fluviomarinho do mundo, sito ao estuário do maior rio da Terra. </span></span>
</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;"><span style="line-height: 0.53cm;"><br /></span></span></span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Em
especial na expectativa duma virada histórica, quase certa, do meio ambiente na próxima
COP 21 prevista para dezembro vindouro em Paris. Onde faria bem o governo do
Pará estar presente, como esteve em Estocolmo durante a COP 15, em 2009, mantendo entendimento com a delegação francesa a respeito de captação de
recursos por prestação de serviços ambientais em sequestro de
carbono. Eis que nós estamos lembrados de que o Golfão Marajoara
faz enlace das Amazônias verde e azul onde emissões do
Pré-Sal poderão ser compensadas pela captação de CO², gás de efeito estufa. Não só pela Floresta Amazônica, mas também a vasta vegetação de áreas úmidas, tais como mangues,
aningais, mondongos, cerrados e campos alagados notáveis formações protegidas pela
Convenção de Sítios Ramsar.</span></span><br />
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></span>
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Falando deste importante protocolo de cooperação internacional para preservação da natureza, já podemos pensar em aves migratórias - guarás, maçaricos, andorinhas, por exemplo; e outras espécies da avifauna endêmica encontradas no Marajó - seguidas por segmento de aficionados em observação de pássaros. Turismo de natureza e outras modalidades compatíveis ao <b>programa MaB da UNESCO</b> no polo Marajó, estão entendendo onde quero chegar com esta velha história? A indústria do turismo cresceu 57% na última década e movimenta, mundialmente, cerca de US$ 3,5 trilhões cada ano. O ecoturismo é o segmento de maior crescimento na indústria do turismo e o Marajó sofre pontos de estrangulamento no setor turístico ficando a ver navios, enquanto o paraíso ecológico se degrada quando havia tudo para ser importante destino ecoturístico da Amazônia...</span></span></div>
<div style="background-color: white;">
<br /></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">Não
só a </span><span style="color: #666666;"><b>Organização
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)</b></span><span style="color: #666666;">
poderá oferecer ao Estado do Pará importante cooperação para aproveitamento de riquezas naturais e culturais, através
do </span><span style="color: #666666;"><i>Programa
Homem e Biosfera (MaB)</i></span><span style="color: #666666;">,
como também a educação científica e tecnológica poderá ser beneficiada no caso de vir a ser criada a sétima RB brasileira e
sétima também da Pan-Amazônia (contando a Reserva da Biosfera
Amazônia Central envolvendo os estados da Amazônia Brasileira do
Acre, Amazonas, Roraima, e uma parte do Baixo Amazonas paraense entre
Faro, Terra Santa e Oriximiná; mais as RBs amazônicas da Bolívia,
Peru, Equador, Colômbia e Venezuela) no bioma do Golfão Marajoara. </span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">Esta sétima RB brasileira e amazônica simultaneamente será, com
certeza, um poderoso atrativo turístico para produto rural com a
cara de fazenda marajoara tradicional. Como também o ecoturismo de base na
comunidade - poderoso instrumento de justiça e paz social - encontrará incentivo extraordinário, comparável ao caso
da Costa Rica, contribuindo positivamente para Marajó elevar o
lamentável IDH que hoje ostenta. Um turismo inteligente que atende grandes e pequenos com equidade só pode esperar apoio da ONU sem falta: quem leu o romance "<i>Marajó</i>" da obra premiada de Dalcidio Jurandir entenderá depressa aonde se quer chegar...</span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;"><br /></span></span></div>
<div class="western" style="border: none; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;">Em
vista do exposto, em nome da Criaturada grande de Dalcídio Jurandir,
nós que somos signatários da <b>Carta de Muaná</b> temos
sido críticos e agora ainda não podemos deixar de manifestar
pessimismo quanto ao tratamento que o Estado do Pará através de
seus diversos governos, desde a Constituição estadual de 1989, tem
dado à aguda questão socioambiental na mesorregião marajoara.
Abrimos, às vezes, breve exceção ao período de 2007 a 2010,
relativo ao governo da Senhora Ana Júlia Carepa, que iniciou
procedimentos para formalizar candidatura da </span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"><b>RBMAz</b></span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;">.
Mesmo assim esse governo, que teve chance de ficar na história
tirando a </span><span style="color: #666666; line-height: 0.53cm;"><b>APA-Marajó</b></span><span style="color: #666666;"><span style="line-height: 0.53cm;">
do papel para emplacar a Reserva da Biosfera em qualidade de fruto desta última, cometeu erro de
negligenciar importantes aspectos políticos, culturais e
antropológicos envolvidos deixando assim de atribuir prioridade e
tratamento de </span><span style="line-height: 20.0314960479736px;">nível</span><span style="line-height: 0.53cm;"> internacional ao projeto a bel
prazer </span><span style="line-height: 20.0314960479736px;">tecnocrático</span><span style="line-height: 0.53cm;"> da SEMAS: com que se perdeu oportunidade
de protocolar imediatamente a candidatura junto à COBRAMAB, em Brasília; enquanto prosseguiam levantamentos de flora, fauna, população e ecossistemas para suporte final da demanda junto ao MaB em Paris. </span></span>
</span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /><br />
</span></div>
<div class="western" style="border: none; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="line-height: 0.53cm;">Reconhecemos que a direção da SEMAS, com base em experiências passadas agiu
corretamente ao priorizar “dever de casa” e deixar o ato formal junto ao COBRAMAB para depois. Todavia, foi vã a esperança
de que uma vez lançada oficialmente a candidatura amparada
tecnicamente não haveria tanta espera como, por exemplo, no caso da
RB do Pantanal. Sobretudo, que não se contou com o enorme retrocesso
político que iria ocorrer referente à dita candidatura, com parada total de trabalhos de campo e gabinete. De maneira que hoje lamentamos que
o governo daquele período não tivesse logo formalizado o projeto
junto à COBRAMAB, uma vez que a Comissão Brasileira poderia
também ela agora estar junto às poucas vozes que ainda esperam levar a
esperança avante. </span></span></span><br />
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="line-height: 0.53cm;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="line-height: 0.53cm;">Mas será este o proposito do atual governo
estadual ao mandar o assunto, sem aviso prévio, para audiência pública? </span><span style="background-color: yellow;"><span style="line-height: 0.53cm;">Temos motivos para duvidar e suspeitar até duma tentativa para justificar deliberadamente o arquivamento do projeto. Oxalá nós </span><span style="line-height: 20.0314960479736px;">estejamos</span><span style="line-height: 0.53cm;"> completamente errados sobre isto!</span></span></span></span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Orçamento
participativo é, de fato, altamente democrático, isto não se pode
negar. Mas, nós chamamos atenção para determinada seletividade de
escolhas e decisões de governo e de estado. Um assunto de nível
internacional não pode ser exclusivamente tratado como escolha
orçamentária de governo entre um festival do peixe frito numa
comunidade pesqueira e a necessidade de levar o <b>Programa estadual
de assistência social PRO PAZ</b> a dois bairros de periferia com
dobro ou triplo de habitantes, por exemplo. Cooperação internacional é negócio
de Estado e não apenas assunto de Governo. <span style="background-color: #fff2cc;">Portanto, nós somos os primeiros
da dar parabéns ao Governador pela correta decisão em atribuir à <b>Coordenadoria de Relações Internacionais do Governo
do Pará</b> missão especial a fim de mostrar o <b>PRO PAZ</b> ao mundo, quando a imagem
externa do Pará não é das melhores. Mas nos perguntamos os motivos de depreciação do mesmo governo a respeito de uma projeto de natureza planetária podendo render justos créditos à boa imagem do Estado do Pará no exterior.</span></span></span><br />
<span style="color: #666666;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="border: none; line-height: 0.48cm; margin-bottom: 0.53cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">Se o Governador Simão Jatene conversasse menos com assessores de
produção e um pouco mais com a área ambiental, talvez ele já tivesse
se dado conta, com exemplo do Pantanal e da Costa Rica inclusive; que
o turismo paraense tem mais a ganhar com áreas protegidas que
aparecendo na Mídia como vilão do meio ambiente. <span style="background-color: #93c47d;">É claro que a
</span></span><span style="background-color: #93c47d;"><span style="color: #666666;"><b>Reserva
da Biosfera Marajó-Amazônia (RBMAz)</b> deve receber prioridade e tratamento de Estado</span><span style="color: #666666;"> e não ser tratada exclusivamente em audiência pública de
planejamento orçamentário, de resultado imprevisível, quando se sabe que é um projeto afim de rede mundial de, aproximadamente, 600 reservas da biosfera sob competência
da UNESCO. </span></span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="background-color: #93c47d;"><span style="color: #666666;"><br /></span></span></span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">Qual
o nível de informação da audiência de Breves para discutir se a
<b>RBMAz</b> deve entrar ou não no PPA? Melhor seria que a população, tempestivamente, tivesse recebido noções de educação ambiental – inclusive
sobre o MaB com participação especial da <i>Cátedra da UNESCO</i> em Belém -
durante Caravanas do <b>Pro Paz</b> aos 16 municípios marajoaras para acesso da população mais carente a
serviços de atenção às necessidades básicas do cidadão, como
atendimento médico, exames oftalmológicos, vacinação entre outros
realizando ações de mobilização a fim de fortalecer a cidadania
paraense. Dando o peixe e ensinando a pescar ao mesmo tempo, essa gente caso viesse a participar de audiência pública saberia pelo menos o que é uma reserva da biosfera. <span style="background-color: lime;">Mas será que os organizadores da audiência de Breves estão capacitados a responder a perguntas sobre este assunto? Logo, como se vai colocar a questão junto ao público?</span></span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;"><span style="background-color: lime;"><br /></span></span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 0.64cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #3f3f3f;">Assim
como o Pará colheu bom resultado com o <b>PRO PAZ</b> no <i>13º Congresso de
Prevenção contra o Crime</i>, realizado pela Organização das Nações
Unidas (ONU), em Doha, no Qatar, poderia reforçar esta e outras
ações de interesse externo em uma pauta de relações
internacionais destinada a fomentar imagem favorável ao nosso
Estado, ao mesmo tempo que sem demagogia ou clientelismo levaria
junto com as Caravanas da Cidadania às comunidades amazônicas
tradicionais como Quilombolas, Indígenas e Ribeirinhos informações
sobre cooperação com as diversas agências da ONU tais como UNESCO, UNICEF, PNUD e outras. </span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 0.64cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #3f3f3f;"><br /></span></span></div>
<div class="western" style="line-height: 0.64cm; orphans: 2; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #3f3f3f;">Desta maneira, o <b>PRO PAZ</b> como "menina dos olhos" dos programas de governo ao assumir missão de assistência social a pessoas em situação de vulnerabilidade,
contribuindo à prevenção da violência, redução e solução de
conflitos por meio da inclusão social e disseminação da Cultura de
Paz; acrescentaria viés socioambiental de relevante importância para
melhoria do IDH da Criaturada, tal como determina a Constituição
estadual, no que diz respeito à</span><span style="color: #666666;">
</span><span style="color: #666666;"><b>Área
de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (APA-Marajó)</b></span><span style="color: #666666;"> seguida de candidatura do bioma do Golfão Marajoara à rede brasileira de reservas da
biosfera a par dos biomas da Mata Atlântica / Cinturão Verde da
Cidade de São Paulo, Cerrado, Caatinga, Serra do Espinhaço e
Amazônia Central, nos termos previstos pelo Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC). <span style="background-color: lime;">Porém, é preciso ler o Parágrafo segundo, da alínea VI, do Artigo 13 da Constituição do Estado no que subordina a <b>APA-Marajó</b> ao bem-estar da gente marajoara, pois o meio ambiente não se justifica sem a gente conforme a filosofia prática de Chico Mendes vitoriosa na política ambiental brasileira. </span></span></span></div>
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /><br />
</span></div>
<br />
<div class="western" style="border: none; line-height: 0.53cm; margin-bottom: 0.4cm; orphans: 2; padding: 0cm; widows: 2;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">O Pará que, justificadamente, se orgulha do zoólogo paraense Márcio José Ayres na inovação da RDS de Mamirauá, poderia também comemorar o fato histórico em ter talvez a única constituição estadual que determina uma APA de cobertura ao maior arquipélago fluviomarinho do planeta, nomeando expressamente a população tradicional com destinatário da vocação econômica da área protegida. </span></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: #666666;">Com um tal pensamento socioambiental de primeira ordem elevado à política de Estado, <span style="background-color: #b6d7a8;">o </span></span><span style="background-color: #b6d7a8;"><span style="color: #666666;"><b>PRO
PAZ</b></span><span style="color: #666666;"> aliando-se ao </span><span style="color: #666666;"><b>MaB</b></span></span><span style="color: #666666;"><span style="background-color: #b6d7a8;"> para "<i>vender</i>" a ideia da <b>RBMAz</b> em suas Caravanas, com certeza, alcançaria repercussão externa bem maior do que tudo
que já foi feito no Pará em termos de marketing institucional</span>,
compatível perfeitamente aos Objetivos do Milênio pela ONU para
melhoria do baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mobilizando
voluntariado entre populações tradicionais como zeladores do meio
ambiente e do território. Bem como a proteção dos respectivos
ecossistemas, conforme preconizado nacional e internacionalmente
através do programa </span><span style="color: #666666;"><i>Homem
e Biosfera (MaB)</i></span><span style="color: #666666;">,
da </span><span style="color: #666666;"><i>Organização
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).</i></span></span><span style="color: #666666;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 16pt;">
</span></span></span>
</div>
</div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-11783257037895537112015-04-19T09:04:00.000-07:002015-04-19T10:24:40.950-07:00TODO DIA É DIA DE ÍNDIO<img src="https://scontent-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xpa1/v/t1.0-9/11146302_690845087686996_2421647007289024889_n.jpg?oh=eee80ade38c3cc4cda20dd39da6a80ca&oe=55E02D65" /><br />
<b>em Brasília vindos de diversas partes do país, povos indígenas protestam no Congresso nacional contra projeto de emenda à Constituição que retira competência do Executivo para demarcar terras indígenas. Uma iniciativa de setores conservadores ligados ao agronegócio e ao latifúndio, de nítida intenção protelatória à demarcação de terras indígenas e aos direitos humanos dos índios garantidos na Constituição.</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: red;"><span style="font-size: x-large;"><b>DIA DO ÍNDIO</b></span></span></div>
<br />
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">I Congresso Indigenista Internacional - 19 de Abril de 1940
</span></span></h3>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">
</span></span>
<div class="post-header">
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">
</span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">Funai - Em 1940 realizou-se, na cidade
de Patzcuaro, no México, o I Congresso Indigenista Internacional, com
objetivo de debater assuntos relacionados às sociedades indígenas de
cada país. Foram convidados representantes de todos os países do
continente americano.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><br /></span></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">Os índios, principal
motivo do evento, receberam o convite de honra, entretanto, por terem
sido, ao longo de sua história, perseguidos e traídos pela sociedade
envolvente, optaram por manterem-se afastados. Vários e insistentes
convites foram feitos na tentativa de fazê-los participar do congresso.
Ao fim de alguns dias, na medida em que se inteiravam dos reais
propósitos da reunião, de sua importância para a luta por garantias de
seus direitos, resolveram participar de forma efetiva nas reuniões de
Patzcuaro. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><br /></span></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">Esse
momento, por sua importância na história do indigenismo das Américas,
motivou os Congressistas a deliberarem no sentido de instituir o dia 19
de Abril como o “Dia do Índio”.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><br /></span></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">O
I Congresso Indigenista Interamericano foi um evento importante, não
só por ter instituído o “Dia do Índio”, mas principalmente por ter
deliberado a criação do Instituto Indigenista Internacional, com sede no
México, cuja finalidade é zelar pela garantia dos direitos indígenas
nas Américas. Ao Instituto Indigenista Interamericano encontram-se
ligado os Institutos Indigenista Nacionais. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><br /></span></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">O
governo brasileiro, por questão de política interna, não aderiu de
imediato às deliberações desse Congresso, somente em 1943, graças aos
apelos e intervenções formulados pelo Marechal Rondon é que o então
Presidente da República, Getúlio Vargas, determinou a adesão do Brasil
ao Instituto Indigenista Interamericano, como também instituiu o dia 19
de abril como o “Dia do Índio”, por meio do Decreto - Lei N.° 5. 540.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><br /></span></span>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;">Se por um lado é importante ter
uma data para que a sociedade nacional comemore e reflita sobre as
sociedades indígenas, por outro lado é lamentável que as atenções
estejam voltadas para esses povos por apenas um dia ou uma semana. O
ideal é a conscientização nacional de que o Brasil é um país pluriétnico
e que é preciso construir um cotidiano de convivência pacífica, de
respeito e aprendizado mútuo.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace;"><br /></span></span>
</div>
Fonte: <a href="http://www.brasiloeste.com.br/noticia/957/">http://www.brasiloeste.com.br/noticia/957/</a><span class="_Tgc" style="font-size: large;"> <b> </b></span><br />
<br />
<img src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xat1/v/t1.0-9/s720x720/11120513_918521291521679_1327858058625390096_n.jpg?oh=c3afdc2c6b6cb2bd8fec71b76a320f1f&oe=55A37469&__gda__=1436604693_265772f7a2553c143bac79c0e8b4f709" /><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<i><b>“Nós, povos indígenas do Brasil, não queremos essa PEC. Ela é uma cobra
grande. Vamos matar a cobra. Vamos matar a cobra antes que ela cresça.
Vamos matar, vamos enterrar e vamos queimar essa cobra grande, para não
nascer mais a raiz. Não pode engavetar, porque depois vem de novo para a
nossa futura geração”. == </b></i><b>Davi Kupenawa Yanomami.</b></div>
<br />
<br />
<h1 class="title">
Homenagem aos índios no Senado é marcada por reclamações contra a PEC 215</h1>
<div class="block-top">
</div>
<br />
<header>
<ul class="updates">
<li class="date">16/04/2015 </li>
<li class="location">São Paulo</li>
</ul>
<div class="node-info">
<b>Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil</b>
Edição: <b>Jorge Wamburg </b></div>
<div class="node-info">
<b> </b>
</div>
</header>
O Senado fez hoje (16) sessão especial para homenagear os povos
indígenas, pelo Dia do Índio, que será comemorado no próximo domingo
(19). Nos discursos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que
transfere do Executivo para o Legislativo as demarcações de áreas
indígenas, foi apontada como símbolo das injustiças históricas cometidas
contra esses povos no Brasil. Diversas lideranças indígenas de todo o
país foram recebidas no plenário.<br />
<br />
“<i><b>Nós, povos indígenas do
Brasil, não queremos essa PEC. Ela é uma cobra grande. Vamos matar a
cobra. Vamos matar a cobra antes que ela cresça. Vamos matar, vamos
enterrar e vamos queimar essa cobra grande, para não nascer mais a raiz.
Não pode engavetar, porque depois vem de novo para a nossa futura
geração</b></i>”, declarou Davi Kupenawa Yanomami, considerado uma das
principais lideranças indígenas do país.<br />
<br />
Uma camiseta com a frase
"Fora PEC 215" foi entregue aos parlamentares e autoridades pelo líder
dos Povos Indígenas do Brasil, Neguinho Truká. Em discurso, Truká
lembrou que a PEC é simbólica, mas não é uma proposta isolada de
intervenção negativa sobre as demarcações de terras indígenas. “<i><b>A PEC
215 é um instrumento que se tornou mais atrevido pela Câmara de
Deputados, mas nós temos aqui no Senado a PEC 38, que tem o mesmo
conteúdo e que muda simplesmente o número e a Casa. Um é na Câmara e
outro no Senado. Nós temos a Portaria 303, da AGU [Advocacia-Geral da
União], que é no mínimo absurda, também, tentando intervir na
demarcação, na regularização fundiária do nosso Território</b></i>”, disse o
líder indígena.<br />
<br />
Além da preocupação com a política de demarcação
de terras indígenas, os representantes dos índios também chamaram a
atenção para outras questões. Truká lembrou que o país precisa
desenvolver uma política de educação que seja inclusiva e que respeite a
cultura e as peculiaridades de cada etnia.<br />
“<i><b>A busca que nós
temos, de fato, hoje, no país afora, na prestação de serviços
essenciais, é o modelo que a gente lutou aqui nesta Casa em 2000, que
foi a aprovação da Lei Arouca, criando o Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena. Nós defendemos o subsistema também para a educação indígena em
todo o país, mas um subsistema que respeite as especificidades e
respeite as diferenças”</b></i>, disse Truká.<br />
<br />
Na sessão, a coordenadora
da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, criticou o
projeto do novo Marco da Biodiversidade, aprovado ontem (15) no Senado.
Ela lembrou que o projeto, que trata diretamente dos interesses dos
povos indígenas, foi aprovado na Câmara sem que eles fossem ouvidos.
Quando chegou ao Senado, segundo a coordenadora, os representantes dos
índios apresentaram emendas ao texto, mas essas partes foram
desconsideradas, como a que propunha a modificação do termo “populações
indígenas” por “povos indígenas”.<br />
<br />
“<i><b>Ontem, o Senado aprovou o
texto, desconsiderando-nos, simplesmente nos negando nossa identidade,
quando retirou desse projeto de lei a palavra "povos", colocando-nos
como população. O conceito de povos já é garantido na Constituição
Federal. Então, quero lamentar esse fato acontecido aqui ontem”</b></i>, disse.
Logo após o discurso, Sônia seguiu para encontro com o vice-presidente
da República e novo articulador político do governo, Michel Temer.<br />
<br />
As
queixas sobre a forma como os índios foram tratados no Marco da
Biodiversidade se reproduziram ainda em outros discursos de lideranças
indígenas e foram apoiadas pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
“<i><b>Vocês são povos diferentes, não são população, como querem denominar na
marra, na força, porque população é um conceito demográfico, está na
geografia. Povo é um conceito da história que cada um de vocês construiu
muito antes de os brancos aqui chegarem, muito antes”</b></i>, disse o senador
ao plenário repleto de indígenas.<br />
<br />
O presidente dos trabalhos foi o
senador João Capiberibe (PSB-AP), autor do requerimento para que a
sessão solene ocorresse. Ele comemorou o fato de os índios terem acesso
aos microfones do Senado. “<i><b>Muito importante participar deste momento, um
momento fantástico de ver um descendente assumir da tribuna do Senado
essa condição de indígena. Isso é muito forte e pedagógico. Este é o
povo brasileiro. Somos nós, povo brasileiro”</b></i>, disse Capiberibe.<br />
No
entanto, apesar de ainda haver espaço no plenário, parte dos índios que
estavam acampados no gramado em frente ao Congresso Nacional não pôde
entrar no prédio. A Polícia Militar fez um cordão de isolamento para
garantir que o grupo não entrasse.<br />
<br />
<br />
<img alt="" src="http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/imagens/banners/lateral/240_100/banner-240-100.png" /><br />
<br />
<br />
<article>
<header class="article-header clearfix">
<h1 class="article-title">
<a href="http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/3233-presidenta-dilma-rousseff-publica-decreto-de-homologacao-de-terras-indigenas-e-funai-abre-concurso-para-220-servidores"> Presidenta Dilma Rousseff publica decreto de homologação de terras indígenas e Funai abre concurso para 220 servidores</a>
</h1>
</header>
<aside class="article-aside clearfix">
<dl class="article-info pull-left"><dd class="published">Publicado em 18 Abril 2015
</dd></dl>
<div class="btn-group pull-right">
<a class="btn dropdown-toggle" data-toggle="dropdown" href="http://www.funai.gov.br/index.php/comunicacao/noticias/3233-presidenta-dilma-rousseff-publica-decreto-de-homologacao-de-terras-indigenas-e-funai-abre-concurso-para-220-servidores#"> <span class="caret"></span> </a>
</div>
</aside>
<section class="article-content clearfix">
<img alt="FotoMário VilelaFunai" src="http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/ascom/2015/img/04-abr/FotoM%C3%A1rio%20VilelaFunai.jpg" height="199" style="float: left;" title="Foto: Mário Vilela/Funai" width="300" />O
Governo Federal homologa na próxima segunda-feira (20), por meio de
decreto da presidenta Dilma Rousseff, três terras indígenas na região
norte do país, que totalizam 232.544 hectares, e atendem a reivindicação
de quatro etnias, nos estados do Amazonas e Pará.<br />
<br />
A terra indígena Arara da Volta Grande do Xingu, habitada por povos
Arara e Juruna, tem 25,5 mil hectares e está localizada no município de
Senador José Porfírio (PA). Está inserida nos procedimentos de
licenciamento da Usina de Belo Monte.<br />
<br />
A terra indígena Mapari, no Amazonas, está localizada nos municípios
de Fonte Boa, Japurá e Tonantins. É a maior das áreas, com 157.246
hectares, e é habitada por índios Kaixana. Ocupando territórios dos
municípios de Borba e Novo Aripuanã (AM), a terra indígena Setemã atende
a reivindicação de índios Mura. Possui área de 49.773 hectares.<br />
<br />
Nesta semana, o Governo Federal recebeu representantes da Articulação
Nacional dos Povos Indígenas, e o ministro da secretaria-geral da
Presidência, Miguel Rossetto, reafirmou o compromisso com os direitos
dos povos indígenas.<br />
<br />
<br />
Cargos na Funai<br />
<br />
O Ministério do Planejamento deve publicar na quarta-feira (22)
autorização para o provimento de 220 cargos da Fundação Nacional do
Índio (Funai).<br />
<br />
Para o presidente da Fundação Nacional do Índio, Flávio Chiarelli,
"esses decretos de homologação são importantes para garantir a
territorialidade das comunidades diretamente interessadas e demonstram
que o Governo Federal está empenhado na efetivação dos direitos dos
povos indígenas. Nesse sentido, outras áreas poderão ser declaradas e
homologadas ainda este ano. A realização do concurso, por sua vez,
contribuirá significativamente para o fortalecimento da Funai no
exercício de sua missão institucional."<br />
</section>
</article><br />
<br />
<br />
<br />
<header class="article-header clearfix">
<h1 class="article-title">
Quem São </h1>
</header>
<aside class="article-aside clearfix">
<div class="btn-group pull-right">
<a class="btn dropdown-toggle" data-toggle="dropdown" href="http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao#"> <span class="caret"></span> </a>
</div>
</aside>
<br />
<div class="pagenavcounter">
Pagina 1 de 8</div>
Desde 1500 até a
década de 1970 a população indígena brasileira decresceu acentuadamente e
muitos povos foram extintos. O desaparecimento dos povos indígenas
passou a ser visto como uma contingência histórica, algo a ser
lamentado, porém inevitável. No entanto, este quadro começou a dar
sinais de mudança nas últimas décadas do século passado. A partir de
1991, o IBGE incluiu os indígenas no censo demográfico nacional. O
contingente de brasileiros que se considerava indígena cresceu 150% na
década de 90. O ritmo de crescimento foi quase seis vezes maior que o da
população em geral. O percentual de indígenas em relação à população
total brasileira saltou de 0,2% em 1991 para 0,4% em 2000, totalizando
734 mil pessoas. Houve um aumento anual de 10,8% da população, a maior
taxa de crescimento dentre todas as categorias, quando a média total de
crescimento foi de 1,6%.<br />
<br />
<br />
<img alt="graficomartavalendo" src="http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/presidencia/GraficoQuemSao/graficomartavalendo.png" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" /><br />
<br />
<br />
Um dado importante foi o aumento da proporção de indígenas urbanizados.<br />
<br />
A atual população indígena brasileira, segundo resultados
preliminares do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de
817.963 indígenas, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180
habitam as zonas urbanas brasileiras. Este Censo revelou que em todos os
Estados da Federação, inclusive do Distrito Federal, há populações
indígenas. A Funai também registra 69 referências de índios ainda não
contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o
reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal
indigenista.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>>><i>FORAM REGISTRADAS NO PAÍS 274 LÍNGUAS INDÍGENAS</i><<<i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Com relação às 274 línguas faladas, o censo demonstrou que cerca de 17,5% da população indígena não fala a língua portuguesa.<br />
<br />
Esta população, em sua grande maioria, vem enfrentando uma acelerada e
complexa transformação social, necessitando buscar novas respostas para
a sua sobrevivência física e cultural e garantir às próximas gerações
melhor qualidade de vida. As comunidades indígenas vêm enfrentando
problemas concretos, tais como invasões e degradações territoriais e
ambientais, exploração sexual, aliciamento e uso de drogas, exploração
de trabalho, inclusive infantil, mendicância, êxodo desordenado causando
grande concentração de indígenas nas cidades.<br />
<br />
Hoje, segundo dados do censo do IBGE realizado em 2010, a população
brasileira soma 190.755.799 milhões de pessoas. Ainda segundo o censo,
817.963 mil são indígenas, representando 305 diferentes etnias. Foram
registradas no país 274 línguas indígenas.<br />
<br />
<img alt="indiostotal" src="http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/presidencia/GraficoQuemSao/indiostotal.png" height="260" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" width="522" /><br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<article>
<header class="article-header clearfix">
<h1 class="article-title">
Etnodesenvolvimento </h1>
</header>
<aside class="article-aside clearfix">
<div class="btn-group pull-right">
<a class="btn dropdown-toggle" data-toggle="dropdown" href="http://www.funai.gov.br/index.php/nossas-acoes/2013-11-18-18-38-38#"> <span class="caret"></span> </a>
</div>
</aside>
<section class="article-content clearfix">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em virtude das particularidades
existentes entre diferentes regiões, países como o Brasil necessitam
adotar estratégias em busca de melhoria das condições de vida das suas
populações diferentes daquelas adotadas por países desenvolvidos,
evitando, sobretudo, repetir os modelos provenientes do exterior, uma
vez que as trajetórias históricas são diferentes. Ainda, em se tratando
de populações indígenas, há de ser considerada, com grande ênfase, a
diversidade sócio-cultural dos diferentes grupos étnicos.Têm-se
considerado fatores e situações como suporte a um processo de
desenvolvimento duradouro, os quais devem ser tomados em conjunto, já
que há uma interdependência entre eles:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">"Estratégias voltadas para as
necessidades básicas, ou seja, uma estratégia destinada a satisfazer as
necessidades fundamentais de um grande número de pessoas, mais do que
crescimento econômico por si mesmo. Isto significa que o país deve
concentrar seus recursos e esforços no sentido de produzir os bens
essenciais";</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Fortalecer "visão interna, ou endógena, e não uma visão externa e orientada para as exportações e importações";</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">"Usar e aproveitar as tradições
culturais existentes e não rejeitá-las a priori como obstáculosao
desenvolvimento" e, ainda, basear as ações de desenvolvimento "no uso
dos recursos locais quer sejam naturais, técnicos e humanos";</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">"Respeitar, e não destruir, o meio
ambiente, ou seja, é válida do ponto de vista ecológico", orientando-se
"para a auto-sustentação nos níveis local, nacional e regional";</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">"Ser mais participativa do que tecnocrática".</li>
</ul>
</section>
</article><br />
<br />
<br />
<br />
<header class="article-header clearfix">
<h1 class="article-title">
Agrobiodiversidade </h1>
</header>
<aside class="article-aside clearfix">
<div class="btn-group pull-right">
<a class="btn dropdown-toggle" data-toggle="dropdown" href="http://www.funai.gov.br/index.php/agrobiodiversidade#"> <span class="caret"></span> </a>
</div>
</aside>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As linhas de ação da Funai relacionadas
ao etnodesenvolvimento buscam promover a agrobiodiversidade por meio da
valorização da diversidade biológica, dos sistemas agrícolas
tradicionais e do uso e manejo destes recursos vinculados ao
conhecimento e cultura das populações tradicionais e agricultores
familiares, estimulando, assim, a transmissão dos conhecimentos
tradicionais e o intercâmbio entre as diferentes etnias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />
<header class="article-header clearfix">
<h1 class="article-title">
Geração de renda </h1>
</header>
<aside class="article-aside clearfix">
<div class="btn-group pull-right">
<a class="btn dropdown-toggle" data-toggle="dropdown" href="http://www.funai.gov.br/index.php/geracao-de-renda#"> <span class="caret"></span> </a>
</div>
</aside>
Um dos desafios do indigenismo na atualidade é a promoção
qualificada do acesso de produtos comercializáveis ao mercado de
consumo. Especialmente o acesso a um mercado diferenciado que dê valor
às boas práticas ambientais, à justiça social e à diversidade cultural.
Dessa forma, a Funai, principalmente durante a vigência do PPA
2012-2015, vem promovendo o diálogo e articulação dos diferentes atores
envolvidos com a o comercialização dos produtos indígenas, a fim de
facilitar a organização da cadeia de cada produto.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<article>
<header class="article-header clearfix">
<h1 class="article-title">
Transição para Sustentabilidade </h1>
</header>
<aside class="article-aside clearfix">
<div class="btn-group pull-right">
<a class="btn dropdown-toggle" data-toggle="dropdown" href="http://www.funai.gov.br/index.php/transicao-para-sustentabilidade#"> <span class="caret"></span> </a>
</div>
</aside>
<section class="article-content clearfix">
O arrendamento e a parceria agropecuária e extrativa em Terras
indígenas são condutas expressamente proibidas em nosso ordenamento
jurídico. Ocorre que, a despeito da vedação legal, tais práticas são
comumente realizadas em diversas Terras Indígenas, seja para plantação
de soja, criação pecuária ou outro tipo de atividade.<br />
<br />
Evidentemente, a lucratividade que essas atividades proporcionam
tanto ao arrendatário como ao arrendador é o principal atrativo à
continuidade delas. Ademais, a prática do arrendamento e da parceria,
feitos desordenamente, causam também prejuízos de ordem social,
econômica e ambiental não só para os indígenas como também para toda
coletividade.<br />
<br />
Desta forma, entendendo que as Terras Indígenas, conforme orientação
constitucional, devem ser usufruídas de forma coletiva, beneficiando
toda a comunidade indígena, cabe à Funai apoiar iniciativas que
possibilitem a transição de dependência econômica para atividades mais
sustentáveis.<br />
</section>
</article><br />
fonte: FUNAI <br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: red;"><b><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por que o índio do Marajó está presente no mundo?</span></span></b></span></div>
<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Povo Marajoara é herdeiro de 5.000 anos de ocupação humana do delta-estuário do maior rio da Terra, onde cerca do ano 400 d.C. nossos antepassados índios criaram, na ilha do Marajó, a primeira cultura complexa da Amazônia, mãe da Arte primeira do Brasil: a cerâmica marajoara pré-colombiana de 1800 anos de idade. Subtraída quase furtivamente aos marajoaras de mísero IDH para ser dispersa em grandes museus nacionais e internacionais, conforme atesta a obra "<i>Cultura Marajoara</i>" da arqueóloga brasileira Denise Schaan, restando a este povo, de longa data vitimado pelo analfabetismo, apenas "cacos de índio" no museu do Gallo, mas sempre alienado a respeito de cento e tantos "tesos" (sítios arqueológicos) entregues à pata dos búfalos entre chuvas e esquecimento, onde a Amazônia azul se confunde com o verde da Floresta Amazônica.</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O bioma peculiar do maior arquipélago fluviomarinho do planeta, onde a grande ilha do Marajó -- maior que os Países Baixos -- se destaca dentre 2.500 outras ilhas no delta-estuário do Amazonas, é uma dádiva do encontro da Corrente Equatorial do oceano Atlântico com a gigantesca descarga de algo como vinte por cento da água superficial da Terra. Estas, dizem os pesquisadores, foram as condições ecológicas para nascimento desta cultura com a notável vocação para tornar-se numa base antropoética de genuína ecocivilização amazônica.</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todavia, a colonialidade de nossas elites despreza o barro do início do mundo para privilégio da pedra do barroco e quando por curiosidade coleciona coisas "exóticas" as exibe como troféus de conquista sonegando aos povos originais o patrimônio que eles mesmos construiram ao longo do tempo. Então, se no grande Norte civilizado índio bom era índio morto, abaixo do equador não podendo matar o índio sem perda do braço escravo, a civilização inventou primeiro o "índio cristão" e em seguida sobre este bárbaro extraído do mato fundou a subalterna "raça" dos "caboclos".</span></span><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Nós, os sumanos da Criaturada grande do 'índio sutil' (tratamento militante e afetuoso ao mesmo tempo de Jorge Amado a Dalcídio Jurandir, cuja historicidade a brava gente marajoara carece se empoderar com a maior urgência), não podemos mudar o passado da tragédia da história das Índias Ocidentais, sobretudo, no que tange ao Brasil donde nos afeta especialmente a "caboclização" do Diretório dos Índios (1757-1798) a bordo da incomparável <b>leseira amazônica</b>: Daí o fato antropológico que explica o "caboclo" e seus mais parentes da tragédia, na história social brasileira. Aquilo que somos na periferia da Periferia global: índios com amnésia, quando não vítimas irremediáveis de uma "educação" indutora do mal de Alzheimer na cultura envergonhada de nossas raízes genuínas a troco de imitações vindas de fora. </span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas, sim, nós podemos mudar o futuro para que a história não se repita como farsa. E já se sabe que a única maneira de mudar o futuro é no presente. No aqui e agora da rua, do rio, floresta, campos e cidades no meio do redemoinho da espiral evolutiva do mundo pela rede internacional solidária de toda humanidade filha da animalidade. O Homem e a Biosfera protegidos por homens e mulheres comprometidos com a vida, a paz e o amor libertador.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O Povo Marajoara, para se libertar dos tormentos do passados por seus antepassados indígenas, africanos arrastados à escravidão e brancos exilados pela pobreza e o preconceito na Europa precisa resistir à fragmentação socioambiental dos municípios repartidos entre a pequena burguesia das sedes municipais e o lupemproletariado dos sítios no ilhamento histórico entre chuvas e esquecimento...</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Hoje talvez a gente já esteja beirando a um milhão de pessoas de diversas condições sociais, se forem considerados e somados os quase 450 mil habitantes da comunidade dos 16 municípios marajoaras na mesorregião Marajó (território do tamanho de Portugal com uma população mestiçada comparável a do Suriname, por exemplo), mais os retirantes que se acham marajoaras na área metropolitana de Belém, Macapá, outras localidades brasileiras e até no exterior. </span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O estado de espírito marajoara é capaz de operar prodígios de naturalização de estrangeiros para comungar da amazonidade profunda; tais como o caso do padre italiano Giovanni Gallo é exemplar. Desgraçadamente, enquanto Marajó converte a cabeça e o coração de um Gallo para inventar o <i>sui generis</i> Museu do Marajó a fim da gente marajoara recuperar a memória perdida; milhares de marajoaras tornam-se estrangeiros em sua própria casa sem querer saber que enterraram o próprio umbigo no chão de Dalcídio e bebem das mesmas fontes onde, há milhares de anos passados, os mais antigos marajoaras saciaram a sede e com a lição dos peixes de gapuia, inventaram a primeira cultura complexa da Amazônia.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b> PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE REFAZENDA</b></span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Apesar de tudo, se a gente acordar com o Gallo a fim de aprender a ler Dalcídio, nós vamos ver que podemos, desde já, projetar</span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <span style="background-color: red;"><b>Encontro Internacional de Cultura Marajoara </b></span></span></span> no Marajó, em 2020, revelar o patrimônio histórico e cultural do Marajó na cultura nacional e internacional a partir pelo menos da <i>Exposição Etnográfica de Chicago</i> (Estados Unidos, em 1893), sob perspectiva retroativa do primeiro <i>Congresso Indigenista Interamericano</i>, em Patzcuaro (Máxico), em 19 de abril de 1940, quando se instituiu o <b>DIA DO ÍNDIO</b>.</span></span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Linda coincidência do primeiro <b>DIA DO ÍNDIO</b>, em 1940. com o início da carreira literária nacional do <b>Índio Sutil</b>, a fazer 80 anos em 2020. No México o Congresso que deveria ser lembrado no Marajó e no Brasil a invulgar história do escritor marajoara a obter o</span></span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> primeiro lugar do prêmio Dom
Casmurro instituído pela Editora Vecchi, concorrendo com quase uma centena de
escritores, diante de comissão julgadora formada por Jorge Amado, Raquel de Queiroz, Oswald de Andrade e Álvaro Moreyra.
</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> .<span style="background-color: red;"><b> </b></span></span></span></div>
José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4139164533333165260.post-76914615728560701022015-04-14T08:46:00.000-07:002015-04-14T14:20:07.584-07:00DEVORANDO A PAISAGEM: no espaço-tempo pós-colonial lentamente a complexidade digere a colonialidade.<span style="font-size: large;"><img src="http://imguol.com/2012/11/29/29nov2012---o-presidente-frances-francois-hollande-a-dir-cumprimenta-o-cacique-caiapo-raoni-txucarramae-nesta-quinta-feira-29-em-paris-raoni-realiza-uma-turne-pela-europa-para-sensibilizar-os-1354194879372_956x500.jpg" /></span><br />
<b><span style="background-color: #f1f1f1;"><span style="color: #888888; font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;">Paris,</span></span></span><span style="color: #888888; font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;"> 29 de novembro 2012,</span></span><span style="color: #888888; font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;"> o presidente François Hollande cumprimenta o cacique caiapó Raoni Txucarramãe. Um s<i>ouvenir</i> vivo da antiga camaradagem entre <i>explorateurs</i> franceses e índios americanos, desde o protesto de François I contra o "testamento de Adão" (bula <i>Inter Coetera</i> homologando o tratado de Tordesilhas de 1494) origem do mito do <i>bon sauvage</i> na sugestão da revolução de 1789, segundo Montaigne e Rousseau. Preâmbulo a cinco séculos de surdos diálogos Norte-Sul entre bárbaros e civilizados indiferentes a Levi-Strauss no labirinto de seus "tristes tropiques" e aos percalços de Rondon, traídos nas ingênuas esperanças do humanismo vencido pela colonialidade e o cinismo do lucro extrativista em rios de suor, sangue e lágrimas colonizados até nossos dias. Mas nós não sabíamos que o dinheiro, em lugar da economia real, é um vício escravizante como os cassinos, corridas de cavalo, o alcoolismo e outras drogas mais leves ou pesadas?</span></span></b><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #888888; font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;"> </span></span></b><img alt="" class="spotlight" src="https://scontent-gru.xx.fbcdn.net/hphotos-xtp1/v/l/t1.0-9/11150310_855268774519125_3778622013958702209_n.jpg?oh=f985d0d708f97dfc6ec64a9a5329e799&oe=55E0E97E" style="height: 274px; width: 286px;" /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #888888; font-family: arial, sans-serif;"><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;">Ilha do Marajó, antiga Costa-Fronteira do Pará nas raias ultramarinas de Tordesilhas (1494-1750), Muaná lugar histórico da proclamação de Adesão do Pará à Independência do Brasil (28 de Maio) no movimento paraense para a Independência 14 de Abril: periferia da Periferia, mulheres do lupemproletariado saído das "tribos" extintas dos Nheengaíbas na comunidade do rio Jararaca, vítimas da leseira amazônica entre tantas outras e tantos outros cabocos descendentes de índios tirados do mato pelas tropas de resgate (caçadores de escravos) ou pelos Descimentos de selvagens para catequese cristã e proletarização até a solução final civilizatória pelo iluminismo no Diretório dos Índios (1757-1798). Aos quais juntaram-se deportados da pobreza europeia e míseros escravos africanos: amostra singela do </span><i style="font-size: 13px; line-height: 16px;">apartheid</i><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;"> social invisível e do impasse na mudança de paradigma embargado pelo latifúndio e a devastação ambiental entre chuvas e esquecimento. Paradoxo do antigo "paraíso selvagem" <i>versus</i> "inferno verde" na </span><i style="font-size: 13px; line-height: 16px;">belle époque</i><span style="font-size: 13px; line-height: 16px;"> da Borracha...</span></span></b></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">FILOSOFIA BÁRBARA SAÍDA DO MATO NO PARTO DA ÚLTIMA FRONTEIRA DA TERRA.</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<img alt="Foto: Busto de Sócrates esculpido por Victor Wager" border="0" src="http://educarparacrescer.abril.com.br/imagens/aprendizagem/ssss.jpg" /></div>
<h1 style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Busto de Sócrates esculpido por Victor Wager</span></h1>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Há 192 anos, na cidade de Belém do Grão-Pará -- significa dizer Belém da Amazônia --, dia 14 de Abril de 1823 o povo paraense se pronunciou contra o colonialismo rompendo laços com o reino de Portugal em adesão à Independência do Brasil de 7 de Setembro de 1822. Desgraçadamente, nestes quase duzentos anos de neocolonialismo interno, a colonialidade portuguesa herdada pelo Império brasileiro (1822-1889) transmitiu-se genética e culturalmente à elite da República Velha (1889-1930), fez um breve alto na revolução de 1930, criou alma nova no Estado Novo para retornar com força total na ditadura de 1964; então depois de censurar, torturar e matar durante os anos de chumbo a peste ideológica transmitida pelo racismo jurou ir embora para nunca mais, com a promulgação da constituição-cidadã de 1988. Mas, quando menos se espera, o velho diabo aí está a fazer as suas diabruras e por isto o 14 de Abril nas efemérides políticas paraenses deveria ser um dia de consciência histórica de maior importância.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">O movimento amazônico 14 de Abril não foi um processo nativista, embora em seus primórdios o nativismo estivesse presente, tanto na revolta de 7 de Janeiro de 1619 dos Tupinambás do Maranhão e Grão-Pará; quanto na surda resistência marajoara desde quando a invasão da Terra Tapuia teve começo antes mesmo da chegada dos primeiros estrangeiros. Sua inspiração, evidentemente, é republicana com o retorno das tropas paraenses da ocupação de Caiena (1809-1817) trazendo notícias frescas da revolução dos escravos liderados por Toussaint L'Ouverture e da independência do Haiti: sabendo-se que "negros da terra" (escravos indígenas) "negros da Guiné' (escravos africanos e afrodescendentes), forros (libertos), cafuzos, cabocos, curibocas e o campesinato degredado para povoar a terra pelo casamento com as índias catequizadas, tudo isto ao longo de dois séculos desde a fundação de Belém do Pará dá como resultado nisto que se chama Povo Paraense. Por via da Colonização o velho território pré-colombiano ocupado cerca de 5.000 anos donde produziu a Cultura Marajoara entre as mais do rio Babel há quase 2.000 anos; se transformou em <i>Amazônia: </i>tal qual todas mais civilizações do mundo lá com seus biomas originais modificados por conquistas, dominações, intercâmbios ou empréstimos culturais e genéticos. Então, o nosso 14 de Abril é um <i>momentum</i> histórico-político -- manifesto autônomo de libertação --, um fato fundamental da identidade do Pará que resta ainda por reconhecer e estudar profundamente a fim de bem compreender o que vem a ser a amazonidade.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Na verdade, uma antiga ecocivilização tropical que luta por resistir ao colonialismo de climas frios e temperados e, ao mesmo tempo, por conquistar corações e mentes do gigante Brasil lhe devotando o futuro da Ciência e Tecnologia de assumido maior país amazônico do mundo. De modo que é, o 14 de Abril, tudo ao contrário daquilo que a arrogância e ignorância da corte imperial do Rio de Janeiro, de 1822, não conseguiu entender da Adesão do Pará em 1823 e Brasília hoje não sabe: porque São Paulo e Minas esqueceram e o Rio Grande do Sul, mesmo sendo a Cabanagem e a Farroupilha revoluções federativas contemporâneas, desconhece ainda as sutis conexões entre os extremos norte e sul do Brasil integrado pela ponte geocultural do Nordeste.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Portanto, quando em 2003 a esperança venceu o medo era como se Frei Caneca ressuscitasse no Planalto realizando o sonho de José Bonifácio, porém projeto de futuro retificado e resgatado antes pelo sangue derramado de Tiradentes -- Mártir da Independência -- a correr pelas Águas Emendadas para o São Francisco, o Prata e o Tocantins, este rio-artéria da amazonidade na utopia tupi-guarani da <i>Yvy marãey</i> (terra sem mal). Pois é certo que, sem a utopia selvagem da nação Tupinambá, não existiria uma Amazônia brasileira e quase certamente o Brasil não teria jamais existido, a ponto da <i>Adesão</i> dos povos originais brasílicos, por necessidade e acaso, à soberania lusa. Em especial no casamento da filha do cacique Jacuúna, de Jaguaribe (Ceará) com o aventureiro marroquino Martim Soares Moreno, cristão-novo: daí a literatura indigenista de José de Alencar e de Gonçalves Dias inspirando a ópera romântica de Carlos Gomes na voz do Brasil: claro está que París n'América, a Veneza amazônica e todas mais fantasias da <i>Belle Époque </i>para civilizar os índios e os negros que, irremediavelmente, nós somos; foi e está sendo ainda assimilado, antropofagicamente falando. Os "nossos" índios, entretanto, comeram alguns civilizados. Europeus "conheceram" nossas índias, em sentido bíblico. E, quanto mais o mundo é mundo, bárbaros e civilizados comem-se uns aos outros. O estruturalismo de Levi-Strauss foi engolido pelo progresso das ciências humanas, o existencialismo de Sartre já vai tomando novos rumos, nem o marxismo poderia ser o mesmo de Marx e Engels na revolução industrial do século XIX; Morin propõe dialogizar a dialética recorrendo a velha arte da maiêutica de Sócrates. E nós aqui, em pleno século XXI, com a Grécia lá em apuros e várias pequenas Atenas às margens plácidas do rio Babel? Para isto, também, o 14 de Abril? E Dalcídio Jurandir já morreu mas ninguém lhe respondeu: "<i>quando Marajó desencanta?".</i></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">A arqueologia das regiões amazônicas aponta a um extremo horizonte paleolítico de, aproximadamente, dez mil anos antes da era cristã. Por suposto, no planeta Amazônia o "<i>Homo sapiens tapuya</i>" do naturalista de Coimbra Alexandre Rodrigues Ferreira (cf. "<i>Viagem Philosophica</i>") ou o "<i>Homo sapiens sapiens demens</i>" de Edgar Morin; chegou ainda em odor primitivo da animalidade mãe da humanidade. Vico talvez gostaria de saber que o homem amazônico, conforme a lenda de Cucuí (<i>apud</i> Stradelli), se considera filho da cobra grande. Isto é, da Natureza, então o "<i>H. sapiens tapuya</i>" além de viajar no bucho de uma cobra-canoa chamada <i>Makará</i> foi desovado, aos milhares, na beira do rio sob forma de peixinhos miúdos que se transformaram em gente secando ao sol sobre as pedras. O esquema de Vico talvez, <i>avant la lettre</i>, introduz o trado da imaginação para perfurar a crosta dura da velha pedra donde já com o barroco de Vieira o pensamento complexo acende a candeia em meio ao mito da primeira noite do mundo misturando e complexando as idades dos deuses, dos heróis e dos homens.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">As várias "amazônias" ou biomas do equinócio terrestre nas terras baixas da América do Sul, que até então ainda não eram Amazônia com suas plantas e bichos selvagens receberam aquele Homem-Bicho alienígena com a mesma receptividade que, muito mais tarde; iriam receber a árvore de fruta-pão, a mangueira, jaqueira, o gado zebu e o búfalo também vindos da Ásia mas estes uns pelo Ocidente através do Atlântico e o proto-Tapuya pelo extremo-oriente do Pacífico... Isto para não falar do cachorro mastim "<i>para aperrear a los índios</i>" e o cavalo trazidos pelos espanhóis logo após o descobrimento de Colombo (1492).</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Posto que o "<i>H. sapiens sapiens</i>", ao qual eu e o leitor pertencemos sem remédio, é espécie zoológica única nascida na África e dispersa sobre a superfície da Terra; o caminho da Dispersão foi e continua sendo estrada para a diversidade: o mesmo que se torna outro e o outro que se converte ao mesmo? Já a passagem do tempo da infância para adolescência e a vida adulta de um indivíduo em qualquer lugar é experiência de transformação no vir a ser. A construção do "eu" individual acontece em meio à vida social dentre inúmeros "eus" coletivos vivos ou mortos, mas sempre influentes em nossas vidas para o bem e o mal -- mesmo Robinson Crusoé precisou inventar Sexta-Feira e presume-se que ele levava consigo uma bagagem genética e cultural de muitas gerações -- ... Desmunido de garras, cornos e dentes capazes de dilacerar presas maiores; esse animal complexo ao contrário dos demais predadores, estava em grande desvantagem no passado e hoje ainda não pode cantar vitória diante de ínfimos predadores, como vírus e micróbios, por exemplo. Provavelmente, qualquer organismo e até mesmo as minhocas sentem o perigo e buscam sobreviver. Para isto contam com um cérebro ou rudimento deste órgão nos organismos unicelulares. No bicho "<i>sapiens</i>" as mesmas necessidades vitais podem ser satisfeitas de diversos modos considerando a economia de energia e a oferta de meios de sobrevivência. Para a vida dificuldades são oportunidades para novas adaptações e evolução da vida eterna enquanto dura.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Se o jardim do Éden da mitologia mesopotâmica existisse de fato, ou se a Terra sem mal demandada pelos caraíbas Tupinambás fosse encontrada, não haveria necessidade de ciência nem da tecnologia. Ou, como diz na história sagrada os filhos da Terra estariam plenos de espírito santo. Como as plantas e animais organizadas, reproduzidas e sobreviventes pelos sutis mecanismos inconscientes da natureza. Todavia, a necessidade é a mãe de todas as invenções e quem faz a necessidade é o organismo em luta para viver e sobreviver. Mas, a diferença é então o acaso quem faz? </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">SÓ SEI DE SÓCRATES QUE PLATÃO DIZIA.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Há controvérsias. Sócrates não sabia ler nem escrever mas era filho de uma parteira com quem aprendeu a retórica e a fazer o parto das ideias por exercício dialético? Dialógico? Obrigaram-no a beber cicuta para se matar e deixar de corromper a juventude ensinando que o sol era tão somente uma pedra a arder e nada a ver com os deuses. A dialética é pré-socrática desde que Heráclito foi de encontro a Parmênides ao perceber que tudo flui, de bubuia, naquele rio onde não se mergulha duas vezes... A arte de dialogar, pois, é dialógico. Mas, no frigir dos ovos, a teoria é outra. Ou seja, assim é se lhe parece. O mapa não é o território. O rio Babel (Amazonas) para as multidões aruacas há dez mil anos vivendo às suas margens, pescando de zagaia ou a praticar a pesca de gapuia pelos baixios a pegar peixe à mão, toda esta imensidão de águas grandes se chamava, simplesmente, o Rio (<i>Uêne</i>, água). Cego na busca da terra encantada ou utopia selvagem onde não haverá fome, trabalho escravo, doença, velhice e morte (a <i>Yvy marãey</i>, terra sem mal) orgulhoso conquistador Tupinambá deu nome novo ao velho rio dos tapuias chamando-o de <i>Paraná-Uaçu</i> (que os lusitanos traduziram corretamente em Grão-Pará). Mas os castelhanos chamaram <i>Marañón</i> ao mesmo rio, cuja lenda importada da Capadócia por frei Gaspar de Carvajal para salvar o desertor Orellana da forca; terminou por imperar como rio das Amazonas. E, portanto, a antiga <i>Tapuya tetama</i> (terra dos Tapuias) no mapa dos portugueses acabou passado a Amazônia desde a boca até as cabeceiras. Complexidade é teu nome.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Então havia não uma mas diversas regiões 'tapuias' que jamais se reconheceram como tal, às margens da Babel fluvial, como se antes fora o Nilo deportado ao novo continente. Rio-arquipélago gerado durante dez mil anos com milhares de povos, línguas e culturas diferentes... E tudo isto se reduziu, primeiramente, pela boa língua-geral ou Nheengatu e, por fim português. Mas, não mais o português de Portugal, nem mesmo o português do Brasil, mas diversos dialetos ou falares portugueses que não terminam nunca de se reinventar. Sendo a língua com o pensamento dos lugares a mais cabal de todas mais revoluções sociais.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">No cadinho amazônico-português entraram a par das neolínguas nativas falares afro-brasileiros; inglesias várias e francesismos complicados. Haja cabeça para processar tudo isto. Mais depressa se assimilam os empréstimos linguísticos, culturais e mais particularmente as modas quando não se sabe ler e escrever. Emprenhando pelos sentidos. Com a música e a conversação estrangeira, os perfumes, a comida e o modo de preparar a comida e as bebidas. Com o que se vê, sobretudo, no cinema e na TV... Hoja nas Amazônias quando se fala em fronteiras desguarnecidas pensa-se somente na linha de limites internacionais. Porém há mais fronteiras que, há bem dizer, se acham no centro das pequenas e grandes cidades das regiões. Não há como fazer muros nem se deve pensar nisso, mas sim ensinar e educar para a relação dialógica das culturas. Com que a antropofagia simbólica continua intensa como até o século XVII se praticou muitíssimo a antropofagia física pela assimilação ritual do inimigo invejado.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Depois que a geografia cultural do conquistador devorou todas as nações da Tapuirama e a massagada tapuia foi catequizada com suas aldeias 'elevadas' em vilas e lugares portugueses a antiga Grécia conquistou corações e mentes para o império de Roma reconquistar o esplendor perdido diante das invasões bárbaras e a revolução cristã do Ocidente. Foi, então, que essas vilas e lugares portugueses transplantados se arvoraram a ser elas também como Atenas, Paris, pequenas Romas e Jerusaléns de além mar. Não nos faltaram Palestinas também e até uma Nova Iorque no estado do Maranhão...</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Não apenas um, mas diversos Sócrates, Heráclitos também, Aristóteles porquanto a Escolástica foi parteira de todos esses rebentos coloniais. Ovídios, Homeros, Demóstenes, Césares aos montes, Augustos, Heródotos não tantos... Da Judeia então multidões de Josés, Marias, Zacarias, Madalenas, Jesus... Os pretos também eles foram batizados e branqueados de maneira cristã não fosse o rigor escravista desumano que plantou a mais profunda contradição, no sincretismo não haveria necessidade de cortina entre santidades africanas e luso-brasileiras. Mas, o fenômeno cristão-novo já na península ibérica havia ensaiado essa complexidade tremenda que veio a ser cerne da invenção americana desde o Alasca até a Terra do Fogo. Aliás, já havia uma região chamada <i>Amerik</i> ("o país do vento", em língua Maya) nas montanhas próximas ao lago Nicarágua, quando os colonizadores inventaram a história do navegador <i>Amerigo Vespucci</i> como origem do novo continente. Caso admirável quando Colômbia ficou sendo o país bolivariano em homenagem a Cristóvão Colombo, que historiadores portugueses vem de concluir ter berço na vila de Cuba, região do Alentejo em Portugal, de seu nome cristão-novo de batismo Salvador Fernande Zarco.</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;"><br /></span>José Varella Pereirahttp://www.blogger.com/profile/01405831510206832366noreply@blogger.com0