sexta-feira, 25 de abril de 2014

MÉRITO MARAJOARA: TER OU NÃO TER, EIS A QUESTÃO

Foto: Jetro Fagundes
Troféu mérito marajoara

Esse prêmio é do Jetro,
Nosso sumano querido,
Esse não foi comprado
Ele foi merecido.

Jetro é poeta de Deus,
É proclamador da Paz,
Marajoara de Breves,
Muito humilde esse rapaz.

Tiro o chapéu pra ele,
E lhe ofereço um café
Com farinha de tapioca,
E camarão com chibé.

Ubiraci Conceiçao





Além de todas as críticas justas ou injustas e de eventuais descontentamentos individuais ou partidários suscitados pela ideia de distinguir algumas personalidades e outras não, neste polêmico aniversário da entidade associativa de prefeitos da região do Marajó; não se pode pichar de demérito o prêmio que, doravante, irá aguçar interesse daqueles e daquelas que hão querer merecer semelhante distinção.

Já não venho à rede social fazer coro com um lado ou outro do público sobre as virtudes e defeitos do FÓRUM DO MARAJÓ (FDM), mas simplesmente agradecer aos que, entre funcionários e dirigentes da AMAM, gostam sinceramente da gente humilde marajoara. E que, por isto, viram-se obrigados a eleger entre tantos nomes alguns que mais representem os ribeirinhos que Eneida de Moraes da velha Academia do Peixe Frito chamou de "a Criaturada grande de Dalcídio". O povo marajoara que pela voz dos bispos do Marajó, desde 1999, pede socorro à nação brasileira no relutante PLANO MARAJÓ lançado em 2007 no municípios de Breves - palco da pax dos Nheengaíbas, que, segundo o Padre Antônio Vieira, deu termo a 44 anos de guerra de conquista do rio das Amazonas - e depois de sete anos de discussões redundantes, volta novamente à Casa Civil da Presidência da República para novas definições. 

Oxalá em 2015, último ano das metas do milênio pela ONU, pelo menos uma vigorosa ação federativa para erradicar o analfabetismo de adultos no Marajó se ache em curso. O que, por si só, faria subir alguns pontos positivos do triste IDH marajoara.

Foi tão só por causa desta gentinha tão insignificante, tão esquecida, tão marginalizada e de IDH tão pobre, que eu quis me dedicar ao fim da carreira pública de mais de 45 anos de serviços prestados aos três níveis de governo do País, nos últimos vinte anos de voluntariado com nome de fantasia GRUPO EM DEFESA DO MARAJÓ. O GDM de Theo Azevedo, Franklin Rebelo, Alonso Lins e Abel Lins com muitos outros velhos e novos sumanos, inclusive o governador Aurélio do Carmo e o ex-deputado Adenauer Góes. Não sou eu nem é meu o GDM que, deliberadamente, não tem sede fixa nem estatutos ou diretoria. Se alguém perguntar o que este inusitado grupo fez, nós respondemos: 'não fez nada nem irá fazer: nossa questão é cobrar daqueles que foram eleitos e são pagos para isto, que cumpram com seu dever... 

O GDM nasceu da extensão da UFPA nos encontros em defesa do Marajó, enquanto eu me encontrava no serviço consular brasileiro tratando de emigrantes brasileiros na vizinha Guiana francesa, muitos deles oriundos de municípios do Marajó. Fora do Consulado ainda me lembro de amigos e colegas que lá deixei e me preocupo com a situação fronteiriça que parece não melhorar ao longo do tempo. 

Embora tenha sido minha modesta pessoa portadora da homenagem representativa da comunidade de municípios marajoaras, na verdade foi em nome dos verdadeiros personagens representados na literatura de Dalcídio Jurandir que me levaram, de boa vontade, a aceitar o honroso prêmio da AMAM a qual também servi por pouco tempo. 

O "Mérito Marajoara" (simbolizado por peça igual a da foto acima, pertencente ao poeta Farinheiro Jetro Fagundes, que me honra com sua amizade) por ora se acha a meus cuidados é, sem dúvida, da criaturada que o GDM representou ou ainda representa. O GDM, a Academia do Peixe Frito, o Movimento Marajó Forte ou não importa quantos outros nomes venha ter a resistência desta brava gente, herdeira de direito e de fato de um singular patrimônio histórico que vem de tempos imemoriais sempre em marcha para o futuro, como foi dito neste mesmo blogue http://gentemarajoara.blogspot.com.br/2014/04/forum-do-marajo-conquistas-e-desafios.html.

Era isto que eu ainda precisava sublinhar, para expressar toda minha pessoal gratidão aos amigos que, talvez nas reuniões preparatórias do Fórum deste ano, lembraram-se de indicar meu nome entre tantos mais significativos. Obrigado e vamos adiante sem jamais esquecer o verdadeiro mérito desta luta de resistência: a gente marajoara (de quem fala, expressamente, a Constituição do Estado do Pará em seu Artigo 13, alínea VI, parágrafo 2º).

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