sábado, 19 de abril de 2014

FÓRUM DO MARAJÓ: CONQUISTAS E DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO



DIA 23, PELA MANHÃ E À TARDE, NO TEATRO DA ESTAÇÃO DAS DOCAS.



PROPOSIÇÕES PARA O II FÓRUM MARAJÓ (2015)
ANO DE ENCERRAMENTO DAS METAS DO MILÊNIO,
CONFORME COMPROMISSO DO BRASIL COM A ONU:
lembretes para uma possível e necessária

AGENDA MARAJÓ 2025


EM NOME DA CRIATURADA GRANDE DO CHAMADO 'ÍNDIO SUTIL' DALCÍDIO JURANDIR. 


É preciso desfulanizar os viventes e revivificar os mortos que mais tem merecendência a nossos olhos pela memória da gente. Inspiração do ritual xinguano do Kuarup, no DIA DO ÍNDIO. No caso do Marajó, não são poucos os nossos mortos que perpetuamente merecem ser relembrados por nós que um dia mais adiante iremos, inevitavelmente, nos juntar a eles na terra futura do além - não pelos que já partiram e atravessaram a fronteira desta vida, é claro. Mas, por nós mesmos, por nossos filhos, netos e mais parentes e aderentes da brava gente remanescente dos antigos Marajós.

Em primeiro lugar, todo marajoara decente carece lembrar o velho parente ÍNDIO DESCONHECIDO da nossa ancestralidade. O antigo marajoara de mil e quinhentos anos de idade, habitante da primitiva aldeia suspensa no primeiro teso (sítio arqueológico), da primeira cultura complexa da Amazônia. Aquele artesão imemorial que, com as próprias mãos, elaborou a cerâmica da CULTURA MARAJOARA transformada do barro dos começos do mundo. 

Pois é certo, nós devíamos saber -- como o MUSEU DO MARAJÓ ensina com "cacos de índio" --,  que cada teso foi uma das muitas e diversas aldeias históricas do Marajó. Mas, desgraçadamente, muito cedo começou a destruição dos índios marajoaras, poucos meses antes do descobrimento do Brasil. Quando, no ano de 1500, o espanhol Vicente Pinzón arrancou da ilha do Marajó os primeiros "negros da terra" da América do Sul.

Assim, com o brutal cativeiro indígena foi antecipada em cem anos, aproximadamente, a escravidão de nossos irmãos "negros da Guiné" que iriam começar a chegar com as feitorias holandesas e na fuga foram se refugiar, tal qual nas ilhas do Caribe e Guianas; junto a índios bravios formando deste modo os mocambos (quilombos) que existiram pelos centros da ilha grande, origem da Jebre medonha (esconderijo de ladrão de gado e piratas de rio) até nossos dias. E também com a chegada dos primeiros escravos africanos do engenho dos frades das Marcês, em Santana do Arari (1696), e mais fazendas desta mesma ordem e do Carmo. 

Como me disse um sumano, verão de 2003, em Santa Cruz do Arari à hora da sesta enquanto a fazenda dormia: "os cabocos sabem que os brancos não sabem...". Pensei eu, cá com meus botões, ignorância com ignorância se paga. E assim, o Marajó velho de guerra das tribos nheengaíbas é o reino da dormideira da Boiúna na enorme sesmaria insular do Gigante adormecido.  

É preciso recuperar a memória dos sumanos a respeito destes nossos primeiros parentes à entrada de cada cidade de nossos dezesseis municípios. Todos eles surdidos do controvertido Diretório dos Índios (1757-1798) -- a maior parte das cidades marajoaras teve origem em aldeia indígena como, por exemplo, Mariocai (Gurupá), Aricará (Melgaço), Arucaru (Portel), Iona (vulgo Joanes, Salvaterra), Aruã (Chaves), Maruaru (Curralinho). Mesmo Ponta de Pedras, algum dia Itaguari ONDE O MARAJÓ COMEÇA por via do rio Marajó-Açu, conforme vetustos documentos históricos comprovam, berço do "índio sutil" (Dalcídio Jurandir, assim saudado por Jorge Amado na solenidade de entrega do Prêmio Machado de Assis de 1972, primeiro e único prêmio da Academia Brasileira de Letras, até hoje, a um romancista da Amazônia) teve lá seus começos na "aldeia das Mangabeiras" (hoje Mangabeira) criada no ano de 1686, que mais tarde incorporou a velha aldeia nativa dos Guaianá (ditos "Guaianases"), transformada em Lugar de Vilar (convertido em agrovila Antonio Vieira, pelos anos de 1970, no interessante processo de desenvolvimento "kibutziano" empreendido pelas duas cooperativas da outrora Prelazia e hoje Diocese de Ponta de Pedras. 

O extinto Igarapé do Vilar hoje sepultado pelo barro e o matagal, outrora de frente para a baía do Marajó onde a velha aldeia nativa Guaianá existia (cf. "Notícia Histórica da Ilha Grande de Joanes, ou Marajó" (1783), do naturalista Alexandre Ferreira Rodrigues), com a aldeia das Mangabeiras meia légua acima foram elevadas, em 1758, respectivamente, em Lugar de Vilar e Lugar de Ponta de Pedras, antiga aldeia jesuíta como a Camboa dos Padres nos recorda e o povo desmemoriado já chama "camboa de pedra". 

Esta a origem histórica do município de Ponta de Pedras com sua sede transferida para a margem do Marajó-Açu, cerca de 1737, e autonomia alcançada com a instalação da Câmara da vila nova de Ponta de Pedras, em 30 de Abril de 1878, há 136 anos. A pergunta que não quer calar: e se a terra natal do índio sutil, despertando seu patrimônio e identidade na certeza de que, efetivamente, na coluna do Itaguari O MARAJÓ COMEÇA (não só pela ligação geoturística umbilical com Belém, mas também pela história da colonização); resolver empreender a refazenda da "Aldeia das Mangabeiras" e/ou a "Aldeia dos Guaianases"?

Na Mangabeira, a aldeia restaurada poderia ser escola-albergue para ecoturismo com a comunidade. E a revitalização do extinto Igarapé do Vilar daria espaço a uma aldeia de experimentação agroecológica voltada para a cultura alimentar integrada à agricultura familiar. Não podemos desistir da candidatura da APA-Marajó como reserva da biosfera reconhecido pelo Programa O Homem e a Biosfera (MaB) da UNESCO: ao mesmo tempo que o complexo do Ver O Peso, com a Academia do Peixe Frito inclusive, se acha em curso para ser considerado Paisagem Cultura e o Círio de Nazaré já é patrimônio da humanidade, tendo o "carnaval devoto" (lado profano da festa religiosa) como atrativo de turismo gastronômico.

É certo pois que o centro histórico de Belém e as Ilhas do entorno, em especial Marajó; constituem a mesma paisagem natural e cultural. Portanto, a pré-colonial aldeia Mayri que antecedeu a Cidade Velha deveria dialogar com a refazenda das citadas aldeias marajoaras, a partir de Ponta de Pedras (Mangabeira). 

Pois, com esta rememoração histórica pouco conhecida, infelizmente, pisada pelo esquecimento para triunfo da equivocada imagem do Búfalo como "símbolo" da cultura marajoara brega; queremos provocar discussão construtiva a fim de que cada cidade do Marajó venha a ter totem de informação turístico-cultural, como lugar de memória da antiga CULTURA MARAJOARA de mil e quinhentos anos de idade.

Considerando que Marajó é polo turístico reconhecido pelo Ministério do Turismo a proposição poderá ser objeto de projeto de SINALIZAÇÃO TURÍSTICA em parceria com o Estado e os ministérios da Cultura e da Educação sob demanda da AMAM através da SETUR. Deste modo, a comunidade marajoara deve ser informada de que, embora a comunicação institucional enfatize Ponta de Pedras, Salvaterra e Soure como municípios turísticos prioritários para o Plano Estratégico VER-O-PARÁ; este fato não exclui os mais municípios do Marajó de desenvolver atividades turísticas, contando com recursos adicionais. 

Chamo atenção do público para o Protocolo entre o Pará e a Martinica, assinado em Belém no dia 16 último. Um instrumento de cooperação internacional descentralizada que retoma e impulsiona o criativo processo de relações transfronteiriças com as Guianas (inclusive Amapá, sendo que no Brasil não se sabe que as ilhas do Marajó são partes geográficas das extensa área cultural guianense, que se estende além do Cabo do Norte até a ilha de Trininad, no Caribe, distante apenas 10 km da Venezuela, no golfo de Paria) e as Antilhas. 

Era honorário o primeiro consulado brasileiro na Guiana francesa, ele foi aberto pelo dentista brasileiro Dr. Chalu Pacheco para ajudar o povo guianense, isolado da França sob ocupação nazista na II Guerra Mundial, a buscar abastecimento através do porto de Belém do Pará. Subsistiu dali em diante vice-consulado diretamente ligado a Brasília, que em 1985 foi transformado em consulado dirigido por diplomata de carreira. Este intercâmbio com as Guianas foi implantado, ultimamente, para regularizar o comércio que sempre existiu e a combater o tráfico ilegal. Porém, a virada para promoção comercial e intercâmbio cultural deu-se mais com aproximação do Pará com as Antilhas francesas, há 25 anos em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, através do então Consulado e hoje Consulado-Geral do Brasil em Caiena com jurisdição sobre a Guiana francesa, Guadalupe e Martinica. Apenas para registro, a presença do servidor marajoara que vos fala, nos quadros do Ministério das Relações Exteriores mandado servir em Caiena (1985-1990), se acha inserida no início desta história. Deste modo, fomos encarregados juntos à AMAM para organizar recepção à delegação do presidente do conselho geral da Guiana, o já falecido Elie Castor e comitiva de prefeitos e vereadores guianenses ao Marajó (Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari). E, reciprocamente, viagem a Guiana francesa de uma delegação da AMAM com prefeitos e vereadores do Marajó acompanhados de Giovanni Gallo, do MUSEU DO MARAJÓ, e representantes do campus da UFPA em Soure, Museu Goeldi e do IPHAN.

A seguir, no prosseguimento da tarefa determinada por minha consciência política e formação social, a título de colaboração com a comunidade de municípios marajoaras, através da AMAM, passo a listar algumas sugestões para discussão do FÓRUM DO MARAJÓ nesta e futuras oportunidades. 

Informando ademais, a quem interessar possa, que o caboco que vos fala tem tempo de serviço prestado à AMAM, notadamente entre 1994 e 1996; quando colocado pelo Ministério das Relações Exteriores à disposição da Prefeitura de Ponta de Pedras coordenou junto à AMAM intercâmbio com a Guiana Francesa e tentou implantar a denominada "Fundação Dalcídio Jurandir - FunDAL", autorizada em lei pela Câmara Municipal de Ponta de Pedras, assim como a frustrada realização do "Projeto de Execução Descentralizada - PED Guaianá", financiado pelo PPG7/Banco Mundial através da extinta SECTAM. Estes episódios citados, longe de ser um fracasso pessoal ou da gente marajoara constitui valioso acervo de experiências para futuras realizações.

Ideias que poderiam, perfeitamente, ser atualizadas em discussão permanente posterior ao FÓRUM DO MARAJÓ, que ora tem começo, com vistas à programação participativa duma agenda de médio prazo, fazendo parte de banco de dados para o desenvolvimento sustentável do Marajó.

  • Acredito que a arqueóloga Denise Shaan será homenageada no próximo dia 23 com o Mérito Marajoara. Ato que, sem dúvida, valorizará a comenda. Seu trabalho no Marajó tem fundamental importância para melhoria do IDH de nossa gente integrando o saber científico ao conhecimento tradicional representado, sobretudo, pelo ecomuseu do homem marajoara, que é de direito e de fato, O NOSSO MUSEU DO MARAJÓ com sua sede em Cachoeira do Arari e que deveria se estender a todos municípios, na forma de uma fundação; conforme última vontade de seu criador, o padre Giovanni Gallo, constante da obra "Motivos Ornamentais da Cerâmica Marajoara".  
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  • Enquanto povo, estamos devendo título de cidadã do Estado do Pará, através da bancada de deputados eleitos com os votos dos marajoaras na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, à gaúcha Denise Pahl Shaan que nos ensinou mais do que já sabíamos sobre nosso antepassado "homem do Pacoval", para tomar emprestado título da obra do ilustre diletante Raymundo de Morais.

  • O problema que hoje se apresenta com a situação surrealista da conservação do MUSEU DO MARAJÓ e seu sub-emprego no desenvolvimento humano do povo marajoara é uma atitude acovardada do Poder Público que aproveita a boa vontade de umas poucas e abenegadas pessoas da comunidade de Cachoeira do Arari para não deixar a obra fechar, como o literal "tombamento" da casa do escritor Dalcídio Jurandir. Assim passam-se os dias como se ninguém tivesse nada a ver com nada disso, visto apenas como caso local: mas, a própria autobiografia do padre Giovanni Gallo - inconveniente para nossos costumes políticos - também é auto explicativo desta estranha leniência brasileira, enquanto o muro das lamentação do IDH da pobreza dos municípios do Marajó não tem fim. Mas se, justamente, o casamento da Ciência com o "savoir faire" da comunidade é a cara do MUSEU DO MARAJÓ... 
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  • Na qualidade de interlocutor federativo necessário nas relações institucionais entre os Municípios, Estado e União, a associação oficial de Prefeitos do Marajó AMAM face à polêmica execução do "Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago do Marajó - PLANO MARAJÓ" e mais execuções de planejamento da região do Marajó poderia vir a criar, com apoio estadual e federal, agência de desenvolvimento sustentável, da qual a própria AMAM seria capacitada a exercer o gerenciamento compartilhado com as prefeituras. Inclusive, no que diz respeito à Carta de Muaná, datada de 08/10/2003, da qual a AMAM foi signatária em conjunto com a Diocese de Ponta de Pedras, Grupo em Defesa do Marajó (GDM), cooperativa de mulheres CEMEM, ong CAMPA além de outras entidades do movimento social; pedindo a candidatura da área de proteção ambiental do arquipélago do Marajó como reversa da biosfera, na lista amazônica do Programa O Homem e a Biosfera, da UNESCO.

  • Considerando que a AMAM já presta significativa homenagem com nome de DALCÍDIO JURANDIR ao auditório de sua sede em Belém, vislumbra-se aí oportunidade de parceria com a Secretaria de Estado de Turismo (SETUR), Secretaria de Estado de Cultura (SECULT), Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e a Universidade Estadual do Pará (UEPA) para elaboração de projeto específico em torno da promoção de um turismo de natureza e cultura tradicional mediante criação da fundação CASA DE DALCÍDIO JURANDIR destinada a geração de produtos sustentáveis com inclusão socioambiental em cooperação nacional e internacional descentralizada.
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  • Caso a fundação supracitada, sob coordenação geral da agência da AMAM antes sugerida, venha a ter existência legal parceria da Casa de Cultura Dalcídio Jurandir, com sede em Niterói, no Rio de Janeiro; poderia trazer a Editora da UFPA a participar deste arranjo de cultura criativa, assim como também a Editora da UEPA, contribuindo assim aos esforços gerais empreendidos pelo governo do Estado do Pará, com apoio do Consulado Geral do Brasil em Caiena, para aproximar as regiões das Guianas e Caribe ao norte brasileiro. Onde a literatura do maior escritor marajoara de todos os tempos faria excelente papel de marketing cultural num roteiro internacional de turismo literário, formador de opinião com referência aos mais setores de desenvolvimento regional sustentável.
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  • Estamos lembrados que nas tratativas para criação da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA), em 2004, há 10 anos passados; foi deixado convite ao eterno ministro da Cultura da França e sempre Deputado na Assembleia Nacional de Paris, Jack Lang, a visitar Marajó passando pela Guiana francesa e Belém com nítida intenção para demarcar roteiro de turismo sob égide do autor de "Chove nos campos de Cachoeira". No ano seguinte, Jack Lang veio ao Marajó em no meio da viagem telefonou ao ministro brasileiro da Cultura Gilberto Gil sugerindo atenção conjunta para difusão da obra para o público francófono (que vai muito além da França). Além disto, Lang ofereceu-se, gentilmente, a ser "embaixador honorário" do Pará, inclusive para articular geminação de Belém com Boulogne Sur Mer (maior centro oceanográfico e porto de pesca da França, na esperança de que finalmente teríamos em Belém o grande aquário amazônico pedido pelo trade de turismo marítimo, nos anos de 1970). Minhas lembranças sobre isto não são as melhores do meu currículo para mais de 40 anos de serviço público nos três níveis de competência municipal, estadual e federal, no que concerne às autoridades da parte brasileira, com as devidas exceções, naturalmente. Dentre as honrosas exceções é justo ressaltar o nome do amigo do Marajó, doutor Adenauer Góes, que aliás nunca fez campanha na ilha para pedir votos. 
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  • A iniciativa do FÓRUM DO MARAJÓ, por feliz coincidência, é um refrigério para mim: quando me dou conta que, depois de 25 anos de tentativas para melhorar a imagem do meu país nas Guianas e Antilhas, onde muitos de meus conterrâneos são vistos tão só como "imigrantes cladestinos" e ricos contrabandistas, de parte a parte, fazem fortunas sobre seus ombros; o acordo de cooperação Pará-Martinica pode ser um começo de uma nova história nas relações entre a Amazônia e o Caribe em 500 anos. O Marajó velho de guerra é descendente dos antigos Tainos e Kalinas mesclados nas famílias Nuaruaques. Na ilha Madinina (Martinica) um poeta amado por seu povo, chamado Aimé Cesaíre, pai da Negritude; fez uma revolução através da Educação e da Cultura e hoje uma população, comparável aos 400 mil marajoaras habitantes do maior arquipélago fluviomarinho do mundo ostentando IDH africano; num território de menos da metade do tamanho do município de Ponta de Pedras aparece, na lista da ONU, em posição de destaque entre os mais altos indicadores de desenvolvimento social, com IDH 0,904 um pouco acima da Dinamarca (IDH 0,901). "Quando Marajó desencanta?" Dalcídio Jurandir nos deixou esta grave questão para responder.
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  •  Para finalizar, registro outra coincidência notável: no dia de aniversário da terra natal de Dalcídio Jurandir, ilustre desconhecido da gente marajoara; no próximo dia 30 de Abril, o país natal do poeta Amado da Martinica será oficialmente recebido na Associação de Estados do Caribe (AEC) em mais um passo para sua autonomia. Havendo entendimento, iniciativa da AMAM dentro do Protocolo de Cooperação Pará-Martinica, poderá chegar a importantes resultados. Como, por exemplo, estabelecimento da fundação Casa de Dalcídio Jurandir (talvez, um casarão da Ladeira do Castelo, por onde caciques Nheengaíbas desembarcaram em Belém na quaresma de 1659, atendendo a convite do Padre Antônio Vieira para conferência de paz no convento de Santo Alexandre, concluída na pacificação da ilha do Marajó, no rio Mapuá (Breves), em 27 de Agosto de 1659). O Pará do Brasil sentinela do Norte tem porto no Caribe, todo mundo já sabe pela canção caribenha de Paulo André e Ruy Barata. Porém a gente ainda não sabe que o velho circum-Caribe , muito antes de Colombo chegar às Bahamas, fez morada na ilha do Marajó. A sugerida fundação Casa de Dalcídio Jurandir sendo centro cultural da AMAM, com espaço disponível à exposição permanente do MUSEU DO MARAJÓ e rede de museus marajoaras - e por que não para nossa Academia do Peixe Frito com uma virtual "aldeia Mayri" em exposição da identidade indígena de Belém nos seus 400 Anos, criada pelo poeta da negritude amazônica, Bruno de Menezes, como cantina de degustação da culinária tradicional marajoara? - teria com certeza uma lugar cativo para Aimé Cesaire e galeria de personalidades tais como Léon Gontra Damas e outros que nos poderiam ajudar a conquistar um IDH decente até o horizonte de 2025, pelo menos.   

 QUEM ESTIVER DE ACORDO levanta a mão e vamos!

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