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motivo emblemático para criação da bandeira do Marajó com as cores originais da ancestral Cultura Marajoara. Em tela, como modelo, a bandeira da Paraíba a dar lugar da palavra "NEGO" a desenho estilizado de uma urna marajoara e talvez as duas seções separadas em diagonal.
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Faltando só dois dias a mais um aniversário da Cabanagem de 7 de Janeiro de 1835 e sete para os 400 anos de Belém, creio eu ser este um bom momento para refletir sobre a importância geoestratégica e cultural do berço da arte primeva do Brasil e primeira cultura complexa da Amazônia: a Cultura Marajoara, nascida há mil anos na ilha do Marajó. Hora de repensar a divisão territorial da Amazônia brasileira, como senha de uma nova república federativa onde a amazonidade faça valer o fato de o Brasil ser de direito o maior país amazônico do mundo. Tudo a ver com a agenda do milênio, tendo nosso país oportunidade de exercer liderança nunca dantes a impulsionar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (2015-2030) como paradigma planetário.
Mais que nunca, neste século, o maior país amazônico do mundo se vê desafiado a desenvolver a Amazônia na perspectiva do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), tendo em Brasília a sede multilateral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), ultimamente convertido em patinho feio da diplomacia sul-americana. No imaginário brasileiro dominado pelo eixo hegemônico Sul-Sudeste, Marajó é uma "ilha" como outra qualquer no estado da "Amazônia" cuja capital se chama Manaus...
Se a gente falar em Amazonas o primeiro pensamento que vem à mente é o vasto Estado do Amazonas com a ilha da SUFRAMA cercada de floresta por todos os lados, raramente vão lembrar do Teatro Amazonas e que o maior estado brasileiro em tamanho tem a maior população indígena do país. Donde o "exótico" município de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, apresenta a particularidade de ter quatro línguas oficiais (a língua-geral amazônica ou Nheengatu; baniwa, tukano e naturalmente o português de expressão nacional e internacional).
Se a gente falar em Amazonas o primeiro pensamento que vem à mente é o vasto Estado do Amazonas com a ilha da SUFRAMA cercada de floresta por todos os lados, raramente vão lembrar do Teatro Amazonas e que o maior estado brasileiro em tamanho tem a maior população indígena do país. Donde o "exótico" município de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, apresenta a particularidade de ter quatro línguas oficiais (a língua-geral amazônica ou Nheengatu; baniwa, tukano e naturalmente o português de expressão nacional e internacional).
Nosso ufanismo verde amarelo odeia reconhecer o fato de que, salvo uns poucos especialistas; os brasileiros imaginam uma Amazônia de cinema e TV: isto mesmo em plena Belém e Manaus, onde a elite ilustrada conhece melhor o exterior do que os subúrbios da cidade. Como vivem quase trinta milhões de brasileiros da Amazônia a maior parte da sociedade nacional não faz ideia. A maior bacia fluvial do Planeta donde a Floresta Amazônica pontifica reunindo oito países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador. Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) e um departamento ultramarino francês (Guiana francesa, última colônia europeia na América), vem em segundo plano para grande parte da população brasileira.
No entanto, o que hoje chamamos de Amazônia brasileira (portuguesa até 1823) vem de completar só quatro séculos desde a conquista do Maranhão (1615) e fundação de Belém do Grão-Pará (1616): toda esta gigantesca construção territorial não poderia ser realizada exclusivamente por uns poucos denodados e mal apetrechados conquistadores e colonizadores portugueses. Sem a aliança de arcos e remos da nação Tupinambá não teria existido jamais uma chamada Feliz Lusitânia e sem adesão tapuia - apesar da horrível destruição das nações indígenas amazônicas e do monstruoso cativeiro do Maranhão e Grão-Pará -, não teria o luso-brasileiro Alexandre de Gusmão alcançado êxito com a tese de uti possidettis do Tratado de 1750 em Madri, que revogou o de 1494 em Tordesilhas. E o Brasil ficaria caranguejando pela costa do Nordeste...
No entanto, o que hoje chamamos de Amazônia brasileira (portuguesa até 1823) vem de completar só quatro séculos desde a conquista do Maranhão (1615) e fundação de Belém do Grão-Pará (1616): toda esta gigantesca construção territorial não poderia ser realizada exclusivamente por uns poucos denodados e mal apetrechados conquistadores e colonizadores portugueses. Sem a aliança de arcos e remos da nação Tupinambá não teria existido jamais uma chamada Feliz Lusitânia e sem adesão tapuia - apesar da horrível destruição das nações indígenas amazônicas e do monstruoso cativeiro do Maranhão e Grão-Pará -, não teria o luso-brasileiro Alexandre de Gusmão alcançado êxito com a tese de uti possidettis do Tratado de 1750 em Madri, que revogou o de 1494 em Tordesilhas. E o Brasil ficaria caranguejando pela costa do Nordeste...
Então, o pós-400 anos de Belém deve provocar uma revisão de mentalidade com respeito a Amazônia brasileira e Marajó mais uma vez terá que ser descoberto para reconquista do rio Babel... Desta feita pelos próprios brasileiros: há uma dívida histórica a ser cobrada pelas populações tradicionais amazônicas. Sabemos que a hegemonia do Sul-Sudeste mantém status neocolonial nas relações federativas em desvantagem do Norte-Nordeste, apenas na última década o povo nordestino vem recebendo melhor atenção dos poderes da República.
O antigo estado do Grão-Pará e Maranhão pouco a pouco foi sendo subdividido, primeiro pela separação do Pará e do Maranhão, depois a emancipação do Amazonas e Mato-Grosso, Acre, Rondônia, Amapá, Roraima e Tocantins. Cedo ou tarde será a vez do Tapajós e de Carajás. A especificidade do Marajó clama e o Pará tem que se preparar a exercer a sua expressão geográfica voltada mais para a relações externas na fronteira marítima ao fim da antiga função colonial de boca de sertão.
Viva o grande Brasil amazônico do século XXI!
Viva o grande Brasil amazônico do século XXI!
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