domingo, 6 de outubro de 2013

DIREITOS HUMANOS DOS POVOS ORIGINAIS DO BRASIL

Na foto, o momento em que os índios, em cima do Monumento às Bandeiras, após discursos sobre seus direitos ameaçados, levantam a Constituição da República Federativa do Brasil e apontam para a mesma: em 25 anos, 80 emendas em geral desconstruindo o espírito Constituinte.

Quantas vezes, no silêncio de gabinetes de "nobres" representantes do Povo, regiamente pagos com dinheiro público, tramaram-se o esbulho da Pátria e a leseira do Povo? Em 25 anos da Constituição-Cidadã cantada em verso e prosa 80 emendas foram feitas e faltou tempo e interesse para votar regulamentação de dispositivos lá deixados como "jabuti", posto que já no nascedouro da Carta Magna de 1988, forças reacionárias contrárias à Cidadania para todos, montaram barragens ao rio das Diretas Já e da democracia propriamente dita.

Mas, além de agir em surdina, estas forças do passado não tão distante nem tão recomendável, montaram no Congresso uma bancada ruminante agressiva e estridente, dita "ruralista". Mas que, na verdade, do campo só quer a terra e a produção que a terra dá custe o que custar. A bancada íntima dos bancos, supostamente ruralista, é a voz e o voto do latifúndio e do agronegócio, arauto da modernização conservadora da plantation com 214 deputados e 14 senadores, municiados por juristas e lobistas de multinacionais do agrotóxico, sementes e alimentos da agricultura mecanizada. 

Esse perigoso exército invasor de terras indígenas jurou anular os direitos constitucionais -- duramente conquistados desde o genocídio americano, com o célebre édito "índio bom é índio morto", que uniu bandeirantes e pioneiros nos dois hemisférios do novo continente. 

Entre árvores e esquecimento se perdem na distância os libelos de Las Casas contra a destruição das Índias e os sermões do Padre Antônio Vieira contra a escravidão indígena. O Diretório dos Índios decretou a extinção dos índios e a "promoção" dos sobreviventes em "caboclos"... Na mídia e nas casas legislativas elevam a voz arrogantes representantes do lobby das Monsanto, Cargill, Syngente e outras multinacionais da morte, além de frigoríficos e fabricantes de armas, conforme informa a Transparência Brasil.


 A Mobilização Nacional em defesa dos direitos Indígenas não trata apenas dos direitos constitucionais dos "índios" (aqueles "nossos" índios exóticos), mas a questão toca ao cerne da nacionalidade brasileira para além dos célebres 500 anos. Somos todos nós, o bravo Povo Brasileiro, representados pelo Povos Originais do Brasil, que estamos na luta pelo empoderamento da História contra a "solução final" dos Bandeirantes. 

E o Marajó velho de guerra poderia ser um baluarte nesta luta, se acaso a lavagem cerebral dos cabocos não tivesse sido completa levando à leseira amazônica que pariu o IDH que aí está.


O Monumento às Bandeiras é uma obra realizada pelo escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret. Fica à entrada do Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo, em frente ao palácio Nove de Julho, sede da Assembleia Legislativa, foi encomendada pelo governo de São Paulo em 1921. Um ano antes do primeiro centenário da Independência e da famosa Semana de Arte Moderna. Inaugurado em 1954, juntamente com o Parque do Ibirapuera para as comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo. A obra representa os famigerados bandeirantes, expondo as diversas etnias indígenas subjugadas por eles e o esforço - segundo a ideologia das elites brasileiras - para "desbravar" o Brasil. Além de portugueses (barbados), vêm-se na obra negros, mamelucos e índios (com cruzes no pescoço), puxando uma canoa de monções, utilizadas nas grandes incursões fluviais.

Trata-se, portanto, da concretude do discurso colonizador dos Bandeirantes. Dialeticamente, todavia, o folclore urbano criou uma lenda, muito conhecida, sobre o monumento popularmente chamado de Empurra-empurra ou Deixa-Que-Eu-Empurro. Observado de modo crítico, a canoa não sai de lugar. O contingente que a deveria puxar não estão realmente se esforçando, pois as correias estão frouxas. A única figura que realmente parece empurrar o barco é a última. Um escravo? Imigrante?

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