que seja Mato Grosso, SP, Piauí, Marajó-PA, Rio Negro-AM, Oiapoque-AP... Bom saber que o lançamento internacional dos JPI começou a despertar interesse e a provocar candidaturas. Acho até que para viabilizar a modalidade internacional dos Jogos dos Povos Indígenas
empresas useiras e vezeiras em ser multadas e criticadas por ofender a mãe natureza e quiserem compensar seus passivos sejam autorizadas com base legal, e não percam oportunidade de sair bem na foto.
Porém o mais importante é não imitar competição de branco... Muito pelo contrário! Que o espírito de celebração que preside os JPI's prevaleça e não deixe "entrar areia" no processo de integração que o COMITÊ INTERTRIBAL vem promovendo com constância e brilho através das lúcidas lideranças de Marcos e Carlos Terena. Assim, os povos indígenas fazem a diferença num mundo competitivo e ensinam a todos nós brasileiros como ser ao mesmo tempo unidos e diversos.
a iniciativa marajoara que nós colocamos à análise de todos e todas, é UMA TENTATIVA DE APROXIMAR SEM CONFUNDIR TUDO NO MESMO PANEIRO índios e seus parentes afastados (cabocos e pretos) marajoaras... Isto não deve ser visto como um desvio, mas sem dúvida uma oportunidade de avanço para maior visibilidade da comunidade indígena no Brasil e no mundo.
com base nos compromissos com as convenções internacionais da Biodiversidade e da Diversidade Cultural, as minorias deste país carecem duma bandeira comum de INTEGRAÇÃO SOLIDÁRIA oposta ao célebre "amálgama das raças" do projeto imperial braquizador/civilizador. Cujo resultado é a competição homicida e devastadora da natureza imposta pela Conquista e Colonização há cerca de 500 anos... A mãe de todas violências da "civilização".
o que timidamente Marajó está tentando dizer ao COMITÊ INTERTRIBAL e Ministério dos Esportes, pela boca de uns poucos ainda, é isto: que, no momento em que todo mundo olha ao Brasil com a Rio+20 (2012), Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016), ao mesmo tempo a invenção da Amazônia está completando 400 anos... A grande risco de passar em branco, como acontece ainda com os sítios arqueológicos da ilha do Marajó, desde 1937 (ano de fundação do IPHAN e a luta "perdida" pela antiga diretora do Museu Nacional, Heloísa Alberto Torres ).
neste país e em especial na Amazônia, nenhum outro segmento demográfico foi mais sacrificado e dizimado do que a população indígena. Não será exagero lembrar um 'genocídio amazônico' (antes mesmo da violentíssima Cabanagem, entre 1835-1840).. E, todavia, quase à unanimidade os arqueólogos estão a dizer que os cacicados da ilha do Marajó (cerca do ano 400) são, de fato, a primeira cultura complexa da Amazônia e fundamento de uma genuina ECOCIVILIZAÇÃO AMAZÔNICA pronta a dialogar com as mais avançadas proposições contemporâneas diante da mudança climática e da crise social, ética e econômica global.
Ora, por coincidência, o lançamento dos primeiros JPI (2012) em categoria internacional coincide com os 400 anos da cidade de S. Luís-MA, fundada pela aventura francesa da "França Equinocial", abrindo o caminho do Maranhão para a fundação de Belém do Pará (2016).
Ora vejam só! Índios e cabocos a despertar o espírito ancestral do "gigante adormecido"!
fiquem paz. Saudações marajoaras
José Varella
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