sábado, 28 de março de 2015

NADAR CONTRA CORRENTEZA POR AMOR À NATUREZA E A CRIATURADA GRANDE



Cabocas netas e bisnetas de tapuias amazônicas prostituídas pela vida desigual, supostamente na labuta da profissão a mais antiga do mundo: imagem recorrente nos Estreitos de Breves, exibição social despudorada da criaturada pela perversa cultura de exploração dos ribeirinhos no espetacular apartheid herdado da escravidão dos índios na colonização das Ilhas. "Quem quiser que venha ver, cada um de cada vez... Não queremos nossos jacarés tropeçando em vocês" (sucesso musical da banda Mosaicos de Ravena).




Badalada celebridade da elite do urbanismo ecológico tupiniquim, nomeado ministro do Turismo durante governo de FHC, saiu-se com uma tirada digna de Maria Antonieta às vésperas da Queda da Bastilha e, por consequência, de lhe cortarem a cabeça na guilhotina: disse ela 'se o povo não tem pão para comer por que não come brioche?'. Em surto de delírio poético Rafael Grecca sentenciou: a pobreza é lírica... 

A pobreza é lírica talvez pra inglês ver. Mas aos pobres é tormento e tentação à revolta. Este tipo de turismo irresponsável é que mais me mete medo. Ele que abre portas e faz propaganda velada ou não do turismo sexual, move a roda da fortuna de grandes companhias transportadoras e cadeias hoteleiras. Em segundo lugar dos perigos desta vida sedutora vem o avassalador turismo de massa com seus coloridos rebanhos predadores conduzidos por guias super diplomados às vezes, mas que repetem besteiras tornadas pura história de papagaio de amassadeira de açaí de subúrbio. 

Em minha livre opinião diletante de militante do turismo, nunca fiz segredo que represento por vontade própria Quixote a remar contra maré desde quando me entendo por gente. Especialmente quando, por acaso, fui improvisado secretário municipal de meio ambiente, o primeiro na longa e esquecida história da terra natal de Dalcídio Jurandir. Cujas origens de perdem na noite do tempo dos povos originais da Amazônia. 

O que fiz eu no incrível cargo? Entre outras presepadas dignas de nosso copioso folclore, fui ver de perto pra contar de certo o ilustre senhor presidente da republica Fernando Henrique em solenidade da EMBRATUR para lançamento do programa dos municípios turísticos. Oportunidade na qual Ponta de Pedras foi aquinhoada pela primeira vez com título de "Potencial Turístico", corria o ano de 1996, se não me engano. O título junto a outros desenganos meus queimou no deliberado e mal esclarecido incêndio da prefeitura em 1999, nosso 11 de setembro... Após a aventura municipal, três anos depois fui ser chefe de gabinete e assessor institucional da companhia paraense de turismo, a PARATUR, hoje absorvida na secretaria estadual de turismo, SETUR. Somado o tempo de serviço prestado ao fomento do turismo no Pará vai perto de dez anos e eu, neste tempo, estou quase aprendendo alguma coisa noves fora outras encarregaturas do serviço público brasileiro nos três níveis da administração, inclusive no exterior. Me apresso a informar que já passei da idade funcional para que não pensei que estou me insinuando a emprego público ou privado.

Chega quase a ser unânime a opinião de que o ecoturismo poderia ser a vocação econômica natural do Marajó -- através de turismo de ilhas amazônicas -- dando ao arquipélago de mais de 2.500 ilhas no estuário do maior rio do mundo destino comparável a Costa Rica, por exemplo. Um turismo responsável, com cara e alma marajoara, enfim, poderia tirar do galho do pau o "jabuti" de 1989 (Artigo 13, VI, Parágrafo 2º da Constituição do Estado do Pará) para fazer dele passaporte à sétima reserva da biosfera brasileira.

Das 440 Reservas da Biosfera existentes no mundo, o Brasil possui apenas seis, uma em cada grande bioma brasileiro: Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Amazônia Central e o Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Abrangem 1.300.000 km2, cerca de 15% do território brasileiro, sendo mais de metade da soma de todas áreas da rede mundial de reservas da biosfera.

No caso do Brasil apresentar candidatura do Marajó à Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)a população secularmente desvalida teria encontrado um grande aliado na luta pela erradicação da Pobreza conforme os Objetivos do Milênio, a partir de 2015 com novas metas quando se terminou mal e porcamente as metas anteriores dentre os piores IDH's dos municípios brasileiros

Diário flagra exploração sexual de meninas em Breves

>> Foto: Tarso Sarraf
Quando a comitiva de deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes desembarcar no município de Breves, na Ilha do Marajó, esta semana, irá encontrar muitas denúncias de crimes envolvendo a exploração sexual de crianças e adolescentes e pedofilia.

E não é só. Na cidade, é comum encontrar, na madrugada, crianças de 12 a 16 anos circulando pela cidade em situação de risco. O DIÁRIO esteve no município e flagrou dezenas de meninas e meninos menores de idade frequentando a orla da cidade, próximos a embarcações, bares e casas de shows, sempre após a meia-noite. O curioso é que eles circulavam livremente, sob os olhares de policiais e guardas municipais. Na orla de Breves, na rua Presidente Getúlio Vargas, local onde ficam atracados barcos, o movimento é frequente.

Várias jovens estão ali para fazer programas - é comum o entra-e-sai de embarcações. Muitas andam em grupo, ou acompanhadas de homens, geralmente maiores de idade, com roupas ousadas e sem se preocupar com as autoridades policiais, escassas na cidade.

Ressabiadas, elas evitam aproximação e pouco falam. “Elas sabem quando tem reportagem ou movimentação de autoridade na cidade”, afirma um morador ali próximo. “Não faço programa não. Tô só andando com elas”, diz uma delas, a passo acelerado. Elas também não dizem a idade. Na cidade pouco se fala sobre o assunto, mas moradores confirmam que nas áreas mais afastadas a incidência de exploração sexual e abuso de menores por parentes é grande, mas velada.

De acordo com o mesmo morador, crianças cobram de pescadores e donos de embarcações entre R$ 10,00 e R$ 15,00 por programa. Outras são agenciadas por mulheres ou homossexuais, que acompanham tudo à distância. Nos bares e casas de shows de Breves é comum encontrar adolescentes de 12 a 14 anos circulando livremente.

Às 2h, na avenida Rio Branco,um dos principais corredores da cidade, elas estão por toda parte. Namorando, conversando ou de moto, indiferentes a qualquer presença do poder público. Mas as maiores denúncias do bispo do Marajó, Dom Azcona, confirmadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa, citam o trecho entre Portel e Breves, onde a exploração sexual e o tráfico humano são realidades.

Segundo as denúncias de Azcona, há rotas internacionais de tráfico humano e de drogas do Marajó até a Guiana Francesa e Suriname. Ele contou que as orlas de Breves e Portel estão tomadas por bares, boates e quartos de madeira, onde a exploração sexual infantil é praticada à luz do dia, inclusive sob os olhos de policiais. Adolescentes são aliciados em embarcações que seguem rumo ao Amapá.

Em Bagre, inclusive, ele denunciou que crianças de 10 anos fazem programas por R$ 3,00 nos barcos. Partes das denúncias do bispo foram confirmadas por um pescador, que não diz o nome Em Breves, a maioria dos casos de violência contra crianças e adolescentes é de estupro e abuso dos próprios pais, confirma a administração municipal.

“É mais difícil conscientizar, principalmente no interior do Estado”, diz Mônica Lima, assistente social da Secretaria Municipal de Assistência Social. “Existe ainda a mentalidade de que o pai ou parente não está fazendo mal às crianças e tudo é acobertado”.

Ela cita casos que chocaram até quem está acostumada ao problema. “Em 2006, uma menina ficou grávida aos dez anos e um menino de cinco anos ficou sem andar após ser abusado pelo padrasto”. As autoridades do município reconhecem o problema, mas dizem que pouco podem fazer por falta de estrutura. Segundo a assistente social, o problema só pode ser mudado a longo prazo.

“Infelizmente, é uma realidade não só de Breves, mas do Pará e do Marajó”, confirma ela, que diz receber muitas denúncias, mas não contabiliza quantas seriam. Mônica diz que a nova administração municipal já tomou iniciativas para ajudar a combater o problema. Segundo ela, foi implantado em Breves o Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, co-financiado por governos estadual, federal e municipal. O serviço é oferecido através do Centro de Referência Especializado- Creas.

Além do Creas municipal, há dois meses foi implantado o Creas estadual, confirma a assistente social. “Breves foi escolhida por ter estrutura para receber esse trabalho. Nós temos equipes de psicólogos, assistentes sociais, educadores e temos ações de conscientização”.

O Creas é responsável por acolher e acompanhar essas crianças. “A maioria das denúncias vem dos conselhos tutelares e de demanda espontânea”, diz Mônica, lembrando que a prefeitura está capacitando professores municipais para identificar e denunciar abusos sexuais e crianças em risco. “Queremos que os professores identifiquem e discutam o problema”. por medo. Segundo ele, em vilas de ribeirinhos no rio Tajapuru, entre Breves e Melgaço, meninas entre 11 e 14 anos sobem em balsas que atravessam por ali, geralmente indo de Manaus para Macapá, sendo puxadas por cordas. Elas abordam as embarcações em canoas.

Dentro dos navios, elas fazem programas, ou seguem até Macapá, para retornar em seguida. Dentro das balsas o preço do programa varia e é fechado até por escambo: quando não por dinheiro, as meninas fazem o programa em troca de mercadorias, como comida e combustível. “Mas, tudo é escondido. É difícil pegar isso pelo rio”, alerta o pescador. (Diário do Pará).


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