sábado, 12 de julho de 2014

RESERVA DA BIOSFERA AJUDARÁ A ELEVAR IDH DO MARAJÓ


Reserva Extrativista - rio Mapuá, município de Breves-PA: lugar de memória da Paz de 27 de Agosto de 1659 entre índios do Marajó e portugueses aliados aos tupinambás do Pará.




HÁ MAIS DE 10 ANOS A CRIATURADA GRANDE DE DALCÍDIO ESPERA O PROGRAMA "O HOMEM E A BIOSFERA" DA UNESCO, COM QUE A "ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO ARQUIPÉLAGO DO MARAJÓ (APA-MARAJÓ) DEIXARÁ DE SER "JABUTI" NA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARÁ DE 1989 E O PLANO MARAJÓ HÁ DE SAIR DO ENCALHE ONDE AFUNDOU PARA ELEVAR O IDH DA GENTE MARAJOARA ACIMA DA HUMILHANTE LINHA DE POBREZA: CLARO ESTÁ, QUE UM PACTO PELO MARAJÓ LIVRE DO ANALFABETISMO DEVE SER O PRIMEIRO PASSO EM BUSCA DO BOM FUTURO.


Já contei como o equívoco do bispo diocesano de Ponta de Pedras, o falecido Dom Angelo Rivatto S.J.; o qual pretendia ser a agrovila Antonio Vieira, situada à margem esquerda do Rio Pará, na baía do Marajó em Ponta de Pedras; lugar histórico do célebre encontro de paz entre sete caciques Nheengaíbas e missão da Companhia de Jesus no papel que hoje é da FUNAI, nos termos da lei de Abolição dos cativeiros indígenas de 1655; aquele engano me motivou a pesquisar a respeito do verdadeiro lugar onde o fato realmente aconteceu. 

Segundo carta do dito "payaçu dos índios" datada em Belém do Pará aos 11 de fevereiro de 1660 e dirigida à regente do reino de Portugal, Dona Luísa de Gusmão; transcrita na obra "História da Companhia de Jesus no Brasil" do historiador jesuíta Serafim Leite, o encontro de paz aconteceu "no rio dos Mapuaises" [Mapuá], na ilha dos Nheengaíbas [Marajó], índios piratas terríveis pintados dos piores adjetivos que se podem atribuir aos "selvagens" face aos "civilizados" (cf. José Varella Pereira - "Uma Política sem lábia para o Príncipe" em "Novíssima Viagem Filosófica": Revista Iberiana, Secult, Belém, 1999). 

O contexto histórico e geográfico desta carta -- para os descendentes dos ditos falantes da "língua ruim" (nheengaíba) -- tem ou ainda deverá ter importância comparável à Carta de Pero Vaz de Caminha para todos brasileiros. Por aí, filtram-se olhares estrangeiros confundidos sobre os habitantes do maior arquipélago fluviomarítimo do planeta. Trata-se de um descobrimento tardio sobre a primeira cultura complexa da Amazônia... Onde a UNESCO deveria estar presente, como está em muitas partes do mundo, para afastar medos e ignorância que perturbam o relacionamento de países soberanos, como é o caso do Brasil, e o sistema multilateral consagrado pela Carta das Nações Unidas.

Vem daí o velho preconceito colonial lusitano contra milhares ou milhões de falantes da "língua ruim" (nheengaíba) adquirido dos conquistadores tupinambás (vide "Rio Babel" de José Ribamar Bessa Freire)que foram guias indispensáveis, canoeiros e guerreiros aliados aos portugueses, desde o Ceará, durante mais de 40 anos de guerra para tomada do Maranhão aos franceses e expulsão de holandeses e britânicos do Baixo Amazonas, Xingu, Marajó e Cabo do Norte (Amapá), contra multidão de povos Aruak há cinco mil anos ocupantes das Ilhas e margens da terra firme.

Se não fosse o "bom selvagem" com seu estranho costume canibal afincado na Terra sem Mal (utopia do paraíso na terra, onde não existe fome, escravidão, doenças, velhice e morte), por necessidade e acaso, aliado a odiosos soldados matabugres e mamelucos endiabrados não existiria a Amazônia portuguesa. 

Todavia, vista a coisa através da margem esquerda da história do Pará-Uaçu onde a criaturada habita o tempo desde sempre; sem padres catequistas danados pela conquista das almas dos gentios e pajés tapuios espertos que nem o diabo Jurupari, não se chegaria nunca a criar a imensa Amazônia brasileira coração pulsante do gigante Brasil e nós não estaríamos aqui para contar história nenhuma, certa ou errada. 

O que sobrevive sempre tem razão, mas a verdade é como uma semente nativa prenhe de resiliência e sempre prestes a reinventar o futuro da Terra.

Não carece ser um gênio para perceber o motivo principal desta guerra amazônica antiga que precedeu a chegada dos europeus, eles mesmos em guerra uns contras os outros, desde a Europa, por causa do célebre "testamento de Adão" (Tratado de Tordesilhas, de 1494) e que fez a Costa-Fronteira do Pará na suposta linha de Tordesilhas, deixando a margem ocidental da baía do Marajó na parte da Espanha e a margem oriental da terra firme a Portugal até a beira mar.

O problema da historiografia oficial é que ela incute ideia errada de que o Brasil começou com o descobrimento de Cabral, quando na verdade já fora achado e mantido bem escondido há mais tempo, inclusive confirmada a posse nos termos de 1494 em viagem secreta do cosmógrafo do rei de Portugal Duarte Pacheco Pereira, em 1498, ao Grão-Pará. Não há dúvida que o piloto e sócio de Colombo, Vicente Yañez Pinzón, esteve em "Marinatambalo" (Marajó, em tupi; aliás Analau Yohynkaku em língua Aruã) em fins de janeiro de 1500, quando ele atacou e capturou "negros da terra" (escravos indígenas) numa aldeia, provavelmente Aruã na Contracosta, levando-os para a ilha Hispaniola, Santo Domingo.

A revisão histórica do Brasil moderno começa com o etnógrafo alemão Curt Nimuendajú, nos idos de 1920, quando se sabe da razão que trouxe a nação Tupinambá ao litoral do Nordeste a conquistar terra dos Tapuias subindo enfim até o Alto Amazonas, a ponto de ter deixado fonte para história com o relato do mameluco Diogo Nunes, datada de 1538, portanto antes do descobrimento, em 1542, do rio Amazonas pelo espanhol Francisco de Orellana.

Ora, o equivoco de leitura do bispo Rivatto motivou a um leigo (este que vos fala) procurar pelas fontes históricas para esclarecer sobre o lugar de encontro de paz entre caciques rebeldes e missionários. Mas, respeitáveis pesquisadores e historiadores sentenciam negativamente sobre tudo isto: duma parte, dizem que a carta de Vieira conta história inverossímil (o que é fato, pois mistura desconhecimento e finta proposital de sua época, porém deixa preciosas pistas)e doutra parte, desdém de cátedra refugando as pazes de Mapuá como se elas fosse carentes de interesse acadêmico.

Interesse acadêmico! Vejam bem, como se pelo menos em hipótese não valesse a pena estudar e compreender do que trata de fato a suposta missão de paz iniciada pelo padre João de Souto Maior, em 1656, e concluída pelo padre Antônio Vieira, em 1659. E nada disto tivesse a ver com a fundação das aldeias missionárias de Aricará (Melgaço, por acaso o pior IDH de município brasileiro)e Aracaru (Portel). Lembranças desta carta histórica, sem nenhuma dúvida, se acham nos últimos capítulos da "História do Futuro", composta como defesa do padre Antônio Vieira como réu diante do Tribunal da Inquisição do Santo Ofício e introdução a obra, inacabada, de sua vida "O Reino de Jesus Cristo consumado na terra" ou o Quinto Império do mundo.

O Quinto Império do mundo, como se deve saber, é um longo repositório de tradições messiânicas desde o Cativeiro da Babilônia (toda história da Mesopotâmia, com as suas guerras, reinos e impérios que ainda ardem no Oriente Médio), e que alimentaram, antes as "Esperanças de Israel" no sonho visionário do rabino português da comunidade judaica de Amsterdã (Holanda), Menassés ben Israel. E que, no mês de abril na aldeia do Camutá (Cametá), Grão-Pará, pela pena sebastianista do payaçu dos índios, no mesmo ano da pax de Mapuá, deu o famoso brado "Bandarra é verdadeiro profeta!", na carta secreta "As Esperanças de Portugal", que lhe resultaram ser preso e condenado pro heresia judaizante.

Em que consistia tal heresia, na segunda metade do século XVII, que é o tempo de transição entre o fim da Idade Média e começo da Idade Moderna europeia em relação às colônias nas Índias Ocidentais?... E o que isto pode haver ainda de importante, no século XXI, em meio a tudo quando o primeiro Papa jesuíta chegou ao trono do Pescador e reza pela paz entre judeus, mulçumanos, cristãos e o resto do mundo? Nada disto para nós não haverá interesse acadêmico ou apenas informativo? Ah, sim tem ainda a geopolítica planetária em meio à mudança climática, a pressão econômica sobre florestas tropicais, recursos naturais de minérios e água doce...

Portanto, com a origem histórica do "uti possidetis" real, defendido por Alexandre de Gusmão nas difíceis negociações do Tratado de Limites de Madri de 1500, onde a farsa e a fraude do Mapa das Cortes esteve sobre a mesa para levar os espanhóis a revogar o acordo de Tordesilhas, caduco desde a viagem de Pedro Teixeira (1637-1639)por força da geografia humana amazônida e do grande rio Babel. A farsa e a fraude para fazer valer maior verdade no terreno: "o mapa não é o território"... 

RESERVAS DA BIOSFERA E RESERVAS EXTRATIVISTAS: TUDO A VER O PESO DA GENTE E A MARENTEZA DO MEIO AMBIENTE NA REFAZENDA PERMANENTE DA MEMÓRIA.

Na natureza, a necessidade e o acaso fazem grandes parcerias. A admirável vida de Chico Mendes, por exemplo, lá nos confins onde Abguar Bastos dizia que a cobra grande chamada Amazonas tanto embarrigou que pariu o Acre. E bote história nisso!

E depois disso tudo alguém vem dizer que a história do cacique Piié com o "imperador da língua portuguesa" (o padre Antônio Vieira, segundo o poeta Fernando Pessoa)não tem interesse acadêmico. Valha-nos Deus! É por isto que o Museu do padre Gallo também não faz parte das prioridades do Ministério da Cultura, em Brasília, nem da Secretária de Estado da Cultura, em Belém do Pará. Pela mesma via do desinteresse acadêmico e o IDH dos descendentes dos Nheengaíbas está mais raso que barriga de cobra.



NESTAS ELEIÇÕES VENDA CARO SEU VOTO: PEÇA UMA RESERVA DA BIOSFERA AO CANDIDATO QUE LHE QUISER COMPRAR.
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