domingo, 30 de dezembro de 2012

lembranças para agenda marajoara 2013

Fotos do Nascer do Sol - Supercomentario.com.br
nascer do sol na baía do Marajó


O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente
É o juízo final
A história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer.

     Juízo Final / Nelson Cavaquinho e Elcio Soares

Já é tempo de saber que, antigamente, o alto curso do Sol [Guaracy, "mãe dos viventes"] guiou o Bom Selvagem tupinambá em demanda da Terra sem Mal [Yvy Marãey] desde o Sul até o Norte do Brasil. Utopia seminal guarani à procura do sítio encantado chamado "Araquiçaua', onde o sol ata rede para dormir: espécie de jardim do Éden indígena onde não há fome, trabalho escravo, doença, velhice e morte. É certo que este sonho, por diferentes versões, é característica das esperanças de todo mundo e, por contradição, a procura do Bem e de bens fez Males sem fim... Mas, enfim, o que a magia nem a conquista brutal não podia achar na guerra; pela paz a ciência e tecnologia, pouco a pouco, vai desvendando.

Tanto isto é verdade, que a humanidade em busca de segurança e paz criou a Organização das Nações Unidas (ONU) e estas mesmas nações convencionaram entre si políticas de soberania alimentar contra a Fome; a Organização Internacional do Trabalho (OIT) luta contra o trabalho escravo em todas as formas; multiplicam-se programas mundias de Saúde; e a proteção aos idosos confronta avanços da expectativa de vida; sem esquecer a pletora de invenções humanas para vencer a Morte. Tal é o fundamento progressivo do desenvolvimento humano, medido por diversos índices dentre os quais o IDH se tornou como um troféu mundial.

Mas o Brasil, que tanto deve ao mito tupi-guarani casado por necessidade e acaso com crenças do velho mundo; só muito tarde ouviu falar desta original invenção sul-americana e ainda está longe de dar o lugar que ele merece na geografia nacional; depois de ter escravizado e dizimado os Povos Originais da brasilidade. O bravo Povo Brasileiro pouco sabe de sua própria história. O  fato de que deu-se muita guerra através de inúmeras vidas e mortes, pelo arco das gerações, no parto da invenção do Brasil fundindo no espaço conquistado a grande nação feita de diversos povos d'aquém e além Mar.

Última fronteira da mítica Terra sem Mal, o antigo estado do Maranhão e Grão-Pará sob bandeira ibérica; foi o verdadeiro presépio da invenção da Amazônia, consumada pelo sebastianismo na construção ultramarina de Feliz Lusitânia em -- inconsciente -- aliança entre armas de barões assinalados e arcos e remos de índios encapetados sem os quais a história seria outra. Uns e outros aliados a querer conquistar as ilhas dos bárbaros Marajós soberbos e indiferentes, posto que ignorantes do empolgante mito da Terra sem Mal e da intrigante missão da salvação universal das "Almazonas" (sic), segundo a  doutrina dos auto-denominados civilizados.

Na boca do maior rio da Terra, o grande arquipélago do Marajó ainda guarda segredo da ecocivilização amazônica, a desafiar o Bom Selvagem e seus aliados: como a dizer, DECIFRA-ME OU DEVORO-TE... Tal qual o velho Nilo pela boca da Esfinge, o novo Amazonas do  alto dos 1500 anos de Cultura Marajoara contempla a infantilidade de seus ávidos conquistadores... Vexados pela pobreza a que foram reduzidos na conquista do "rio das Amazonas"; os marajoaras estão prestes a desaparecer levando para sempre os últimos clarões de antigos sóis e luas de um conhecimento milenar imerso já no crepúsculo. Depois do fim deste mundo, poderá até haver sobre os campos uma nova Holanda ou várias Cingapuras; porém terá acabado para sempre aquela velha Terra sem Mal procurada por profetas caraíbas e antevista entre miragens do fantástico Araquiçaua, no Marajó; desde as margens meridionais do Pará, da Ilha do Sol. 

A invenção da Amazônia de fato exigiu quarenta e quatro anos de guerra até a bandeira de Portugal ser içada sobre as águas do Amazonas; além fronteira de Tordesilhas na baía do Marajó repartida entre Sua Majestade Fidelíssima e os Reis Católicos. Estamos falando dos direito do estado colonial, pelo qual a antiga terra dos Tapuias conquistada pela nova aliança luso-tupinambá no bojo da União Ibérica; teve esboçado seu futuro perfil nacional e internacional.  Jamais vencidos na guerra, os marajoaras foram rápidos em aceitar as pazes com os portugueses, aparentemente desvantajosa para eles; senhores de suas ilhas e sempre em amizade de comércio com os estrangeiros das Guianas e Antilhas. Mas os historiadores não cogitam sobre estas coisas nem perguntam a respeito das motivações das mais antigas migrações das Ilhas para a  Terra firme, acham eles comodamente que alguns sermões pregados em Nheengatu e uns poucos canhões silenciosos no forte do Presépio, Santo Antônio de Gurupá e fortaleza de São José de Macapá foram bastantes para operar a teoria do milagre.

INVENÇÃO DO FUTURO

Os oito países da OTCA, mais a região amazônica francesa, tem um encontro com o futuro. Entretanto, o maior país amazônico do mundo em 400 anos ainda desconhece a Amazônia profunda. A Amazônia Marajoara é a joia da coroa.

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